Responda essa: por que a maior empresa de celulose do mundo iria investir seu capital não em matéria-prima para fabricação de papel, mas em fibras sustentáveis? A brasileira Suzano, por exemplo, se prepara para adquirir ações da austríaca Lenzing, especializada em fibras de celulose à base de viscose. É porque o setor, com um olhar no futuro, está se voltando para um novo nicho de mercado, que faz parte da Engenharia Têxtil.
Empresas como a Suzano se encaminham para desenvolver e comercializar tecidos ecológicos e inovadores, tendo como matéria-prima principal a celulose. Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para saber mais!
Celulose para fabricação têxtil
Existe hoje uma demanda maior por produtos sustentáveis. Principalmente por conta da crescente conscientização ambiental, dando preferência a produtos que oferecem uma pegada ecológica reduzida. Por isso, toda solução viável sustentável é mais valorizada.
Neste contexto, segundo especialistas, a celulose - proveniente de fontes renováveis, como o eucalipto -se apresenta como uma opção mais ecológica para a produção de fibras têxteis, mais precisamente para a criação de fios biodegradáveis, compostáveis e com menor impacto ambiental em comparação com as fibras sintéticas tradicionais, derivados de petróleo, como o poliéster. E sabendo disso, as fabricantes de celulose para papel estão diversificando suas operações e se posicionando na vanguarda da inovação ambiental em Engenharia Têxtil.
A saber, a celulose tem custo de produção relativamente baixo e é mais ecológica. Já a viscose é uma das fibras mais comuns produzidas a partir da celulose e tem sido altamente aplicada na indústria têxtil nos últimos anos - principalmente na região Ásia-Pacífico, em parte devido ao seu apelo ESG.
Sustentabilidade em foco
Os fabricantes de celulose destacam que, para uma correta expansão da cadeia produtiva da moda, não adianta trocar as fibras sintéticas pela celulose. Também é preciso investir em biotecnologia e adotar boas práticas florestais, respeitando o meio ambiente.
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No caso da Suzano, a empresa é conhecida por seu modelo de manejo florestal, investe em inovação para desenvolver produtos a partir de celulose que substituam plásticos e outros materiais menos sustentáveis. A Lenzing, por sua vez, é líder global na produção de fibras têxteis sustentáveis, como TENCEL™ Lyocell e Modal, que são biodegradáveis e compostáveis. Assim sendo, pode vir a ser um casamento perfeito!
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Desafios e oportunidades
A integração operacional e cultural entre diferentes sistemas de fabricação será um desafio a ser superado por fabricantes de celulose que adotem essa mudança de mercado. Também se deve esperar exigências globais quanto a essa adaptação.
O mercado têxtil é bastante dinâmico e competitivo, com uma concorrência intensa via milhares de empresas de renome já estabelecidas. Por que insistir então? Para transformar esse cenário, aproveitando as oportunidades de crescimento num contexto que demanda por artigos mais sustentáveis. Também é uma chance de diversificar a cartela de produtos, assegurando estabilidade mesmo numa economia global em constante oscilação.
Para o setor de celulose, essa movimentação pode reforçar a tendência de valorização da matéria-prima para produtos além do papel, especialmente em aplicações sustentáveis.
Perspectivas futuras
Olhando para o futuro, o que podemos esperar? Bem, certamente uma redução da dependência de recursos não renováveis. Além disso, se abre espaço para uma produção mais limpa e responsável, beneficiando o meio ambiente e colocando a sustentabilidade como um diferencial competitivo. Deve haver uma aceleração notável no desenvolvimento de novas tecnologias têxteis, a criação de novas fibras e novos modelos de negócio para a indústria.
Estamos diante de um novo capítulo na história da engenharia, rumo a um futuro mais verde para a indústria da moda.
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Fontes: The News.
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