Uma equipe multidisciplinar de pesquisadores de universidades da China e Estados Unidos criou estruturas semelhantes a origami feitas de grafeno usando microscopia de varredura por tunelamento. Vem com a gente saber um pouco sobre como isso foi feito e possíveis aplicações da dobra do grafeno!

dobra | grafeno
Imagem: Science.

Que o grafeno é um material revolucionário, não é novidade. Mas há bastante tempo, pesquisadores vêm insistido em dobrar folhas de grafeno de maneiras controláveis. Embora alguns tenham conseguido de fato dobrar folhas de grafeno, eles não foram capazes de fazer isso de maneira controlada ou tiveram que pré-tratar o material para fazê-lo dobrar em partes específicas.

Mas qual o objetivo de dobrar o grafeno?

Bem, os cientistas acreditam que se as folhas de grafeno pudessem ser manipuladas de forma controlável, os materiais resultantes teriam propriedades desejadas, que permitiriam atender objetivos específicos. Aquela velha história de aspirar uma aplicação final e, nesse sentido, voltar-se para a ciência básica. Exemplificando, uma dobra x seria capaz de proporcionar uma propriedade supercondutora, enquanto uma dobra y permitiria desenvolver processadores menores do que os atuais.

Neste novo esforço, os pesquisadores afirmam ter encontrado uma maneira de dobrar “nano-ilhas” de grafeno de maneira controlável.

O processo de dobra:

O primeiro passo envolveu a criação das nano-ilhas do grafeno. Os pesquisadores dispararam íons hidrogênio contra folhas de grafite por 10 ciclos, um processo que levou 10 horas. Isso produzia grafeno de alta qualidade que podia resistir à manipulação sem quebrar ou dobrar de maneiras não confiáveis. Depois disso, a equipe usou um microscópio de varredura por tunelamento (STM) para pegar partes das nano-ilhas e depois segurá-las enquanto a folha era dobrada, como um pedaço de papel. Vale lembrar do tamanho da estrutura que estamos falando, né?

Origami de grafeno:

O time de pesquisadores demonstrou sua técnica primeiro conectando nanotubos de carbono a uma de suas nano-ilhas de grafeno e depois dobrando-a ao meio como uma omelete. Eles dobraram outras folhas minúsculas em formas básicas de origami.

dobra
Imagem: Science.

Importante apontar que os cientistas reconhecem que sua técnica é bastante complicada (e delicada!) no momento e que é necessário mais trabalho antes de poder ser usado para criar produtos comerciais, mas um grande passo já foi dado.

Você encontra o artigo científico original na revista Science.

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Um robô contínuo, em forma de fio, que mais parece uma minhoca robótica, pode ser de extrema aplicabilidade. Por quê? Bem, estes robozinhos ferromagnéticos com formato delicado também podem percorrer superfícies complexas. No caso, podem atravessar espaços estreitos sob o controle de campos magnéticos, auxiliando cirurgias, por exemplo.

Robôs macios e contínuos podem percorrer superfícies delicadas
Imagem: Nature.

Uso de robótica na medicina:

Atualmente, médicos e cirurgiões usam robôs parecidos com cobras em procedimentos no coração, mas esses dispositivos comercialmente disponíveis são grandes demais para partes do corpo mais delicadas. Não é todo tecido ou canal que suporta cateteres convencionais. (Leia sobre cateteres autônomos aqui).

Para resolver essa lacuna, uma equipe multidisciplinar de engenharia (mecânica, civil e ambiental e química) do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o admirado MIT, em criou robôs macios, com aparência de fio, com menos de 1 milímetro de largura. Essas minhoquinhas robóticas contêm partículas magnéticas microscópicas e são revestidas com um gel lubrificante rico em água. Um ímã, disposto em certa distância, permite direcionar o curso do robô por quem estiver realizando a manipulação.

O experimento com o robô contínuo:

A equipe de engenheiros mostrou que os robôs podem navegar suavemente por uma série de aros espaçados. Os dispositivos também podem deslizar através de passagens sinuosas, simulando vasos sanguíneos em uma réplica em tamanho natural do cérebro humano.

No artigo científico, divulgado na Science Robotics, os autores do trabalho argumentam que, dada sua atuação compacta e independente e manipulação intuitiva, os “robôs de contínuo macio ferromagnético” (engenheirês para o robô de que estamos falando) podem abrir caminhos para cirurgia robótica minimamente invasiva. Isso significa menos cortes e riscos de infecção, por exemplo. Além do mais, os testes realizados indicam que essa inovação tecnológica pode permitir tratar lesões anteriormente inacessíveis, tais como alguns aneurismas, abordando, assim, desafios e necessidades não atendidas na área da saúde.

robô contínuo
Imagem: Science Robotics.

Fonte: Science Robotics.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Um experimento realizado no departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Stanford investigou o impacto de uma pia autônoma adaptável no consumo de água. Curiosamente, essa “torneira inteligente” ainda é apenas um conceito. Neste artigo do Engenharia 360, contamos como foi essa pesquisa. Confira!

design de pia inteligente
Imagem reproduzida de Stanford em YouTube

O conceito da Pia Inteligente

A suposta “smart-torneira” permanece só um conceito, só que os testers não sabiam disso. William Jou e seus colegas do laboratório de engenharia mecânica fizeram outra coisa: uma torneira que parecia se ajustar automaticamente às preferências do usuário, mas, na verdade, era controlada por Jou. Basicamente, um placebo mecânico.

Os resultados do experimento, detalhados em um artigo científico apresentado em congresso, apoiam a ideia de que sumidouros inteligentes cuidadosamente projetados poderiam ajudar a conservar a água, regulando o uso da água e incentivando que os usuários desenvolvam hábitos mais eco-friendly.

design de pia inteligente
Imagem reproduzida de Stanford em YouTube

Como foi realizado o experimento

Os participantes desse experimento tiveram que lavar a louça três vezes, com Jou secretamente controlando a temperatura e o fluxo da pia apenas durante a segunda lavagem. Para criar uma situação “confiável” de uma pia inteligente que toma decisões sobre a água, Jou monitorou de perto os estilos de lavagem dos participantes durante a primeira rodada de limpeza, para ele poder imitá-los na segunda rodada.

design de pia inteligente
Imagem reproduzida de Stanford em YouTube

Com Jou envolvido como observador oculto, os participantes usaram cerca de 26% menos água em comparação com a primeira lavagem. Na terceira rodada, eles ainda usavam 10% menos água em comparação com a primeira rodada, apesar de a pia voltar a ficar “sem cérebro”. Essa mudança no uso da água ocorreu sem que os participantes soubessem que o experimento era sobre conservação da água. A seguir, o vídeo divulgado pela Stanford University:

Resultados do experimento e percepções dos participantes

Em pesquisas após o experimento, 96% dos participantes que interagiram com a pia inteligente (havia um grupo de controle que lavou a louça três vezes sem Jou) disseram pensarem haver potencial para que torneiras inteligentes economizassem água. Muitos deles até manifestaram interesse em comprar esse produto.

Embora os resultados e a reação à lavagem com a assistência de Jou tenham sido impressionantes, os pesquisadores ficaram particularmente animados pela forma como uma breve interação com a função “autônoma” mudou o uso de água dos participantes.

design de pia inteligente
Imagem reproduzida de Stanford em YouTube

O futuro das pias inteligentes

Os pesquisadores imaginam um futuro em que as pias dos hospitais incentivam os funcionários a lavar as mãos adequadamente e nossas preferências pessoais de pia e chuveiro podem ser transferidas para hotéis e casas de amigos. Escolas e bairros poderiam organizar competições para economizar água e aumentar a conscientização sobre a conservação da água. Por meio de recursos adicionais, a pia pode até detectar vazamentos.

É importante destacar que esse estudo sobre o comportamento do usuário em relação à pia inteligente exigiu anos de pesquisa e não utilizou algoritmos. Para a produção em massa de uma torneira realmente autônoma, sensores sofisticados serão necessários para diferenciar os usuários. Mesmo assim, os pesquisadores estão otimistas de que estudos como esse podem servir como base para inovações que sejam amigas do meio ambiente e que atendam às necessidades dos usuários.

design de pia inteligente
Imagem reproduzida de Stanford em YouTube

Enfim, o desenvolvimento de pias inteligentes que ajudam a economizar água representa uma oportunidade valiosa para promover a sustentabilidade. Ao combinar tecnologia e conscientização, podemos dar passos significativos em direção a um uso mais responsável dos recursos hídricos.


Fonte: Techxplore; IDETC-CIE.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

A gente fala bastante sobre direção autônoma por aqui e todos os seus benefícios, principalmente voltados para o ganho de tempo de quem estaria dirigindo. Mas e se você ficar enjoado?

Náusea em meios de transporte

A náusea tende a surgir quando você é passageiro, e não motorista, e quando está envolvido em algo diferente de olhar pela janela, por exemplo, lendo ou usando um dispositivo portátil. Quem fica nauseado nessas situações deve perder alguns dos principais benefícios da tecnologia de direção autônoma.

Os fatores que causam enjoo nos carros não são bem conhecidos hoje. Poucos estudos foram realizados em carros; em vez disso, muito do trabalho já desenvolvido foi elaborado para tratar de náusea de passageiro em meios de transporte marítimo e aéreo, realizados em simuladores de direção ou em plataformas de movimento. Daí pesquisadores de universidades resolveram desenvolver um banco de ensaios para averiguar o papel de veículos autônomos na náusea de quem está sendo conduzido.

Essa metodologia não existia antes. O estudo é o primeiro a realizar uma comparação em larga escala do desempenho das tarefas de leitura e dos níveis de aceleração urbana na resposta à náusea em um veículo com passageiros.

O protocolo está disponível aqui.

náusea
Imagem: University of Michigan

Protocolo de testes

O protocolo consiste em um test drive de 20 minutos desenvolvido com base nos dados de um estudo de condução real, feito separada. Em média, inclui 25 eventos de frenagem, 45 curvas à esquerda e 30 curvas à direita, e é realizado a 10-15 mph e 20-25 mph.

Paralelamente, o protocolo inclui tarefas a serem realizadas em um mini iPad portátil. A cada velocidade, os passageiros concluem o test drive uma vez sem tarefa e, novamente, enquanto executam uma tarefa. Usando resenhas de restaurantes, notícias e mapas locais, os participantes respondem a uma série de perguntas que envolvem compreensão de leitura, pesquisa visual, entrada de texto e reconhecimento de padrões.

Diante desta atividade, sensores registram a aceleração do veículo e a localização geoespacial e a resposta fisiológica do participante, incluindo suor, temperatura da pele e frequência cardíaca. Câmeras e sensores também detectam e registram o movimento e a postura da cabeça do passageiro. E, claro, o protocolo inclui uma classificação de náusea, de 0 a 10.

O vídeo abaixo mostra o estudo conduzido (trocadilho intencional) na Universidade de Michigan.

Utilização do protocolo

A elaboração da metodologia de avaliação da náusea de passageiros em veículos autônomos determinou preliminarmente que as respostas dos passageiros são complicadas e têm muitas dimensões. Com isso, espera-se que o protocolo seja aproveitado e que as aplicações desta plataforma de teste resultem nos dados necessários para identificar medidas preventivas e aliviar a doença de movimento em veículos autônomos.

Fonte: Techxplore.

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Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Os microrrobôs podem ter várias aplicações úteis, principalmente em ambientes biomédicos e biomédicas. Por exemplo, devido ao seu tamanho pequeno, essas pequenas máquinas podem ser inseridas no corpo humano, permitindo que os médicos realizem remotamente exames ou procedimentos cirúrgicos em regiões de difícil acesso do corpo.

Microrrobôs
Imagem: Science Robotics.

Dificuldade de locomoção de microbots (microrrobôs) em canais in vivo:

Desenvolver abordagens que permitam a locomoção eficaz de microrrobôs em contextos médicos, no entanto, é uma tarefa desafiadora devido a padrões no fluxo de fluidos dentro do corpo humano. Para superar essa dificuldade, estudos anteriores propuseram o uso de máquinas em forma de roda que podem rolar em superfícies, pois sua estrutura permite propulsão aprimorada e velocidades de translação mais rápidas. (Veja design robótico inspirado em água-viva aqui).

Apesar da promessa, os resultados da pesquisa sugerem que esses robôs não se movem bem em superfícies planas e geralmente escorregam. Em um novo estudo interessante apresentado na Science Robotics, uma equipe multidisciplinar de pesquisadores, incluindo engenheiros da Colorado School of Mines e da University of Colorado Denver propuseram uma nova abordagem que poderia ajudar a melhorar a locomoção dos microrrobôs em superfícies molhadas.

A inspiração da equipe de acadêmicos veio da matemática por trás de estradas e rodas, aplicando esses cálculos a pequenos robôs em forma de roda. Eles descobriram que alterações específicas na topografia (ou seja, características físicas) da “microroad” (tradução livre: “microestrada”) em que o robô está operando permitem que as rodinhas robóticas atinjam velocidades muito mais altas.

Microrrobôs no formato de roda não circular se movimentam melhor
Imagem: Science Robotics.

Os pesquisadores observaram que solavancos periódicos na podem melhorar a tração entre as minúsculas rodas e as paredes próximas, enquanto em superfícies planas molhadas, as rodas tendem a escorregar. Portanto, estradas mais irregulares resultam em um padrão de locomoção composto por rotações com escorregões e deslizes. Isso aumenta significativamente a velocidade de translação das rodas, com os robôs se movendo até quatro vezes mais rápido do que em superfícies planas.

Rodas robóticas que não são redondas:

Rodas de formato e tamanho específicos se encaixam perfeitamente nas estradas. Enquanto uma roda redonda e uma estrada plana coincidem, rodas não redondas combinam superfícies com solavancos específicos na estrada. Colocar rodas quadradas em um carro pode parecer contra-intuitivo e ineficiente, mas confirma essa ideia do match entre superfície e roda. Como “pavimentar” ideal adequadamente as superfícies nas quais os microbots operam (por exemplo, um vaso sanguíneo) seria impraticável, resta um projeto de roda não circular.

O diferencial deste estudo é que os cientistas revelaram a importante interação hidrodinâmica entre esses microbots em forma de roda e superfícies não-lisas e mais realistas, enquanto a maioria dos trabalhos na literatura se concentrou principalmente na propulsão do microrrobô em superfícies planas.

Um objetivo final é desenvolver rodas que correspondam melhor às superfícies in vivo, levando a terapias mais rápidas em doenças nas quais o tratamento deve ser administrado rapidamente, por exemplo.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Um microprocessador de 16 bits, construído a partir de mais de 14.000 transistores de nanotubos de carbono (CNT), acabou de ser divulgado por um grupo de engenheiros eletricistas e cientistas da computação do MIT e colaboradores. Os métodos de projeto e fabricação superam os desafios anteriores associados ao uso de nanotubos de carbono, que podem fornecer uma substituição eficiente de energia ao silício em dispositivos microeletrônicos avançados.
Microprocessadores | carbono
Imagem: Nature

Por que nanotubos de carbono?

Os transistores de silício usados ​​para alimentar dispositivos eletrônicos estão chegando a um ponto em que não podem mais ser dimensionados com eficiência para permitir avanços na eletrônica. Saturação.

Nesse cenário, os nanotubos de carbono se apresentam como um material alternativo em potencial para a construção de microprocessadores mais eficientes em termos de energia. O problema é que há alguns defeitos intrínsecos e variabilidade, limitando a aplicação desses minúsculos cilindros de átomos de carbono em sistemas de grande escala.

Mas sabemos que ciência e tecnologia andam lado a lado e não param. Então, um grupo de engenheiros acadêmicos no MIT, em parceria com alguns colaboradores, colegas criaram uma abordagem para projetar e construir um microprocessador em nanotubos de carbono que resolve esses problemas.

Transistores complementares de nanotubos de carbono:

Seus métodos incluem um processo de esfoliação que impede que os nanotubos se agrupem em agregados, o que pode impedir que os transistores funcionem corretamente. Além disso, alguns dos problemas associados às impurezas dos nanotubos são superados por um cuidadoso projeto de circuitos (reduzindo o número de nanotubos metálicos, em vez de semicondutores, que podem estar presentes sem afetar a funcionalidade do circuito). Os pesquisadores testaram seu microprocessador, chamado RV16X-NANO, e executaram com sucesso um programa que produz a mensagem: “Hello, World! I am RV16XNano, made from CNTs” (Tradução livre: “Olá, Mundo! Eu sou o RV16XNano, feito de CNTs”).

No artigo, divulgado na Nature, os autores apresentam uma metodologia de fabricação para nanotubos de carbono, um conjunto de técnicas combinadas de processamento e design para superar imperfeições em nanoescala em escalas macroscópicas. O trabalho, portanto, valida experimentalmente um caminho promissor para sistemas eletrônicos práticos além do silício.


Fonte: Nature.

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A gente não perde uma novidade em robótica. Desta vez, engenheiros trabalhando em pesquisa no Instituto Indiano de Tecnologia Madras projetaram uma pinça robótica que poderia ser usada em várias aplicações industriais e de campo, como escalada e inspeção de tubos.

graspman | robô
Imagem: natureasia.com

GrasMan: mais uma mão robótica

A maioria das mãos robóticas moldáveis ​​que existem por aí são de fácil compreensão, mas não fornecem uma forma de manipulação interna. Essa manipulação é necessária para tarefas como abrir uma garrafa ou girar uma maçaneta, montar um tubo ou realizar movimentos mais delicados, como deslizar ou rolar objetos de diferentes tamanhos, formas e pesos.

Em sua busca por um braço robótico, os cientistas, liderados por Asokan Thondiyath, desenvolveram um protótipo de garra, que consiste em duas mandíbulas híbridas capazes de captar objetos com habilidade.

O dispositivo robótico foi nomeado “GraspMan”. Ele possui uma estrutura interna rígida com uma “pegada” ativa e flexível (não nos levem a mal). Isso permite que ele se adapte à geometria de um objeto e fornece uma capacidade de retenção e manipulação seguras, como uma mão humana.

graspman
Imagem: Journal of Mechanics and Robotics.

Aplicações:

A garra é versátil, o que significa que ela pode agarrar, rolar ou deslizar uma variedade de objetos de diferentes dimensões. É menos complexo que as garras existentes, com seu design simples e facilidade de estratégias de planejamento e controle.

Experimentos mostram que o robô GraspMan consegue alterar seu comportamento de locomoção para se adaptar ao ambiente. Máquinas usadas em operações de busca e salvamento e aplicações de locomotivas também se beneficiarão com essa mão robótica. Os pesquisadores dizem que a combinação de locomoção e manipulação oferece ao robô recursos interessantes, como segurar um objeto e caminhar e até balançar os braços como babuínos (o que, do ponto de vista da engenharia, só colaborou com o humor, mas as demais aplicações nos convém).

O artigo científico com detalhes sobre o GraspMan foi divulgado no Journal of Mechanics and Robotics.

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Uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia, Berkeley, está desenvolvendo sensores de pele que podem detectar o que está em seu suor. Vem conosco, conhecer a ciência por trás desse wearable e as suas possíveis aplicações (voltadas para a redução de procedimentos invasivos, que geralmente envolvem as afamadas agulhas).

Fabricação e detalhes do sensor:

Da perspectiva da engenharia, a primeira coisa a comentar é que a equipe descreveu um novo design de sensor que pode ser fabricado rapidamente usando uma técnica de processamento “rolo a rolo”. Basicamente, o processo imprime os sensores em uma folha de plástico como se fossem palavras em um jornal. O produto assume a forma de um adesivo descartável.

suor wearable
Imagem: Science Advances

Os novos sensores contêm um tubo microscópico em espiral que absorve o suor da pele. Ao rastrear a rapidez com que o suor se move através dessa estrutura, os sensores podem relatar o quanto uma pessoa está suando (em volume) ou sua taxa de suor. Esses microtubos também são equipados com sensores químicos que podem detectar concentrações de eletrólitos como potássio e sódio e metabólitos, como glicose. O objetivo disso é detectar substâncias que podem “decodificar” o suor.

Testes com o sensor de suor:

O time de engenheiros aplicou os sensores para monitorar a taxa de suor e os eletrólitos e metabólitos no suor de voluntários que se exercitavam e outros que estavam experimentando transpiração induzida quimicamente.

Para entender melhor o que o suor pode dizer sobre a saúde em tempo real do corpo humano, os pesquisadores primeiro colocaram os sensores de suor em diferentes locais do corpo dos voluntários – incluindo testa, antebraço, axilas e parte superior das costas – e mediram suas taxas de suor e os níveis de sódio e potássio no suor enquanto andavam de bicicleta ergométrica.

suor
Imagem: Science Advances

Eles descobriram que a taxa de suor local pode indicar a perda total de líquidos do corpo durante o exercício, o que significa que o rastreamento da taxa de suor pode ser uma maneira de alertar os atletas quando eles estão se esforçando demais. Na forma de um sensor wearable, mudanças dinâmicas podem ser percebidas, o que é um grande avanço!

Os pesquisadores também usaram os sensores para comparar os níveis de glicose no suor e os níveis de glicose no sangue em pacientes saudáveis ​​e diabéticos. Com isso, descobriram que uma única medida de glicose no suor não pode necessariamente indicar o nível de glicose no sangue de uma pessoa… O que indica que a ciência ainda precisa suar a camisa (trocadilho intencional) para encontrar mais correlações que poupem pacientes de exames invasivos.

O vídeo abaixo, divulgado pelo grupo de pesquisa, mostra um resumo do projeto. E daí fica mais um exemplo de tecnologia nascendo por engenheiros dedicados à ciência e abrigados por universidades para o desenvolvimento de pesquisa. O artigo derivado do trabalho está disponível na Science Advances.


Fonte: Techxplore.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Atualmente, tudo que o(a) engenheiro(a) / estudante de Engenharia quer é um emprego/estágio, não é mesmo? Para a felicidade geral, o Engenharia 360 traz, toda semana, em parceria com a Walljobs, uma lista de vagas voltadas para a Engenharia. Confira a seguir as que separamos especialmente para você:

vagas na engenharia

KPMG: Trainee de tecnologia

Perfil: Graduando a partir do 3º ano ou formados até 2 anos; Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Ciência da Computação, Sistemas de Informação; Tecnologia de Processamento de Dados; Tecnólogos: Cibersegurança / Segurança da Informação / Sistemas para Internet / Defesa Cibernética; Engenharia da Computação ou Elétrica; Idioma: Inglês a partir do nível intermediário é um diferencial; Disponibilidade para trabalhar 40h semanais como profissional efetivo (8h por dia).

Localidade: São Paulo/SP

Descrição: É uma carreira extremamente desafiadora, o trainee irá atuar em projetos em clientes dos mais diversos segmentos em um ambiente de desenvolvimento profissional contínuo. Na KPMG os profissionais das áreas ligadas à tecnologia da informação têm a oportunidade de atuar com auditoria de TI, riscos e governança, segurança da informação e muitas outras atividades. Queremos jovens focados na busca de soluções para terem uma experiência única de carreira na KPMG que é uma das quatro maiores empresas de Auditoria do mundo!

Link para se inscrever

Encerra em: Novembro/2019

KPMG: Data Analytics Consultant

Habilidades: Microsoft SQL Server; Oracle SQL; Visualização de dados; Elaboração de dimensões, métricas e fatos; Set analysis; Funções de script; Boas práticas de desenvolvimento; Manutenção de aplicações; Transformação e carga de dados; Power BI, Qlik View/Qlik Sense, Tableau, Alteryx; Python.

Localidade: São Paulo/SP

Descrição: O foco desta área é solucionar as complexas questões empresariais englobando todos os fatores que influenciam o valor organizacional, incluindo o crescimento, o risco e o desempenho. Todo trabalho é pautado na exatidão e na qualidade. São soluções e serviços confiáveis, que visam apoiar as empresas a aumentarem a receita, reduzirem os custos e gerenciarem os riscos.

Link para se inscrever

Encerra em: Novembro/2019

KPMG: RPA PL & SR. Consultants

Habilidades: Bons conhecimentos em ferramentas de RPA (BluePrism, Automation AnyWhere e UiPath);Formação superior completa ou cursando em áreas de tecnologia; Inglês intermediário.

Localidade: São Paulo/SP

Descrição: Será responsável por documentar e programar soluções de automação de processos; Também irá testar e implementar os processos de RPA (Robotic Process Automation), a fim de integrá-los a outras aplicações; Atuar em interface com outras frentes e times de tecnologia; Participar na avaliação e implementação contínua de novas tecnologias/ferramentas, a fim de maximizar a automação de processos e sua eficiência.

Link para se inscrever

Encerra em: Novembro/2019

Comerc Energia: Estágio

Perfil: Engenharias

Localidade: São Paulo, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Manaus e Florianópolis

Links para se inscrever: São Paulo, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Manaus e Florianópolis

Encerra em: Novembro/2019

Signify: estágio em Engenharia de Produção

Perfil: estudante de Engenharia de Produção ou Engenharia Elétrica, com formação a partir de 12/2021.

Localidade: São Paulo – SP

Habilidades esperadas:

  • Em primeiro lugar, muita energia e vontade de aprender;
  • Interesse em desafiar o status quo;
  • Paixão por desafios e resolução de problemas (e o bom e velho “pensar fora da caixa”);
  • Gostar de trabalhar com pessoas!

Encerra em: Novembro/2019

Link para se inscrever

Programa de Estágio Whirlpool

Perfil: todas as Engenharias, com foco em Elétrica, Mecânica e Mecatrônica.

Localidades: Joinville/SC, Manaus/AM, Rio Claro/SP e São Paulo/SP

Link para se inscrever

Programa de Estágio Crescer da Ardagh Group

Perfil: todas as Engenharias

Localidades: Manaus/AM, Alagoinhas/BA, Jacareí/SP e São Paulo/SP

Descrição: O Programa Crescer é o Programa de Estágio da Ardagh Group que oferece ao estagiário a oportunidade de vivenciar na prática temas atuais e relevantes, e conta com um processo de desenvolvimento estruturado, com uma agenda de aprendizado que inclui participação em diversos treinamentos e desenvolvimento de um projeto a ser apresentado aos líderes da empresa.

Encerra em: 04/10

Links para se inscrever: Manaus, Alagoinhas, Jacareí e São Paulo

Programa Trainee Gen – C Q&EA

Perfil: Engenharias de Sistemas, Computação e Similares

Descrição: Gen-C QE&A é um programa para recém-formados e estudantes que procuram iniciar sua trajetória profissional na área de testes. Os participantes do programa serão capacitados em tecnologias específicas por um período determinado para que, consequentemente, desenvolvam projetos para clientes.

Encerra em: Novembro/2019

Link para se inscrever

Corre para se inscrever antes que os prazos se encerrem!

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Sabemos que a energia renovável está cada vez mais presente no nosso dia a dia, agora, qual a relação dela com o desenvolvimento?

Vemos pequenos exemplos de conscientização ambiental no nosso dia a dia. Desde aquele restaurante que não tem mais canudo, até a ecobag que utilizamos em supermercados. Portanto, com a energia não poderia diferir, e a matriz energética de diversos países tem mudado.

Contudo, isto vai além da conscientização ambiental. Analisando questões econômicas, hoje sabemos que a energia renovável é mais barata que a energia nuclear, a energia fóssil, e até energia do carvão mineral. O carvão mineral foi a forma mais usada de energia no mundo, em meados de 2003, principalmente pelo seu valor econômico baixo. Devido à redução do uso do carvão, hoje a energia renovável nos Estados Unidos da América representa 17% da energia do país.

energia renovável

Energia renovável e a geração de novos empregos

Como a energia renovável faz parte de uma tecnologia relativamente recente, é comum pensar nos impactos econômicos que podem ser causados.

A Irena (Agência Internacional de Energia Renovável) apoia 170 países, incluindo o Brasil, em sua transição para um futuro energético mais sustentável. De acordo com esta organização, no ano de 2018 foram criados 10,3 milhões de empregos para se trabalhar com energia renovável. Embora grande parte destas vagas estão concentradas na Asia; Os Estados Unidos, Brasil, Índia, e Alemanha continuam a ser grandes empregadores neste ramo.

No Brasil, estão sendo criadas, cada ano, milhares de vagas de emprego para profissionais atuarem com geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

Como a Energia Renovável ajuda no desenvolvimento de um país?

Com todas estas mudanças no mercado, temos que nos manter sempre atualizados com relação à introdução das energias renováveis. Não só no Brasil, como no mundo, está sendo requisitado profissionais especializados sobre o assunto. E sem dúvidas, é uma área da engenharia muito interessante para investir o conhecimento.

Veja Também: Aeronaves para produção de energia eólica


Fontes: TheGuardian, LGLSolar

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Engenharia 360

Beatriz Zanut Barros

Engenheira de Energia; formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; com Mestrado em Energia Renovável pela Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona; profissional no setor de armazenamento de energia com vasta experiência em expansão de sistemas de transmissão e análise de mercado de energia em países latino-americanos.