Reatores são utilizados pela engenharia para geração de energia. Ainda não existem modelos de pequenos reatores à venda nas lojas, sobretudo pensando em questões de segurança. Porém, já noticiamos aqui, no Engenharia 360, o experimento de um jovem que conseguiu desenvolver um protótipo em casa com a assistência da IA. Então, ouvimos falar de um tal de “Ovo Nuclear” que poderia ser o primeiro micro reator nuclear pessoal prestes a ser lançado no mercado. Verdade ou farsa?

Bem, imagine ter mesmo um reator nuclear compacto – e seguro, claro -, com capacidade suficiente para abastecer uma casa por dez anos sem necessidade de manutenção. Essa ideia parece até ter saído de um filme de ficção científica. O problema é que o anúncio do Enron Egg era apenas uma sátira da ambição tecnológica humana. Mas, mesmo assim, ficamos pensando: e se essa tecnologia fosse real? Quais seriam as implicações para a engenharia e para a sociedade como um todo? Então, vamos debater o assunto?

The Enron Egg
Imagem de Enron reproduzida de Dailymail

A proposta por trás do projeto Enron Egg

Enron é uma empresa norte-americana de energia, comunicações e serviços. Mas, detalhe, ela declarou falência em 2001, depois de ser vítima de fraudes contábeis e manipulação financeira. Há alguns anos, houve tentativas de resgatar a marca. Só que isso chegou meio em tom de comédia no mercado, evocando a desconfiança do mercado financeiro. O discurso dos seus representantes era o seguinte: “E se existisse um Ovo Nuclear? E se a Engenharia Nuclear pudesse se tornar uma realidade palpável?”.

É claro que podemos admitir que a ideia de ter um dispositivo assim em casa, capaz de gerar energia limpa e abundante, transformaria radicalmente a forma de consumirmos energia. Pense em quanto estamos hoje dependentes de grandes usinas e redes de distribuição. Por certo, isso acabaria sendo drasticamente reduzido, abrindo caminho para uma nova era de autonomia energética. Talvez seja esse o tipo de mensagem que a Enron queira transmitir a todos!

Os desafios técnicos para um reator nuclear doméstico

Por mais que o Enron Egg ou Ovo Nuclear seja uma brincadeira, sua proposta pode inspirar grandes projetos futuros. Em tese, para que algo assim desse certo, seria preciso utilizar um reator de fissão compacto, provavelmente baseado em combustível de hidreto de urânio e zircônio, gerando calor a partir da divisão de átomos, que, posteriormente, seria convertido em eletricidade.

A questão é que, hoje, a engenharia não tem desenvolvido nenhum sistema avançado (de múltiplas camadas) para evitar, num modelo de dispositivo assim, superaquecimentos ou acidentes envolvendo possíveis vazamentos radioativos. Ou seja, não há garantia de segurança! Um micro reator nuclear pessoal representaria sempre um risco catastrófico!

Ademais, não se sabe ainda como seria feito, nesse caso, o descarte do material radioativo ao final da vida útil do pequeno reator; a liberação de um produto assim exigiria mudanças radicais na legislação e normas de segurança. Pense no risco de proliferação nuclear se cada casa do mundo possuísse um dispositivo desses – ainda seria um problema mesmo se o Enron Egg utilizasse urânio com enriquecimento insuficiente para, por exemplo, criação de armas nucleares. Não é à toa que hoje o uso de energia nuclear é algo altamente controlado por órgãos internacionais.

The Enron Egg
Imagem de Enron reproduzida de Dailymail

Alguns especialistas em engenharia garantem que tudo daria certo se o “Ovo Enron” fosse monitorado 24 horas por dia por uma instalação de gerenciamento nuclear. E quem teria acesso a essas informações? Ou como impedir ataques cibernéticos? Já outros especialistas acreditam que a miniaturização de reator nuclear exigiria avanços inimagináveis em ciência dos materiais (criação de materiais resistentes à radiação, ao calor e à corrosão); eles são céticos quanto à viabilidade técnica da proposta.

Os possíveis impactos na engenharia e infraestrutura energética

Como dissemos anteriormente, se o Ovo Nuclear da Enron fosse real, haveria uma transformação sem precedentes no setor elétrico. Para começar, uma descentralização na produção de energia, eliminando a necessidade de redes de transmissão massivas, tornando as usinas de grande porte obsoletas. Por outro lado, a engenharia de redes inteligentes ganharia relevância, ajudando a monitorar e a equilibrar a geração de energia residencial.

Nesse cenário, os engenheiros precisariam aprimorar projetos de integração de múltiplos geradores individuais, também de armazenamento de eletricidade – lembrando que cada casa teria sua própria fonte de energia contínua.

As casas erguidas pelo setor da construção civil precisariam incorporar em planta baixa um espaço para os micro-reatores nucleares. Novos materiais e técnicas seriam desenvolvidos para garantir isolamento adequado e dissipação térmica eficiente. E sistemas de ventilação, barreiras de contenção e protocolos de emergência seriam requisitos obrigatórios nas obras.

As perspectivas para o futuro dos micro reatores nucleares pessoais

Talvez o investimento em um micro reator nuclear pessoal só valesse a pena se o mesmo garantisse pelo menos uns dez anos de energia ininterrupta, não concorda? Entretanto, a produção em massa de reatores ao longo do tempo demandaria um volume gigantesco de urânio e outros materiais. Toda essa atividade de mineração, reaproveitamento de combustível nuclear e gestão de resíduos seria bem desafiante e poderia impactar demais o meio ambiente.

Por outro lado, a democratização de soluções como o Ovo Enron impulsionaria o desenvolvimento econômico em áreas remotas e carentes, onde o acesso à eletricidade é limitado. Além disso, a redução da dependência de combustíveis fósseis poderia mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Então, no fim das contas, será que valeria a pena?

Uma coisa podemos afirmar, toda grande solução de engenharia sempre começou com seus riscos e desafios; pode ser que no fim, tudo dê certo! O importante dessa história do Enron Egg é que ela nos faz pensar fora da caixa, nos permitindo refletir sobre novas possibilidades para o futuro da engenharia. Se um dispositivo assim surgir um dia nas lojas, tomara que ele seja seguro e sustentável, e possamos aproveitá-lo com responsabilidade!

The Enron Egg
Imagem reproduzida de CNET

Veja Também: O que são e como funcionam os reatores nucleares?


Fontes: Forbes.

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A multinacional sul-coreana Hyundai apresentou recentemente uma inovação que promete revolucionar o mundo do trabalho, o X-ble Shoulder, um robô vestível projetado especialmente pensando no trabalhador. O objetivo é poder aumentar a sua força e eficiência, além de segurança em diversos cenários industriais; ao mesmo tempo, oferecendo mais conforto e reduzindo incidências de lesões musculoesqueléticas. Exploramos mais essa inovação no artigo a seguir, do Engenharia 360!

exoesqueleto X-ble Shoulder da Hyundai
Imagem divulgação Hyundai via Pplware Sapo

Características e funcionamento do X-ble Shoulder

O X-ble Shoulder poderia ser chamado de robô industrial, exoesqueleto industrial wearable ou dispositivo vestível. Ele foi desenvolvido pela Hyundai Motor Group Robotics Lab, sendo o primeiro da linha “X-ble”, que promete ser uma nova era de tecnologias de suporte ao trabalhador. A ideia para esse produto é que possa reduzir significativamente a carga nos ombros e nos braços (até 60%) e a tensão nos músculos (até 30%); só que, diferente de modelos similares, não dependeria de alimentação elétrica para operar.

A saber, no caso do X-ble Shoulder, o módulo de compensação muscular gera esse torque de assistência sem necessidade de recarga ou baterias. Por isso, esta é considerada uma solução prática e eficiente!

Vale destacar que o X-ble Shoulder utiliza uma estrutura de múltiplos elos. Na versão básica, consegue oferecer até 2,9 kgf de assistência, sendo recomendado para tarefas dinâmicas. Já na versão ajustável, oferece até 3,7 kgf de assistência, com configuração máxima em ângulo, ideal para tarefas repetitivas. Todavia, ambas possuem ajuste de comprimento entre 406 mm e 446 mm, permitindo liberdade total de movimento entre 0 e 180 graus.

exoesqueleto X-ble Shoulder da Hyundai
Imagem divulgação Hyundai via Pplware Sapo
exoesqueleto X-ble Shoulder da Hyundai
Imagem divulgação Hyundai via Pplware Sapo

Diferenciais do dispositivo X-ble Shoulder

Recapitulando, a Hyundai desenvolveu o X-ble Shoulder com foco em três aspectos principais: segurança, eficiência e conforto. O dispositivo é leve, podendo ser usado por longos períodos sem comprometer a mobilidade do trabalhador. É feito de materiais resistentes, como compostos de carbono. E possui componentes modulares, que podem ser ajustados para se adaptarem a diferentes tipos de corpos e tarefas. Além disso, sendo como um colete, é removível e até lavável, de fácil limpeza e manutenção.

Possibilidades de aplicação do X-ble Shoulder

Para garantir a eficácia de seu novo produto, a Hyundai conduziu entre 2022 e 2024 um teste envolvendo a participação de mais de 300 trabalhadores e especialistas da área de saúde ocupacional. Seu feedback é de que o X–ble Shoulder é, sim, fácil de usar; oferece conforto prolongado; adaptável aos movimentos naturais do corpo humano; e simples de ser limpo e sofrer manutenção.

Desse modo, os desenvolvedores concluíram que este exoesqueleto ou robô vestível tem um grande potencial, assim como imaginavam, podendo impactar diversos setores. Entre as áreas possivelmente beneficiadas estão:

  • Construção Civil: Reduzindo a fadiga em tarefas de levantamento de materiais.
  • Indústria Naval e Aeronáutica: Sendo suporte para trabalhos acima da cabeça.
  • Setor Automotivo: Oferecendo maior precisão e segurança na montagem de peças.
  • Agricultura: Minimizando o impacto do trabalho repetitivo na colheita e poda.
  • Logística: Facilitando o manuseio de cargas e a movimentação de mercadorias.
exoesqueleto X-ble Shoulder da Hyundai
Imagem divulgação Hyundai via Pplware Sapo

Perspectivas para a linha X-ble no mercado de robôs vestíveis

O X-ble Shoulder é a primeira “aventura”, por assim dizer, da Hyundai no mercado de robôs vestíveis; podemos esperar muitas outras grandes inovações pela frente. Neste momento, a empresa já está expandindo a linha X-ble com o X-ble Waist (para a região lombar, especial para o levantamento de cargas pesadas) e o X-ble MEX (para reabilitação motora de pacientes). E é normal que ela foque bem nesse setor do mercado, já que ele está aquecido por conta do aumento da demanda por soluções que melhorem a segurança e eficiência no trabalho.

Agora vamos lhe deixar muito animado, pois temos uma excelente notícia para compartilhar: é que o X-ble Shoulder será lançado no mercado coreano já neste primeiro semestre de 2025.

exoesqueleto X-ble Shoulder da Hyundai
Imagem divulgação Hyundai

A Hyundai planeja expandir as vendas para outros países, como os Estados Unidos e a Europa, em 2026. Lógico que a empresa deve implementar o dispositivo primeiro dentro de suas fábricas. Depois, ela pretende abrir consultoria para outras empresas que desejem implementar a tecnologia em suas operações. O processo incluiria análise de processos e avaliação de adequação.

Veja Também: N Vision 74: O supercarro que combina passado e futuro


Fontes: New Atlas, Hyundai.

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Em dezembro de 2024, a Google revelou o Willow, um chip quântico que, segundo a empresa, opera em múltiplos universos paralelos. Avanços como esse, no setor da computação, prometem revolucionar a maneira como processamos informações. E é claro que, como poderíamos imaginar, já estão provocando debates acalorados sobre as implicações científicas e tecnológicas. Pense bem, estamos diante da possibilidade de resolvermos um dos maiores mistérios da física moderna: a existência de multiverso. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!

chip quântico Willow Google
Imagem gerada em IA Imagen 3 de Gemini

A ciência por trás da computação quântica

Antes de tudo, vale destacar que a computação quântica baseia-se em princípios da mecânica quântica, como a superposição e o entrelaçamento. Ela se vale de qubits que, diferente dos bits, que podem variar entre 0 e 1, podem existir em múltiplos estados e isso simultaneamente, o que favorece a resolução de cálculos complexos a velocidades incríveis.

Os qubits entrelaçados ficam interconectados, influenciando uns aos outros. Mas manter esse estado sempre foi muito difícil para a ciência, já que interferências externas podem facilmente causar interrupções. Mas, agora, com novas abordagens, parece que esse desafio pode ter sido superado.

O fundador do projeto Google Quantum AI, Hartmut Neven, afirmou em entrevistas que o novo produto da Google, o chip Willow, é mais rápido e com desempenho extraordinário, que talvez seja até uma evidência de que estamos vivendo em um multiverso. Traduzindo, parece que, em testes, ele teria “capturado” poder computacional de outros universos. Isso indicaria que a computação quântica, em sua essência, ocorre em múltiplos universos paralelos, uma ideia que sempre é debatida no campo da física quântica. Estamos falando em realidades paralelas!

A tecnologia do novo chip Willow

A saber, o novo chip da Google foi projetado para ser, de fato, uma verdadeira revolução no campo da computação quântica. Ele opera com 105 qubits. E sua principal capacidade é realizar cálculos extremamente complexos em uma fração de tempo impensável para os supercomputadores tradicionais. Para se ter uma ideia, o Willow completou em um experimento uma tarefa que levaria 10 septilhões de anos para um supercomputador comum em menos de cinco minutos!

Pois justamente a velocidade e eficiência do Willow, segundo seus desenvolvedores, são atribuídas à sua capacidade de manter o entrelaçamento quântico por um período suficiente para a realização de cálculos complexos. Inclusive, a capacidade do chip de reduzir erros à medida que o número de qubits aumenta é um passo crucial para a construção de computadores quânticos em larga escala e com correção de erros. Lembrando mais uma vez que um dos principais obstáculos na computação quântica sempre foi a fragilidade dos qubits.

O ceticismo da comunidade científica

A teoria dos universos paralelos é intrigante e um objeto constante de debate e ceticismo na comunidade científica, envolvendo questões sobre os limites da nossa compreensão do universo. Muitos especialistas afirmam que, embora a computação quântica seja um campo promissor, conclusões como a de Hartmut Neven podem ser um pouco apressadas. Talvez o desempenho do Willow não seja extraordinário assim… Fato é que é difícil, por hora, tirar conclusões definitivas sobre o produto e sobre a validade da teoria do multiverso.

chip quântico Willow Google
Imagem gerada em IA Imagen 3 de Gemini

A concorrência pelo menos acredita no poder da computação quântica! Por exemplo, neste momento, a Microsoft está fazendo progressos significativos com o Majorana I, seu chip quântico que utiliza qubits topológicos – já falamos dele no Engenharia 360, clique aqui para ler a matéria completa. E a empresa tem planos de escalar seus chips até um milhão de qubits, o que pode transformar a maneira como processamos informações em áreas como criptografia, medicina e ciência dos materiais.

Enfim, estamos vendo uma corrida pela supremacia quântica: Google versus Microsoft! Então, quem ganha?

As perspectivas para o futuro da computação quântica

O futuro da computação quântica parece vasto e abrangente, principalmente agora que se pode combinar essa tecnologia com tecnologias digitais para criar arranjos híbridos que aumentem a sua eficiência e capacidade de processamento. Estamos à beira de uma revolução tecnológica! É possível que o Willow ofereça provas de que o multiverso existe, abrindo portas para inovações que nunca nem imaginamos serem possíveis. Tem muito “terreno” ainda inexplorado pela ciência. Vamos aguardar para ver o que o futuro nos reserva!

Veja Também: Majorana 1: O Chip Quântico da Microsoft


Fontes: Olhar Digital, Correio Braziliense.

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O alumínio é um dos metais mais comuns e amplamente utilizados na engenharia. E sabe da última? Cientistas da Universidade Ateneo de Manila, nas Filipinas, descobriram como produzir, de forma simples e acessível, um alumínio transparente, conhecido como TALOx. Não, não é ficção científica; e imagine o impacto dessa descoberta em setores como eletrônica, automóveis e construção civil! Exploramos mais essa inovação, com todas as suas possíveis aplicações, no artigo a seguir, do Engenharia 360!

O que é TALOx ou alumínio transparente

O novo alumínio transparente descoberto pelos cientistas das Filipinas é conhecido, como dissemos antes, como TALOx (óxido de alumínio transparente). Ao que tudo indica, ele é um material de excelentes características, com propriedades semelhantes às do vídeo. Por exemplo, alta durabilidade e resistência a arranhões e impactos. Algo semelhante já vinha sendo utilizado no setor de eletrônica e sensores ópticos, sobretudo como revestimento de proteção de dispositivos frágeis. Mas a sua produção sempre foi um desafio!

Tradicionalmente, a fabricação de TALOx exigia processos complexos e caros, envolvendo lasers de alta potência, câmeras de vácuo e ácidos altamente corrosivos. Tudo isso limitava demais a aplicação do próprio material – pelo menos em larga escala -, tornando-o acessível apenas para nichos específicos da indústria.

alumínio transparente
Imagem gerada em IA Imagen 3 de Gemini

O novo método de produção

A nova técnica de produção do TALOx proposta pelos cientistas filipinos é chamada de “anodização em escala de gotículas”. Seria utilizando apenas eletricidade e microgotículas de solução ácida despejadas diretamente sobre pequenas superfícies do metal, em vez de submergir o alumínio em banhos químicos. A saber, a corrente elétrica passada pelo material teria apenas 2 volts – algo comparável com pilhas AA.

O processo todo dura apenas 10 minutos. Então, voilà, temos um alumínio ao nível de transparência semelhante ao vidro.

Quem entende um pouco de física vai entender que o segredo por trás dessa técnica é o fenômeno de eletroumectação, que permite controlar a interação dos líquidos com superfícies sólidas por meio de campos elétricos. Isso torna a anodização mais precisa e eficiente, resultando em um produto final de alta qualidade.

A sustentabilidade e o impacto ambiental

Os pesquisadores da Universidade Ateneo de Manila garantem que o novo método para produção de alumínio transparente é mais barato e eficiente, além de ser mais sustentável. Primeiro porque ele reduz bastante o desperdício químico e o consumo de energia, tornando a fabricação mais limpa e acessível – podemos dizer que até mais verde, em comparação com métodos tradicionais. Tudo isso permite que a adoção do TALOx finalmente possa ser em larga escala.

As possíveis aplicações do TALOx

O TALOx tem potencial para revolucionar realmente muitas áreas da indústria. Imagina telas de smartphones e tablets mais resistentes e painéis solares mais eficientes e duráveis. Na construção civil, poderia ser aplicado em janelas e fachadas de edifícios, tornando-os mais resistentes e eficientes energeticamente. E na indústria automotiva, ser usado em revestimentos de veículos, protegendo-os contra arranhões e impactos.

alumínio transparente
Imagem gerada em IA Imagen 3 de Gemini

Outra ideia de aplicação muito boa para o TALOx ou alumínio transparente é na indústria óptica, em lentes  de câmeras, óculos e outros dispositivos que exigem clareza visual podem se beneficiar dessa inovação. Para completar, o material poderia ser usado em transistores e outros componentes eletrônicos miniaturizados.

As perspectivas para o futuro da microeletrônica

Antes da indústria poder explorar o grande potencial do alumínio transparente, a ciência precisa superar alguns desafios. Por exemplo, para viabilizar a comercialização do material, antes é necessário resolver sua escalabilidade técnica. Mas aplicar em larga escala o TALOx não pode significar comprometer a qualidade dos produtos ou aumentar seus custos. E não podemos nos esquecer da aceitação do mercado e da adaptação dos setores industriais à nova tecnologia. Tudo isso precisa ser considerado!

Com o avanço das pesquisas e o crescente interesse por materiais mais sustentáveis e inovadores, é provável que, em breve, vejamos, sim, o TALOx ou alumínio transparente sendo amplamente utilizado na engenharia. Isso deve impulsionar o aprimoramento da microeletrônica, permitindo a conversão de superfícies metálicas em camadas isolantes e transparentes de grande qualidade. Isso quer dizer dispositivos eletrônicos ainda mais poderosos e compactos.

alumínio transparente
Imagem gerada em IA Imagen 3 de Gemini

Veja Também: Vergalhão de Fibra de Vidro: Como Usar e suas Vantagens


Fontes: Exame, EngenhariaÉ.

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A convergência entre engenharia, biologia e tecnologia vem transformando nossa forma de compreender e tratar o corpo humano. Em uma entrevista exclusiva para o Engenharia360 durante o evento 3DEXPERIENCE World 2025, em Houston, no Texas, Steve Levine compartilhou detalhes sobre o Projeto Living Heart, a construção do gêmeo digital do coração e os desafios e oportunidades associados à integração da simulação computacional aos cuidados de saúde. Confira no artigo a seguir!

O surgimento do Projeto Living Heart

Em um relato que mescla experiência pessoal e visão pioneira, Steve Levine explica os primórdios do Projeto Living Heart. A inspiração surgiu de um desafio íntimo: a condição cardíaca rara de sua própria filha, nascida com um defeito que inverteu as funções dos lados do coração. Segundo Levine, “se você quer entender e simular a vida, que melhor exemplo do que o coração humano?”

“Eu pensei, por que não construir um gêmeo digital do coração? Se aplicássemos a mesma abordagem usada em áreas como a aeroespacial – onde milhares de engenheiros trabalham em colaboração através de plataformas 3D – poderíamos simular com precisão o órgão vital.”

Essa iniciativa partiu da ideia de que os médicos, baseados em poucos dados clínicos, deveriam poder contar com simulações precisas para orientar tratamentos e intervenções.

projeto Living Heart - 3DEXPERIENCE World 2025
Imagens cortesia de Living Heart

Assim, trabalhando em conjunto com especialistas em cardiologia, eletrofisiologia, mecânica dos tecidos e hemodinâmica, a equipe liderada por Levine conseguiu, em apenas um ano, desenvolver um modelo completamente funcional do coração digital. Esse avanço não apenas provou que a ideia era possível, mas também abriu caminho para transformar a estratégia dos estudos e ensaios clínicos na área da saúde.

projeto Living Heart - 3DEXPERIENCE World 2025
Imagens cortesia de Living Heart

O projeto iniciou sua trajetória com a ideia de “harmonizar produtos com a vida e a natureza”, visando criar dispositivos que não apenas funcionassem bem, mas que também contribuíssem para um mundo mais sustentável e centrado no bem-estar humano. Ao fundir ciência dos materiais, dados de imagens de ressonância magnética e tomografias, e avançadas simulações computacionais, a tecnologia evoluiu a ponto de possibilitar o teste digital de dispositivos médicos para obtenção de aprovação regulatória – um feito inédito que trouxe novos paradigmas para o setor.

Veja Também: Living Heart: Projeto de simulação 3D de coração humano

Desafios técnicos e o papel da Inteligência Artificial

Criar um gêmeo digital do coração não foi tarefa simples. Segundo Levine, os principais desafios técnicos envolvem a integração de diversas “físicas” que regem o funcionamento do órgão:

  • Reconstrução 3D a partir de imagens médicas: O modelo é iniciado com a criação da forma anatômica usando dados de ressonância magnética (MRI) e tomografias (CT), que são convertidos em objetos tridimensionais.
  • Aplicação de propriedades dos tecidos e sistemas elétricos: O coração é um órgão eletromecânico, combinando estrutura mecânica, dinâmica de fluidos e campos elétricos. Cada um desses elementos é modelado e integrado em uma simulação que permite observar desde o movimento das válvulas até a condutividade elétrica dos tecidos.
  • Modelos multiescala: A simulação digital deve abranger desde interações moleculares – como as que ocorrem entre proteínas e DNA – até o comportamento do órgão em nível macroscópico. Isso é fundamental para testar, por exemplo, o efeito de um novo medicamento em diferentes níveis de complexidade.

Para gerir tais desafios, a inteligência artificial (IA) desempenha papel crucial durante o desenvolvimento e a operação dos modelos. Como Levine destaca:

“A IA não só acelera o processo de modelagem, mas também agrega a capacidade de interpretar grandes volumes de dados, permitindo uma simulação robusta e mais precisa das operações do coração.”

Integrar a IA ao processo de simulação permite a análise de dados em tempo real e a adaptação dos modelos com base em novas informações, aumentando a confiabilidade dos testes virtuais e reduzindo a dependência de ensaios clínicos em humanos. Essa abordagem traz benefícios significativos, como a redução de custos e a possibilidade de testar tratamentos em coortes virtuais que replicam a diversidade da população real.

projeto Living Heart - 3DEXPERIENCE World 2025
Imagens cortesia de Living Heart

Barreiras para a adoção dos modelos computacionais na Medicina

Embora os avanços tecnológicos sejam inegáveis, a adoção de modelos computacionais na medicina enfrenta desafios em várias frentes:

1. Resistência dos profissionais de saúde

Historicamente, muitas práticas médicas foram desenvolvidas sem o auxílio direto da tecnologia digital. Assim, há uma certa relutância em adotar novas ferramentas que, à primeira vista, parecem complexas ou desconectadas da prática clínica tradicional. Levine comenta:

“Inicialmente, a maior barreira foi a percepção de que o corpo humano é tão imprevisível que a simulação não seria capaz de capturar a complexidade do funcionamento real. Mas, com o tempo, os médicos começaram a perceber que a máquina não era mais inteligente – ela apenas possuía mais informações.”

2. Questões regulamentares e de privacidade

A recente publicação das diretrizes da FDA para o uso dos gêmeos digitais abre novas portas, mas ainda persiste a desconfiança ligada a dados pessoais e à privacidade dos pacientes. No entanto, as simulações baseadas em informações físicas e anatômicas não dependem do armazenamento massivo de dados pessoais, o que representa um avanço na proteção da privacidade.

3. Educação e capacitação

Outra barreira importante é o tempo necessário para treinar os profissionais de saúde a incorporar essas novas tecnologias na prática clínica. Levine enfatiza que a formação médica, tradicionalmente baseada em experiência prática adquirida ao longo de anos, precisa integrar as novas ferramentas digitais desde os primeiros momentos da carreira dos profissionais.

“Quando se trata de treinamento, os novos médicos precisam praticar com modelos virtuais. Esse aprendizado acelerado não apenas os prepara para lidar com tratamento de doenças em ambientes controlados, mas também cria uma nova geração de profissionais mais aptos a operar em um cenário digital,” afirma Levine.

Essa integração gradual pode levar alguns anos, mas as expectativas são de que, em breve, as universidades e programas de residência em medicina comecem a incluir a modelagem digital como parte essencial do currículo.

projeto Living Heart - 3DEXPERIENCE World 2025
Imagens cortesia de Living Heart

Impacto dos gêmeos digitais na Medicina personalizada e no ensino

Um dos aspectos mais empolgantes da utilização dos gêmeos digitais é a possibilidade de transformar a medicina personalizada. Ao invés de aplicar tratamentos com base em dados genéricos, cada paciente pode ter seu próprio modelo digital – uma réplica virtual que captura não apenas a estrutura física, mas também as particularidades e as condições de saúde ao longo do tempo.

Benefícios para os pacientes

Com o gêmeo digital, os médicos poderão realizar simulações prévias ao tratamento, ajustando intervenções conforme a resposta virtual do paciente. Esse recurso tem o potencial de reduzir a necessidade de testes extensivos em pacientes reais e, ao mesmo tempo, melhorar a precisão dos tratamentos, evitando, por exemplo, ajustes inadequados em intervenções cardíacas e cirurgias complexas.

Além disso, os diagnósticos poderão ser realizados com base em informações acumuladas por meio de dispositivos conectados (como smartwatches), que monitoram sinais vitais e comportamentos diários, integrando esses dados no modelo virtual para avaliar a evolução da saúde do paciente.

projeto Living Heart - 3DEXPERIENCE World 2025
Imagens cortesia de Living Heart

Transformação no ensino e na prática clínica

A aplicação dos gêmeos digitais transcende o ambiente clínico. No ensino, há um vasto potencial para a simulação de cenários que antes só poderiam ser construídos a partir de casos reais. Levine enfatiza que a experiência prática com simulações virtuais permitirá aos novos médicos vivenciar uma gama diversificada de situações em um curto período de tempo, acelerando assim o aprendizado e a capacidade de resposta a crises médicas.

“Imagine que, em vez de esperar anos para ver um espectro diversificado de condições, os alunos de medicina possam interagir com centenas de casos virtuais, em que cada ‘paciente’ reage de maneira única conforme sua história.”

Além disso, a colaboração entre diferentes especialidades tende a se intensificar, uma vez que os profissionais poderão trabalhar em conjunto na plataforma virtual para analisar e testar tratamentos, promovendo uma abordagem integrada e sistêmica da saúde.

projeto Living Heart - 3DEXPERIENCE World 2025
Imagens cortesia de Living Heart

Lições para o futuros dos engenheiros

Para os estudantes de engenharia, o relato de Steve Levine traz lições valiosas sobre a importância da interdisciplinaridade e da busca por soluções inovadoras. O futuro da engenharia está intrinsecamente ligado à capacidade de integrar conhecimento de diversas áreas – da mecânica e da física à biologia e à informática. Entre os principais aprendizados, destacam-se:

  • Visão sistêmica: Entender que o corpo humano, assim como uma máquina complexa, funciona com interfaces padronizadas entre seus componentes. Essa percepção pode inspirar novos projetos que integrem a engenharia humana com dispositivos eletrônicos e digitais.
  • Inovação baseada em dados reais: A reconstrução de modelos virtuais a partir de dados reais (como imagens médicas) demonstra como a coleta, organização e interpretação de dados são fundamentais para avançar em inovações.
  • Integração de tecnologias emergentes: O uso da inteligência artificial para aprimorar simulações e a integração entre múltiplos domínios do conhecimento representam um horizonte desafiador e gratificante para os engenheiros do futuro.
  • Impacto social e ético: Levar em conta as implicações éticas e o impacto direto sobre a vida das pessoas deve ser um componente central no desenvolvimento tecnológico. A experiência pessoal de Levine, ao ver sua filha se tornar uma inspiração e profissional dedicada, ressalta a importância de utilizar a tecnologia para salvar e melhorar vidas.

“Se você deseja construir algo que dure e seja verdadeiramente impactante, é essencial que compreenda não só os aspectos técnicos, mas também como essas inovações se conectam à vida real das pessoas,” conclui Levine.

À medida que a comunidade médica avança na integração dos gêmeos digitais aos processos clínicos e os órgãos virtuais ganham a confiança dos reguladores e dos consumidores, o futuro da engenharia biomédica se mostra promissor e repleto de desafios inspiradores. A inovação que hoje nasce de uma experiência pessoal tem o potencial de transformar a forma como enxergamos a saúde e de abrir novas trilhas no ensino e na prática da engenharia.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Parece que a ficção científica está se tornando realidade, afinal! Olha que loucura a nova invenção dos cientistas japoneses: trata-se de um dispositivo que usa IA e neurociência para gravar sonhos e transformá-los em representações visuais em três dimensões. Imagine você poder revisar, ao acordar, todos os sonhos que teve durante a noite, explorando todos os detalhes do seu subconsciente como se estivesse em um filme. Seria incrível, não é?

Contando assim, parece algo surreal, muito distante de uma realidade tangível; até mesmo um enredo escrito especialmente para um episódio do seriado ‘Black Mirror’. Mas fato é que as tecnologias estão evoluindo e devem transformar essa ideia em um acontecimento do nosso cotidiano. O Engenharia 360 debate mais o assunto no artigo a seguir. Confira!

A ciência por trás do novo dispositivo

O cérebro humano é uma máquina incrível, quase como um supercomputador, que fica trabalhando o tempo todo, até mesmo enquanto dormimos. A fase mais interessante do seu funcionamento, segundo os cientistas, é quando atingimos o sono REM (movimento rápido dos olhos), estágio em que os sonhos ficam mais vívidos, um terreno fértil para a imaginação florescer. E foi justamente nesse ponto que os cientistas japoneses resolveram concentrar sua atenção.

dispositivo de IA capaz de gravar sonhos
Imagem meramente ilustrativa gerada em IA de Imagen 3

Os pesquisadores asiáticos testaram utilizar uma combinação de ressonância magnética funcional e Inteligência Artificial para mapear e traduzir impulsos cerebrais de humanos. Quanto os participantes dos testes entravam no estágio de REM, eram gentilmente despertados e convidados a descrever o conteúdo de seus sonhos. Esse processo foi repetido inúmeras vezes, resultando em um vasto campo de dados (padrões) de imagens cerebrais e narrativas.

Na fase seguinte, esses dados foram repassados para um software de computador, gerando algoritmos para aprendizado de máquina. É com isso agora que os cientistas trabalham para que o novo dispositivo possa prever sonhos com precisão de até 70%. Se a tecnologia der mesmo certo, como eles garantem, será um grande avanço no entendimento da mente humana, abrindo portas para novas possibilidades de exploração.

O funcionamento do dispositivo gravador de sonhos

O novo dispositivo supostamente criado pelos cientistas japoneses deve funcionar se valendo de sensores de eletroencefalografia (EEG) para captar a atividade cerebral durante o sono REM. Também ressonância magnética funcional, para gerar representações tridimensionais do cérebro, mapeando as sinapses cerebrais ativas e transformando-as em imagens visuais. Por fim, Inteligência Artificial, aplicando algoritmos para analisar as imagens capturadas – essencial para decodificar os sonhos e reproduzi-los depois em 3D.

O interesse da ciência pela decodificação dos sonhos

A ideia de decodificar sonhos não é nova, mas isso nunca chegou nem perto de ser possível no passado. O que mudou agora? É que avançamos demais com as tecnologias. O Japão é especialmente um país que domina demais soluções de IA e neurociência. Eles têm um grande interesse em utilizar o novo dispositivo para auxiliar profissionais da área da saúde a entender profundamente as emoções, memórias e até mesmo distúrbios psicológicos manifestados em humanos.

Sabe-se tão pouco sobre transtornos como insônia, ansiedade, estresse pós-traumático, medos e fobias, ou qual a razão de tantas pessoas terem pesadelos constantes. Agora parece que estamos, finalmente, bem perto de entender melhor a natureza desses problemas. Qual a vantagem? Obter insights! Poder desenvolver tratamentos mais personalizados, se assim for o caso, baseados nas experiências subjetivas de cada indivíduo, melhorando a eficácia terapêutica e proporcionando um cuidado mais individualizado.

dispositivo de IA capaz de gravar sonhos
Imagem meramente ilustrativa gerada em IA de Imagen 3

As possíveis aplicações e possibilidades de uso do dispositivo

  • Para criadores de conteúdo e artistas: Permite visualizar e registrar ideias criativas surgidas durante o sono para usar como base em obras de arte, filmes ou livros.
  • Saúde mental: Pode revolucionar o tratamento de distúrbios psicológicos, oferecendo insights sobre traumas e emoções ao analisar os sonhos.
  • Autoconhecimento: Ajuda a explorar desejos, medos e motivações ocultas nos sonhos, promovendo o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal.
  • Criatividade: Proporciona inspiração para artistas, escritores e músicos ao revisitar e reviver sonhos para novas formas de expressão criativa.
  • Pesquisa científica: Oferece uma nova maneira para neurocientistas estudarem o cérebro, desvendando os mistérios do sono, memória e consciência.

Veja Também: Novidades tecnológicas para você dormir melhor

As perspectivas para o lançamento da nova tecnologia

Finalmente, a pergunta que não quer calar: quando o gravador de sonhos chegará ao mercado? Bem, você ficará triste com nossa resposta, mas não há ainda uma previsão exata de quando o dispositivo será produzido em grande escala e lançado para o público. Os cientistas continuam aprimorando a tecnologia, sobretudo para melhorar a questão de resolução das imagens e aumentar a precisão da decodificação dos sonhos.

Antes disso, precisamos debater a ética em torno dessa tecnologia. Por exemplo, será que alguém teria acesso, via IA, às informações coletadas em nossos sonhos? Como ficaria a questão da privacidade? E ainda precisamos destacar que interpretação de sonhos sempre será algo complexo e subjetivo. Então, mesmo que uma IA crie imagens com base na atividade cerebral de alguém, a compreensão dessas imagens vai depender da própria pessoa. Todavia, não podemos negar que a possibilidade de podermos gravar sonhos é mesmo fascinante.


Fontes: MSN, Showmetech, Correio 24 Horas.

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Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

A gigante de tecnologia Microsoft anunciou recentemente o desenvolvimento de um novo chip revolucionário, o Majorana 1. O mesmo seria alimentado por qubits topológicos e construído de um material chamado topocondutor. A promessa é causar uma verdadeira revolução no setor de computação quântica – utilizada na resolução de problemas complexos em escala industrial. Quer entender melhor quais as implicações disso na engenharia? Então, leia o artigo a seguir, do Engenharia 360!

chip quântico da Microsoft
Imagem reproduzida de Microsoft via Olhar Digital

Por que o Majorana 1 é tão especial?

Segundo os desenvolvedores da Microsoft, o chip Majorana 1 se vale de um novo tipo de material supercondutor capaz de criar um estado da matéria como nunca antes explorado. Eles chamam isso de ‘supercondutividade topológica’, uma propriedade que permitiria que os qubits sejam mais estáveis e menos suscetíveis a erros. Para a empresa, tal descoberta se compara à invenção dos semicondutores, que ajudaram a revolucionar a eletrônica, permitindo a criação de smartphones e computadores modernos. O que está pela frente são super computadores quânticos!

Vale destacar neste ponto do texto que a dita “chave para tornar os computadores quânticos uma realidade industrial” é a escalabilidade. Esse é um grande desafio da engenharia de computação! Pelo que consta, o Majorana 1 tem uma arquitetura diferente, que permitiria a expansão de até um milhão de qubits, o que, segundo especialistas, seria essencial para a resolução de problemas reais de grande complexidade, respondendo questões como decomposição de microplásticos e criação de materiais autorreparáveis.

chip quântico da Microsoft
Imagem reproduzida de Microsoft via Olhar Digital

O topocondutor

Como explicamos antes, o topocondutor é utilizado no chip Majorana 1 da Microsoft. Trata-se de um material desenvolvido a partir da combinação de arseneto de índio e alumínio. Ele permite a formação das partículas de Majorana, essenciais para o funcionamento, portanto, dos qubits topológicos (os “blocos de construção” dos computadores quânticos) mais estáveis, rápidos, pequenos, confiáveis e escaláveis.

É importante dizer que, nesse caso, o controle digital dos qubits (via pulsos digitais para conectar e desconectar pontos quânticos) possibilita um gerenciamento muito mais prático e eficiente do que as abordagens tradicionais já testadas, que dependem de sinais analógicos complexos. Aliás, esse modelo de controle simplifica a correção de erros quânticos.

Quais as possíveis aplicações do Majorana 1?

Já se sabe que o avanço anunciado pela Microsoft pode transformar setores como ciências dos materiais, meio ambiente, saúde, agricultura e Inteligência Artificial, impulsionando a humanidade rumo a um futuro tecnologicamente inédito. A computação quântica aliada à IA deve permitir o desenvolvimento de novos materiais, criação de catalisadores de decomposição de poluentes, otimização do uso de enzimas para tratamentos médicos e melhora de produção de alimentos, e simulação de reações químicas complexas para desenvolvimento de novos medicamentos.

O desenvolvimento e aprimoramento do chip Majorana 1 certamente vai impactar a engenharia, transformando todas as suas áreas. Essa sua capacidade de resolver problemas complexos em escala industrial pode levar a inovações diversas. Mas tudo ainda são promessas. Os próprios cientistas sabem que, antes, precisam superar certos desafios para que a tecnologia possa ser amplamente utilizada.

chip quântico da Microsoft
Imagem reproduzida de Microsoft via Olhar Digital

Quais as perspectivas para o futuro da computação quântica?

Podemos estar diante do início de uma nova era na computação!

Neste momento, o foco da Microsoft é a integração das soluções para construção de computadores quânticos funcionais e tolerantes a falhas em escala industrial. A próxima fase envolve aprimorar os processos de fabricação e garantir que todos os elementos do sistema quântico funcionem juntos e de forma eficiente.

Se tudo correr conforme o planejado, poderemos ver uma revolução semelhante à que ocorreu com a popularização dos computadores pessoais – mas, desta vez, impactando todas as indústrias de forma exponencial. O que você acha disso? Escreva suas opiniões sobre o caso na aba de comentários logo abaixo!

Veja Também: Microsoft aposta em tecla IA Copilot no teclado do Windows


Fontes: Olhar Digital.

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A medicina sempre foi muito beneficiada pelos avanços das tecnologias, tendo nelas auxílio no tratamento de doenças e prevenção de complicações. Uma grande novidade anunciada recentemente pelos cientistas é a ferramenta de IA desenvolvida na Universidade de Stanford, na Califórnia, capaz de diagnosticar várias condições de saúde, como diabetes tipo 1, HIV e Covid-19. E quer saber a melhor parte? Tudo isso com apenas uma única amostra de sangue.

O estudo foi originalmente publicado na renomada revista Science, em fevereiro de 2025, destacando a importância dessa descoberta para o setor de diagnóstico médico. Agora, o Engenharia 360 compartilha alguns detalhes no artigo a seguir. Confira!

ferramenta de IA para diagnósticos médicos
Imagem gerada em IA Imagen 3

A IA utilizada para o diagnóstico médico

Imagine um exame de sangue tão completo capaz de revelar múltiplas condições de saúde de uma só vez. É isso o que propõem os pesquisadores de Stanford com a sua nova ferramenta de IA. A saber, a nova tecnologia ajudaria a diagnosticar simultaneamente diversas infecções e doenças com base em uma análise de sequências de células imunes em amostras de sangue.

Antes de explicarmos melhor como tudo isso funciona, vale comentar um pouco sobre como o sistema imunológico humano funciona. Pois bem, trata-se de uma máquina complexa e sofisticada, como um supercomputador capaz de registrar um histórico detalhado de todas as doenças e infecções que já enfrentamos. Tais registros ficam armazenados especialmente nas células B e T, dos tipos de glóbulos brancos que possuem um papel muito importante na defesa do nosso organismo.

Resumidamente, as células B produzem anticorpos; já as células T atuam para gerar respostas imunológicas ou para destruir células infectadas. Então, quando uma pessoa fica doente, o número de células B e T podem aumentar significativamente, produzindo receptores específicos em sua superfície, como “chaves” para identificar e combater os “invasores do mal”. À medida que os cientistas decifram o sequenciamento dessa codificação, conseguem entender o histórico das doenças no nosso corpo, como se pudessem ler o “diário do sistema imunológico”.

ferramenta de IA para diagnósticos médicos
Imagem gerada em IA DALL·E

O funcionamento da nova ferramenta de IA

Os cientistas norte-americanos explicam que a inovação na nova tecnologia está ligada ao uso de sequências genéticas de células do sistema imunológico. De uma maneira muito resumida, eles explicam que puderam sequenciar os genes que codificam os receptores das células. Então, deram essas informações das células do sistema imunológico humano para a IA “ler” rapidamente esse histórico de doenças que enfrentamos. E a tecnologia se mostrou capaz de dar uma visão única da saúde dos pacientes, identificando múltiplas doenças simultaneamente tomando como base padrões associados.

É impressionante! Em testes, ao examinar milhões de receptores, a IA conseguiu distinguir o que eram indivíduos saudáveis e aqueles com Covid-19, HIV, diabetes tipo 1, lúpus ou que tomaram a vacina da gripe recentemente. Foram 593 participantes do experimento, com a Inteligência Artificial alcançando uma precisão de 0,986 em uma escala de 0 a 1, onde 1 representa a perfeição. É uma precisão bem alta!

“Pegadas” no nosso sistema imunológico

Sabe como a nova ferramenta de IA identificou as doenças nos exames? Pelas “pegadas” em nosso sistema imunológico. Doenças como diabetes tipo 1 e lúpus deixam sinais mais marcantes nos receptores das células T, enquanto infecções virais, como Covid-19 e HIV, são mais evidentes nas células B. Essa combinação de informações permite uma análise mais abrangente e precisa, dando aos médicos uma visão melhor do que está acontecendo no corpo dos pacientes.

ferramenta de IA para diagnósticos médicos
Imagem gerada em IA Imagen 3

O impacto da nova ferramenta no futuro da medicina

Os cientistas de Stanford garante que a ferramenta de IA que eles desenvolveram tem muito potencial, mas que ainda não está pronta para uso clínico – que pena. Ela precisa de ajustes na sua capacidade de análise, podendo, em breve, diferenciar melhor as doenças em estágios diferentes ou até mesmo identificar subtipos de condições, ideal para a proposta de tratamentos personalizados. Isso porque, hoje, essa IA só consegue diferenciar condições com sintomas muito semelhantes.

De todo modo, já podemos vislumbrar um futuro em que usaremos essa ferramenta de IA para identificar nuances em um paciente e adaptar o tratamento de acordo com essas especificidades, algo que exames atuais não conseguem fazer. Os pesquisadores devem trabalhar agora para aprimorar a tecnologia até que ela seja precisa e confiável o suficiente para ser utilizada em larga escala. Melhor ainda se um dia ela for também acessível a todos, não é mesmo?

Veja Também: Adesivo ajuda regular nível de glicose no sangue de diabéticos


Fontes: Revista Galileu.

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A Usina Nuclear Angra 2 faz parte do complexo nuclear Almirante Álvaro Alberto, localizado em Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro. O complexo conta com Angra 1, Angra 2 e Angra 3 (ainda em construção), sendo uma das principais fontes de energia nuclear do Brasil.

Especialmente Angra 2, inaugurada em 2000, é responsável por gerar energia elétrica a partir da fissão nuclear, um processo que produz calor utilizado para gerar vapor d’água e movimentar turbinas. Essas turbinas, por sua vez, acionam geradores que fornecem eletricidade para diversas regiões do Brasil. Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para saber mais!

Usina de Angra dos Reis - Angra 2
Imagem de IAEA Imagebank em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Angra_04780011_(8388174267).jpg

O que aconteceu com a Usina Nuclear Angra 2

Em 25 de dezembro de 2024, um vazamento no núcleo do reator de Angra 2 foi descoberto. O vazamento ocorreu no primeiro selo do núcleo, que é um dos componentes críticos para impedir a liberação de radioatividade. De acordo com o manual da usina, esse tipo de falha deve ser corrigido imediatamente, exigindo o desligamento da usina para a troca da peça comprometida.

Contudo, a atual gestão da Eletronuclear decidiu, por razões ainda desconhecidas da mídia, aguardar o reparo para a próxima manutenção programada, que só ocorrerá dentro de 12 meses. Essa decisão tem gerado preocupação entre os funcionários e especialistas da área. Eles acreditam que, embora o dreno de segurança ainda esteja funcionando, ele pode não suportar a carga por um período indeterminado sem comprometer outras peças do reator.

Os riscos de um drande vazamento em Angra 2

Um acidente nuclear grave, como o LOCA (Loss of Coolant Accident), poderia levar à fusão do núcleo do reator e à liberação de grandes quantidades de radioatividade. A área de exclusão ao redor da usina teria que ser evacuada, e os efeitos da radiação se espalhariam por centenas de quilômetros.

Caso ocorresse realmente um grande vazamento no núcleo do reator, as consequências poderiam ser catastróficas para a população brasileira.

1. Liberação de material radioativo

A exposição à radiação ionizante pode causar uma série de problemas de saúde, como câncer, doenças cardiovasculares, mutações genéticas e malformações congênitas. O contato direto com a radiação pode resultar em síndromes de radiação aguda, que podem ser fatais. Em verdade, os efeitos da radiação podem levar anos para se manifestar, tornando difícil a identificação das vítimas.

2. Contaminação do meio ambiente

A água utilizada no resfriamento do reator pode ser contaminada e atingir o oceano, impactando a vida marinha e os ecossistemas da região. Além disso, a liberação de radioatividade no meio ambiente causaria contaminação do ar, da água e do solo, afetando a saúde de milhões de pessoas. E, finalmente, a radiação pode se espalhar pelo solo e afetar a agricultura local, comprometendo a segurança alimentar.

Usina de Angra dos Reis - Angra 2
Imagem de chensiyuan em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Angra_dos_Reis#/media/Ficheiro:1_angra_dos_reis_panorama_2010.jpg

3. Evacuação em massa

Em caso de vazamento severo, uma vasta área ao redor da usina precisaria ser evacuada, afetando milhares de moradores de Angra dos Reis e regiões vizinhas. A evacuação traria impactos econômicos e sociais, com deslocamento forçado de famílias e fechamento de comércios e indústrias locais.

4. Impacto na infraestrutura energética brasileira

O desligamento emergencial de Angra 2 comprometeria o fornecimento de eletricidade para várias regiões do país, podendo gerar apagões e aumento no custo da energia.

Usina de Angra dos Reis - Angra 2
Imagem de Mike Peel em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Around_Paraty,_Brazil_2018_250.jpg

A importância da manutenção e da segurança nuclear

Os acidentes nucleares de Chernobyl (1986) e Fukushima (2011) servem como alertas para os riscos da energia nuclear. Ambos os eventos causaram a evacuação de milhares de pessoas, a contaminação de grandes áreas e impactos duradouros na saúde e no meio ambiente.

A segurança nuclear deve ser a prioridade máxima em qualquer usina nuclear. A manutenção preventiva, a inspeção rigorosa e o treinamento constante dos funcionários são essenciais para evitar acidentes. A decisão de adiar o reparo em Angra 2 pode, infelizmente, colocar em risco a segurança da população brasileira.

O futuro de Angra 2 e a energia nuclear no Brasil

O futuro de Angra 2 e da energia nuclear no Brasil é incerto. A decisão da nova gestão da Eletronuclear de adiar o reparo do vazamento levanta questionamentos sobre a segurança da usina. A população brasileira precisa estar informada sobre os riscos e participar do debate sobre o futuro da energia nuclear no país.

Veja Também: O que são e como funcionam os reatores nucleares?


Fontes: R7, ND+.

Imagem de capa: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Around_Paraty,_Brazil_2018_239.jpg

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Neste fevereiro de 2025, o Oscar, prêmio da academia de cinema americana, homenageou com a estatueta de melhor filme o longa “O Brutalista”, vagamente inspirado na vida e obra do arquiteto húngaro Marcel Breuer. Apesar de ter agradado ao público, a obra caiu em desprezo entre os historiadores especialistas em design. Primeiro, eles questionaram se esse profissional de fato era brutalista, depois porque a inteligência artificial teria sido usada para gerar renders considerados modelos digitais ruins. Para completar, há diversas distorções com o que poderia ter acontecido na vida real. 

Sabe-se que ex-alunos e ex-professores da Escola Bauhaus, como Walter Gropius, antes do ápice da Segunda Guerra, seguiram sobretudo rumo à América. Eles chegaram a países como os Estados Unidos como profissionais famosos, sendo recebidos em cargos de prestígio em lugares como a Universidade de Harvard.

Controvérsias à parte, não se pode tirar méritos do filme. E podemos nos aprofundar no seu tema para aprender ainda mais. Afinal, o que foi o Brutalismo, na prática? Confira no artigo a seguir, do Engenharia 360!

Surgimento do Estilo Brutalismo

O estilo arquitetônico Brutalismo surgiu na primeira metade do século XX, com o auge nas décadas de 1950 e 1970, resistindo até os dias atuais, influenciando diversas formas de arte e design. Chegou a ser considerado como parte do Movimento Moderno. E no Brasil ganhou força com protagonistas como Paulo Mendes da Rocha, João Vilanova Artigas e Lina Bo Bardi.

São exemplos de obras brutalistas no Brasil:

  • Tribunal de Justiça do Estado do Piauí
Brutalismo
Imagem de Moacir Ximenes em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Tribunal_de_Justi%C3%A7a_do_Estado_do_Piau%C3%AD#/
media/Ficheiro:Pal%C3%A1cio_do_TJ_do_Piau%C3%AD.JPG
  • Centro de Exposições do Centro Administrativo da Bahia
Brutalismo
Imagem de Gabriel Fernandes em Wikipédia – https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Centro_de_exposi%C3%A7%C3%B5es_do_centro_administrativo_da_bahia_%2849036429117%29.jpg
  • Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
Brutalismo
Imagem de Arte Fora do Museu em Wikipédia – https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Faculdade_de_Arquitetura_e_Urbanismo_-_USP_01.jpg
  • Ginásio do Clube Atlético Paulistano
Brutalismo
Imagem reproduzida de WikiArquitectura – https://pt.wikiarquitectura.com/constru%C3%A7%C3%A3o/ginasio-do-club-atletico-paulistano/
  • Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Brutalismo
Imagem de Halley Pacheco de Oliveira em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/Museum_of_Modern_Art,_Rio_de_Janeiro#/media/File:MAM_-_Museu_de_Arte_Moderna_do_Rio_de_Janeiro_02.jpg
  • CEASA de Porto Alegre
Brutalismo
Imagem de Acervo UniRitter reprodução via ArchDaily

Vale destacar que o nome ‘Brutalismo’ deriva da palavra francesa ‘brut’, que significa ‘cru’ ou ‘bruto’.

Características construtivas do Brutalismo

As obras em estilo brutalista exploraram bastante o concreto como o material central. Inclusive, os designers fizeram questão de deixar a textura e a superfície do concreto bem visíveis, muitas vezes sem revestimento ou acabamento adicional. Então, recapitulando, a essência do brutalismo seriam as estruturas maciças e o concreto aparente. Além disso, podemos destacar a funcionalidade acima da ornamentação e o impacto visual poderoso.

Não à toa, os edifícios brutalistas eram associados a instituições públicas, como universidades e sedes governamentais – arquitetura como ferramenta para igualdade social e bem-estar público.

Veja Também: Modernismo brasileiro, Paulo Mendes da Rocha e a nova monumentalidade

Características arquitetônicas do Brutalismo

Durante décadas, os críticos tiveram dúvidas em como avaliar o Brutalismo – tem quem ame e quem odeie. Especialistas alegam que o estilo é “frio” e “opressor”. Mas, apesar disso, ele tem sido renovado e revalorizado continuamente ao longo dos anos no mundo do Design.

Identificaram um exemplar, até que é fácil. Basta reconhecer estas características:

  • O brutalismo frequentemente apresentava formas simples e geométricas, com blocos retangulares, Torres, cubos e cantos angulares pronunciados.
  • As estruturas tendiam a ser massivas e imponentes, dando a impressão de monumentalidade.
  • Quase sempre as edificações possuíam o layout de espaços internos simples e bem definidos, com integração com o ambiente e circundante.
  • Também era raro a inclusão de elementos decorativos extravagantes ou fachadas ornamentadas, até porque a ênfase era dada na estrutura em si.
  • Os edifícios eram projetados para atender às necessidades práticas das pessoas que os utilizavam.
  • Para finalizar, vigas e colunas eram muitas vezes deixadas visíveis.

Fato é que a presença dominante do Brutalismo criava um senso de lugar e identidade, mesmo que muitos não conseguissem compreender.

Brutalismo
Imagem de andrewjsan em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Boston_City_Hall_exterior_02.jpg
Brutalismo
Imagem de José Gregorio Ferrer em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Vista_Teatro_teresa_carre%C3%B1o.jpg

Brutalismo como expressão social

Ao longo do tempo, o Brutalismo sofreu derivações dos seus significados. Vários edifícios e objetos foram – forçadamente – classificados como tal, via recorte temporal ou aproximação plástica.

Interpretações à parte, a arquitetura brutalista serviu como expressão da vida social e política de uma época; foi a expressão de uma era, rompendo com o passado e desafiando o tradicional. Muitos projetistas governamentais adotaram o estilo para seus projetos habitacionais – talvez porque pensassem que se tratava de um modelo simples de erguer ou a tentativa de expressar igualdade e coletivismo. O problema é que essa falta de ostentação e extravagância foi interpretada erroneamente como alienação e falta de personalidade ou identidade, quando, na verdade, era pura autenticidade e inovação.


Fontes: Wikipédia, O Globo, ArchDaily, Casa Cor.

Imagem de capa: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Museu_de_Arte_Moderna,Rio_de_Janeiro(2001).jpg

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.