O que você fazia com apenas 17 anos? Bem, o brasileiro Manoel José Nunes Neto desenvolveu um rover aquático autônomo e de baixo custo para monitorar a qualidade de água. A apresentação desse projeto aconteceu primeiro no Colégio São Francisco de Sales Diocesano, no Piauí, mas ganhou notoriedade internacional e acabou sendo o vencedor do “People’s Choice Award” na categoria internacional do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2024 (Stockholm Junior Water Prize – SJWP) Para quem não sabe, este é considerado o Nobel da Ciência Jovem.

Isso quer dizer que Manuel, diferente de muitos jovens em nosso país e no mundo, já apresenta desde cedo um talento e visão de futuro que impressionam até os mais experientes engenheiros. Queremos compartilhar sua história inspiradora neste artigo do Engenharia 360. Confira!

A invenção do rover aquático autônomo

O rover aquático autônomo desenvolvido por Manuel é, sem dúvidas, um marco para a ciência. Essa invenção permite a coleta de dados sobre a qualidade da água em corpos hídricos de maneira autônoma, realizando medições essenciais como pH, oxigênio dissolvido (O₂), turbidez e temperatura. Para isso, a máquina conta com sensores especiais que também ajudam a encaminhar as informações via plataforma online para computadores e celulares, facilitando a análise e o monitoramento em tempo real.

Na prática, seria possível que especialistas acompanhassem a evolução da qualidade da água em áreas de difícil acesso, como rios e lagos em regiões remotas, onde ficam localizadas muitas das comunidades brasileiras que enfrentam problemas graves de contaminação por metais pesados, esgoto e lixo. Enfim, as pessoas poderiam tomar decisões informadas sobre intervenções nas áreas afetadas.

Rover aquático autônomo para Qualidade da Água
Imagem divulgação reproduzida de CicloVivo

Motivação por trás do projeto

Manoel José Nunes Neto tinha um desejo quando ele projetou o rover aquático autônomo: ajudar comunidades ribeirinhas que sofrem com a poluição das águas. Segundo o jovem, a situação precária dessas pessoas exige uma atenção e ação imediata!

Durante sua apresentação na premiação em Estocolmo, Manuel destacou a importância da ciência fornecer ferramentas mais acessíveis e práticas para monitoramento da água que todos consomem e utilizam. O equipamento que ele inventou pode auxiliar na identificação de fontes de poluição, no monitoramento dos efeitos das mudanças climáticas e na gestão de recursos hídricos. Isso levaria esperança a milhares de pessoas que sofrem com escassez de água potável.

Rover aquático autônomo para Qualidade da Água
Imagem de Cristiano Araújo, Caesb, reproduzida de CicloVivo

A jornada de Manuel até a premiação

O Prêmio Jovem da Água de Estocolmo foi criado em 1997 pelo Stockholm International Water Institute (SIWI) e hoje conta com o patrocínio da princesa Vitória da Suécia. O evento é um importante ponto de encontro no âmbito global para jovens cientistas de mais de 40 países, cujo objetivo é desenvolver soluções inovadoras para problemas relacionados à água.

Para chegar lá, Manuel precisou vencer a etapa brasileira; essa competição é promovida pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) e pelo Programa Jovens Profissionais do Saneamento (JPS), que reconhece o esforço, habilidade e liderança de jovens atuantes na área de saneamento ambiental. Mas Manuel não pretende parar por aqui. Ele deseja continuar na pesquisa e inovação, buscando novas soluções para ajudar comunidades afetadas pela poluição da água.

Rover aquático autônomo para Qualidade da Água
Imagem de @mayarachiarellophoto reproduzida de CicloVivo

Inspiração para os próximos inventores

A história de Manoel José Nunes Neto deve inspirar outros jovens a acreditarem em suas ideias e a persistirem em suas jornadas acadêmicas. Lembrando que o mais importante é a persistência!

Além disso, o lançamento desse projeto do rover aquático autônomo pode impactar nas políticas públicas relacionadas ao saneamento e à preservação ambiental no Brasil e incentivar a educação e pesquisa no país.

Rover aquático autônomo para Qualidade da Água
Imagem de @mayarachiarellophoto reproduzida de Portal Tratamentos de Água

Claro que o problema do acesso à água potável é global e esse é um tema que a engenharia deveria explorar mais. Seria bom contar com a dedicação e criatividade dos jovens para desenvolver soluções que atendam às necessidades das comunidades e promovam a sustentabilidade. Juntos, podemos criar um mundo melhor!

Veja Também: Sensor de R$ 0,50 para Controle de Qualidade da Água


Fontes: Ciclo Vivo.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Já conversamos em outras oportunidades aqui, no Engenharia 360, sobre materiais que possuem a capacidade de “autocicatrização”. Esses materiais têm revolucionado o campo da construção civil, desafiando conceitos fundamentais sobre durabilidade de estruturas. Pensando neles, decidimos destacar uma notícia especial: cientistas americanos descobriram, após experimentos, um tipo de metal autocurativo que pode trazer benefícios para a engenharia. Veja mais detalhes no artigo a seguir!

O experimento que levou à descoberta

Recentemente, saiu um artigo na revista Nature contando que cientistas americanos puderam testemunhar durante experimentos sobre resistência o processo de metal autocurativo em ação em um pedaço de platina com apenas 40 nanômetros de espessura – o que é menos da metade da espessura de uma folha de papel. O mesmo, de modo questionável, conseguiria se curar sozinho após sofrer fissuras.

metal autocurativo
Imagem gerada em IA de Freepik

Durante os testes, os pesquisadores usaram a técnica de microscopia eletrônica de transmissão para aplicar estresse ao metal em uma frequência de 200 vezes por segundo. Esse processo foi repetido até causar danos por fadiga – ou melhor dizendo, danos microscópicos que, ao longo do tempo, poderiam levar a falhas como rupturas de estruturas. O interessante é que, depois de 40 minutos, a fissura começou a se fechar sozinha.

Veja Também: Como funciona o concreto autocurativo?

O fenômeno da autocicatrização

Talvez seja difícil dimensionar agora quanto a descoberta de um metal autocurativo pode impactar a engenharia. Mas imagine um edifício ou uma máquina composta por elementos metálicos e que sofresse alguma avaria por conta de fenômenos diversos – até em consequência das mudanças climáticas. A depender dos níveis de danos sofridos, as peças poderiam se regenerar e voltar à sua resistência original depois de um tempo.

Normalmente, o cenário é contrário. Os engenheiros presumem, ao projetar estruturas metálicas, que, uma vez que os elementos trincam, o comprometimento da resistência é progressivo e irreversível. No entanto, as observações dos cientistas contradizem essa exposição. Por isso, diz-se que essa descoberta de metal autocurativo abriria um leque de oportunidades para a engenharia.

metal autocurativo
Imagem gerada em IA de Freepik

Os autores do estudo destacam que essa capacidade de autorreparação pode ter inúmeras aplicações práticas, incluindo, por exemplo:

  • estruturas de pontes e edifícios mais duráveis e seguros;
  • componentes para automóveis, como motores;
  • dispositivos móveis resistentes ao desgaste e que se consertam sozinhos;
  • e instrumentos cirúrgicos ou dispositivos implantáveis.
metal autocurativo
Imagem gerada em IA de Freepik

Explicação científica

Uma explicação para essa possível autocicatrização do metal envolve um processo conhecido como ‘soldagem a frio’. Funciona assim: superfícies metálicas se aproximam o suficiente e, com isso, seus átomos se entrelaçam, formando novas ligações – tudo isso sem necessidade de calor. Michael Demkowicz previu a possibilidade desse fenômeno em 2013. Desde então, os cientistas tentam aplicá-la no mundo real.

O futuro da ciência dos materiais

Neste momento, os cientistas ainda precisam entender melhor o mecanismo por trás dessa autocicatrização. É preciso investigar ainda se isso ainda pode ser obtido de outros metais, como aço e alumínio, em ambientes típicos. Também quais os impactos ambientais e econômicos associados à implementação desse tipo de tecnologia em larga escala.

Até agora, as experiências foram feitas em um ambiente descartável, utilizando metais nanocristalinos, e ainda não se sabe se esse comportamento se mantém sempre.

metal autocurativo
Imagem gerada em IA de Freepik

O mais importante é que a pesquisa deve incentivar outros pesquisadores a considerar que, nas circunstâncias certas, os materiais podem fazer coisas que nunca esperávamos. Saber que existe metal autocurativo, concreto autocurativo e mais permite aos engenheiros projetarem produtos mais duráveis, que necessitem de menos manutenção e substituição de peças. Sem dúvidas, tudo indica que estamos num momento de mudança radical na ciência dos materiais e abordagem à engenharia.

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Fontes: Click Petróleo e Gás, Superinteressante.

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Engenharia 360

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Nas últimas semanas, um fenômeno bem peculiar – e bastante triste também – tem chamado a atenção dos brasileiros: a ocorrência de chuva preta em vários estados, especialmente do Sul e Sudeste do país. Aliás, tal tipo de chuva leva esse nome porque carrega consigo as gotículas de água mais a fuligem das queimadas. A precipitação, com aparência escura, é o resultado da poluição gerada por todo esse cenário de desastre em que vivemos, uma combinação de mudanças climáticas com terrorismo ambiental.

Como era de se esperar, as pessoas estão preocupadas com os efeitos dessa chuva preta sobre o meio ambiente, a saúde humana e até projetos de engenharia. Será que ela pode impactar, por exemplo, trabalhos de infraestrutura? É isso que discutimos neste artigo do Engenharia 360. Confira!

Como se forma a chuva preta?

Chuva preta (variando de cor entre marrom e preto) é caracterizada pela presença de partículas escuras ou poluentes na água da chuva, resultantes de queimadas florestais e outras fontes de combustão de materiais orgânicos, como petróleo, carvão e resíduos agrícolas. Enfim, resumindo, a fuligem é carregada para a atmosfera, se mistura com as nuvens e suas partículas caem em forma de chuva.

Vale destacar que, diferente da chuva ácida, formada pela mistura de gases como dióxido de enxofre (SO2) e dióxido de nitrogênio (NO2) com a água, a chuva preta não altera significativamente a acidez da água. No entanto, o material carregado é, sim, prejudicial ao meio ambiente e à saúde pública.

chuva preta
Imagem de MetSul Meteorologia reproduzida de BBC
chuva preta
Imagem de MeteoBlue reproduzida de Globo Rural

Quais são as principais causas da chuva preta?

Como explicamos antes, muitas podem ser as causas da chuva preta. Para começar, como bem sabemos, a queima de combustível nos veículos contribui significativamente para a poluição do ar. Não podemos nos esquecer das fábricas, que costumam emitir grandes quantidades de poluentes atmosféricos, portanto outra fonte desse fenômeno. E tem ainda a questão da queima de biomassa.

A maior fonte da chuva preta registrada no Brasil nas últimas semanas (em estados como São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) é, lamentavelmente, as queimadas na Amazônia, no Cerrado e em outros biomas no país.

chuva preta
Imagem de pvproduções em Freepik

Quais os maiores impactos da chuva preta?

No meio ambiente

Ao cair no solo, a chuva preta pode alterar a composição química dos terrenos (pH), dificultando para as plantas a absorção de nutrientes – isso tende a afetar, claro, a produção agrícola e a saúde das florestas. Os corpos d’água e fontes de água potável também acabam contaminados. E ainda podemos ver uma camada de poeira sobre veículos, edifícios e estruturas urbanas, acelerando o processo de degradação de materiais e gerando custos adicionais com manutenção.

chuva preta
Imagem reproduzida de ClimaInfo

Curiosamente, a chuva preta ainda é vista neste momento como algo benéfico, pois ela pode trazer um alívio às regiões afetadas pela seca prolongada, com São Paulo e Mato Grosso do Sul, ajudando a aumentar os níveis de umidade no solo.

Na saúde pública

Os efeitos ambientais da chuva preta vão além e podem ter consequências diretas na saúde humana e animal. A inalação das partículas de poluentes (e até cancerígenas) pode agravar problemas respiratórios, dermatológicos e muitos outros a longo prazo. E nem precisa dizer que não se pode usar essa água para atividades domésticas, como cozinhar ou beber.

chuva preta
Imagem reproduzida de Guia Campos

Na Engenharia

A engenharia é uma área profissional que pode ser diretamente afetada pela chuva preta. É preciso considerar os impactos desse fenômeno em desenvolvimento de projetos e execução de serviços!

A chuva preta pode acelerar o processo de corrosão em estruturas metálicas e concretas, e provocar outros danos em obras de edifícios, pontes e mais – sobretudo se não foram feitos para resistir a esse tipo de precipitação. Além disso, os resíduos presentes na água podem comprometer o funcionamento de sistemas de escoamento, como bueiros e canais de drenagem, aumentando o risco de inundações e entupimentos.

Por tudo isso, é fundamental que a engenharia desenvolva novas técnicas de proteção e manutenção de infraestruturas afetadas pela chuva preta. Também medidas eficazes de mitigar os efeitos desse fenômeno. De tratar as águas residuais para que os poluentes não sejam simplesmente liberados no meio ambiente. Além de monitorar e controlar a poluição atmosférica. E, por fim, agir para um melhor desenvolvimento sustentável do nosso planeta!

Como combater os efeitos da chuva preta?

Como podemos entender, a Engenharia tem um papel fundamental na busca por soluções para mitigar os efeitos da chuva preta. São estratégias que podem ser adotadas:

  • Desenvolvimento de tecnologias de filtragem de água e purificação de ar para redução dos impactos da fuligem.
  • Utilização de materiais mais resistentes à corrosão.
  • Implementação de soluções de limpeza e manutenção periódica em edifícios e outras infraestruturas.
  • Adoção de energias limpas nos sistemas para diminuir a dependência de combustíveis fósseis.
  • Aprimoramento dos projetos de veículos e aeronaves elétricas, para redução de poluentes.
  • Elaboração de novos sistemas de prevenção e combate a incêndios.
  • E elaboração de planos mais eficazes de proteção da natureza e reflorestamento de áreas degradadas.

Mesmo com o trabalho árduo dos engenheiros, nenhum esforço terá sucesso se a sociedade persistir em ignorar a urgência climática, continuando a poluir, desmatar e incendiar as vegetações de forma ilegal e indiscriminada. Lembre-se de que nossas ações têm impactos para todos. Os erros de hoje reverberam em nossas vidas amanhã. Pense nisso!

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Fontes: O Globo.

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Engenharia 360

Redação 360

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Os pagers, também conhecidos como “bipes”, são dispositivos de comunicação móvel que ficaram bastante populares entre os anos de 1980 e 1990. Eles não eram lembrados pela população desde o surgimento dos celulares modernos e smartphones. Porém, esta semana, voltaram às manchetes por conta de um evento assustador: eles foram usados como armas letais para matar membros do Hezbollah no Oriente Médio.

pagers
Imagem divulgação Gold Apollo reprodução via G1 – Globo

No dia 17 de setembro de 2024, dezenas de pagers foram levados a explodir matando nove pessoas e deixando quase três mil feridos no Líbano. Segundo informações, os dispositivos tinham cargas implantadas, o que os transformou em verdadeiras bombas-relógio.

pagers
Imagem reprodução de Telegram via G1 – Globo

Neste artigo do Engenharia 360, vamos lembrar como funcionam os pagers, tecnologia quase obsoleta, mas que um dia revolucionou a comunicação. Confira!

Como funcionam os pagers?

Os pagers foram inventados entre as décadas de 1950 e 1960. Trata-se de aparelhos portáteis e sem fio, que permitem o envio e a coleta de mensagens curtas (de texto ou de voz) por meio de sinais de rádio. Eles emitem alertas sonoros ou vibrações para informar o recebimento dessas mensagens, que ficam disponíveis em seu visor. Eles foram muito utilizados por profissionais como médicos e trabalhadores de emergência, sendo mais eficientes do que os telefones fixos.

Diferente dos smartphones, eles não dependem de Internet e GPS com câmeras, o que os tornam bastante seguros para determinadas aplicações. No entanto, as transmissões precisam passar por uma central eletrônica, onde um operador transmite o conteúdo ao destinatário. O auge dessas operações fora mesmo nos anos de 1990; mas, em certos casos, eles continuaram sendo utilizados, sobretudo em locais com cobertura celular limitada ou onde a segurança da informação é prioritária.

Veja Também: Como funcionam os aparelhos de Walkie-Talkies?

Quais os tipos de pagers que existem?

Existem diferentes tipos de pagers. Vale citar aqui os modelos unidirecionais, que apenas recebem mensagens, e os bidirecionais, que também permitem o envio de respostas. Os mais avançados exibem mensagens de textos em suas telas de cristal líquido. Mas por não usar Internet ou geolocalização, não ter câmeras, microfones ou chips, impedem a invasão e p monitoramento em cenários de guerra ou espionagem. Bem, pelo menos é o que se acreditava até os eventos desta semana!

pagers
Imagem de japatino reproduzida de CNN Brasil

Por que o Hezbollah usa pagers?

Tais características – assim como descritas antes – fizeram o Hezbollah, grupo militante xiita libanês, adotar os pagers em suas comunicações internas, especialmente nas fronteiras com Israel, evitando a utilização de celulares, considerados facilmente rastreáveis e mais vulneráveis a espionagens cibernéticas.

As explosões no Líbano foram o resultado de uma técnica sofisticada. Sabe-se que pequenas cargas explosivas de aproximadamente 50 gramas foram implantadas nos dispositivos durante o processo de fabricação ou importação. Essas cargas foram detonadas remotamente ou por meio de uma falha – certamente a primeira opção -, que fez com que os pagers vibrassem de forma contínua. Os usuários se sentiram forçados a interagir com o equipamento; e ao pressionar os botões, a detonação foi acionada.

Durante o treinamento de guerra, o líder do grupo Hezbollah, Hassan Nasrallah, alertou seus combatentes sobre o risco de uma inteligência israelense ter penetrado na rede de celulares. Em julho deste ano, a Reuters noticiou que o uso de pagers era obrigatório no campo de batalha para evitar o monitoramento por Israel. Mas, até agora, não há confirmações da origem dos recentes ataques.

pagers
Imagem de Coletada reproduzida de Daily Sun

Qual o futuro dos pagers em cenários de guerra?

Quem poderia imaginar que simples pagers seriam transformados em armas de guerra e ainda armadilhas mortais? Agora a tragédia no Líbano levanta questões sobre o uso dessa tecnologia ou outras tão quanto obsoletas em contextos modernos de guerra e espionagem. Pelo que tudo indica, a manipulação na cadeia de suprimentos e o uso de explosivos disfarçados em equipamentos de comunicação revelam um novo cenário, bem mais arriscado do que se pensava.

Parece que agora a história dos pagers realmente chegou ao fim. Mas não podemos esquecer do seu importante legado para a comunicação móvel. Afinal, esses dispositivos traçaram o caminho para tecnologias como o SMS, o envio de e-mails via celular e até mesmo a criação dos emojis – no Japão, por exemplo, os pagers tiveram um papel crucial no nascimento desses símbolos gráficos. E mesmo com o declínio, sua influência será eternamente sentida na comunicação moderna.

Enquanto a investigação sobre o ataque continua, uma coisa é certa: os pagers, que um dia foram símbolos de progresso e inovação, agora carregam uma sombria lembrança de sua capacidade de causar destruição e morte.


Fontes: G1 – Globo.

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Engenharia 360

Redação 360

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Os walkie-talkies são dispositivos sem fio utilizados para comunicações bidirecionais. Eles utilizam ondas de rádio (convertidas em sinais elétricos) para transmitir e receber mensagens, permitindo que duas ou mais pessoas troquem conversas de voz instantaneamente, pressionando um botão (chamado de “push-to-talk”) para falar e liberando-o para ouvir. Criados inicialmente para uso militar durante a Segunda Guerra Mundial (sendo utilizados pelas forças armadas americanas, canadenses e britânicas), se tornaram populares em diversas áreas, inclusive na engenharia.

Walkie-Talkies
Imagem de Paolo Ghedini em Pixabay

Por conta da facilidade de mobilidade, esses dispositivos continuaram sendo utilizados em operações de guerra. Recentemente, eles voltaram a ser destaque no cenário mundial, levantando questões sobre a sua segurança e o papel que desempenham na comunicação de grupos extremistas. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!

O incidente em Beirute

No dia 17 de setembro de 2024, milhares de pessoas ficaram feridas e nove mortos envolvendo explosões com pagers no Líbano. No dia seguinte, ocorreram explosões de walkie-talkies no país, especialmente na capital, Beirute. As vítimas, vinte mortos e trezentas feridas, estavam justamente no funeral daqueles que haviam falecido por conta dos pagers. Tais denúncias foram atribuídas a dispositivos usados ​​por membros do Hezbollah, um grupo extremista ativo na região.

Todos esses aparelhos haviam sido adquiridos poucos meses antes e eram usados para comunicação entre os membros do grupo xiita. Essa prática é comum em contextos militares e paramilitares modernos devido à capacidade de operação em frequências específicas, permitindo comunicação instantânea sem depender de redes móveis. Mas o cenário atual põe em cheque sua segurança.

walkie talkies
Imagens reproduzida de Portal Novo Norte

Diferença entre walkie-talkies e pagers

Walkie-talkies e pagers têm um funcionamento até que bem parecido; porém, eles servem a propósitos diferentes. Os walkie-talkies permitem a comunicação em tempo real, enquanto os pagers são dispositivos usados para envio de mensagens curtas de texto ou voz que podem ser recebidas posteriormente.

Vale destacar que os pagers foram usados pelo Hezbollah no Líbano para evitar rastreamento por parte dos inimigos devido à sua dificuldade em serem monitorados em comparação com celulares – afinal, a segurança da comunicação é uma prioridade. No entanto, mesmo com vantagens, sua cadeia de suprimentos se mostrou falha, colocando em risco os usuários combatentes.

Funcionamento dos walkie-talkies

Os walkie-talkies funcionam como rádio de mão, operando no modo half duplex, onde um usuário fala enquanto o outro escuta. O sinal é modulado e enviado pela antena até o receptor do outro dispositivo. Quando o botão é solto, o transmissor é desativado, permitindo que o outro fale.

Explicando melhor, os walkie-talkies operam em frequências como VHF (Very High Frequency) e UHF (Ultra High Frequency). Eles podem ser configurados para trabalhar em canais específicos, evitando transferências e garantindo uma comunicação clara em diferentes ambientes. Claro que dependendo do modelo e das condições ambientais, seu alcance pode variar de algumas centenas de metros a vários quilômetros.

walkie talkies

Vale destacar que os componentes básicos de um walkie-talkie são: antena, transmissor, receptor, alto-falante, microfone, controles e uma bateria.

Veja Também: Entenda a comunicação via satélite e tecnologia no espaço

A evolução dos walkie-talkies e suas aplicações modernas

Os walkie-talkies modernos são muito diferentes daqueles brinquedos que conhecemos nos anos 80. Agora eles vêm com muitos recursos adicionais, como modulação digital para melhora do áudio; proteção contra água; códigos de privacidade para deixar as comunicações seguras; e alcance estendido para operações de longas distâncias. Essas inovações é que tornam essa tecnologia antiga ainda tão relevante nos dias de hoje, inclusive em setores como a construção civil.

walkie talkies
Imagem de Jopwell em Pexels

O uso crescente de walkie-talkies no Oriente Médio está intimamente ligado ao aumento das tensões políticas e militares na região. As unidades que explodiram foram adquiridas meses atrás e manipuladas, recebendo chip com 50 gramas de explosivos para serem detonados em momento específico. Esse evento demonstra como esses dispositivos podem ser usados como ferramentas perigosas em conflitos armados, sujeitos a interferências externas ou sabotagem. Vale a reflexão!


Fontes: G1 – Globo.

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Mini PCs são computadores em formato limitado; como o nome sugere, é uma versão compacta de um computador de mesa. Eles são projetados para serem mais discretos e ocupar menos espaço (com componentes menores), próprios para realizar praticamente todas as tarefas de um desktop comum, exceto aquelas que exigem placas gráficas de alto desempenho, como games pesados e modelagem 3D avançada.

Essa versão de PC está se tornando uma escolha cada vez mais popular entre consumidores que buscam uma alternativa prática e eficiente aos computadores tradicionais e notebooks. Pensando nisso, o Engenharia 360 elaborou este texto especial que detalha como são os mini PCs, suas aplicações, vantagens e dicas sobre como escolher o modelo ideal para suas necessidades. Confira!

mini pc
Imagem de GEEKOM reproduzida de Ubuy Brazil

As características dos mini PCs

Os mini PCs modernos apresentam design atraente para quem busca uma solução compacta e portátil, sem renunciar à funcionalidade e desempenho. Suas dimensões são significativamente menores, podendo ser transportados facilmente em mochilas.

A potência é básica, necessária para a realização de tarefas simples (como navegação na Internet, reprodução de mídia e edição de documentos leves). A conectividade pode ser feita via portas USB, HDMI e outras opções. E os usuários ainda podem atualizar os componentes, incluindo RAM e armazenamento.

mini pc
Imagem de Onur Binay em Unsplash

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Principais aplicações dos Mini PCs

Os mini PCs podem ser usados em diversas situações, por exemplo:

  • Em escritórios pequenos ou home offices, onde a economia de espaço é muito bem-vinda.
  • Dentro de centros de mídia, para streaming de vídeos e jogos leves.
  • Em centrais multimídias, conectados a TVs e sistemas de som para streaming e reprodução de vídeos.
  • Em escolas, para estudantes que precisam de um computador mais acessível.
  • E para atualização de setup, para quem já possui monitor, teclado e mouse.

Podemos citar aqui alguns modelos de mini PCs facilmente encontrados à venda no mercado. A começar pelo MAC Mini, com ecossistema da Apple a custo mais baixo que um MacBook, mas com configurações equivalentes. Tem também o Intel NUC, com desempenho específico e robusto; e o Raspberry Pi, ideal para projetos DIY e aprendizado em programação.

mini pc
Imagem Mac mini via Joey Banks em Unsplash

Lista de vantagens dos mini PCs

Agora vamos apresentar as principais vantagens dos mini PCs:

  • Leveza e tamanho limitado, fáceis de serem transportados, sendo ideais para profissionais que precisam trabalhar em diferentes locais (em casa ou em eventos e reuniões externas).
  • Consumo menor de energia do que os desktops tradicionais, resultando em contas de eletricidade mais baixas a longo prazo.
  • Manutenção facilitada pela acessibilidade dos componentes internos.
  • Custo menor que um desktop ou notebook de configurações equivalentes, além de permitir aproveitar periféricos, como monitores, reduzindo ainda mais os gastos.

Veja Também: Escolhendo o Melhor PC para Engenharia da Computação

Mini PC vs. desktop tradicional

Vale destacar que a escolha de um mini PC ou desktop tradicional vai depender das necessidades e preferências pessoais. Se o foco é um desempenho máximo, só um computador “normal”, com placas gráficas melhores e sistemas de resfriamento, poderá atender bem. Infelizmente, é isso que espera profissionais que trabalham com desenvolvimento de projetos. Portanto, apesar das vantagens, os mini PCs não são indicados para trabalhos de engenharia.

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Imagem de ETA Prime em YouTube reproduzida de Tom’s Hardware

Como escolher o melhor mini PC

Na hora de escolher um mini PC ideal, o comprador deve considerar alguns fatores. A começar, como já citamos antes, a finalidade de uso – se a ideia é fazer projetos de engenharia, talvez seja certo escolher um desktop tradicional. Depois, as especificações técnicas (processador, memória RAM e capacidade de armazenamento). Aliás, modelos com aceleração Intel Core i5 ou i7 geralmente oferecem bom desempenho para a maioria das aplicações.

Os modelos mais vendidos atualmente apresentam 8GB de RAM. Também SSDs e possibilidade de conexão com SSD externo. Por fim, portas USBs, HDMI, Ethernet, e slots para cartões de memória. Vale pesquisar as alternativas e avaliar seu custo-benefício!


Fontes: Hardware.

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A Volkswagen é uma das maiores montadoras do mundo. E recentemente, a empresa anunciou um plano audacioso rumo à sustentabilidade: substituir o couro sintético utilizado no interior dos seus veículos por tecidos à base de cânhamo, uma planta da família da cannabis. Esse movimento não apenas reflete uma tendência crescente na indústria, mas também pode transformar a maneira como pensamos sobre os materiais utilizados na fabricação de automóveis. Saiba mais neste artigo do Engenharia 360!

A iniciativa da Volkswagen

A Volkswagen se juntou à startup alemã Revoltech GmbH para desenvolver um material vegano, reciclável e de origem vegetal, o LOVR, para substituição do couro sintético em seus veículos. O foco dessa iniciativa é reduzir o impacto ambiental causado pela indústria automotiva, sobretudo diminuindo sua pegada de carbono. Essa mudança é particularmente importante no contexto de crescente conscientização dos consumidores sobre os problemas gerados pelos gases de efeito estufa.

Volkswagen
Imagem de Volkswagen reproduzida de Automotive Business

A saber, a fabricação de veículos é uma das grandes fontes de poluição no mundo. O couro sintético utilizado em painéis e assentos é produzido a partir de derivados de petróleo, um recurso não renovável e altamente poluente. Mas a Volkswagen vê o cânhamo – já usado na produção de alimentos e outros produtos sustentáveis – como matéria-prima promissora para a criação de tecidos substitutos desse couro. É uma estratégia de crescimento e adaptação da empresa às novas exigências ambientais e práticas corporativas mais conscientes.

Por que o cânhamo?

O cânhamo é uma planta versátil, cresce rapidamente e em diversos tipos de solo. Seu cultivo, considerado ecológico, não requer pesticidas pesados ou herbicidas para crescer, reduzindo assim o impacto ambiental da agricultura.

Volkswagen
Imagem de atlascompanhia em Freepik

O LOVR (Leather-free, Oil-free, Vegan and Residue-based), desenvolvido a partir de resíduos de cânhamo que seriam descartados – contribuindo para redução de desperdícios na indústria -, poderia ser reciclado mesmo após desgaste severo de uso. Segundo especialistas, esse material é escalável, e tem potencial para se tornar um padrão de sustentabilidade no setor. Podemos estar diante da nova era dos carros, onde damos adeus de vez ao couro sintético!

A história do cânhamo na indústria

Ao longo da história, muitas empresas além da Volkswagen, têm trabalhado para inovar enquanto tentamos cuidar do planeta. Nos anos de 1940, a Ford, com Henry Ford no comando, já explorava o cânhamo em protótipos conhecidos como “Hemp Body Car” ou “Soybean Car”, veículo com carroceria feita de fibras desta e de outras plantas. Apesar de interessante, a ideia não foi para frente.

Nos últimos anos, outras marcas, como BMW, Porsche e Mercedes, também começaram a explorar o uso de fibras de cânhamo em algumas partes de seus veículos. Além disso, montadoras como Renault e Harley-Davidson anunciaram a substituição de couro animal e plástico por cânhamo em certos componentes.

O desenvolvimento do material LOVR

O tecido LOVR é um tipo de couro, sem óleo, vegano e à base de resíduos. Para sua fabricação, a Volkswagen destaca que o cânhamo utilizado vem de fazendas regionais; a intenção é reduzir ao máximo as emissões de carbono associadas ao transporte de matérias-primas. Já para a fabricação, são utilizadas técnicas avançadas para combinar as fibras residuais da planta e transformá-las em um material adequado para superfícies automotivas.

Nesse caso, a Revoltech GmbH entra nessa história compartilhando sua expertise em tecnologias sustentáveis e materiais inovadores, permitindo que seja possível explorar novas possibilidades no design automotivo.

Volkswagen
Imagem de Volkswagen reproduzida de Cannabis Saúde

O futuro da mobilidade sustentável

Para que o cânhamo possa ser melhor explorado pela indústria automotiva, algumas questões precisam ainda ser superadas. Por exemplo, a aceitação do consumidor continua baixa; muitos países não têm normas e regulações relacionadas ao uso do material; e há a concorrência com outras alternativas sustentáveis exploradas por diversas montadoras, o que torna o mercado bastante competitivo.

Volkswagen
Imagem de Freepik

A Volkswagen pretende integrar o LOVR aos painéis e bancos de seus veículos a partir de 2028. Independente disso, o material poderá ser utilizado em outras peças, como em produtos eletrônicos. O potencial industrial dessa planta é mesmo impressionante! Já se tem relatos do uso de cânhamo na fabricação de concreto (como o hempcrete), plástico biodegradável e até mesmo combustível.

Iniciativas como esta podem ser decisivas para a preservação do meio ambiente e o futuro (mais verde) do planeta. A Volkswagen lança esse movimento incentivando empresas de todo mundo – inclusive de Engenharia de Mobilidade – a seguirem-na rumo à sustentabilidade. Se dará certo essa empreitada, se veremos uma transformação no setor automobilístico, só o tempo dirá!

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Fontes: Automotive Business, Cannabis Saúde.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Quando se fala hoje sobre segurança rodoviária, especialmente para caminhões que enfrentam descidas íngremes, já se pensa nas caixas de brita, rampas de fuga ou rampas de escape. Essas áreas são projetadas para ajudar veículos pesados a parar em situações de emergência, como em caso de falha nos freios, em descidas de serras.

O objetivo dessas estruturas é fornecer uma zona segura para desaceleração sem colocar em risco os veículos e seus motoristas, evitando acidentes fatais. De fato, sua implantação vem crescendo ao redor do mundo e ajudando a salvar vidas. Pensando nisso, o Engenharia 360 explora a seguir detalhes sobre a construção e funcionamento de rampas de escape. Confira!

Surgimento das rampas de espace

A ideia das rampas de escape surgiu nos Estados Unidos, entre as décadas de 1950 e 1960. Naquele tempo, houve um aumento expressivo no tráfego de caminhões de grande porte. Os veículos ficavam cada vez maiores e mais pesados, percorrendo longas distâncias e atravessando regiões montanhosas. Proporcionalmente, o número de acidentes também cresceu e isso levou a criação de zonas especiais para desaceleração.

Rampas de Escape
Imagem reproduzida de ABTLP

Nos anos de 1980, mais de 170 rampas de escape já operavam nas rodovias norte-americanas. O modelo foi copiado por outros países. No Brasil, a implementação dessas áreas começou no início dos anos 2000, com o foco em estradas com maiores índices de acidentes devido à perda de controle de veículos em descidas acentuadas. Desde então, as tecnologias evoluíram e essas rampas passaram a desempenhar cada vez mais um papel importante na segurança viária.

Funcionamento e tipos de rampas de escape

As rampas de escape são, portanto, a última linha de defesa para motoristas que enfrentam problemas com os freios de seus veículos. Basicamente é assim: quando um caminhão, por exemplo, entra nessa rampa, ele é direcionado para uma área isolada onde pode desacelerar rapidamente. Essa estrutura pode ser feita em sistemas diferentes de engenharia, cada qual com as suas especificidades, incluindo:

  • Rampas inclinadas: para trechos acentuados, onde os veículos desaceleram pela força da gravidade – o que pode não funcionar se o mesmo, em alta velocidade, ultrapassar o limite da rampa.
  • Rampas com barreira de contenção: para evitar o problema citado no tópico anterior, pode-se instalar galões de água ou muros de contenção no final da pista.
Rampas de Escape
Imagem reproduzida de Revista Entre-Vias
  • Caixas de brita (pedriscos ou cascalhos): modelo mais comum, onde as pedras criam grande atrito com as rodas e a parte inferior do veículo, fazendo-o desacelerar e parar – efeito que pode gerar até 4 mil cavalos de potência.
Rampas de Escape
Imagem reproduzida de ABTLP
  • Caixas de argila expandida: alternativa mais barata, leve e eficaz, funcionando bem para desacelerar caminhões e ainda danificando menos seus componentes.
Rampas de Escape
Imagem reproduzida de Agência Transporta Brasil
Rampas de Escape
Imagem reproduzida de Mudanças em Goiânia, Frete e Mudanças
  • Sistemas de cabos de aço: menos comuns, com custo alto e instalação mais manutenção complicada, sendo um sistema elástico para desacelerar veículos mais rapidamente.
  • Sistemas alternativos: além das alternativas já citadas, existem outros dispositivos, como cercas metálicas acopladas aos cabos de aço.

A saber, a escolha do tipo de rampa de escape para um projeto de engenharia de rodovia depende de diversos fatores, como o tipo de terreno, o volume de tráfego e a topografia da região.

Benefícios e riscos das rampas de escape

As rampas de escape têm um impacto significativo na redução de acidentes graves em estradas – isso demonstrado em pesquisas realizadas pela Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos (NHTSA). No Brasil, as instaladas só nas BR-116 e BR-376 já foram responsáveis por salvar 400 vidas entre os anos de 2011 e 2020.

Todos esses números comprovam a eficácia dessa engenharia de proteção. Porém, vale destacar que o modelo enfrenta ainda alguns desafios. Por exemplo, em casos de uso inadequado ou múltiplo (com mais de um caminhão) nessas rampas de escape, há riscos para os motoristas e equipes de resgate. Então, apesar de ser uma boa ideia, faz-se necessário um controle rigoroso no uso dessas áreas.

Perspectivas para o futuro

Atualmente, existe no Brasil a falta de normas técnicas específicas para a construção das rampas de escape, o que dificulta a padronização e implementação em todas as rodovias. A Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) está trabalhando para estabelecer diretrizes que garantam a segurança e a eficácia dessas estruturas no futuro.

Espera-se que, em breve, as novas tecnologias sejam incorporadas às estruturas de rampas de escape, como sistemas de monitoramento em tempo real e sensores que detectam veículos em risco.

Por aqui, ainda há muito espaço para a expansão desses dispositivos, sobretudo em trechos críticos de rodovias, como Serra de Igarapé (MG), Serra do Mar (SP), BR-376 (PR e SC), Fernão Dias (SP e MG). Mas, na verdade, é importante dizer que a instalação de uma área de fuga não é barata; o custo de um projeto pode girar em torno de R$ 15 milhões. No entanto, se é para prevenir acidentes e salvar vidas, o investimento é mais que justificado.

Rampas de Escape
Imagem reproduzida de G1
Rampas de Escape
Imagem reproduzida de Revista Caminhoneiro News

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Fontes: UOL, G1.

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As regiões árida e semiárida do Brasil sofrem todos os anos com a escassez de água. Então, imagina se a população pudesse contar com uma fonte inesgotável no seu próprio terreno, mesmo durante as maiores secas, não seria perfeito? Bem, há uma tecnologia ancestral que pode ser adaptada à modernidade para o armazenamento de água da chuva. Estamos falando das barragens subterrâneas, também conhecidas como “caixas d’água do sertão”. Saiba mais sobre essas estruturas no artigo a seguir, do Engenharia 360!

Entendendo as barragens subterrâneas

Barragens subterrâneas são estruturas de engenharia que funcionam como reservatórios naturais, captando a água da chuva que, ao invés de escoar ou evaporar, é retida no solo. Basicamente sua construção consiste em escavar um buraco até atingir uma camada de rocha impermeável, onde uma lona plástica é instalada para formar uma barreira. Assim, o líquido fica retido por longos períodos, alimentando o lençol freático e garantindo a umidade constante para plantações, por exemplo.

É desse jeito que muitas famílias e comunidades no interior brasileiros conseguem garantir sua sobrevivência das culturas agrícolas em tempos de estiagem. A saber, cada uma dessas barragens subterrâneas pode armazenar entre três a cinco milhões de litros de água, o que equivale a meses de fornecimento para os agricultores locais.

Barragens Subterrâneas
Imagem reproduzida de Jornal Extra de Alagoas
Barragens Subterrâneas
Imagem reproduzida de Nordeste Rural

Funcionamento das barragens subterrâneas

A primeira etapa da construção de uma barragem subterrânea é a identificação do local ideal onde a água possa ser facilmente captada. Depois que o buraco é cavado, é instalada ao redor das paredes uma lona de polietileno de 200 micras, de modo a criar uma barreira impermeável. A área é então coberta com terra, permitindo que a água da chuva se infiltre e seja armazenada no subsolo.

Com a barragem pronta e funcionando, os agricultores podem utilizar a água guardada para irrigar diversas culturas, como grãos de milho e feijão, além de hortaliças e fruteiras. Com a água abaixo da superfície, minimiza-se a evaporação e maximiza-se o uso eficiente dos recursos hídricos disponíveis.

O que são Barragens Subterrâneas e Como Funcionam?
Imagem reproduzida de CicloVivo

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Benefícios das barragens subterrâneas

As barragens subterrâneas podem oferecer muitos benefícios aos agricultores e à natureza de modo geral, incluindo:

  • Segurança hídrica por uma fonte confiável de água, permitindo a continuidade das atividades produtivas em anos de baixa pluviosidade – e até a diversificação das plantações, levando a um aumento de renda.
  • Melhoria da segurança alimentar das famílias envolvidas.
  • Melhoria da estabilidade econômica das comunidades rurais.
  • Promoção de práticas mais sustentáveis e resilientes.
  • Regulação do fluxo das nascentes e rios locais, prevenindo enchentes e reduzindo o assoreamento dos corpos d’água.
  • Melhoria da estrutura do solo, tornando-o mais fértil e propício ao desenvolvimento das plantas.
  • E promoção de um ecossistema mais equilibrado e resistente às mudanças climáticas.

Estudos de caso e resultados práticos

A construção de barragens subterrâneas é atualmente incentivada no país pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) por meio de pesquisas e cursos de capacitação para os agricultores. De fato, ela tem se mostrado essencial para a agricultura em áreas onde a escassez hídrica é um desafio constante.

Gostaríamos de citar como exemplo um projeto-piloto desenvolvido em Alagoas para a criação de 50 barragens que acabaram beneficiando centenas de famílias. Também o projeto do município de São José da Tapera. Mas assim como estes, muitos outros têm sido desenvolvidos no Nordeste brasileiro, todos com resultados promissores.

Desafios e considerações finais

Embora as barragens subterrâneas representem uma solução viável para problemas hídricos do árido e semiárido brasileiro (com investimento relativamente baixo e retorno significativo), sua implementação não está isenta de desafios.

É crucial realizar estudos detalhados sobre as condições locais antes da construção para garantir que as estruturas sejam adequadas às características do terreno e ao fluxo hídrico. Além disso, é necessário promover capacitação entre os agricultores para que eles possam construir e manter essas barragens adequadamente.

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Fontes: Ciclo Vivo, G1, UOL.

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Engenharia 360

Redação 360

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Um dos maiores desafios enfrentados pela engenharia atual é a gestão de resíduos ambientais, incluindo a reciclagem de plásticos como a espuma de poliuretano (PUR), presente em colchões velhos que acabam em aterros sanitários. A boa notícia é que, recentemente, uma equipe de pesquisadores da Dinamarca desenvolveu uma técnica para transformar esse material em novos produtos. No artigo a seguir, do Engenharia 360, vamos explorar como essa abordagem pode impactar de forma positiva a indústria e o meio ambiente. Confira!

O desafio da reciclagem de poliuretano

O plástico poliuretano é leve e amplamente utilizado na indústria para a fabricação de diversos produtos, incluindo isolamentos térmicos, embalagens, componentes de aeronaves, turbinas eólicas e colchões – só em 2022, cerca de 26 milhões de toneladas de PUR foram produzidos. O problema é que quando sua vida útil chega ao fim, os resíduos são, hoje, simplesmente incinerados e levados aos aterros sanitários, prejudicando demais o meio ambiente. Sem contar que essa prática representa um grande desperdício de recursos.

reciclagem de colchões
Imagem de DLX Mattress em Unsplash

Por hora, reciclar o poliuretano não é uma opção, pois envolve técnicas avançadas e mais usos de materiais. Especialmente os colhões ainda levam na sua composição tecidos, molas e outros componentes que dificultam a separação e o reaproveitamento. Foi pensando nisso que os cientistas decidiram desenvolver um novo método original de reciclagem, bem mais eficiente e sustentável.

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A nova técnica de reciclagem de poliuretano

Pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, desenvolveram uma técnica revolucionária para a reciclagem da espuma de poliuretano que combina acidólise e hidrólise. O processo é baseado em um modelo já utilizado pela indústria, envolvendo a quebra de PUR com ácido. Mas na nova versão seria possível recuperar até 82% do material original, transformando-o em matéria-prima para a produção de novos produtos.

O que os cientistas fizeram foi basicamente aquecer a espuma em um reator com ácido succínico em 220 ºC. Depois, filtrar os seus componentes, separando-os (em apenas uma etapa simples) em duas frações principais. Primeiro as polióis, que podem ser reutilizadas na produção de novos PUR. Segundo, as diaminas, convertidas em isocianatos, completando o ciclo de reciclagem. Assim, tem-se uma solução perfeita para a indústria, com custos baixos e promovendo a sustentabilidade!

reciclagem de colchões
Imagem de Kathyryn Tripp em Unsplash

Os benefícios da reciclagem de colchões

A nova técnica de reciclagem de colchões oferece muitos benefícios, incluindo:

  • Redução na quantidade de resíduos descartados em aterros sanitários, ajudando a diminuir a pressão sobre os sistemas de gestão de resíduos e a minimizar o impacto ambiental.
  • Economia de recursos utilizados na fabricação de novos produtos (sem depender de matérias-primas virgens) com a utilização de materiais reciclados, o que também contribui para a preservação da natureza.
  • Criação de uma economia circular, onde os materiais são reutilizados ao invés de serem descartados, promovendo práticas mais sustentáveis na indústria e a atender às crescentes demandas dos consumidores por produtos ambientalmente responsáveis.
  • Por último, exemplo para a abertura de novas oportunidades para a pesquisa e o desenvolvimento de novos métodos mais eficazes para a reciclagem de plástico.
reciclagem de colchões
Imagem de rawpixel.com em Freepik

O futuro da reciclagem de colchões

Apesar dos avanços promissores da ciência, os pesquisadores admitem que ainda existem desafios a serem superados. Por exemplo, a nova técnica foi testada apenas em resíduos limpos e gerados pela indústria. Ou seja, será preciso analisar em uma próxima fase como é sua eficácia em resíduos de poliuretano pós-consumo, contaminados – o que deve exigir mais pesquisas e investimentos. Para isso, talvez seja preciso desenvolver infraestruturas adequadas para coleta e processamento de materiais.

reciclagem de colchões
Imagem de senivpetro em Freepik

Então, o objetivo dos dinamarqueses é expandir o escopo idealizado para a reciclagem e oferecer, no futuro, soluções mais abrangentes para a gestão de resíduos, promovendo uma economia mais verde e eficiente.

Contudo, independente das soluções apresentadas pelos engenheiros, os empresários e governos precisam continuar trabalhando em campanhas de conscientização sobre a importância da reciclagem de colchões e a implementação de sistemas de coleta e reciclagem. Isso será fundamental para o sucesso das iniciativas!

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Fontes: Inovação Tecnológica.

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