Ao contrário do que muitos pensam, não é só o nosso lar que deve ser aconchegante. Na verdade, todo tipo de edificação deveria ser planejada pensando na melhoria da qualidade de vida de quem vai habitar ou trabalhar nela e isso inclui os edifícios comerciais.
Segundo Sarah Billington e James Landay, engenheiros da Universidade de Stanford, muitos edifícios contribuem para problemas como depressão, estresse, falta de motivação e mais. Todos esses fatores contribuem para o absenteísmo no trabalho, o qual e responsável por uma perda aproximada de 226 bilhões de dólares por ano nos Estados Unidos.
Esse problema acontece porque muitos trabalhadores ficam enclausurados em escritórios fechados, sem ar fresco, luz solar ou contato com a natureza. Muitas vezes, a única paisagem disponível é a da mesa do colega ao lado. Um estudo mostrou que a falta da natureza em escritórios pode ser responsável por uma perda de até 23 bilhões por ano.
Devido a isso, Billington e Landay coordenam um projeto de pesquisa interdisciplinar que pretende inovar a arquitetura desses edifícios. A ideia é incluir recursos como materiais naturais, plantas, iluminação que imita a luz solar e mais.
Como projetar edifícios comerciais pensando em pessoas?
Uma proposta é partir do fato de que uma conexão com a natureza
reduz a pressão arterial e os batimentos cardíacos e melhora a
saúde mental e o humor. Em hospitais, já foi mostrado que os
pacientes com uma visão da natureza se recuperam mais rápido.
Assim, a estratégia é bem óbvia: trazer elementos da natureza para o ambiente. Isso pode ser proporcionado por meio de paredes modulares que permitam a passagem de ventilação natural, vidros que mudam a iluminação e/ou mostram paisagens, flores nos corredores em direção às escadas, etc. Tuido isso pode ser ampliado com o uso da tecnologia.
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A pesquisa de Billington e Landay visa medir o bem-estar de uma pessoa em um edifício e o quanto ele muda com a alteração dos elementos do ambiente. Isso envolve não só captar a percepção das pessoas como também fazer medidas no local (ruído, iluminação, qualidade do ar, etc.).
Inicialmente, parece que o projeto trará gastos desnecessários. Porém, ele se revela um investimento valioso. Isso acontece porque, uma vez que as pessoas tendem a adoecer menos, os custos com os funcionários reduz. Ainda, um funcionário mais feliz também tem melhor rendimento e é motivado.
De modo geral, o projeto dos engenheiros mostra a tendência dos edifícios do futuro. As edificações tendem a ser não só inteligentes, cheias de tecnologias e sustentáveis, mas também voltadas para quem vai trabalhar ou morar ali. Para isso é preciso centrar o projeto no ser humano (sem esquecer da parte sustentável, claro), ou seja, criar projetos que pensem em quem ocupará o espaço, no conforto e na qualidade de vida.
Essa forma de projetar é, sem dúvida, um diferencial nos projetos que pode fazer toda a diferença no mercado competitivo. Como engenheiro(a) que visa transformar o mundo, aí está o primeiro passo.
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Referências: TechXplore.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.