Engenharia 360

O Tratamento de Esgoto: O Maior Obstáculo para a Despoluição do Rio Tietê

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por Eduardo Mikail
| 01/10/2012 | Atualizado em 06/07/2023 3 min
Imagem de MariaoSM por Pixabay

O Tratamento de Esgoto: O Maior Obstáculo para a Despoluição do Rio Tietê

por Eduardo Mikail | 01/10/2012 | Atualizado em 06/07/2023
Imagem de MariaoSM por Pixabay
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Atualização: Uma espuma tóxica cobriu trecho do Rio Tietê entre Itu e Salto em julho de 2023 devido ao despejo de resíduos sem tratamento. Estiagem e baixas temperaturas prolongam a persistência da espuma. Claro que a poluição recorrente causada por empresas e residências da região também agrava a situação. Cerca de 70 toneladas diárias de poluentes são despejadas no rio. E com frequência a prefeitura precisa tratar o esgoto, mas recebe água poluída da Região Metropolitana de São Paulo.


Na década passada, um estudo já apontava que, dos 176 municípios que fazem parte da Bacia do Rio Tietê, menos de 30% tinha sistema de coleta e tratamento total de esgoto. Outros 31 (quase 20%), boa parte na região da Grande São Paulo, não realizavam nenhum tipo de processamento nos dejetos que lançam no complexo hidrográfico.

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Esses números constavam no Relatório de Qualidade das Águas Superficiais no Estado de São Paulo, da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) de 2011. O ponto mais crítico era em dez cidades da Região Metropolitana, ao norte e oeste da capital, que não tratavam o esgoto.

rio tietê
Imagem de zardeto via Wikipédia -https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Polui%C3%A7%C3%
A3o_no_Rio_Tiet%C3%AA_em_Salto_-_panoramio_-_zardeto.jpg
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Imagem de Pampuco via Wikipédia - https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rio_Tiet%C3%AA_mapa.png

A triste realidade dos municípios brasileiros

No interior, a maioria dos municípios sem sistema de tratamento está em áreas próximas à Araraquara e Bauru. "As cidades recebem investimentos em proporção diferente. Não há muitos projetos integrados, cada município lida com a questão conforme a vontade do prefeito", diz Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.

Carlos Eduardo Carrela lembra que, muitas vezes, o plano de saneamento de uma cidade da Bacia do Rio Tietê é prejudicado pela falta de investimentos do município vizinho. "Como o meio ambiente não tem fronteira, a poluição percorre vários pontos da bacia e os resultados acabam sendo pequenos. Não adianta uma cidade tratar 100% se a outra não trata nada. Grandes municípios como Guarulhos, por exemplo, têm níveis de tratamento muito baixos.".

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Imagem de Fernando Mafra via Wikipédia - https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Polui%C3%A7%C3%A3o_Tiet%C3%AA.jpg

Historicamente apontada como umas das cidades menos compromissadas com a questão do saneamento, Guarulhos despejava todo o esgoto de seu 1,2 milhão de moradores, direto no Rio Tietê. Há pouco anos, porém, conseguiu pôr em prática o projeto de uma década e saltou para 35% de tratamento.

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Os principais dados do Projeto Tietê

"(...) fechamos acordo para a construção da terceira estação de tratamento. Em um ano, pretendemos tratar 50% do esgoto da cidade", disse Afrânio de Paula Sobrinho, superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), empresa responsável pelo saneamento do município. Segundo o engenheiro, mesmo fora do Projeto Tietê, Guarulhos tinha a meta de chegar a 80% de tratamento até 2016. Será que deu certo? O que você acha?

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Imagem de 'Uma (in)certa antropologia'

Na Região Metropolitana, os únicos municípios que tinham 100% de coleta e tratamento de esgoto eram Salesópolis, onde ficava a nascente do Rio Tietê, e São Caetano do Sul. No total, 51 cidades da bacia tinham esse status - a maioria fica em regiões próximas a Jaú e Araçatuba. Esta última, por sinal, era a mais populosa da lista, com pouco mais de 180 mil habitantes.

Até o momento, os dois córregos da cidade, Ribeirão Baguaçu e Córrego Lafon, estavam preservados. "A cidade não tem problemas com a destinação do esgoto, a não ser em casos pontuais de vazamentos, que são logo resolvidos", disse José Luiz Fares, presidente do Departamento de Água e Esgoto de Araçatuba (Daea).

Veja Também: Biogás de aterros sanitários - o potencial energético dos resíduos

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Fontes: Eccaplan.

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Eduardo Mikail

Engenheiro Civil e empresário. Fundador da Mikail Engenharia, e do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e o maior site de engenharia independente no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Acredita que o conhecimento é a maior riqueza do ser humano.

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