Existe uma tecnologia avançada para o tratamento de água que vem ganhando destaque como alternativa eficiente sustentável para o enfrentamento da crise de escassez hídrica no Brasil. Estamos falando da eletrodiálise reversa (EDR).
Diferente dos métodos convencionais de dessalinização, que geralmente apresentam altas taxas de perda de água e elevado consumo energético, esse modelo se baseia num processo eletroquímico para separação de sais e impurezas da água com perdas mínimas e menor gasto de energia. Assim sendo, é considerada uma alternativa mais eficiente, sustentável e adaptada à realidade de nosso país.
Resumidamente, a eletrodiálise reversa funciona com a aplicação de uma corrente elétrica que faz os íons presentes na água serem atraídos e removidos por membrana seletivas. O resultado é uma água mais bem purificada. Pense em como isso seria vantajoso para o aproveitamento de águas residuais e para o tratamento de água em regiões com deficiência, onde a pressão do recurso é fundamental. Debatemos mais o assunto no artigo a seguir, do Engenharia 360!
Por que a escassez hídrica é um problema grave no Brasil?
É curioso, mas o Brasil, apesar de ter uma das maiores reservas de água doce do mundo, enfrenta atualmente um cenário bastante preocupante de escassez hídrica. Em 2024, a Agência Nacional de Águas (ANA) decretou pela primeira vez em mais de um século o primeiro estado de escassez em cinco grandes bacias hidrográficas no país, incluindo importantes rios da Amazônia, além de rios no Pantanal. E lembrando que a água é um recurso vital e insubstituível; o problema é que está cada vez mais ameaçado. Não tem como ignorar a urgência de se encontrar soluções reais e sustentáveis.
Diante desse cenário, a engenharia corre contra o tempo para amenizar os impactos já sentidos no meio econômico e industrial - especialmente em setores como a agricultura e a indústria, que consome mais de 50% dos recursos hídricos disponíveis em nosso país. É claro que precisamos manter um modelo de captação e uso da água mais sustentável. E uma tecnologia considerada promissora é a de eletrodiálise reversa.
Como a eletrodiálise reversa contribui para o reuso da água?
Como explicamos no começo deste texto, a eletrodiálise reversa é um processo eletroquímico utilizado para dessalinizar a água ou remover sais e íons indesejados. De fato, seu diferencial está no baixo índice de rejeito, que pode começar em apenas 5%, contra os 40% do sistema tradicional de osmose reversa. Quer dizer que muita água é aproveitada no processo - o que faz toda a diferença em tempos de escassez! Dá para tratar a água usada para que ela possa voltar ao ciclo produtivo - seja na irrigação, na indústria ou até mesmo, em alguns casos, para consumo humano.
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A saber, se podemos transformar efluentes de baixa qualidade em recursos hídricos aproveitáveis novamente, isso reduziria drasticamente a necessidade de captação de mais água na natureza. Todos só teriam a ganhar!
Quais os principais benefícios da eletrodiálise reversa?
- Baixa rejeição de água: Apenas 5% de perda no tratamento.
- Baixo consumo de energia: Mais eficiente que outras tecnologias, como a osmose reversa.
- Aplicação versátil: Funciona em diferentes tipos de água (salobra, industrial, efluentes, etc.).
- Estimula o reúso: Trata águas residuais para reutilização.
- Benefícios ambientais e econômicos: Reduz impacto ambiental, custos operacionais e ajuda na preservação hídrica.
Será que o Brasil está preparado para implementar a eletrodiálise reversa?
Sem dúvidas, a eletrodiálise reversa apresenta vantagens claras para os planos da engenharia. Porém, a sua implementação em larga escala ainda parece ser um desafio, principalmente se pensarmos na quantidade de investimento inicial necessário para infraestrutura, capacitação técnica e operacional, além de manutenção dos sistemas. Mesmo assim, o cenário parece promissor; é fácil realizar a integração da EDR com políticas públicas e incentivos à inovação para acelerar sua adoção. Essa tecnologia deve ser considerada uma opção viável para ser incorporada de forma gradativa e estratégica.
Veja Também: Coleta de Neblina: Engenharia Contra a Escassez Hídrica
Fontes: Brasil 247.
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Eduardo Mikail
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