Estamos próximos de acompanhar mais um governo Donald Trump nos Estados Unidos. E antes mesmo de sua posse, o político mencionou o desejo de levar o país a estabelecer um controle da Groenlândia. Então, nós, leigos, descobrimos que o mundo tem um curioso interesse no Ártico e nos perguntamos “Por quê?”. Bem, é que essa é uma das regiões mais ricas em recursos naturais do mundo, e estratégica para a segurança de várias potências.
Agora, talvez você não sabia, mas sabe o que está deixando Trump verdadeiramente irritado? É com os navios quebra-gelo enviados pela Rússia e pela China para zonas de águas geladas e inexploradas do nosso planeta. Essas embarcações possuem tecnologia de ponta, capazes de explorar recursos como petróleo, gás e minerais raros. Faz sentido agora para você o motivo dessa nova disputa geopolítica entre potências? Discutimos mais sobre essa "Gerra Fria moderna" no texto a seguir, do Engenharia 360!
O que são navios quebra-gelo?
Então, vamos à parte principal deste texto, que mais interessa aos engenheiros. Pois bem, os navios quebra-gelos são navios projetados especificamente para navegar em águas cobertas de gelo. Não é que eles quebram-gelo; na verdade, eles têm um casco reforçado e uma forma única (com inclinação de proa), além de motor potente, que ajuda a passar pelo gelo, até mesmo abrindo caminho para outras embarcações destinadas a operações especializadas (como de comércio, pesquisa, resgate ou exploração de recursos), permitindo o acesso a áreas inacessíveis.
Claro que quando falamos em navios quebra-gelo, precisamos destacar a frota nuclear russa, com embarcações que permitem operações de longa duração sem necessidade de abastecimento. E o país asiático tem 41 deles na ativa neste momento, incluindo 8 movidos a energia nuclear, enquanto os Estados Unidos têm apenas dois. Entende agora a preocupação de Trump? É que esse desequilíbrio talvez coloque a América em desvantagem. Mas será que isso realmente justifica os comentários e possíveis ações do novo presidente?
Veja Também: Freedom Ship: O Futuro Maior Navio do Mundo
Por que os países cobiçam o território da Groenlândia?
A Groenlândia é a maior ilha do mundo, coberta por 80% de gelo. Mas por trás desse gelo há muita riqueza mineral, como metais raros (que precisamos para fabricação de smartphones, baterias e veículos elétricos), minérios (incluindo fosfato, bauxita, ouro e diamantes) e depósitos e mais depósitos de petróleo e gás (cerca de 22% do total mundial). Ou seja, essa é uma região do planeta muito rara e preciosa. Dá para entender porque todo mundo parece querer um pedaço dessa “terra prometida”.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
LEIA MAIS
O problema é que não podemos destruir o Ártico, pois ele tem um papel no controle do clima global. A destruição das calotas polares já está intensificando o aquecimento global - e o aquecimento global está destruindo as calotas polares, é tipo um ciclo. E esse vai-e-vem de navios quebra-gelo estão comprometendo toda a região, já em estado constante de ameaça de destruição.
Rota estratégica
Claro que tem mais, muito mais por trás desse desejo de Trump de obter o controle da Groenlândia - que é, aliás, uma região autônoma pertencente à Dinamarca, teoricamente um de seus aliados na OTAN. Pensa bem, se todo aquele gelo está derretendo, temos aí também um grande novo canal (mais curto) de passagem de transporte marinho entre continentes. Assim, essa pode ser a nova grande rota comercial e militar no mundo.
A saber, estudos apontam que os aeroportos da Groenlândia podem se tornar bases cruciais para patrulhas no Atlântico Norte e sistemas de detecção de submarinos.

Como a Groenlândia pode ser fronteira de uma nova Guerra Fria?
Essa ideia já vem sendo alimentada desde a Guerra Fria, nos anos de 1950, quando os Estados Unidos estabeleceram na ilha a Base Espacial Pituffik, com sistema avançado de radares e alerta antimísseis. Já em 2019, no segundo governo Trump, o país começou a falar abertamente sobre sua intenção de propor a aquisição da ilha, o que na época gerou muita tensão diplomática com a Dinamarca, reafirmando sua soberania na região. E agora o assunto é retomado, recebendo as críticas, sobretudo de líderes europeus e ambientalistas.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Quando Donald Trump assumir mais uma vez o governo dos Estados Unidos neste dia 20 de janeiro de 2025, podemos esperar um aumento da rivalidade entre o país com a Rússia e a China no Ártico. Infelizmente, há grandes chances da Groenlândia se tornar um campo de batalha de uma Guerra Fria moderna. Fato é que os americanos não vão descansar enquanto não aumentarem sua presença na região, sob o discurso de reforçar a segurança, quando bem sabemos que tem tudo a ver com interesses econômicos.
Veja Também: Engenharia do maior navio de guerra, disponível para Israel
Fontes: UOL, Aventuras na História, Polar Explorer Icebreaker, Energia Inteligente - UFJF.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
Comentários

Eduardo Mikail
Somos uma equipe de apaixonados por inovação, liderada pelo engenheiro Eduardo Mikail, e com “DNA” na Engenharia. Nosso objetivo é mostrar ao mundo a presença e beleza das engenharias em nossas vidas e toda transformação que podem promover na sociedade.