A economia brasileira recebeu uma boa notícia nesta semana! Foi inaugurada na cidade de Araxá, no Alto Paranaíba, Minas Gerais, a primeira unidade de produção em escala mundial de ânodos de nióbio. Esse momento é histórico para o desenvolvimento de baterias. Foram R$ 2,2 bilhões em investimentos, que devem ser recompensados por avanços significativos para o setor energético, colocando o país como líder na produção de nióbio. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!

nióbio
Imagem divulgação CBMM via Revista Fator Brasil

O que é Nióbio

Claro que não poderíamos começar este texto de outra forma do que explicando o que é nióbio. Pois bem, trata-se de um metal raro, geralmente usado na indústria aeroespacial, que se destaca na natureza por sua alta resistência e condutividade. Aliás, com a nova tecnologia que deve ser usada na planta em Araxá, desenvolvida pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), o desempenho do material em baterias deve ser ainda maior.

nióbio
Imagem Alchemist-hp, www.pse-mendelejew.de, em Wikipédia

Principais propriedades do nióbio:

  • Resistência à corrosão: O nióbio não se degrada facilmente em ambientes agressivos.
  • Condutividade elétrica: Essencial para a eficiência das baterias.
  • Capacidade de carga rápida: Permite que as baterias sejam carregadas em menos tempo.

Benefícios do bíobio para baterias:

  • Maior eficiência de carregamento: Carregamento mais rápido.
  • Resistência a ciclos repetidos: Melhor desempenho em ciclos de carga contínuos.
  • Maior vida útil: Aumenta a durabilidade das baterias.
  • Vantagem competitiva na indústria automotiva: Destaca veículos elétricos (VEs) no mercado.
  • Recarga rápida: Reduz o tempo de recarga dos VEs
  • .Maior autonomia: Permite percorrer distâncias maiores com uma única carga.
  • Sustentabilidade: Promove veículos elétricos mais eficientes e reduz emissões.
nióbio
Esquema da célula a combustível de nióbio, alimentada por glicerol – Imagem Felipe M. Souza reproduzida de Inovação Tecnológica

Impactos da fábrica em Araxá na economia nacional

A CBMM inaugurou a nova planta em Araxá no último 12 de novembro. A capacidade produtiva dessa fábrica será de 3 mil toneladas por ano para óxidos mistos destinados a baterias. Destes, 2 mil toneladas serão focadas na inovadora tecnologia XNO, utilizando nióbio como material ativo para ânodos. Tal unidade é considerada, por hora, a maior do mundo nesse segmento!

Estima-se que já na largada das operações 130 empregos diretos serão abertos na cidade, ajudando no desenvolvimento econômico e transição energética do estado.

Parceria estratégica com a Echion Technologies

Vale destacar que esse projeto todo foi desenvolvido pela CBMM em parceria com a empresa britânica Echion Technologies, conhecida por sua expertise no desenvolvimento de materiais para armazenamento de energia. Com essa aliança, entende-se que a nova planta atenderá melhor à crescente demanda global por baterias eficientes e sustentáveis.

A Echion Technologies é a responsável pela tecnologia XNO, voltada para baterias de íon-lítio de carregamento ultrarrápido. Trata-se de uma solução apresentada para substituir parcialmente o grafite nos ânodos dessas baterias e aumentar sua resistência e durabilidade, considerando os ciclos de carga-descarga e degradação das células. Isso, sem dúvidas, eleva a tecnologia de armazenamento de energia para um novo patamar!

nióbio
Imagem reproduzida de G1 – Globo

O papel do Brasil na transição energética global

Segundo a CBMM, a meta é alcançar 30% de sua receita proveniente de produtos não siderúrgicos até 2030. Isso diz muito sobre o seu compromisso com práticas sustentáveis e inovação. Na verdade, a companhia já investe anualmente R$ 250 milhões em seu Programa de Tecnologia. Essa abordagem não só beneficia a empresa, mas também contribui positivamente para o meio ambiente.

As expectativas são mesmo muito promissoras; porém, existem desafios que o Brasil precisa superar. Como podemos imaginar, em breve, muitas outras unidades de fábrica como essa inaugurada em Araxá deverão ser erguidas pelo mundo. A competição global no setor de baterias deve se intensificar ainda mais nos próximos anos. Por isso, o país precisa continuar investindo em pesquisa, aprimorando tecnologias, expandindo sua capacidade produtiva e criando parcerias estratégicas se quiser se manter relevante no mercado.

Veja Também: Novos Materiais: liga de ferro com eficiência energética


Fontes: G1.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Uma boa notícia para o Brasil! Nossa nação está em destaque no mais recente ranking das melhores universidades da América Latina, divulgado pela prestigiada revista britânica Times Higher Education (THE).

Em 2024, o país reafirmou seu protagonismo acadêmico ao ter sete das dez melhores instituições da região, com a Universidade de São Paulo (USP) assumindo o primeiro lugar depois de seis anos. Esta é uma conquista significativa que reflete o avanço da educação superior brasileira. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!

A USP retoma a liderança na América Latina

Após seis anos de domínio da Pontifícia Universidade Católica do Chile (PUC), a Universidade de São Paulo (USP) voltou a ocupar a primeira posição no ranking das melhores universidades da América Latina. Este feito é significativo não apenas para a USP, mas para o Brasil como um todo, que viu sua principal instituição de ensino superior retornar ao topo após uma competição acirrada.

Aliás, a USP não apenas lidera o ranking latino-americano, mas também voltou a figurar entre as 200 melhores universidades do mundo, alcançando a 199ª posição no THE World University Ranking. Este é um marco importante para a universidade e para o sistema educacional brasileiro, que enfrenta desafios constantes em termos de financiamento e infraestrutura.

Melhores Universidades da América Latina
Imagem de Element5 Digital em Unsplash

Veja Também: Como escolher a melhor faculdade de Engenharia?

As melhores universidades da América Latina

O ranking de 2024 revela uma dominância clara das universidades brasileiras. Além da USP, outras instituições notáveis estão na lista. Confira!

  1. Universidade de São Paulo (USP)
    A USP é um centro de excelência em ensino e pesquisa, famosa por suas contribuições em diversas áreas do conhecimento.
  2. Universidade de Campinas (Unicamp)
    Destaque em pesquisa científica e inovação, a Unicamp tem uma forte reputação tanto nacional quanto internacional.
  3. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
    A UFRJ se destaca pela produção acadêmica de alta qualidade e pela tradição em diversas áreas de estudo.
  4. Pontifícia Universidade Católica do Chile
    Após liderar o ranking por cinco anos, a PUC-Chile caiu para a quarta posição, ainda mantendo um desempenho forte em ensino e pesquisa.
  5. Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A Unesp continua a ser uma das principais instituições de ensino superior do Brasil, com um foco em pesquisa aplicada e expansão acadêmica.
  6. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
    Renomada por sua excelência acadêmica e abordagem inovadora, a PUC-Rio é uma das melhores instituições privadas do Brasil.
  7. Tecnológico de Monterrey (México)
    A única universidade mexicana na lista, o Tecnológico de Monterrey é reconhecido por seu forte foco em tecnologia e ciências aplicadas.
  8. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
    A UFRGS é prestigiada por seu alto nível de produção acadêmica e forte integração com o setor industrial.
  9. Universidade do Chile
    Mantendo uma posição sólida, a Universidade do Chile é uma das principais instituições de ensino superior da América Latina.
  10. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
    A UFSC é reconhecida por sua excelência em pesquisa, especialmente em engenharia e ciências exatas.

Essas instituições não só demonstram excelência acadêmica, mas também um compromisso com a pesquisa e inovação.

Melhores Universidades da América Latina
Imagem de Changbok Ko em Unsplash

Critérios de avaliação

O ranking da THE utiliza uma metodologia abrangente para avaliar as universidades, considerando cinco áreas principais:

  • Ensino: qualidade do ambiente de aprendizagem.
  • Ambiente de pesquisa: volume, investimento e reputação.
  • Qualidade de pesquisa: força, excelência e influência.
  • Perspectiva internacional: proporção de estudantes e funcionários internacionais, e colaborações em pesquisas.
  • Indústria: contribuições em renda e patentes.
Melhores Universidades da América Latina
Imagem de Vasily Koloda em Unsplash

O impacto da educação superior no Brasil

O sucesso das universidades brasileiras no ranking é um reflexo dos investimentos realizados nas últimas décadas em educação superior. Segundo Phil Baty, diretor de Assuntos Globais do THE, o desempenho excepcional do Brasil neste ranking demonstra a importância dos investimentos públicos no setor para termos um ensino de qualidade que seja referência internacional”.

Além disso, com 69 instituições classificadas no TOP 100 da América Latina, o Brasil se destaca como líder regional em educação superior. Isso não apenas atrai estudantes internacionais, mas também fortalece a pesquisa e inovação dentro do país.

Veja Também: Qual a diferença entre Faculdade e Universidade?


Fontes: Times Higher Education.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

No interior da Pensilvânia, nos Estados Unidos, existe uma cidade fantasma chamada Centralia, cuja trágica história atrai quem estuda engenharia. É que, ainda na década de 1960, uma decisão mal planejada de eliminação de resíduos de um aterro sanitário levou a consequências catastróficas, fazendo com que uma região – até então próspera – queimasse por décadas, e assim ela deve continuar pelos próximos 250 anos. Saiba mais sobre a história desse caso emblemático no artigo a seguir!

deastre de centrália
Imagem de Mredden em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Centralia_%28Pensilv%C3%A2nia%29#/
media/Ficheiro:Pa61_centralia.jpg

O incêndio que começou tudo

Em maio de 1962, autoridades de Centralia estavam lidando com um grande problema: o que fazer com o lixo acumulado em um aterro sanitário recém-inaugurado na cidade. O aterro em questão estava localizado próximo a uma antiga mina de carvão desativada – um fato que parece ter sido completamente ignorado. Então, eles tomaram a pior decisão de todas, incendiá-lo. Sim, parece até piada! Esses gestores nem sequer chegaram a considerar as implicações de segurança; é claro que a coisa não terminaria bem.

No começo, o incêndio parecia ter dado certo, os bombeiros só precisavam apagar algumas poucas chamas visíveis. Acontece que as brasas incandescentes se espalharam, ocupando a vasta rede de minas de carvão nos túneis subterrâneos. Ironicamente, esse era o dia do Memorial Day, um feriado importante no país, quando se fazem homenagens aos soldados mortos em combate. Irônico pois a intenção era melhorar a atmosfera da cidade nesta data. Claro que não deu certo! O fogo que começou naquele dia continua até os dias de hoje.

deastre de centrália
Imagem de Alexrk2 em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Centralia_%28Pensilv%C3%A2nia%29#/media/
Ficheiro:USA_Pennsylvania_location_map.svg

A escalada do desastre

Pode-se dizer que a negligência das autoridades de Centralia foram evidentes desde o início. Por exemplo, não houve inspeções prévias no terreno antes da criação do aterro. Depois, as regulamentações estaduais, que exigiam o selamento das minas de carvão existentes, foram ignoradas. Em menos de um mês do Memorial Day, os problemas começaram a se manifestar. O clima seco, somado ao calor e resíduos da mina no subterrâneo, fez o incêndio se alastrar sem controle por um verdadeiro labirinto abaixo da cidade.

Ninguém estava preparado para enfrentar um incêndio de tal magnitude e complexidade. Por isso, medidas inadequadas e atrasadas só contribuíram ainda mais para a continuidade da catástrofe. Hoje, o fogo subterrâneo em Centralia percorre aproximadamente 15 quilômetros de túneis, liberando gases tóxicos e tornando o solo extremamente quente, impossível de ser habitado, cultivado ou usado para a criação de animais.

deastre de centrália
Antes e depois de Centralia | Imagem reproduzida por Biquasquibrisance em Reddit

A transformação em cidade fantasma

Foi muito difícil para os moradores de Centralia perceberem e admitirem toda a gravidade da situação. Só que não teve jeito! Logo começaram a aparecer fissuras por todo lado, nas ruas, calçadas e mais. Com o tempo, mais de 600 construções precisaram ser demolidas e os residentes tiveram de deixar as suas casas. No censo de 1992, foram contabilizados apenas sete moradores nas cidades; hoje não há mais ninguém, nem as plantas crescem.

deastre de centrália
Imagem de Brian W. Schaller em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/Centralia,_Pennsylvania#/media/File:A421,_Centralia,_Pennsylvania,_
USA,_Route_61,_abandoned_section_above_coal_mine_fire,_2016_b.jpg

O ar de Centralia é agora insalubre; quase nada sobrou das construções e infraestrutura da cidade, o asfaltamento das ruas está completamente rachado e muitas edificações estão abandonadas. O governo americano reconhece a zona como inabitável. Quem persistir em tentar morar na região deve enfrentar riscos à saúde pela exposição ao monóxido de carbono e outros gases tóxicos. E o fogo só deve se extinguir após séculos!

deastre de centrália
Imagem de Georgfotoart em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/Centralia,_Pennsylvania#/media/File:A370,_Centralia,_
Pennsylvania,_USA,_solitary_house,_2008_b.jpg

Destino turístico inusitado

Vale destacar que, apesar do abandono, Centralia atrai curiosos e turistas interessados na história do incêndio subterrâneo e nas ruínas da cidade. As estradas rachadas e as fumaças que emergem do solo criam uma atmosfera fantasmagórica que fascina muitos visitantes.

As lições de Centralia para a Engenharia

Este caso de Centralia captura demais a imaginação popular. Por outro lado, ela também ensina lições valiosas para engenheiros e outros planejadores ou gestores urbanos.

Cumprimento das normas

Antes de tudo, ela destaca a importância de considerar todos os aspectos de segurança e as possíveis consequências de certas ações aparentemente inofensivas. Também de se seguir todos os protocolos de segurança no planejamento urbano e construção. Até porque a falta de inspeções adequadas e o desrespeito às normas são as prováveis causas desse desastre ambiental e social!

Gestão de riscos

Existe um campo hoje da engenharia chamado ‘gestão de riscos’, que diz respeito a identificar e se preparar para qualquer evento, depois agir de modo acertado, com base em dados. Se fossem feitas avaliações geológicas detalhadas antes da implementação do projeto de aterro, com todo o histórico de mineração e outras atividades industriais, Centralia não teria sofrido tudo isso. E é claro que queimar o lixo foi mais uma falha crítica de avaliação de riscos.

Planos de contingência e treinamentos

Toda decisão tem um impacto! Os cientistas afirmam que a lentidão e ineficácia da resposta ao incêndio contribuíram para a perpetuação do desastre. Planos de contingência eficazes e treinamentos regulares para responder a emergências teriam feito a diferença nesse caso – e, na verdade, são essenciais em qualquer projeto de engenharia e gestão urbana.

deastre de centrália
Imagem de Graffiti Highway em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/File:Graffiti_Highway_-_Centralia,_Pennsylvania_(2019)_b.jpg

Sustentabilidade e planejamento futuro

Por último, Centralia ensina sobre a importância da sustentabilidade nas práticas de engenharia. Porque, sim, as decisões tomadas hoje podem ter consequências duradouras. Precisamos considerar mais os impactos ambientais antes de realizar qualquer projeto.

Em um mundo que enfrenta desafios crescentes como as mudanças climáticas e o aquecimento global, é vital que engenheiros e outros profissionais priorizem soluções inovadoras e ecológicas, garantindo que os recursos sejam utilizados de forma responsável e que o meio ambiente seja preservado para as próximas gerações.

Veja Também: O Lago nos EUA que é a Maior Bateria do Mundo


Fontes: Wikipédia, Aventuras na História, Superinteressante, Fatos Desconhecidos.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Veneza, no noroeste da Itália, é uma das cidades mais lindas do mundo, bastante admirada pelos turistas por conta da sua arquitetura única. Mas o que intriga os engenheiros é a história de como ela foi construída, desafiando a compreensão sobre estruturas. Além disso, seus canais, que permeiam o tecido urbano com ruas aquáticas, dão a impressão de que a cidade está flutuando sobre a água. Neste artigo do Engenharia 360, vamos explorar como os romanos transformaram centenas de ilhas em um dos locais mais icônicos do mundo. Confira!

construção de veneza
Imagem de Teo Zac em Unsplash

O contexto histórico da origem de Veneza

Antes de Veneza ser construída, ainda no século V d.C., essa região italiana era apenas um pântano. Mas foi justamente nessas ilhas arenosas (a exemplo de Torcello, Jesolo e Malamocco) que os bárbaros encontraram refúgio contra os bárbaros (especialmente visigodos e hunos liderados por Átila) que invadiam e assolavam zonas pertencentes ao Império Romano. Os assentamentos, que eram para ser temporários, se tornaram lares permanentes e se transformaram com o passar dos anos.

construção de veneza
Imagem diagrama do processo de recuperação de terras no pântano, reprodução Julia Brant via ArchDaily

Vale destacar que essa evolução foi impulsionada pela localização estratégica da cidade na lagoa, que colocava Veneza como ponto central na rota comercial entre o Oriente e a Europa Ocidental. Desse jeito emergiu a grande potência marítima global e centro comercial vital para a Europa. Entre os séculos IX e XI, a região passou a integrar a Rota da Seda; mercadorias chegavam no porto e eram redistribuídas por todo o continente. Essa posição privilegiada favoreceu o crescimento econômico local.

A saber, hoje, a economia de Veneza é baseada principalmente no turismo. Contudo, ela também inclui outros setores, como construção naval, exportações industriais, produção de cristal e pesca.

Veja Também: O Segredo por Trás dos Aquedutos Romanos

A construção da cidade em solo inóspito

Como dito antes, Veneza foi construída sobre um arquipélago formado de pequenas ilhotas, agora conectadas por pontes e passagens em forma de canais que variam de 1 a 5 metros. Para tornar essa região habitável, os engenheiros do passado tiveram que desenvolver novas técnicas de construção – que mesmo hoje são usadas ou inspiram o desenvolvimento de tecnologias. O desafio maior era o terreno ser pantanoso.

construção de veneza
Imagem de Soroush Karimi em Unsplash

A solução adotada para o caso foi o uso de palafitas de madeira. Os romanos enterraram troncos de árvores sob as águas da lagoa para servir como pilares sustentadores das edificações. Estes troncos eram afunilados em uma das extremidades para que pudessem ser cravados no solo lodoso até atingirem as camadas mais sólidas da terra. E deu certo, esse modelo de engenharia permitiu que as estruturas se mantivessem firmes apesar da instabilidade do terreno.

construção de veneza
Imagem de NASA em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Veneza#/media/Ficheiro:Venedig_(Satellitenaufnahme).jpg

Preservação da madeira

Talvez a coisa mais interessante na engenharia de Veneza é que a sua madeira (predominantemente de árvores como amieiro, muito resistente à água) não apodreceu ao longo dos séculos. Isso porque os troncos ficaram completamente submersos, sem acesso ao ar e, portanto, sem contato com organismos que causam a decomposição do material. Além disso, essa madeira ainda absorveu minerais presentes na água, o que levou a um processo de fossilização que aumenta sua durabilidade.

Importante dizer que, sobre essas estacas, foram construídos blocos de pedra. Essa é a verdadeira fundação para os edifícios de Veneza.

A transição para materiais mais duráveis

Durante o século XI, Veneza enfrentou ataques de piratas que ameaçavam as rotas comerciais da costa da Dalmácia. Mas a estabilidade do seu comércio e a segurança dos seus moradores foi garantida graças ao exército romano. Finalmente, sua posição como um dos principais polos comerciais do Mediterrâneo pôde ser consolidada, levando a importantes alianças comerciais. Assim, a cidade se tornou independente, desafiando as tentativas de controle do Império Bizantino e Mongol.

Naquele tempo, uma das contribuições mais importantes para o crescimento econômico de Veneza foram as expedições realizadas por Marco Polo. Sua jornada ao Oriente ajudou a abrir novas rotas comerciais e a expandir o conhecimento europeu sobre regiões como Ásia Central e China.

construção de veneza
Imagem representação de Veneza por Canaletto em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gaspar_van_Wittel_-_View_of_the_San_Marco_Basin.JPG

Nos séculos seguintes, Veneza foi ficando cada vez mais próspera, expandindo-se sobre as águas. No começo, as edificações eram erguidas mais nas áreas secas das ilhas e eram feitas de madeira. Porém, a população da cidade cresceu e novas técnicas de construção foram utilizadas. Os venezianos começaram a aterrar as áreas alagadas, criando novos espaços de habitação. E, enfim, passarelas suspensas tornaram-se comuns à medida que os canais foram sendo estreitados pelas próprias construções. Foi uma expansão desordenada que até hoje traz desafios.

Problema com as enchentes

Por volta do século X, pedras começaram a ser incorporadas nas fundações e nas margens dos canais para ajudar na estabilidade das estruturas das edificações. As primeiras obras de pontes surgiram no ano de 1170. Mas há séculos, quando o nível do Mar Adriático sobe, a cidade sofre com enchentes – que hoje chegam a alcançar quase um metro em algumas localidades. O solo lamacento também vem afundando gradualmente desde os anos de 1890, “empurrando” a cidade para baixo.

Depois das enchentes, sedimentos ficam acumulados nos canais de Veneza, o que aumenta o risco de transbordamentos – fenômeno conhecido na engenharia como assoreamento. Também as ondas provocadas pelos inúmeros navios de cruzeiro que chegam à costa não ajudam; esse tráfego marítimo tem desgastado os pilares de madeira das casas à beira da água. Para completar, as mudanças climáticas elevaram o nível de risco; prevê-se que 80% das costas arriscam desaparecer até 2050.  

Para se proteger das enchentes, o governo de Veneza construiu nas últimas décadas barreiras gigantes que ficam no fundo do mar e são erguidas quando há risco de inundação. A cidade também tem um sistema de pequenas barragens com bombas para manter secas as áreas mais importantes, como a Praça de São Marcos.

construção de veneza
Imagem de Joshua Stannard em Unsplash

A arquitetura e o legado cultural de Veneza

A história urbana e de construção de Veneza é tema de estudo para a arquitetura. Seus palácios são a representação concreta da interação entre orientais e ocidentais, refletindo a diversidade cultural trazida pelo comércio. Não à toa, a cidade é considerada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO desde 1987. Para muitos ao redor do mundo, tal região da Itália é exemplo de obra-prima da humanidade, prova de que é possível transformar áreas alagadas em estruturas icônicas de engenharia.

Veja Também: Projeto MOSE: conheça a solução que promete salvar Veneza das inundações


Fontes: National Geographic Brasil, ArchDaily, BBC, Superinteressante.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Em 29 de maio de 1998, ainda no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi inaugurada uma das obras mais impressionantes de engenharia do Brasil, marco na integração de modais de transporte, a Ponte Rollemberg-Vuolo. A mesma tem 3.700 metros de extensão e conecta os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Confira neste artigo do Engenharia 360 mais informações sobre essa construção de ponte rodoferroviária que tanto transformou o transporte do país!

Ponte Rollemberg-Vuolo
Imagem reproduzida de Wikimapia
Ponte Rollemberg-Vuolo
Imagem de Cacobianchi em Wikipédia – httpspt.wikipedia.orgwikiPonte_Rodoferroviria_Rollemberg-Vuolo#mediaFicheiroPonte_Rubinia_3.jpg

Um breve histórico da Ponte Rollemberg-Vuolo

A ideia da construção da Ponte Rollemberg-Vuolo partiu da necessidade de se ter uma maior integração entre as regiões brasileiras, especialmente na fronteira com o Rio Paraná. Mas, embora sua obra só tenha começado em 1991, os planos já vinham sendo trabalhados desde 1901, quando o escritor Euclides da Cunha defendeu em um artigo que era preciso ter uma infraestrutura melhor que promovesse o desenvolvimento nacional.

Em 1974, o deputado federal Vicente Vuolo apresentou o primeiro projeto concreto para a construção da ponte. Depois disso, foram anos de planejamento e adiamentos. E só na administração do então governador de São Paulo em 1991, Orestes Quércia, é que a coisa foi para frente. A obra levou sete anos para ser concluída e custou, no total, R$ 550 milhões via financiamento da União pelo Estado. Algumas fontes, como a Folha de SP em reportagem de 2005, indicam que o custo final chegou mesmo a R$ 586,3 milhões.

Finalmente em 1998, uma cerimônia, com direito a presença do presidente e de outras autoridades, foi realizada para marcar a finalização da Ponte Rollemberg-Vuolo. Sua inauguração consolidou um feito de engenharia que superou barreiras políticas, de planejamento e de execução repletas de desafios financeiros, geográficos e técnicos.

Recomendamos que você assista ainda o seguinte vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=fEXyxVlZ01g

As principais características da Ponte Rollemberg-Vuolo

Como dito no começo deste texto, a Ponte Rollemberg-Vuolo é a primeira ponte do Brasil a integrar sistemas rodoviários e ferroviários em uma única estrutura e, além disso, é a maior ponte fluvial do país. Sua estrutura é mista, projetada para atender diferentes tipos de tráfego, suportando veículos de passeio, motocicletas, pedestres, ciclistas e composições ferroviárias – são quatro faixas de rolamento na parte superior para veículos rodoviários e uma via ferroviária na parte inferior. Por tudo isso, a obra é considerada exemplo de solução multimodal que promove a eficiência e a sustentabilidade no transporte.

Vale destacar que essa ponte tem 26 metros de altura e 18 metros de largura; cada um dos seus vão têm 100 metros. Para erguê-la, os engenheiros precisaram recorrer a técnicas avançadas de construção, a exemplo de uma plataforma flutuante alemã. Ademais, foram utilizados materiais modernos e técnicas inovadoras que garantiram não apenas funcionalidade da obra, mas também sua durabilidade e segurança.

Ponte Rollemberg-Vuolo
Imagem divulgação Câmara municipal de Rubinéia via Rota Bioceânica
Ponte Rollemberg-Vuolo
Imagem divulgação Câmara municipal de Rubinéia via Rota Bioceânica

Um dos maiores desafios de execução foi o enfrentamento das condições climáticas adversas e dificuldades geológicas. Há relatos de que ventos fortes e rochas gigantes no leito do rio complicaram as operações. Foi preciso recorrer a um sistema de alerta meteorológico para garantir a segurança dos trabalhadores durante a construção.

O impacto econômico e social da obra

A Ponte Deputado Roberto Rollemberg – nome oficial Ponte Senador Vicente Vuolo – recebeu tal nome, conforme a Lei 10.570 de 21 de novembro de 2002, em homenagem às contribuições feitas para viabilização do empreendimento. Além do impacto político, o impacto financeiro da obra na região é notável, facilitando o escoamento de produtos agrícolas e outros bens entre os estados conectados e além. Enfim, sua função multimodal reduz o tempo de transporte e promove melhora a logística, favorecendo o crescimento econômico do centro-oeste brasileiro.

Só para se ter uma ideia, antes da inauguração da Ponte Rollemberg-Vuolo, a travessia do Rio Paraná era realizada por balsas, algo que levava até uma hora e meia dependendo das condições climáticas. Agora, o mesmo trajeto é percorrido em menos de cinco minutos. Por conta disso, houve um aumento de fluxo de pessoas (inclusive turistas) e mercadorias na região.

Ponte Rollemberg-Vuolo
Imagem de 94lucasdias em Wikimapia

As recentes restaurações e manutenções

Atualmente, os serviços de manutenção da Ponte Rollemberg-Vuolo são realizados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pela empresa ALL Rumo. Em 2022, houve uma grande restauração na estrutura para reposição de luminárias. O projeto, do Estado do Mato Grosso do Sul, visou a segurança e funcionalidade da estrutura, além de melhorar a visibilidade noturna e a experiência de travessia. Iniciativas como essa são fundamentais para garantir que a infraestrutura atenda às necessidades atuais sem comprometer os recursos futuros.

Veja Também:

Ponte Bioceânica: Instalação da viga inaugural já foi feita

As Maiores Pontes em Construção no Brasil


Fontes: Estadão, Wikipédia, Click Petróleo e Gás, Wikimapia.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Na madrugada de 10 de novembro de 2024, moradores de diversas cidades do Sul de Minas Gerais ficaram intrigados com seguidos tremores e vibrações de terra. Os cientistas afirmam que o fenômeno físico, na verdade, se tratou de sonic boom ou estrondo sônico, resultando de ondas de choques no ar. Mas qual a origem? Neste artigo do Engenharia 360, vamos explorar todas as explicações sobre as possíveis causas desse evento e as implicações de sua ocorrência. Confira!

Sonic Boom ou Estrondo Sônico
Imagem gerada via DALL·E

O que é sonic boom?

O sonic boom, tão citado pela imprensa nesta semana, é também chamado de estrondo sônico, um fenômeno acústico que ocorre quando um objeto, como um avião, viaja através do ar a uma velocidade superior à do som, deslocando-se de maneira tão rápida a criar ondas de choque à sua frente e atrás. É quase como um barco se movendo na água; só que, nesse caso, o elemento não está limitado pelo líquido, com as ondas sendo propagadas livremente no ar.

Vale destacar que, nesse caso, a velocidade crítica medida na atmosfera é Mach 1, de aproximadamente 343 metros por segundo (ou cerca de 1.235 km/h), ao nível do mar e a uma temperatura de 15 °C. Como consequência, o som produzido por esse choque é tão intenso que pode ser descrito como uma explosão em solo – o que explica porque os moradores de Minas Gerais tiveram a impressão de ser um tremor de terra.

Sonic Boom ou Estrondo Sônico
Imagem reproduzida de Saber Atualizado

Como ocorre o sonic boom?

A explicação mais simples dada pela física para o sonic boom ou estrondo é a seguinte: à medida que a velocidade do objeto aumenta, as ondas de pressão se comprimem e se concentram até se fundirem em uma única onda de choque. Essas ondas viajam à velocidade do som, dando origem ao estrondo característico.

Em termos gráficos, podemos resumir esse fenômeno através do Cone de Mach, ou seja, com as ondas de choque formando uma estrutura cônica ao redor da aeronave. O ângulo desse cone vai depender, claro, da velocidade do objeto em movimento – quanto mais rápido, mais estreita e pontiaguda é a figura.

Sonic Boom ou Estrondo Sônico
Imagens reproduzidas de Portal do Conhecimento e Mundo Educação – UOL
Sonic Boom ou Estrondo Sônico
Imagens reproduzidas de Responde Aí

O estrondo sônico é muito comum durante voos supersônicos. O “rastro” dessa rota é conhecido como “carpete de estrondo“, e sua largura depende da altitude do avião. Se o piloto aumentar essa altitude, consegue reduzir a área de impacto desse estrondo, tornando-o mais suave. Geralmente, as aeronaves mais longas tendem a gerar estrondos mais difusos. E tem ainda a questão da Onda-N, de aumento de pressão na ponta do nariz da máquina, seguido por uma diminuição ou pressão negativa na cauda, que deve ser muito levado em conta em projetos de engenharia.

Quais os impactos do estrondo sônico?

O impacto do estrondo sônico pode variar dependendo de sua intensidade. Aviões supersônicos, como o antigo Concorde, não costumam gerar um estrondo forte suficiente (com pressão até 500 Pa) para causar danos a infraestruturas de casas e edifícios, por exemplo – embora possa perturbar moradores de algumas áreas. Já com um voo de F-4, com pressão maior (de 7.000 Pa), o estrondo pode ser assustador e até levar a danos significativos. A temperatura e pressão do ar também devem afetar como essas ondas de choque vão se propagar.

Quando chegam ao solo, as ondas de choque podem causar vibrações como pequenos terremotos. Em alguns casos, se houver um intervalo significativo entre as ondas geradas pelo nariz e pela cauda da aeronave, os observadores podem até ouvir dois estrondos distintos, como um “boom” duplo.

Sonic Boom ou Estrondo Sônico
Imagem de University of Central Florida reproduzida de Saber Atualizado

O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo analisou os vários relatos feitos nesta semana por cidadãos de Alfenas, Varginha e Lavras, que sentiram tremores entre fracos e moderados. Algumas pessoas descreveram o evento como perturbador, com móveis balançando e até água em copos mostrando sinais de movimentação. A USP chegou a investigar então se era o caso de terremotos, mas após descartar a detecção de sismos com magnitude necessária para tal (próxima a 4), concluiu-se que poderia ser um caso de sonic boom.

Sonic Boom ou Estrondo Sônico
Moradores relatam tremores em mais de 20 cidades do Sul de Minas – Imagem de Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo reproduzida de G1
Sonic Boom ou Estrondo Sônico
Tremor em cidades do Sul de Minas pode ter sido causado por aeronave supersônica, indicam cálculos de velocidade – Imagem de Bruno Collaço, Centro de Sismologia da USP, reproduzida de G1

Como mitigar o estrondo sônico?

Nos últimos anos, a engenharia vem investigando como reduzir o impacto do sonic boom ou estrondo sônico. A DARPA (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos EUA) desenvolveu a Plataforma Supersônica Silenciosa, que busca reduzir a intensidade do som gerado durante o voo supersônico. Um dos resultados dessas pesquisas foi o projeto SSBD (Sonic Boom Demonstration Aircraft), que demonstrou uma redução de até um terço no estrondo sônico.

Outro avanço significativo foi o desenvolvimento do “Quiet Spike” pela NASA. Este dispositivo telescópico, instalado no nariz da aeronave, foi projetado para enfraquecer as ondas de choque geradas nas altas velocidades. Os testes realizados com o “Quiet Spike” mostraram promissores resultados na redução do estrondo, permitindo um voo mais silencioso e confortável para as áreas abaixo da trajetória de voo.

Veja Também:

Terremotos Lentos: Previsão de Grandes Abalos Sísmicos

Por que a Terra Treme? Explorando a Natureza dos Terremotos


Fontes: G1, Olhar Digital, Wikipédia, Saber Atualizado.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

O SOLIDWORKS é uma das ferramentas mais consagradas no mundo da engenharia e é amplamente utilizado em diversas áreas, como Engenharia Mecânica, Industrial e de Produção. Por isso, a presença de uma revendedora oficial do software no Brasil é uma novidade empolgante para profissionais da área.

A novidade trazida pelo portal Engenharia 360 é a parceria entre a MULTITTECH e a Dassault Systèmes, que será oficialmente celebrada em um evento nesta quarta-feira. Vamos explorar por que essa notícia é significativa e o que os engenheiros brasileiros podem esperar!

multittech
Imagem reproduzida de Multittech Engenharia em Facebook

O que é SOLIDWORKS

SOLIDWORKS é um software de CAD (Desenho Assistido por Computador) desenvolvido pela empresa francesa Dassault Systèmes, projetado para a modelagem tridimensional de produtos. Ele permite que engenheiros criem peças e montagens complexas com precisão. Também oferece uma variedade de funcionalidades, incluindo ferramentas para desenhos técnicos, simulações e gerenciamento de dados, tornando-se uma escolha popular entre profissionais de engenharia.

multittech
Imagem reproduzida de Wikipédia

Por que o SOLIDWORKS é importante para a engenharia

O SOLIDWORKS destaca-se por suas capacidades de simulação e modelagem 3D que facilitam a criação e o teste de protótipos em um ambiente virtual. Isso permite que engenheiros otimizem processos, economizem tempo e recursos, e reduzam a necessidade de modelos físicos caros. As simulações dentro do seu sistema são precisas e ajudam a prever o comportamento de um produto em diferentes condições, garantindo que ele atenda aos padrões de qualidade e segurança antes de ser fabricado.

multittech
Imagem reproduzida de Dassault Systèmes

Além disso, o software oferece ferramentas que suportam uma ampla gama de materiais e métodos de produção, tornando-o versátil para diferentes setores da engenharia. As simulações de movimento, análise de tensão, fluxos de fluido e injeção de plásticos são exemplos de funcionalidades que ajudam engenheiros a inovar e melhorar continuamente seus projetos.

multittech
Imagem reproduzida de SolidWorks

Nova revendedora oficial do SOLIDWORKS no Brasil

A MULTITTECH foi anunciada como a nova revendedora oficial do SOLIDWORKS no Brasil. Com mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia para engenharia, a empresa já possui um histórico sólido na revenda de outros softwares e agora amplia sua atuação com a licença do SOLIDWORKS.

Vale destacar que, com esta parceria com a Dassault Systèmes, a empresa brasileira promete ampliar o acesso ao programa, fornecendo suporte local e serviços personalizados para atender às necessidades de engenheiros e empresas de diversos setores. Resumindo, com essa iniciativa, a MULTITTECH busca estreitar laços com a comunidade de engenharia, garantindo uma experiência de uso mais completa e eficiente no software.

Evento de lançamento da parceria

A apresentação oficial da MULTITTECH como revendedora oficial do SOLIDWORKS será realizada nesta quarta-feira, 13 de novembro, em Holambra, São Paulo. Esta celebração marcará a parceria com a Dassault Systèmes, um momento significativo para a comunidade de Engenharia no Brasil!

Durante o evento, o CEO da MULTITTECH, Ricardo Nogueira, dará início às atividades com uma fala sobre a importância dessa nova colaboração e as estratégias que ela traz para o mercado. Além disso, Timóteo Muller e Thiago Amorim, da Dassault Systèmes, estarão presentes para discutir as inovações e novidades do SOLIDWORKS para 2025. Uma entrevista especial com representantes da TRACTIAN também está programada, onde serão abordados os benefícios do uso do software na prática.

Após as apresentações, os convidados terão a oportunidade de participar de um tour pelos laboratórios da MULTITTECH, encerrando a noite com um coquetel.

Detalhes do evento:

  • Data: Quarta-feira
  • Local: TechCenter da MULTITTECH, Holambra, SP
  • Participantes:
    • Ricardo Nogueira (CEO)
    • Timóteo Muller
    • Thiago Amorim
    • Representantes da TRACTIAN
multittech
Imagem de Multittech

Para participar do evento, os interessados devem acessar o site oficial da MULTITTECH e seguir as instruções para inscrição. As vagas são limitadas, então é importante garantir a participação o quanto antes para não perder essa oportunidade de networking e aprendizado.

E quem comparecer ao evento ainda terá a chance de ganhar um power bank como brinde durante o coquetel!

multittech
Imagem de Multittech

Veja Também: O que há de novo no SOLIDWORKS 2025?


Este é um artigo patrocinado. Você leu um texto publicitário. Este aviso representa nosso compromisso e transparência diante de sua opinião.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Se tem um estado brasileiro que está sempre na vanguarda da engenharia, é Santa Catarina. Por exemplo, é no seu litoral que estão concentradas as maiores obras de arranha-céu do país, a exemplo do One Tower e Infinity Coast. E agora, o Engenharia 360 quer destacar a proposta para construção de um túnel submerso ligando as cidades de Itajaí e Navegantes, que promete revolucionar a mobilidade e o desenvolvimento econômico da região. Continue lendo este artigo para saber mais!

O plano de mobilidade para a região da Foz do Rio Itajaí

O Promobis ou ‘Projeto de Mobilidade Integrada Sustentável da Região da Foz do Rio Itajaí‘ é uma das mais ambiciosas iniciativas urbanas já vistas no Brasil, com foco no plano de mobilidade de Santa Catarina, que visa facilitar o deslocamento entre cidades, impulsionar a economia local e a qualidade de vida dos habitantes. Em princípio, devem ser destinados ao seu desenvolvimento um valor de US$ 342 milhões, contemplando 11 municípios da zona da AMFRI (Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí), incluindo Balneário Camboriú, Bombinhas e Itapema.

Vale destacar que o objetivo dos idealizadores da proposta é, portanto, ligar esses municípios através de soluções inovadoras, incluindo soluções de resiliência climática, sistema de BRT (Bus Rapid Transit) com ônibus elétricos, corredores de mobilidade, e um túnel submerso passando sob o Rio Itajaí-Açu.

túnel submerso
Imagem reproduzida de Governo de SC via G1

A necessidade de inovação em mobilidade

A pergunta que muitos fazem é: por que a construção de um túnel submerso e não uma ponte tradicional? Bem, a explicação pode ser longa, pois envolve fatores técnicos e econômicos. Inicialmente a ideia era, sim, ligar Itajaí e Navegantes com uma ponte, mas as exigências de altura (65 metros) para permitir a passagem de grandes navios no Rio Itajaí-Açu tornaram esse modelo de engenharia inviável, sobretudo considerando as restrições impostas pela proximidade do Aeroporto de Navegantes.

Assim, por todos esses motivos listados, os engenheiros consideraram então a construção de um túnel submerso como a melhor opção para atender às necessidades logísticas, evitando complicações relacionadas à segurança aérea.

A construção do túnel submerso Itajaí-Navegantes

Segundo os projetistas, o túnel submerso Itajaí-Navegantes contará com três pistas em cada sentido, sendo uma delas exclusiva para o BRT elétrico. Além disso, estão previstos espaços para pedestres e ciclistas, para garantir uma mobilidade mais ativa pela passagem, promovendo um transporte inclusivo e sustentável. Serão 23 metros abaixo da linha da terra e abaixo do canal de acesso aos portos.

túnel submerso
Imagem divulgação AMFRI via ND+
túnel submerso
Imagem reproduzida de Governo de SC via G1

A construção do túnel vai requerer tecnologia avançada e experiência específica. Contudo, ela deverá ser rápida e eficiente – sem grandes transtornos -, feita com módulos que serão separados por estaleiros em terra firme, transportados até o local e submersos no leito do rio. Cada unidade será vedada de forma a impedir a entrada da água, criando uma estrutura sólida e segura. A técnica deve seguir o padrão de modelos já executados fora do Brasil, como em regiões da Ásia e Europa.

túnel submerso
Imagem reproduzida de Governo de SC via ND+

Atualmente, o projeto mais similar em andamento que temos no Brasil é o túnel Santos-Guarujá. Aliás, a implementação deste projeto pode servir de case de sucesso para outras cidades do país que estejam enfrentando problemas semelhantes de mobilidade urbana. Além disso, estimular outros investimentos em infraestrutura sustentável em todo o território nacional.

Financiamento e parcerias

Para que o plano do túnel submerso Itajaí-Navegantes saia do papel, está sendo feito um financiamento de Parceria Público-Privada, com o governo estadual comprometendo-se a investir US$ 24 milhões. O Banco Mundial também aprovou um empréstimo de US$ 90 milhões para apoiar as obras. A expectativa é que a construção do túnel comece em 2025.

Segundo especialistas de mercado, essa modelagem (PPP) é o que pode mais trazer benefícios tanto para investidores quanto para o governo estadual, garantindo que tudo seja executado dentro do prazo e na melhor qualidade possível, suportando as operações por muitos anos. Aliás, com a concretização desse projeto, tendo como apoio empresas especializadas no setor de infraestrutura, Santa Catarina ganhará muito mais expertise na realização de obras de alta complexidade.

Os impactos econômicos e sociais do projeto

Espera-se que a obra do túnel submerso Itajaí-Navegantes melhore o acesso ao porto de Itajaí – que é, aliás, um dos maiores aeroportos do Brasil. Mas além dessa revolução na mobilidade, o projeto pode trazer outros benefícios. Por exemplo, impulsionar o turismo e comércio local, justamente por conectar os dois municípios, que já têm hoje grande importância econômica e portuária, de forma mais rápida e eficiente. Por hora, os especialistas de mercado estimam a geração de 11 mil empregos diretos e indiretos.

túnel submerso
Imagem reproduzida de Governo de SC via ND+

Expectativa para o futuro

Como dito no início deste texto, o túnel submerso entre Itajaí e Navegantes representa só uma parte do Promobis. A transformação da região nos próximos anos será realmente incrível, tornando-se mais conectada, sustentável e capaz de atrair ainda mais investimentos, além dos muitos já consolidados. A inauguração da obra está prevista para 2026, marcando um marco importante para a engenharia nacional e o início de uma nova era para o transporte público e a infraestrutura urbana de Santa Catarina.

Veja Também:

Construção Túnel submerso marítimo Santos-Guarujá

Primeiro Túnel Submerso da América Latina é no Brasil


Fontes: ND+, G1, NSC Total, NSC Total 2, Click Petróleo e Gás.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

A JPMorgan Chase & Co. é uma sociedade gestora líder mundial em serviços financeiros e a terceira maior empresa do mundo. Sua nova sede, em construção no momento, será no endereço 270 Park Avenue, em Manhattan, e pode mudar a paisagem de Nova York. Assinado pelo renomado escritório Foster + Partners, o projeto grandioso prevê uma estrutura de 423 metros com estética arquitetônica moderna e engenharia com altos padrões de sustentabilidade e inovação para o setor imobiliário. Confira mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!

sede global do JPMorgan Chaise
Imagem reproduzida de Foster + Partners

O projeto da nova sede da JPMorgan Chase

Quando concluído, em 2025, o 270 Park Avenue será o maior edifício elétrico de Nova York. A estrutura vai substituir o antigo Union Carbide Building, de 60 andares. O novo arranha-céu terá espaço suficiente (2,5 milhões de metros quadrados) para acomodar cerca de 14 mil colaboradores da empresa, tendo ao redor uma área pública, com espaços verdes e um grande pátio aberto para Park Avenue e Madison Avenue, beneficiando funcionários, moradores e visitantes da área.

sede global do JPMorgan Chaise
Imagem reproduzida de Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/File:270_Park_Avenue_
Photomontage_Day.jpg
sede global do JPMorgan Chaise
Imagem de Thehornet em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/File:270_Park_Avenue_11-2023.jpg

É interessante a visão inovadora que Norman Foster e sua equipe da Foster + Partners tiveram para a volumetria do edifício. O design final é bem arrojado e elegante, respeitando conceitos como conexão com o entorno e acessibilidade. Vale destacar que a estrutura segue um formato de leque e contraventamento triangular, permitindo que o prédio “toque o chão levemente” ao longo de todo o seu bloco. Já dentro, o espaço foi maximizado, com amplos escritórios e áreas públicas.

sede global do JPMorgan Chaise
Imagem de MacOS Weed em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/File:270_Park_Avenue_NYC_August_2023.png

A saber, segundo Foster, a inspiração para o projeto do 270 Park Avenue veio de antigos planos urbanísticos de Nova York, mas com um olhar para o futuro, trazendo um otimismo renovado e um investimento a longo prazo na cidade.

Sustentabilidade em primeiro lugar

Voltamos para à questão de que o 270 Park Avenue será o maior edifício elétrico de Nova York. Isso quer dizer que ele será 100% alimentado por energia elétrica proveniente de fontes renováveis – mais precisamente de uma usina hidrelétrica da cidade -, com chances zero de emissões líquidas. Tal feito representa um grande avanço no setor, demonstrando que a engenharia de arranha-céus pode se alinhar, de fato, com os objetivos globais de sustentabilidade.

O projeto prevê a incorporação de tecnologia de ponta para garantir eficiência energética, incluindo sistemas com sensores, IA e aprendizado de máquina para monitoramento e análise do funcionamento, além do armazenamento e reutilização de água (para redução de 40% do consumo). Prevê-se automação em alguns setores, como de ajustes de janelas de vidro triplo e persianas solares, conectadas aos sistemas HVAC (aquecimento, ventilação e ar-condicionado).

Mais espaço público e conectividade

Claro que o projeto desse novo arranha-céu de Nova York não se limita à sustentabilidade ambiental; ele também é um exemplo de melhora do ambiente de trabalho e ambiente urbano. Calma, explicamos!

A nova sede da JPMorgan Chase será uma estrutura com infraestrutura de última geração, que servirá certamente de exemplo de design, tecnologia e sustentabilidade para a arquitetura e o empreendedorismo global, um modelo de construção e de trabalho. Ela irá oferecer aos seus funcionários um centro de saúde e bem-estar, áreas fitness, salas de yoga e até espaços de meditação. Os escritórios serão banhados com muita luz solar e ar fresco – com elementos biofílicos, estimulando conexão com a natureza, e materiais que promovem saúde e conforto.

sede global do JPMorgan Chaise
Imagem reproduzida de Foster + Partners
sede global do JPMorgan Chaise
Imagem reproduzida de Foster + Partners

No nível do solo, o espaço público irá atrair milhares de visitantes todos os dias. A estrutura elevada também irá oferecer vistas amplas e desobstruídas com a Park Avenue e Madison Avenue conectadas por um pátio público verde, que será provavelmente um novo ponto de encontro cobiçado para os nova-iorquinos. E a torre também se beneficiará de uma localização estratégica em Manhattan para melhorar a mobilidade e conectividade do bairro.

sede global do JPMorgan Chaise
Imagem de Foster + Partners reproduzida de Engenharia Hoje

O futuro de Nova York e o mercado de escritórios

Há mais de 200 anos, os arranha-céus em Nova York representam o poder econômico dos Estados Unidos – por isso a queda do World Trade Center impactou tanto a imagem do país. Agora, a cidade vem sendo moldada para refletir o desejo da nação para suas gerações futuras. Especialmente o 270 Park Avenue irá refletir o compromisso do banco JPMorgan Chase com a cidade e com as pessoas que trabalharão na nova sede, como um símbolo de seus investimentos de longo prazo.

sede global do JPMorgan Chaise
Imagem reproduzida de Foster + Partners

Para Foster + Partners, o novo arranha-céu deve ser uma positiva adição ao tecido da Park Avenue, com uma arquitetura muito bem adaptada às necessidades contemporâneas. Para o escritório, esse trabalho foi a chance de testar ideias para a reutilização e reciclagem de materiais de construção. Inclusive, com 97% dos materiais do edifício anterior sendo reaproveitados, superando as exigências dos principais padrões de construção verde.

Veja Também:

Vessel reabre em Nova York: O que mudou?

NY: turismo para engenheiros e arquitetos


Fontes: Dezeen, Foster + Partners, ArchDaily.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Atualmente, os celulares são parte integrante das nossas vidas. Do despertar até a hora de dormir, da comunicação ao entretenimento e trabalho, esses dispositivos se mostram essenciais. E essa tecnologia avança, mas ainda levantando preocupações sobre os possíveis efeitos da radiação emitida. Mas, afinal, qual a verdade por trás dessa teoria? O que os estudos científicos dizem? Neste artigo do Engenharia 360, vamos conferir quais as explicações e recomendações dos especialistas. Confira!

O que é radiação?

Radiação, segundo a ciência, refere-se à energia que se propaga pelo espaço. A mesma pode ser classificada de dois jeitos. Ionizante, como a emitida nos exames de raios-x e em processos nucleares, tendo energia suficiente para remover elétrons dos átomos, quebrar ligações químicas e causar danos celulares, impactando o DNA, provocando mutações genéticas e aumentando o risco de câncer.

radiação celulares
Imagem de rawpixel.com em Freepik

Agora, e a radiação não ionizante? Bem, ela é como a radiação emitida por celulares. A mesma não tem energia suficiente para causar danos diretos ao DNA. Sendo assim, ela é considerada menos perigosa. Mas entenda que ‘menos’ não é o mesmo que ‘nulo’! Quer dizer, que a exposição prolongada a essa radiação e seus possíveis efeitos acumulativos ao longo do tempo devem ser levadas em consideração.

Então, os celulares emitem radiação?

Sim, os celulares emitem radiação eletromagnética, especialmente na forma de radiação de radiofrequência (RF). Esse processo físico é gerado quando o telefone se conecta a torres de celular ou a redes Wi-Fi para transmitir dados e realizar chamadas. Isso pode ser bem medido pelo cálculo da Taxa de Absorção Específica (SAR), que indica a quantidade de energia de radiofrequência absorvida pelo corpo humano. Resumindo, quanto maior o valor, maior a quantidade de radiação absorvida.

radiação celulares
Imagem de Freepik

Vale destacar que a SAR é extressa em watts por quilograma (W/kg) e também que nos Estados Unidos, o limite permitido para dispositivos móveis é de 1,6 W/kg.

radiação celulares
Imagem reproduzida de Brasil de Fato – MG

Perguntas frequentes

Celulares causam câncer?

Aparentemente, não! Estudos realizados até agora não encontraram evidências conclusivas que liguem o uso de celulares ao desenvolvimento de tumores malignos.

Todos os celulares emitem radiação?

Sim! De certo modo, todos os celulares emitem algum nível de radiação, classificado de acordo com o SAR, podendo variar significativamente.

Usar fones de ouvido elimina riscos a longo prazo?

Embora usar fones de ouvido ou viva voz possa ajudar a reduzir a exposição à radiação RF durante chamadas, isso não elimina completamente os riscos associados ao uso do celular. A exposição a esse processo físico ainda ocorre quando o dispositivo está próximo ao corpo.

Veja Também: Fungos de Chernobyl: A Chave Contra Radiação no Espaço

O que revelam os estudos científicos?

Queremos destacar neste artigo que um dos maiores estudos já realizados sobre o tema foi o Interphone, coordenado pela OMS. Na ocasião, foram analisados dados de mais de 5 mil pessoas saudáveis e com tumores cerebrais. Os resultados não mostraram, então, a ligação clara do uso de celulares com a evolução de câncer. Mas a OMS acabou classificando as radiofrequências eletromagnéticas como “possíveis cancerígenos para os seres humanos”, um status que indica evidência inconclusiva.

Então, a questão que pesa mesmo é a exposição excessiva a esses dispositivos. Talvez devêssemos nos preocupar em especial com as crianças, cujos sistemas nervosos continuam em desenvolvimento.

radiação celulares
Imagem de master1305 em Freepik

Como os testes de verificação são realizados?

Os testes para determinar o SAR devem ser realizados em ambientes controlados, simulando condições reais de uso. Geralmente, os cientistas usam um manequim de corpo humano feito de material que imita as propriedades elétricas dos tecidos de pele e órgãos de uma pessoa real, preenchido com líquido que simula a absorção de radiação. Então, sensores e antenas são posicionados ao redor para medir a intensidade desse processo físico, enquanto o dispositivo próximo é ativado para realização de chamadas.

A saber, esses testes só podem ser conduzidos em laboratórios acreditados que seguem diretrizes estabelecidas por órgãos reguladores, como a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Quais celulares emitem mais radiação em 2024?

Se você está preocupado em usar o celular, indicamos que leia antes o manual do usuário ou nas especificações do fabricante do dispositivo que possui. Por exemplo, aparelhos com SAR abaixo de 1.6 W/kg são considerados seguros pela Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC). Mas esteja ciente de que muitos aplicativos que monitoram emissão de radiação podem não ser precisos. Na dúvida, o melhor seria consultar um especialista e adotar hábitos mais conscientes.

Uma lista publicada pelo site Olhar Digital destaca os níveis desse processo físico de diversos modelos de celulares. As informações, fornecidas pelo Escritório Federal Alemão de Proteção contra Radiação (BfS), indicam os smartphones com os maiores índices de radiação, medidos em W/kg. Confira:

  1. Motorola Edge: 1.79 W/kg
  2. Xiaomi Mi A1: 1.75 W/kg
  3. OnePlus 5T: 1.64 W/kg
  4. ZTE Axon 11 5G: 1.59 W/kg
  5. OnePlus 6T: 1.55 W/kg
  6. Google Pixel 4a: 1.37 W/kg
  7. Sony Xperia XZ1 Compact: 1.36 W/kg

Por outro lado, alguns smartphones apresentam níveis baixos de radiação, como:

  1. Samsung Galaxy A80: 0.22 W/kg
  2. Samsung Galaxy Note10+ 5G: 0.19 W/kg
  3. ZTE Blade V10: 0.17 W/kg

Essas informações podem lhe guiar na hora de escolher um novo dispositivo para compra nas lojas!

radiação celulares
Imagem de Freepik

Como Se Proteger da Radiação Emitida por Celulares

Se você deseja minimizar sua exposição à radiação dos celulares, algumas ações podem ser seguidas:

  • Usar fones de ouvido ou viva-voz: Mantém o celular afastado da cabeça durante as chamadas.
  • Reduzir a frequência e duração das chamadas: Diminui o tempo de exposição ao celular próximo ao corpo.
  • Usar o celular em áreas com boa recepção: Em locais com sinal forte, o celular emite menos radiação, pois não precisa aumentar a potência de transmissão.
  • Optar por mensagens em vez de chamadas: Sempre que possível, priorize o envio de mensagens de texto.
  • Escolher dispositivos com baixo SAR: Consulte a Taxa de Absorção Específica (SAR) do aparelho antes da compra e prefira modelos com valores mais baixos.
radiação celulares
Imagem de Disconnect reproduzida de VEJA

Veja Também:


Fontes: Olhar Digital, BBC, CanalTech, UOL.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.