Em certo momento do modernismo brasileiro, os arquitetos no país resolveram explorar conceitos e fizeram propostas para a vida comunitária e uso do concreto armado e aço.
O modernismo foi um dos períodos mais emblemáticos da história da arquitetura mundial. Desde o seu início – ainda com os movimentos de vanguarda, no final do século XIX -, a expressão dos seus artistas foi notável. De fato, foi uma fase de muita intensidade conceitual, e não só no exterior, mas no Brasil também. Aqui em nosso país, o modernismo brasileiro revelou grandes nomes e mais movimentos, como o Brutalismo, Paulo Mendes da Rocha e a Escola Paulista.

O modernismo brasileiro
Vamos falar um pouco sobre o modernismo brasileiro. Certos aspectos de sua história chamam bastante a atenção. Por exemplo, por aqui, vários profissionais se espelharam em boas referências de arquitetura internacional, como Mies van der Rohe e Le Corbusier. Contudo, eles adaptaram as suas ideias às necessidades da nação ao qual pertenciam. Muitos seguiram, justamente, esta vocação social, criando estruturas capazes de regenerar o contexto urbano caótico e desarticulado das cidades brasileiras.
São nomes importantes do modernismo brasileiro: Lina Bo Bardi, Eduardo Reidy, Rino Levi, Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha.

O brutalismo do modernismo brasileiro
O brutalismo é um excelente exemplo de expressão arquitetônica do modernismo brasileiro dos anos 50 e 60. Em parte inspirado pelo brutalismo britânico, tem como principais características a abstração e simplificação de planos e linhas – tendo volumes com absolutamente nada de ornamentos. Seus edifícios demonstram solidez e texturas, sendo a maior parte construída em concreto armado e aço.
E o resultado disso é edifícios grandiosos, considerados até mesmo como uma “nova monumentalidade”, nada menos do que a prova irrefutável do alto domínio tecnológico destes projetistas – algo, talvez, jamais atingido de novo pela arquitetura brasileira!

Paulo Mendes da Rocha e a Escola Paulista
Um dos grupos de maior prestígio do modernismo brasileiro é a Escola Paulista. Um de seus representantes é o saudoso arquiteto Paulo Mendes da Rocha. As obras deste artista demonstram um caráter socialmente responsável. Havia uma vontade de estabelecer uma “nova ordem urbana à escala do homem moderno”. Ou seja, uma perspectiva nova, possivelmente potencializando a vida comunitária e os contatos humanos.
Os edifícios criados pela Escola Paulista apresentam formas fechadas para o exterior; em geral, são caixas elevadas sobre pilotis, com estruturas e instalações expostas, pátios internos guardando jardins e móveis fixos. É uma arquitetura formal e racional, sistemática, cheia de reduções, pesada, difícil de sustentar ou equilibrar. Mas tudo isto é o que a torna especial, linda e escultural! E poder observá-la é sempre uma experiência inigualável!
Veja, a seguir, duas grandes obras de Mendes da Rocha!

Museu de Arte Contemporânea de São Paulo
Criado em 1975, em parceria com Jorge Wilheim e Léo Tomchinsky, como ponto de união para os edifícios da Universidade de São Paulo, este museu é simplesmente gigantesco. Ele possui, do lado de fora, uma linda estrutura em balanço de concreto protendido e armado. Do lado de dentro, três níveis separados por lajes nervuradas e pilares de prumadas livres.

Museu Brasileiro de Escultura
Também em São Paulo, construído em 1986, trata-se de um museu de escultura e ecologia – aliás, o próprio edifício é uma escultura. Ele possui um gigantesco pórtico de concreto armado com 12 m de largura por 60 m de comprimento – um abrigo simbólico, contrastando com a escala das obras expostas e os seus observadores. A área em volta apresenta lindos espelhos d’água e jardins projetados pelo famoso paisagista Burle Marx. Mas as salas de exposição do museu ficam mesmo no subterrâneo – como se fosse um cofre guardando as obras.

Convidamos agora você a conhecer outra parte importante da história da arquitetura, o surgimento dos primeiros arranha-céus em Chicago, em 1884. Clique aqui e saiba mais!
Então, o que achou das obras de Paulo Mendes da Rocha e do modernismo brasileiro? Comente!

Simone Tagliani
Graduada em Arquiteta & Urbanismo e Letras; especialista em Artes Visuais; estudante de Jornalismo Digital e proprietária da empresa Visual Ideias - Redação, Edição e Produção de Conteúdos.