Nos últimos anos, as tensões entre grandes potências têm aumentado, e a disputa pela produção de chips tem sido um dos focos dessa tensão, como mencionado anteriormente aqui no Engenharia 360. Agora, o Brasil se torna um novo protagonista nessa competição global, investindo na produção de semicondutores em seu território. Com isso, o país busca se posicionar como um importante player nesse mercado tão estratégico.
O que são seminicondutores
Seminicondutores são minúsculos processadores, materiais que possuem propriedades elétricas intermediárias entre condutores (que permitem a passagem livre de elétrons) e isolantes (que impedem a passagem de elétrons). Eles são amplamente utilizados na fabricação de dispositivos eletrônicos, como chips, centro das engenharias de tecnologias como celulares, carros autônomos, computadores, drones e equipamentos militares.
Os chips são considerados pequenos componentes eletrônicos que contêm vários dispositivos interconectados, sendo essenciais para a construção de dispositivos eletrônicos. Eles são fabricados a partir de semicondutores, como o silício, e podem ser projetados para realizar diversas funções, desde processamento de dados até armazenamento de informações. Sua produção em massa envolve processos altamente sofisticados.
Durante a pandemia, a interrupção da cadeia de fornecimento gerou uma escassez mundial de supercondutores. Em resposta, muitos países estão buscando diminuir sua dependência de importações e estabelecer parcerias com fornecedores próximos geograficamente, processo conhecido como "nearshoring".
A estratégia norte-americana
Atualmente, devido à Lei dos Chips, o Congresso americano aprovou recentemente um pacote de estímulo à indústria de chips, no valor de mais de US$ 50 bilhões. O objetivo é reduzir a dependência dos Estados Unidos em relação a países asiáticos, principalmente a China, mantendo a liderança na guerra tecnológica. Além disso, Washington impôs restrições à exportação de chips, tecnologia e equipamentos para Pequim, com o intuito de retardar o desenvolvimento da potência asiática.
As investidas dos Estados Unidos no mercado de chips parecem estar dando resultados. Em janeiro de 2023, Holanda e Japão cederam à pressão e também proibiram a exportação de maquinários de chips para a China. Além disso, os EUA têm feito parcerias financeiras com países aliados, como o Brasil. No mesmo mês, autoridades brasileiras estiveram em contato com representantes americanos para discutir investimentos na cadeia de semicondutores no Brasil. Espera-se nos próximos dias a visita de um representante do comércio dos Estados Unidos ao Brasil para tratar mais desse assunto.
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Parceria Estados Unidos e Brasil
O acordo entre Estados Unidos e Brasil pode ser facilitado pela Lei dos Chips recentemente aprovada nos EUA. Com a proibição de empresas americanas de participarem de negócios de fabricação ou aumento de capacidade de produção de semicondutores na China, o Brasil se torna um foco importante. Na verdade, a decisão da administração Biden é proibir qualquer indústria dos EUA de usar software, tecnologia ou maquinário americano, em qualquer lugar do mundo, ou exportar determinados chips e componentes para a China sem autorização de Washington.
A condição do Brasil no setor
Atualmente, o Brasil possui onze grandes empresas na cadeia de produção de semicondutores, porém, com capacidade limitada apenas ao backend da cadeia, responsável pela finalização dos componentes. O país não atua no frontend, etapa que envolve a fabricação do componente em si, cuja tecnologia é restrita a um número limitado de nações.
Com investimentos e transferência de tecnologia, as plantas de semicondutores já instaladas no Brasil poderiam começar a atuar no frontend de semicondutores menos avançados e aumentar sua capacidade de produção. Isso seria importante para o Brasil melhorar sua posição no setor, como na fabricação de chips de quatorze nanômetros, por exemplo, para abastecer a indústria automobilística nacional. Nos últimos anos, várias montadoras tiveram que suspender suas produções no país por falta de componentes.
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Fontes: Folha de São Paulo.
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Eduardo Mikail
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