Em janeiro de 2025, o presidente americano Donald Trump falou em taxar toda a produção de aço e alumínio importada pelo país, o que incluiria a produção brasileira. E sabe como isso pode impactar os Estados Unidos? É que o aço carbono, por exemplo, é bastante utilizado pelo setor automotivo. O material desempenha um papel fundamental nessa indústria, fazendo parte da produção de uma ampla gama de componentes – foco na segurança, durabilidade e desempenho dos veículos.

A equipe do Engenharia 360 ficou curiosa sobre o tema e resolveu investigar quais as vantagens oferecidas pelo aço carbono à indústria automotiva, buscando entender porque esse é um dos materiais mais escolhidos para a fabricação de peças estruturais e acessórios. Confira tudo o que descobrimos no artigo a seguir!

aço carbono na indústria automotiva
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O que é aço carbono e quais são suas principais características

O aço carbono é uma liga composta principalmente de ferro e carbono – por isso o nome. Suas características são especialmente favoráveis para atender uma série de demandas da indústria automotiva. Isso inclui sua versatilidade e capacidade de adaptação a diferentes processos de fabricação, sendo moldado e soldado como desejado em designs personalizados. O material também é bem resistente, capaz de suportar grandes cargas e impactos, além de temperaturas extremas e vibrações sem comprometer sua integridade estrutural.

Sustentabilidade na indústria automotiva

  • Reciclabilidade: O aço carbono pode ser reutilizado repetidamente sem perder propriedades, economizando recursos naturais e reduzindo resíduos.
  • Redução de emissões: A reciclagem do aço carbono diminui a emissão de gases de efeito estufa.
  • Durabilidade: A vida útil desse material é longa e reduz a necessidade de substituições frequentes, diminuindo o descarte de veículos.
  • Menor impacto ambiental: A reutilização e durabilidade desse aço promovem a eficiência energética na indústria automotiva.
  • Indústria mais ecológica: O uso do aço carbono contribui para processos mais sustentáveis e redução do desperdício.
aço carbono na indústria automotiva
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Quais são as principais aplicações do aço carbono no setor automotivo

Os tubos de aço são amplamente utilizados na indústria automotiva. Por exemplo, podemos começar citando as estruturas de chassis e de suporte, com o aço oferecendo a robustez necessária para suportar o peso do veículo e proteger os ocupantes em caso de colisão. Também nos sistemas de suspensão e eixos, ele garante melhor estabilidade e controle do veículo em diferentes terrenos. Ademais, o aço carbono ainda é utilizado em tubulações e sistemas de escape, contribuindo para a eficiência do motor; barras de reforço; suportes de transmissão, etc.

aço carbono na indústria automotiva
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Veículos pesados

Vale destacar que o aço carbono tem uma grande relevância na fabricação de veículos pesados – ou seja, de carga -, como caminhões, sendo essencial para garantir a robustez e a segurança. Assim como explicamos antes, esse material pode ser encontrado na “espinha dorsal” dessas engenharias. É sua resistência e durabilidade que garantem a integridade das estruturas, base sólida para a instalação de diversos componentes.

No motor, está em bielas, virabrequins e engrenagens. Na transmissão, desde componentes do eixo até de engrenagens e rolamentos. E o aço carbono ainda é utilizado nas estruturas de cabines, carrocerias e reboques. Ou seja, o material se faz necessário por toda parte nos projetos de veículos!

aço carbono na indústria automotiva
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Como é feito o controle de qualidade do aço carbono utilizado pela indústria automotiva

Especialmente no setor automotivo, para garantir a qualidade e desempenho do aço carbono, faz-se necessária a conferência dos padrões seguidos pelas empresas de fabricação. Como referência, podem ser consultadas as seguintes normas e certificações:

  • ISO 9001: Garante a otimização dos processos de fabricação.
  • ISO/IEC 17025: Certifica a precisão dos testes laboratoriais de qualidade.
  • IATF 16949: Certifica a segurança e confiabilidade dos materiais usados no setor automotivo.

Essas normas e certificações estabelecem os requisitos mínimos de qualidade para o aço carbono utilizado pela indústria automotiva. Elas abrangem aspectos como composição química, propriedades mecânicas, dimensões e tolerâncias, garantindo que o material atenda aos requisitos básicos de desempenho e segurança exigidos. Frequentemente são realizados testes e inspeções em diferentes etapas de produção para conferir como anda a situação do mercado.

Qual o impacto do preço do aço carbono na indústria automotiva

Atualmente, o aço carbono representa 60% dos custos totais de insumos utilizados na indústria automotiva. No passado, o material era utilizado apenas na fabricação de carrocerias. Mas, pouco a pouco, sua aplicação se expandiu. Agora, pensando na questão dos Estados Unidos, tentamos prever o que pode acontecer com a produção de veículos em território americano com a imposição de taxas sobre o aço importado, incluindo o Brasil.

Pois bem, a matemática é simples! É claro que a indústria brasileira será severamente impactada, mas quem pagará mais será mesmo o povo americano.

Isso porque haverá um aumento significativo nos custos da sua produção automotiva, levando a uma competitividade negativa entre montadoras locais e aumento no preço final das unidades repassadas para os consumidores. Poderá ainda ocorrer um efeito cascata nos fornecedores e na cadeia de suprimentos do país, afetando diversos setores da economia que dependem do aço carbono a preços acessíveis.

aço carbono na indústria automotiva
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Veja Também: O que é aço carbono e quais suas aplicações na engenharia?


Fontes: Perfilados Nardi, Tubos Oliveira.

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Engenharia 360

Redação 360

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Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou em sua rede social, o TruthSocial, que tem a intenção de assinar uma ordem executiva contra a obrigatoriedade do uso de canudos de papel, declarando que o país deve seguir “de volta ao plástico”. Essa fala reacendeu o debate sobre sustentabilidade e poluição plástica.

canudos de plástico versus canudos de papel
Imagem reproduzida de Conexão Planeta

Afinal, será que a postura de Trump está correta? Ou podemos encarar essa decisão como um retrocesso em relação aos esforços individuais e de muitos governos para reduzir o uso de plásticos descartáveis? Bem, especialistas no assunto se dizem preocupados com os efeitos nocivos de atos como este sobre a vida marinha, a saúde humana e o meio ambiente. Discutimos o assunto no artigo a seguir, do Engenharia 360!

O velho dilema ambiental versus econômico

Os canudos de papel surgiram como uma alternativa dita ecológica aos canudos tradicionais, de plástico – tudo para que se pudesse cumprir metas de sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Especialmente nos Estados Unidos, o governo Biden sempre foi a favor do material, visando reduzir a poluição dos plásticos. No entanto, pesquisas recentes apontam que talvez os canudos de papel ainda não sejam a melhor resposta para os nossos problemas.

O plástico tem problemas para se decompor, ficando por centenas de anos na terra e na água, ameaçando vidas. Mas, por outro lado, alguns cientistas afirmam que os canudos de papel que são hoje fabricados contêm altos índices de PFAS (substâncias per e polifluoroalquil), conhecidas como “químicos eternos”, que poluem o meio ambiente e representam riscos à saúde humana. Esse discurso acabou dando apoio à política de desregulamentação proposta por Trump, revertendo políticas ambientais e de ESG (Environmental, Social and Governance).

O impacto ambiental do plástico descartável

A poluição plástica é um dos maiores desafios ambientais do nosso tempo. Estudos mostram que:

  • Cerca de 8 milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos todos os anos.
  • Os canudos representam uma pequena fração, mas ainda são encontrados em grande quantidade em praias e dentro de animais marinhos.
  • A produção de plástico é altamente poluente e contribui para as mudanças climáticas.

Canudos de plástico, portanto, poluem os oceanos – embora representem apenas uma fração dos resíduos plásticos que chegam ao meio ambiente. A saber, das 380 milhões de toneladas de resíduos plásticos produzidos todos os anos (dados de 2025), cerca de 43 milhões de toneladas vêm de produtos de consumo que incluem plásticos descartáveis de alimentos e bebidas. Por isso, os canudos se tornaram o emblema da poluição plástica, símbolo de uma escolha que um indivíduo pode fazer e que também tem impacto.

A título de curiosidade, em 2022, a Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente começou a negociar um Tratado Global sobre Plásticos com 170 países, para abordar a questão da poluição plástica ao nível mundial, e pretende implementá-lo até o final de 2024.

canudos de plástico versus canudos de papel
Imagem de Freepik

A regulamentação dos canudos nos Estados Unidos

Curiosamente, apesar do que disse Trump, não existe uma lei federal que obrigue as empresas e as pessoas a usarem canudos de papel nos Estados Unidos. Existem, sim, restrições isoladas, implementadas por alguns municípios de forma independente – como no Brasil, em que várias capitais proíbem que supermercados entreguem sacolas plásticas nas compras, incentivando o uso de sacolas retornáveis e caixas recicladas. Desde 2018, estados como Califórnia e Washington aprovaram leis restringindo o uso de plásticos.

Donald Trump chama atenção para as medidas adotadas nos últimos anos para a eliminação gradual de plásticos descartáveis em operações federais até 2035. Especialistas em lei americana garantem que nada que ele fizer deve afetar as decisões estaduais e municipais, mas pode desencorajar os esforços daqueles que apoiam ações de preservação da natureza e combate ao impacto ambiental. O presidente busca agora apoio da indústria petroquímica e de setores de produção de plástico para maiores esclarecimentos.

A saber, empresas como Starbucks e McDonald’s já adotaram a substituição de canudos plásticos por opções biodegradáveis, independentemente de qualquer legislação. Então, todos podem continuar fazendo o que a sua consciência manda e a economia pode seguir um caminho mais sustentável mesmo sem regulações governamentais.

O estudo sobre o ciclo de vida da poluição

Certa vez, pesquisadores da Tailândia realizaram um estudo sobre o ciclo de vida da poluição de plásticos na natureza. Após avaliar as emissões de gases do efeito estufa atribuídas aos canudos, eles descobriram que os canudos de PLA (ou bioplástico) produzem mais emissões desde cultivo e colheita até o processamento dos materiais necessários para a sua fabricação. E no fim, parece que esses canudos nem eram tão biodegradáveis como se pensava.

canudos de plástico versus canudos de papel
Imagem de pvproductions em Freepik

Olha que interessante, os cientistas asiáticos determinaram que a quantidade de gases de efeito estufa liberados durante o ciclo de vida dos canudos de papel fica entre o mesmo que os canudos de plástico. Segundo estudos do Reino Unido, os canudos de papel ainda emitem mais gases quando apodrecem em aterros sanitários. E é importante lembrar que nem canudos de papel e nem de plástico podem ser reciclados.

Conclusão

Por mais doido que pareça, talvez as ideias de Donald Trump não estejam totalmente erradas quando se trata da questão do plástico. Diante das evidências apresentadas neste texto, podemos concluir que a solução não é substituir canudos de plástico por canudos de papel – nem mesmo pelos de bambu -, mas ir em busca de alternativas mais sustentáveis. 

Uma ideia que damos para você: tenha em cada canudos reutilizáveis (de metal, vidro ou silicone) ou canudos sem PFAS. E uma solução melhor? Não use canudos! Seja consciente sobre seu consumo desnecessário de descartáveis! E lembre-se: embora a redução do uso de plásticos descartáveis seja importante, outras ações podem ter um impacto maior na luta contra as mudanças climáticas, como a redução do consumo de combustíveis fósseis.

canudos de plástico versus canudos de papel
Imagem de Freepik

Veja Também: Jovem brasileira apresenta plástico biodegradável nos EUA


Fontes: CNN Brasil, BBC, G1.

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Engenharia 360

Redação 360

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O Engenharia 360 te convida a fazer um lindo passeio pelos Alpes Berneses, na Suíça. Queremos que você conheça uma maravilha da engenharia moderna, o teleférico mais íngreme do mundo. Sua construção foi um feito notável para a engenharia, desafiando os limites do transporte de passageiros em terrenos montanhosos. Confira detalhes sobre esta estrutura extraordinária no artigo a seguir, do Engenharia 360!

teleférico
Imagem reproduzid de Wikimedia via CNN Brasil

As principais características do teleférico Schilthornbahn

O teleférico Schilthornbahn liga a vila de Stechelberg e a estação de Mürren. Pode não parecer, mas sua jornada é bastante segura. Porém, os passageiros precisam enfrentar o medo, pois durante o percurso de 1,2 km (cerca de 4 minutos de viagem) o sistema de transporte atinge uma inclinação impressionante de 159,4%. Sim, ela é bem acentuada, mas, pelo jeito, é um desafio que parece ter sido tirado de letra pela maravilhosa engenharia.

Hoje, esse teleférico na Suíça possui bondinhos que podem levar até 6,8 toneladas ou 85 passageiros – em capacidade máxima, cerca de 800 pessoas por hora. Seu sistema atual é parte da Schilthorn Cableway, que é um trajeto que segue até o pico de Schilthorn, localizado a 2.970 metros acima do nível do mar. No topo, os turistas vão encontrar um restaurante giratório, que oferece vistas panorâmicas dos Alpes.

Os desafios e soluções de engenharia nessa construção

Uma coisa que você precisa saber sobre essa estrutura de Schilthornbahn é que sua inclinação é realmente extrema, afetando a distribuição do peso dentro das cabines. A gravidade é uma força que age ao longo de todos os cabos do teleférico. Então, nessas condições, é normal que o centro de gravidade se desloque, comprometendo a estabilidade e o conforto dos passageiros. E tem mais, outro desafio são as forças de tração dos próprios cabos. Cada um desses detalhes exigiu uma solução criativa de engenharia.

Materiais e ferramentas tecnológicas

Os engenheiros escolheram materiais de alta resistência para esse teleférico, como cabos de aço de última geração, com filamentos trançados para aumentar a resistência e a durabilidade; concreto de alta performance, com fibras de aço, em fórmula resistente a temperaturas abaixo de zero; e compósitos leves, como fibra de carbono e polímeros reforçados. Eles ainda optaram por implementar nesse teleférico um sistema de tensionamento para evitar rompimento ou desgaste prematuro. Também um sistema de tração mais robusto e preciso para garantir que as cabines subam e desçam de forma controlada e segura. 

Aliás, essas cabines têm uma ferramenta especial de nivelamento automático para compensar quaisquer mudanças no centro de gravidade, permanecendo sempre em posição confortável para as viagens.

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Imagem de Schilthornbahn em Wikipédia – https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Kabine_Schilthorn_TUD5778_webalbum_1_print.jpg

Monitoramento de funcionamento e trasportes

No dia a dia, a suspensão em inclinação é monitorada por um sistema chamado AURO (‘Autonomous Ropeway Operation’ ou operação autônomo), com direito a câmeras e sensores, permitindo operação segura e eficiente sem necessidade de operadores humanos. A saber, ele é capaz de responder com alertas a situações de mudanças climáticas, obstruções nos cabos ou problemas mecânicos. 

Para finalizar, esse teleférico na Suíça ainda conta com um robô de carga automatizado, responsável pela movimentação de bagagens e outros materiais. Seu sistema de tração duplo permite que duas cabines operem simultaneamente, uma subindo e outra descendo, otimizando a eficiência do transporte. Ademais, o robô ainda auxiliar no carregamento e descarregamento de contêineres de cargas.

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Imagem de Schilthornbahn em Wikipédia – https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Schilthorn_-_Piz_Gloria.jpg

As perspectivas para o futuro do teleférico Schilthornbahn

Talvez seja interessante dizer, ao concluirmos este artigo, que o teleférico Schilthornbahn faz parte de um projeto chamado ‘Schilthornbahn 20XX’, que visa a modernização e expansão da infraestrutura de transporte em Schilthorn até 2026, com foco na segurança e redução no tempo de viagem. A ideia é substituir, em breve, o sistema de teleférico antigo por novas estações e um novo teleférico chamado Funifor, inédito na Europa.

A saber, o Funifor se vale de dois cabos de tração paralelos em vez de um único cabo. Isso faria ele ser mais estável, com menos “balanços” em condições de vento forte – situação normal em cenários diversos nas altas montanhas. E a melhor parte é que esse novo teleférico poderia transportar 100 passageiros por viagem, o que o torna uma solução eficiente para transportar grandes grupos de pessoas entre as estações de Mürren e Birg.

teleférico
Imagem de Ximonic (Simo Räsänen) em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/Schilthorn#/media/File:Schilthorn_with_Bernese_Alps,_2012_August.jpg

Apesar de tudo, os engenheiros vão continuar trabalhando para desenvolver novas tecnologias e materiais para tornar esse e outros teleféricos ao redor do mundo mais seguros, eficientes e sustentáveis. É preciso encontrar novas alternativas para redução do consumo de energia nas operações e utilização de energia renovável para alimentar o sistema e reduzir a pegada de carbono. Outro desafio é melhorar a acessibilidade dos teleféricos para pessoas com mobilidade reduzida.

Veja Também: 5 Incríveis Teleféricos e Bondinhos no Brasil


Fontes: CNN Brasil, Casa Vogue, As Aventuras na História.

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Engenharia 360

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A engenharia civil brasileira – mesmo que atrasada, em comparação com a engenharia de outros países – está todo dia superando seus limites, com arquiteturas cada vez maiores e mais tecnológicas. Há algum tempo, ela alcançou um novo patamar com a construção da maior cortina atirantada do país, localizada na Rodovia dos Tamoios, em São Paulo. Esta obra grandiosa, marco na engenharia geotécnica, impressiona por suas dimensões. Confira detalhes no artigo a seguir, do Engenharia 360!

O que é uma cortina atirantada

É claro que não poderíamos começar este texto sem esclarecer algumas questões de engenharia. Então, saiba que cortina atirantada é um modelo de contenção muito utilizado para estabilizar taludes e encostas; o objetivo é prevenir situações de deslizamento de terra que poderiam atingir estradas, casas e mais. Tal tipo de estrutura é geralmente requisitada em obras que demandam reforço de segurança Ela é feita de concreto armado ancorado em profundidade ao solo com ajuda de tirantes metálicos (mais precisamente aço tensionado).

maior cortina atirantada do Brasil
Imagem reproduzida de Concessionária Tamoios

As principais características da cortina atirantada da Tamoios

Como dito antes, a maior cortina atirantada do Brasil está localizada na Rodovia dos Tamoios, que liga o Vale do Paraíba ao Litoral Norte de São Paulo. A mesma tem 30 metros de altura (equivalente a 13 andares) e é ancorada por aproximadamente 1.400 tirantes horizontais, cada um com 34 metros de profundidade e capacidade de tração de 120 toneladas. Tudo isso faz parte de um complexo plano de engenharia para garantir que encostas adjacentes à rodovia permaneçam estáveis, assegurando a segurança dos usuários.

A saber, a Rodovia dos Tamoios é uma via crucial do estado. Ela facilita o transporte de milhares de pessoas e mercadorias todos os dias, sendo um diferencial importante para a economia na região litorânea. E, a saber, a construção da cortina atirantada foi essencial para a duplicação da rodovia, permitindo a ampliação da capacidade de tráfego.

maior cortina atirantada do Brasil
Imagem reproduzida de Tamoios News

Veja Também: Cortina de Contenção em Obras: Tipos e Vantagens

Os desafios e soluções inovadoras na construção

É claro que a construção de uma estrutura dessa magnitude apresentou vários desafios. Pelo que se sabe, o maior deles foi lidar com a obra minimizando os impactos contra a natureza da Mata Atlântica ao redor. Por isso, todo o trabalho dependeu de um exercício de engenharia muito bem meticuloso – com o máximo de precisão e rigor técnico -, da perfuração do solo à instalação dos tirantes até a concretagem do muro.

Conheça a grandiosidade da maior cortina atirantada do Brasil, localizada em São Paulo
Imagem reproduzida de Concessionária Tamoios

A executora da obra optou por utilizar a tecnologia de Cable Crane (teleférico de cargas) para o transporte mais eficiente e sustentável dos materiais, reduzindo a necessidade de abertura de vias de acesso na mata – certamente, um investimento que valeu a pena. E ainda para compensar a natureza pelas perdas, foram plantadas aproximadamente 450 mil mudas de árvores em áreas estratégicas, contribuindo para a restauração da floresta e criação de corredores ecológicos.

Toda essa estratégia adotada pela construtora tem recebido elogios. Visitas técnicas e estudos de caso são realizados com frequência à região para comprovar a grandiosidade da estrutura erguida – o que ainda têm ajudado a disseminar o conhecimento das práticas de engenharia no Brasil. O próprio CREA tem ajudado compartilhando em suas plataformas digitais opiniões de especialistas sobre a qualidade técnica e a importância desse trabalho para o nosso país.


Fontes: Concessionária Tamoios, Concessionária Tamoios 2, Estradas.

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Engenharia 360

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Quem já morou em apartamento sabe que um problema recorrente, que tanto perturba a paz e a tranquilidade dos moradores, é a transmissão de ruídos. Só aqueles que habitam o último pavimento podem ficar despreocupados, sem se incomodar com sons de passos e outros impactos contra os pisos. Pensando nisso, a engenharia desenvolveu um sistema de contrapiso flutuante que, diferente do convencional (que é diretamente apoiado sobre a laje), fica “suspenso” sobre uma camada de material isolante. Mais informações no artigo a seguir, do Engenharia 360!

Como funciona o contrapiso flutuante acústico

O contrapiso flutuante foi projetado especialmente pela engenharia para atenuar ruídos gerados por contato direto contra os pisos das edificações. Imagine o arrastar de móveis ou objetos caindo no apartamento de cima onde mora, é esse o tipo de som que se deseja evitar, fonte de tantos desentendimentos entre vizinhos. A solução encontrada foi instalar os contrapisos sobre camadas de isolante acústico – como um “sanduíche” absorvente -, não conectado rigidamente às estruturas de lajes.

Explicando melhor, o sistema de contrapiso flutuante é eficiente porque combina três elementos principais: massa (contrapiso), mola (material isolante), massa (laje). Aliás, dependendo dos materiais utilizados, a tecnologia pode reduzir ruídos entre 7 e 32 dB. Por isso, essa é considerada uma excelente solução de engenharia para quem busca ambientes tranquilos e sem interferências sonoras indesejadas.

contrapiso flutuante
Imagem reproduzida de AECweb

Benefícios do sistema de contrapiso flutuante

  • Reduz a transmissão de ruídos, garantindo mais privacidade e conforto.
  • Melhora a qualidade de vida ao proporcionar ambientes mais silenciosos.
  • Atende aos requisitos das normas técnicas para isolamento acústico.
  • Permite o uso de diversos tipos de revestimento sem comprometer a eficiência.
  • Diminui significativamente os ruídos de impacto e a transmissão sonora pelo ar.
  • Oferece isolamento térmico adicional, contribuindo para o conforto e economia de energia.
  • Possui alta durabilidade quando instalado e mantido corretamente.

Como é executado um contrapiso flutuante impecável?

Para garantir a eficácia de um contrapiso flutuante, antes de tudo, é fundamental a realização de um projeto de engenharia muito bem detalhado, que preveja como devem ser conduzidas todas as etapas de execução dessa camada antes do piso ganhar o revestimento final. Uma preocupação é a definição da espessura desse contrapiso em função do tipo de material isolante que será usado e do nível de isolamento acústico desejado.

A saber, em alguns casos, pode ser necessário utilizar armadura de reforço no contrapiso flutuante para garantir mais resistência e durabilidade. 

Quanto mais compressível for o material isolante, maiores serão os esforços estruturais no contrapiso, exigindo um reforço adequado.

Outra preocupação que os projetistas precisam ter é evitar a criação de pontes acústicas nesse “sanduíche”, como juntas de movimentação. E para finalizar, a argamassa utilizada deve ter propriedades adequadas para garantir sua aderência ao material isolante e sua resistência ao desgaste.

contrapiso flutuante
Imagem reproduzida de Concretur

As etapas básicas da execução de execução do contrapiso flutuante são:

  • Limpar e nivelar a laje, removendo resíduos e irregularidades.
  • Aplicar o material isolante de forma contínua, garantindo sobreposição nas emendas.
  • Executar o contrapiso com argamassa ou concreto de qualidade, respeitando as especificações do projeto.
  • Evitar contato direto do contrapiso com paredes e elementos estruturais, utilizando fitas ou perfis isolantes.
  • Aplicar a argamassa em duas camadas, com intervalo máximo de 15 minutos entre elas.
  • Proteger a superfície com lona plástica ou poliéster por pelo menos três dias para garantir a cura adequada.

Fibras para contrapiso flutuante

As fibras são um componente adicional (ou reforço) que pode ser incorporado à argamassa do contrapiso flutuante para melhorar suas propriedades, reduzir o risco de fissuras e garantir um desempenho ainda melhor. Elas são geralmente feitas de polipropileno, adicionadas à massa ainda durante seu preparo. O mais importante é que elas sejam bem dispersas para desempenharem sua função de forma eficaz – para isso, pode ser necessário uso de misturador ou betoneira.

Quais as possíveis aplicações do contrapiso flutuante acústico?

O contrapiso flutuante acústico pode ser utilizado em diversos tipos de edifícios, como, por exemplo:

  • Edifícios residenciais, comerciais, hospitais, escolas, hotéis e shoppings.

Em edifícios residenciais, o contrapiso flutuante acústico é especialmente importante para garantir o conforto e a privacidade dos moradores, evitando quaisquer conflitos causados por ruídos de impacto. Já em edifícios comerciais, o contrapiso flutuante acústico pode contribuir para melhorar a produtividade dos funcionários e a satisfação dos clientes.

contrapiso flutuante
Imagem reproduzida de AECweb

Quais materiais utilizados em sistemas de contrapiso flutuante?

Existem diversos tipos de revestimentos que podem ser utilizados em contrapisos flutuantes, como:

  • Manta acústica: Feita de borracha, polietileno expandido ou lã de rocha. Popular, fácil de instalar e acessível.
  • Lã de rocha: Material vulcânico com excelente isolamento acústico e térmico, resistente ao fogo e umidade.
  • Borracha reciclada: Produzida a partir de pneus usados, sustentável, durável e de bom desempenho acústico.
  • Cortiça: Natural e ecológica, proporciona bom isolamento acústico e térmico.
  • Feltro: Alternativa acessível com propriedades isolantes básicas.
  • Espuma de poliuretano: Material leve e eficiente para amortecimento acústico.
contrapiso flutuante
Imagem reproduzida de Portal Acústica

Onde obter mais informações sobre contrapiso flutuante?

Queremos concluir este artigo destacando a importância da ABNT NBR 15.575 (de 2013) para estudo e entendimento do sistema de contrapiso flutuante em obras de engenharia. Essa norma trata sobre o desempenho de edificações habitacionais. A saber, ela estabelece requisitos mínimos de desempenho acústico para diferentes elementos construtivos, incluindo pisos. Dado que seu cumprimento é obrigatório, é essencial que os profissionais se aprofundem em seu conteúdo.

Veja Também: 4 curiosidades sobre contrapiso em obras de construção civil


Fontes: AEC Web, Associação Brasileira para a Qualidade Acústica.

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Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

A aviação sempre foi considerada um dos meios de transporte mais seguros, mas com o avanço das mudanças climáticas, viajar de avião está se tornando mais arriscado. O aquecimento global não só intensifica condições meteorológicas extremas, como tempestades e ventos fortes, mas também aumenta significativamente a turbulência em ar limpo. Neste artigo do Engenharia 360, exploramos os principais desafios que as companhias aéreas e os passageiros enfrentam no cenário atual e quais soluções estão sendo discutidas para minimizar esses riscos. Confira!

1. O aumento da turbulência em ar limpo

A turbulência em ar limpo está se tornando mais frequente e severa devido ao aquecimento global. Estudos apontam que, desde 1979, a incidência desse fenômeno aumentou em 55% sobre o Atlântico Norte, e projeta-se que triplique até 2060. O principal motivo é a intensificação das correntes de jato, que são fluxos de ar que cortam a atmosfera a altitudes elevadas.

Essa mudança representa um perigo não apenas para os passageiros, mas também para as aeronaves, que sofrem impactos estruturais devido a movimentos bruscos e inesperados.

mudanças climáticas e a aviação
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2. Tempestades mais severas e frequentes

As mudanças climáticas estão aumentando a ocorrência de tempestades intensas, que afetam diretamente a aviação. O granizo, por exemplo, já causou danos severos a aviões, como um caso recente documentado pela Australian Airlines, que teve o nariz de uma aeronave destruído. Além disso, chuvas torrenciais diminuem a visibilidade dos pilotos, tornando pousos e decolagens mais perigosos. O aumento da precipitação extrema é um fator preocupante, pois afeta tanto a operação das aeronaves quanto a infraestrutura aeroportuária.

mudanças climáticas e a aviação
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3. Aeroportos em risco de inundação

Muitos aeroportos ao redor do mundo estão localizados em regiões baixas e próximas a corpos d’água. Com o aumento do nível do mar e chuvas mais intensas, aeroportos como o Salgado Filho, no Rio Grande do Sul, já enfrentam situações de inundações severas. Um estudo de 2021 revelou que pelo menos 100 aeroportos globais estão abaixo do nível do mar e podem ser seriamente impactados até o fim do século. Esse fenômeno compromete a segurança operacional e pode levar ao fechamento de terminais importantes.

mudanças climáticas e a aviação
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Veja Também: Por que as turbulências nos voos aumentaram? Descubra as causas!

4. Impacto das altas temperaturas nas decolagens

Aumento da temperatura também influencia diretamente a capacidade de decolagem dos aviões. Com o ar mais quente e menos denso, as aeronaves precisam de mais pista e, em alguns casos, têm que reduzir a carga transportada. Estudos realizados em aeroportos da Grécia mostraram que, nas últimas seis décadas, a distância necessária para a decolagem aumentou 0,15% ao ano. Esse fenômeno já causa atrasos e restrições de operação em locais onde as ondas de calor são cada vez mais frequentes.

mudanças climáticas e a aviação
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5. Viagens mais longas e custosas

A intensificação das correntes de jato afeta a duração dos voos, especialmente aqueles em direção ao oeste, que agora enfrentam ventos contrários mais fortes. Isso torna as viagens aéreas menos eficientes, aumentando o tempo de voo e o consumo de combustível. Além de elevar os custos das passagens, essa mudança impacta diretamente as emissões de carbono da indústria da aviação, criando um ciclo vicioso de agravação climática.

mudanças climáticas e a aviação
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Possíveis soluções e alternativas

Diante desses desafios, a indústria aérea tem buscado soluções para minimizar os impactos das mudanças climáticas:

  • Investimento em aeronaves mais eficientes: Novos modelos de aviões estão sendo projetados para resistir melhor à turbulência e operar com menor impacto ambiental.
  • Uso de combustíveis sustentáveis: O setor aéreo tem como meta zerar as emissões de carbono até 2050, com a adoção de biocombustíveis e hidrogênio.
  • Melhoria na infraestrutura aeroportuária: Muitos aeroportos estão investindo em drenagem aprimorada e estruturas elevadas para lidar com inundações.
  • Desenvolvimento de roteiros inteligentes: A otimização das rotas aéreas pode reduzir a exposição às condições meteorológicas extremas.

A saber, em 2022, mais de 2.500 representantes do setor global de viagens aéreas anunciaram uma meta internacional de eliminar totalmente as emissões de carbono do setor até o ano de 2050. É uma meta ambiciosa, mas qualquer progresso nessa direção beneficiará o planeta.

Embora os pesquisadores concordem que alguns dos danos que os seres humanos causaram ao planeta não podem ser revertidos, eles também afirmam que, com alguma cooperação e sacrifício, os seres humanos podem evitar as piores previsões reduzindo seu impacto no planeta hoje.

mudanças climáticas e a aviação
Imagem gerada em IA de Freepik

O papel da engenharia

A engenharia desempenha um papel fundamental na busca por soluções para os desafios climáticos na aviação. Engenheiros aeronáuticos estão trabalhando no desenvolvimento de aeronaves mais eficientes e sustentáveis, utilizando materiais mais leves e tecnologias de propulsão mais avançadas. Engenheiros civis estão projetando aeroportos mais resilientes, capazes de resistir a inundações e tempestades. E os parceiros meteorologistas estão aprimorando os sistemas de previsão do tempo para fornecer informações mais precisas e confiáveis aos pilotos e controladores de tráfego aéreo.


Fontes: National Geographic Brasil, Pensamento Verde.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

O Engenharia 360 tem uma pergunta para você: quando pensa em design de aeronaves, qual a forma que lhe vem à cabeça? Talvez lembre dos aviões tradicionais, com suas turbinas ou hélices. Mas existem outros veículos voadores, como bem sabemos, como os helicópteros, os eVTOLs e os drones. Mas e o Ionocraft, conhece? Trata-se de uma aeronave movida por uma tecnologia que se vale de vento iônico, desafiando as engenharias tradicionais à propulsão. 

Neste artigo, exploramos o fascinante design do Ionocraft, quais as perspectivas para o futuro dessa tecnologia e como pode impactar o mundo da Engenharia Aeronáutica. Confira!

Principais características de um Ionocraft

Você pode encontrar referências sobre o Ionocraft na Internet também como aeronave iônica ou lifter, uma estrutura composta por dois elementos principais; um fio fino ou grade no topo, que atua como o ânodo (positivo), e uma estrutura condutora maior abaixo, o cátodo (negativo). 

Entende-se que seria um tipo de veículo voador movido a impulsão eletrohidrodinâmica – considerada uma geração sustentável de propulsão. Seu funcionamento depende da criação de um campo elétrico de alta voltagem gerado entre dois eletrodos. Assim, as moléculas do ar ao redor do ânodo são ionizadas. Tais partículas são repelidas e então atraídas pelo cátado, criando um fluxo de partículas que empurram o ar neutro, gerando um “vento iônico” ou a força necessária para o voo da aeronave.

Vantagens e desvantagens deste modelo de engenharia

Vale destacar que essa operação do Ionocraft é totalmente dependente da atmosfera, por isso os especialistas afirmam que esse modelo de engenharia seria impróprio para o voo no espaço, por exemplo, onde não há ar. Isso, portanto, limita as suas aplicações. Ademais, há necessidade de fontes de energia de alta voltagem e baixo peso (difícil em sistemas compactos). E a tecnologia ainda gera um empuxo relativamente baixo, limitando sua capacidade de carga.

Agora, por outro lado, há muito potencial para a utilização dessa aeronave em outras situações, como experimentos científicos e sobrevoos de observação militar (assim como fazem os drones), por exemplo.

Relembrando que o Ionocraft, diferente das aeronaves tradicionais, não depende de motores. Por utilizar forças eletrostáticas para gerar propulsão, também não necessita de componentes móveis. Sua operação é bastante silenciosa e sua estrutura é tipicamente leve – o que é, aliás, uma característica importante para a eficiência do voo com esse tipo de tecnologia.

A busca pela conquista dos céus em voo silencioso

Os discursos de Ícaro, na Grécia Antiga, e os projetos de Leonardo Da Vinci, no Período Renascentista, inspiraram muitos engenheiros a desenharem modelos de máquinas extraordinárias, capazes de desafiar a gravidade. Pode-se dizer que depois dos irmãos Wright e do nosso saudoso Santos Dumont, a aviação nunca mais a mesma. Mas os cientistas ainda continuavam buscando por uma tecnologia aeronáutica mais silenciosa. Esse é o desafio que assombrou gerações de criativos até surgir a proposta do Ionocraft.

Tudo começou com um engenheiro elétrico e inventor chamado Ethan Krauss, de Oberlin, Ohio. Ele tem dedicado sua vida a perseguir o sonho do voo iônico. Um dia, sua curiosidade levou a assistir um vídeo dos anos 60 que falava sobre uma invenção do pioneiro da aviação Alexander de Seversky. Era uma máquina feita de varetas e fios e que levitava no ar graças à emissão de íons, sendo controlada por uma série de caixas pesadas que continham as fontes de energia.

Ionocraft
Imagem reproduzida de The Lyncean Group of San Diego

Modelo final

Krauss ficou muito fascinado com a história do filme, inspirado a criar sua própria aeronave. Ele perguntou se seria possível desenhar um modelo sem partes móveis e com componentes de energia que pudessem ser pequenos o suficiente para serem transportados a bordo. Assim, pouco a pouco, ele foi construindo e testando protótipos de materiais, formatos e tipos de circuitos elétricos diferentes, até que chegou no modelo funcional de Ionocraft considerado por ele perfeito.

Ionocraft
Imagem reproduzida de Ideastream Public Media
Ionocraft
Imagem reproduzida de Ethan Krauss em YouTube

O Ionocraft de Krauss parece uma “aranha de metal”, medindo cerca de 4 metros de diâmetro. As primeiras versões eram alimentadas por baterias de carro pesadas e caixas volumosas, como as usadas por Seversky. Com o tempo, o cientista desenvolveu um esquema de circuitos mais leve e eficiente. O modelo final seria autossuficiente, capaz de voar com a fonte de energia a bordo, sem estar conectado a uma bateria no chão. Ah, é claro que ele foi patenteado, caso esteja se perguntando; isso ocorreu em 2014.

Ionocraft
Imagem reproduzida de Ethan Krauss em YouTube

Em testes, esse Ionocraft voou quase que sem emitir qualquer som, pairando no ar por cerca de meio minuto, antes que as baterias se esgotassem. Sim, é uma máquina frágil e, por hora, pouco provável de ser aplicada em alguma atividade do nosso dia a dia, mas, de todo modo, representa um avanço significativo na engenharia!

Ionocraft
Imagem reproduzida de Ir para o WeirdWings rWeirdWings em Reddit

Aprimoramento da propulsão iônica e perspectivas para a aviação

O conceito da propulsão iônica foi inicialmente proposto por Francis Hauksbee, em 1799, embora ele não tenha conseguido realizar nenhum experimento prático disso. Foi o cientista Thomas Townsend Brown, mais de um século depois, o primeiro a realizar inovações na área – ele até achava que tinha encontrado uma solução para dispositivo de antigravidade. Já Seversky registrou a patente de sua proposta de aeronave no ano de 1959.

Atualmente, os pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) estão tentando criar um avião movido por propulsão iônica. Segundo o engenheiro David Perreault, a chave seria a criação de íons a partir de moléculas neutras no ar, aceleradas por um campo elétrico para gerar empuxo – traduzindo, ajustar o tal “vento iônico” segundo a necessidade. Se tudo der certo, essa poderá ser uma alternativa mais silenciosa aos drones convencionais.

Krauss sonha que sua invenção possa um dia ser adaptada para a exploração do espaço. O inventor imagina uma aeronave movida a energia solar que poderia voar indefinidamente, desde que houvesse luz solar suficiente. Enquanto isso, deve continuar suas experimentações, pois, como ele mesmo afirma, ama essa busca pelo conhecimento, indiferente aos sucessos ou fracassos dos experimentos.  

Ionocraft
Imagem reproduzida de Ideastream Public Media

Veja Também: Conheça o revolucionário carro voador Alef Model A


Fontes: Electron Air LLC.

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No próximo dia 23 de fevereiro, o Engenharia 360 embarca mais uma vez para os Estados Unidos a convite da Dassault Systèmes para mais uma cobertura do 3DEXPERIENCE World. Este evento é voltado para estudantes, engenheiros, designers e fornecedores que desejam ficar por dentro das últimas novidades em soluções da empresa, além de conferir insights sobre as inovações tecnológicas e as próximas tendências que vão moldar a indústria global. Isso inclui assuntos como Inteligência Artificial, impressão 3D, robótica, aprendizado de máquina, gestão de dados, sustentabilidade e muito mais.

Desde 2018, ainda quando o evento era chamado de ‘SOLIDWORKS World’ (em referência ao software carro-chefe da Dassault Systèmes, o SOLIDWORKS), o Engenharia 360 tem tido a chance de participar dessa reunião. Estamos ansiosos para saber quais surpresas nos aguardam lá em Houston, no Texas – cidade escolhida como pano de fundo para o 3DXW deste ano. Mas o que será que foi destaque nos anos anteriores? O que mais chamou atenção de tudo que foi compartilhado nas edições passadas?

Ficou curioso? Acompanhe o artigo a seguir! Fizemos um resumo do que de melhor vimos no 3DEXPERIENCE World de 2018 a 2024.

2018

Em 2018, a Dassault Systèmes reuniu milhares de pessoas para acompanhar, em Los Angeles, o SOLIDWORKS World, apresentando diversas inovações. Na ocasião, foram destaques as soluções tecnológicas em Realidade Virtual e Realidade Aumentada. Também foi discutido o futuro do design e da conectividade da Internet das Coisas (IoT). Por fim, foram anunciados cinco novos produtos, modelos de certificações e exemplos de projetos desenvolvidos na indústria de engenharia.

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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360
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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360

2019

Mais uma edição do SOLIDWORKS World e o Engenharia 360 embarcou dessa vez para Dallas, no Texas. Por lá, engenheiros e líderes da indústria estavam reunidos para conferir as últimas inovações em design personalizado, inclusão social, desenvolvimento sustentável e mais. A conferência destacou a necessidade de mais agilidade e cooperação na engenharia. O principal destaque foi o lançamento da plataforma 3DEXPERIENCE. E um anúncio inesperado: o sistema SOLIDWORKS agora incluía melhorias para projetos em realidade estendida e usinagem baseada em tolerância.

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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360

2020

Após o lançamento da plataforma da Dassault Systèmes, em 2019, o evento neste ano foi chamado pela primeira vez de 3DEXPERIENCE World. Essa edição aconteceu em Nashville, Tennessee, reunindo muitos engenheiros, designers e empreendedores. Nas sessões gerais, vimos apresentações de projetos de próteses biônicas, cadeira de rodas especiais. Empresas como BioDapt e Awake Boards demonstraram suas inovações. A conferência também abordou temas como Indústria 4.0.

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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360
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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360
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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360

2021

Por conta da pandemia, em 2021, o 3DEXPERIENCE World precisou ser realizado apenas na modalidade virtual – mesmo assim, foi incrível. A conferência destacou melhorias no desempenho e integração entre soluções Dassault Systèmes, incluindo SOLIDWORKS e plataforma 3DEXPERIENCE. Os palestrantes discutiram inovações, tecnologias e colaboração digital, enfatizando a importância da conectividade. Algumas sessões abordaram LinkedIn para estudantes, renderização 3D, inclusão e o futuro da engenharia.

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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360

2022

Mais um ano triste, em que o 3DEXPERIENCE World não pôde ser realizado no modo presencial. Mesmo assim, o evento foi marcante ao seu modo. Esta edição destacou mais inovações tecnológicas e soluções criativas que iriam aprimorar especialmente a engenharia. A Dassault Systèmes apresentou novas ferramentas para otimizar o design, simulação e produção, promovendo colaboração global – sobretudo para enfrentar as mudanças climáticas. Os impactos da Inteligência Artificial nos projetos 2D e 3D foram temas centrais de muitas conversas; a conclusão é que isso poderia melhorar a previsibilidade e a sustentabilidade.

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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360

Veja Também: O que Esperar do 3DEXPERIENCE World 2025?

2023

O 3DEXPERIENCE World 2023 nos trouxe a alegria de poder participar mais uma vez do 3DEXPERIENCE World presencial. Voltamos a Nashville, Tennessee, para descobrir um mundo tecnológico transformado – provavelmente impactado por conta da pandemia. O foco das sessões era a mudança digital da indústria. Foi falado sobre simulação 3D, IA generativa e colaboração em nuvem. Destaque para o uso de gêmeos digitais na engenharia. E, para completar, outras discussões contemplaram temas como economia circular, soluções para vários setores (médico, robótica, etc.) e o metaverso aplicado ao planejamento.

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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360
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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360

Confira um importante exemplo de caso apresentado no 3DEXPERIENCE World 2023:

Exosapien Technologies: conheça o maior exoesqueleto mecânico do mundo

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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360

2024

Finalmente veio, em 2024, a última Cobertura 360 do 3DEXPERIENCE World. Essa edição aconteceu em Dallas, no Texas, e foi ainda mais especial. Tivemos a oportunidade de conversar com vários especialistas – e até os entrevistar – e ver mais exemplos práticos na área de Playground do evento. Ficamos espantados com as novidades em prototipagem, com novos materiais e designs complexos. Conferimos exemplos de próteses e pesquisa de órgãos biocompatíveis, robôs integrados à IA, além de novas propostas para motores de foguetes e produção de energia limpa.

Entendemos no ano passado o quanto a Inteligência Artificial iria, a partir de então, mudar como nunca a engenharia. Também que os novos desafios da indústria seriam, principalmente, custos e velocidade. A sustentabilidade é outro ponto forte, reduzindo o desperdício de materiais. E a Dassault Systèmes, no 3DEXPERIENCE World 2024, enfatizou a amplitude da sua plataforma e um SOLIDWORKS integrando IA para design intuitivo e acessível.

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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360
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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360
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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360

Confira mais destaques do 3DEXPERIENCE World 2024:

A Revolução da Endoscopia: Conheça a Pílula-Drone da Endiatx

A Revolução da Mobilidade Infantil: Conheça o Carrinho de Bebê Semi-Autônomo da Gluxkind

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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360

Inovação em Mobilidade Urbana: Uma Análise das Empresas Tigoona e Qargos

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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360
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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360

Conheça o misterioso Furhat, uma nova promessa na interação humano-robô

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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360

O Exoesqueleto Alienígena que se Tornou Realidade: Conheça o Hacksmith Industries Power Loader

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Imagem divulgação 3DEXPERIENCE WORLD via Engenharia 360

Veja Também:


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Engenharia 360

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O Tesla Cybertruck é um dos veículos mais fascinantes e polêmicos da última década. Essa picape elétrica foi apresentada ao público pela primeira vez em 2019 e desde então sempre gerou muitas controvérsias. Primeiro, quanto ao seu design altamente futurista – que agrada a poucos. Depois, pelos inúmeros incidentes envolvendo falhas no seu desempenho, incêndios sem explicação e vários recalls. E mesmo assim, nada disso tem afetado a admiração dos entusiastas de carros e aventureiros.

CYBERTRUCK
Imagem reproduzida de Tesla

Neste artigo do Engenharia 360, vamos explorar os detalhes mais incríveis do Cybertruck e as expectativas para o aprimoramento de sua engenharia, símbolo de inovação e ousadia. Confira!

Conhecendo o Tesla Cybertruck

Design externo

O Tesla Cybertruck é uma picape de porte médio a grande, de design único, angular – resultante da combinação de polígonos baixos, utilizando paineis planos. Segundo o próprio Elon Musk, é um veículo indestrutível! O mesmo possui carroceria com acabamento em aço inoxidável, seguindo as seguintes dimensões 5,68 m de comprimento, 2,41 m de largura e 1,79 m de altura. Caçamba automática (com botão de abertura integrado) para 646 litros. E, além disso, o conjunto tem a capacidade de carga de até 1.125 kg e de reboque de até 5.000 kg.

CYBERTRUCK
Imagem de @engenharia360
CYBERTRUCK
Imagem de @engenharia360
CYBERTRUCK
Imagem de @engenharia360

Interior

Do lado de dentro, a cabine do Cybertruck é minimalista, com uma tela de 18,5 polegadas que controla praticamente todas as funções do carro, desde o ar-condicionado até a altura da suspensão. Mas o sistema Autopilot de condução semiautomática ainda precisa de supervisão dos motoristas e enfrenta ainda barreiras regulatórias no Brasil.

CYBERTRUCK
Imagem de @engenharia360
CYBERTRUCK
Imagem reproduzida de Tesla

Potência

Quanto à potência, o Cybertruck consegue até 857 cv, mantendo aceleração de 0 a 100 km/ em apenas 2,6 segundos na versão “Cyberbeast” – o que realmente impressiona, considerando que é um veículo de 3 toneladas. Sua bateria é elétrica de 123 kWh, projetada especialmente para ele pela Tesla, Inc. A autonomia varia de 400 km a 550 km a depender da versão. E ainda vale destacar a tração nas quatro rodas e a suspensão ajustável com quatro níveis, ideal para terrenos off-road.

Uma observação: por conta do valor de venda elevado, acaba que é impossível o Cybertruck ser usado para o trabalho pesado no campo, mesmo no contexto dos Estados Unidos, onde é fabricado.

Por outro lado, esse Tesla oferece hoje acesso à rede global de Superchargers, o maior sistema de carregamento rápido do mundo. Estima-se que a economia mensal chegue a R$ 450 em relação aos modelos a combustão.

CYBERTRUCK
Imagem reproduzida de Tesla

Como é dirigir um Cybertruck

Segundo informações, entrar em um Cybertruck é como entrar num filme de ficção científica. A equipe do Engenharia 360 teve a chance de chegar bem perto de um exemplar do veículo quando esteve em Dallas, no Texas, quando realizou a cobertura do 3DEXPERIENCE World. Essa engenharia é mesmo muito moderna. O interior é até generoso – se considerarmos quatro passageiros (apesar de haver cinco assentos). E os bancos são projetados para oferecer suporte em curvas acentuadas, garantindo uma experiência agradável.

Eduardo Mikail, do Engenharia 360, compartilha conosco sua opinião sobre o Cybertruck: “Eu gostei muito do design minimalista, um estilo que me agrada bastante. O interior segue essa mesma linha, sendo espaçoso e com um toque futurista, com destaque especial para o volante. O tamanho do veículo me surpreendeu, sendo bem maior do que eu esperava. Estou ansioso para testá-lo e compartilhar minha experiência com vocês, assim como fiz com o Tesla Model S!”

CYBERTRUCK
Imagem de @engenharia360

Assim como destacado em reviews na Internet, parece que a suspensão desse Tesla é adaptativa, permitindo ajustes manuais para aumentar ou diminuir a altura do veículo conforme o necessário, melhorando o desempenho off-road e proporcionando uma condução confortável nas estradas.

CYBERTRUCK
Imagem de @engenharia360

Em vídeos que circulam nas redes sociais, as pessoas relatam que, quando o carro está ligado, emite um som quase imperceptível, só mesmo um leve zumbido do motor elétrico. Elas falam também da surpreendentemente direção da Cybertruck, responsiva graças ao sistema Steer-by-Wire; isso significa que não há conexão física entre o volante e as rodas; em vez disso, sinais eletrônicos controlam a direção. E, por fim, sobre o volante, projetado para girar apenas 90 graus para cada lado, facilitando manobras em espaços apertados.

Em testes realizados por especialistas, a Tesla Cybertruck conseguiu atingir um bom desempenho, com a picape respondendo rapidamente ao acelerador. Na versão AWD com dois motores, ela foi de 0 a 100 km/h em apenas 4,1 segundos.

Polêmicas envolvendo o Cybertruck

Elon Musk até pode dizer que o Cybertruck é indestrutível. Essa tese foi sustentada por meio de apresentações, onde os vidros do veículo permaneceram intactos mesmo após serem atingidos por objetos pesados. Mas já em testes ao vivo, houve falhas. Especialistas ainda apontam os riscos que os ângulos desse Tesla podem representar aos pedestres em caso de acidentes. Ademais, a falta de zonas de deformação programada levanta preocupações quanto à segurança em caso de acidentes.

CYBERTRUCK
Imagem de @engenharia360

Perspectivas para o futuro do Cybertruck

Apesar dos desafios, das críticas, polêmicas e incidentes, o Tesla Cybertruck se consolidou como um marco da engenharia automotiva, de tecnologia bastante promissora!

Mesmo com a desaceleração nas vendas e unidades encalhandas nas lojas – ainda mais aqui, no Brasil, onde o preço de venda pode chegar a 2 milhões de reais -, a picape vendeu bem nos Estados Unidos em 2024. Pensando nisso, em 2025, a empresa planeja retomar a produção do Cybertruck, além de aprimorar importantes funcionalidades do carro, oferecendo mais recursos autônomos aos motoristas e acessórios, como o “Range Extender”, para aumentar a autonomia.

CYBERTRUCK
Imagem reproduzida de Tesla

Recentemente, uma nova versão foi apresentada, com paineis solares permitindo a geração de energia suficiente para percorrer até 29 km por dia. Outra iniciativa da Tesla é se estabelecer como fornecedora de armazenamento de energia. Mas será que essas iniciativas serão suficientes para impulsionar as vendas? E quanto à aceitação do público? Quais outras ações a empresa poderia tomar para superar as polêmicas relacionadas ao design e à segurança do veículo? Compartilhe sua opinião na seção de comentários abaixo!

Veja Também:

Novidades da Tesla Cybertruck mais pesado e caro

Cybertruck: conheça a caminhonete elétrica da Tesla


Fontes: Tesla, G1, Insideevs – UOL, Exame.

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Nossas necessidades atuais têm impulsionado uma grande revolução digital em diversos setores da indústria, como a engenharia. De olho nisso, a empresa francesa Dassault Systèmes desenvolveu várias soluções para redefinir de vez a forma como produtos são projetados, desenvolvidos e gerenciados. Dentre essas inovações estão a plataforma 3DEXPERIENCE e o software SOLIDWORKS, hoje utilizados tanto por pequenas empresas quanto por grandes corporações que buscam trabalhar com eficiência e colaboração.

Neste artigo do Engenharia 360, vamos explorar como essas tecnologias estão moldando o cenário industrial e quais são suas principais vantagens. Confira!

O que é 3DEXPERIENCE?

A plataforma 3DEXPERIENCE é uma solução de computação desenvolvida com foco no trabalho com fluxo otimizado e em colaboração entre equipes de design, engenharia e manufatura. Ela proporciona um ambiente virtual adequado onde esses criativos podem criar projetos inovadores e explorá-los em simulação digital antes que as ideias sejam materializadas no mundo real.

A intenção é que as melhores soluções da Dassault Systèmes estejam reunidas neste espaço, eliminando os silos de dados e garantindo que todos os envolvidos tenham acesso às informações mais atualizadas.

Dassault Systèmes solidworks 3dexperience
Imagem divulgação Dassault Systemes via TforDesign

São as principais vantagens atribuídas à 3DEXPERIENCE:

  • Colaboração em tempo real: Permite que equipes trabalhem juntas independentemente de sua localização.
  • Gestão de dados centralizada: Todos os dados do projeto são armazenados em um único local, reduzindo erros e duplicações.
  • Ferramentas integradas: Oferece uma gama de ferramentas para design, simulação e manufatura em um só lugar.
  • Acesso à nuvem: Facilita o trabalho remoto e elimina a necessidade de infraestrutura física complexa.
Dassault Systèmes solidworks 3dexperience
Imagem divulgação Dassault Systemes via APAC News Network

O que é SOLIDWORKS?

O SOLIDWORKS, lançado em 1995, é considerado um dos melhores softwares CAD (Computer-Aided Design) de design 3D do mundo, popular por sua interface intuitiva e funcionalidades robustas, que atendem muito bem diferentes níveis de trabalhos de engenharia.

Com ele, você pode fazer mais do que a modelagem tridimensional dos seus projetos, mas também testes virtuais de protótipos antes da fabricação e gerar automaticamente desenhos técnicos a partir de 3Ds. E o mais legal é que, na versão recente, dá para integrar o programa em nuvem à plataforma 3DEXPERIENCE. Aliás, a combinação dessas ferramentas permite que os engenheiros visualizem seus projetos de forma mais eficiente, reduzam o tempo de desenvolvimento e aprimorem a qualidade dos produtos.

Dassault Systèmes solidworks 3dexperience
Imagem divulgação Dassault Systemes via Aufiero Informática

São vantagens dessa integração SOLIDWORKS e 3DEXPERIENCE:

  • Aceleração do desenvolvimento: Com ferramentas integradas, as equipes podem tomar conhecimento rapidamente sobre os designs.
  • Redução de erros: A centralização dos dados minimiza erros de comunicação e documentação.
  • Flexibilidade no trabalho: Acesso à plataforma em qualquer lugar permite que as equipes trabalhem remotamente sem perda de produtividade.
  • Inovação contínua: A combinação das duas plataformas facilita a implementação de novas tecnologias, como inteligência artificial e simulação avançada.
Dassault Systèmes solidworks 3dexperience
Imagem reproduzida de SolidWorks

Como 3DEXPERIENCE e SOLIDWORKS estão transformando a indústria moderna?

Pode-se dizer que essa sinergia entre a 3DEXPERIENCE e o SOLIDWORKS está revolucionando a indústria moderna de diversas formas. De certo modo, ela une ainda mais estudantes e profissionais de engenharia, além de áreas afins, com fornecedores. As equipes trabalham unidas, independente de onde estejam, e tomam decisões acertadas, sempre baseadas em dados atualizados em tempo real. O ciclo de desenvolvimento é, assim, mais rápido e a comunicação mais eficaz.

Agora, com as soluções Dassault Systèmes, é possível simular o desempenho dos produtos em diferentes condições, identificando falhas potenciais e permitindo alterações de projetos sem precisar construir protótipos físicos, economizando tempo e recursos. Mas, se desejar, dá para conectar as informações no computador com uma impressora 3D e, voilà, ter uma peça completa e personalizada para testes, produzida em prototipagem rápida.

E se antes as empresas passavam dificuldades com a gestão de dados, agora projetos complexos podem ter sua grande quantidade de informações muito bem organizadas – com todas as versões e modificações feitas ao longo do tempo. Aliás, a proposta da 3DEXPERIENCE resolve essa questão da centralização de todos os dados de um trabalho em plataforma única.

Vale destacar que tanto a 3DEXPERIENCE quanto o SOLIDWORKS são altamente escaláveis, adaptando-se às necessidades de empresas de qualquer porte, desde startups até grandes corporações globais.

Quais as perspectivas para as soluções integradas em engenharia?

Por incrível que pareça, mesmo com tantas inovações vantajosas, algumas empresas de engenharia sentem resistência em implementar as tecnologias mais modernas em seu dia a dia. Qual a dificuldade?

Bem, a própria Dassault Systèmes sempre lembra que, para aproveitar ao máximo as suas soluções, como a plataforma 3DEXPERIENCE e o software SOLIDWORKS, é fundamental que todos os colaboradores recebam treinamento adequado, o que pode exigir investimentos em capacitação – mas é um custo pequeno diante da perspectiva dos lucros. E é claro que essa transição precisa ser planejada cuidadosamente para evitar interrupções nas operações diárias.

Independente disso, o avanço das tecnologias deve continuar – quem não acompanhar, ficará para trás. Espera-se que novas funcionalidades sejam adicionadas às ferramentas para atender às crescentes demandas do mercado. Por exemplo, mais recursos para uso de IA para otimizar designs e uso de Realidade Virtual nas visualizações dos modelos 3D, além de simulações mais rápidas e precisas dos modelos, mediante melhorias nas capacidades computacionais.

Veja Também: 3DEXPERIENCE: A Força da Simulação na Indústria 4.0


Fontes: SOLIDWORKS.

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