Quem diria até onde poderíamos chegar com a tecnologia de impressão 3D em tão pouco tempo, não é mesmo? Hoje ela transforma diversas indústrias! Finalmente, já começamos a testemunhar essa revolução na Engenharia Naval! Um exemplo de caso é a construção da embarcação PRINTcess, idealizada pelo designer David Florian - conhecido na Internet como Dr. D-Flo - para ser totalmente impressa em 3D a partir de PETG (Polietileno Tereftalato Glicol) reciclado.
Estamos falando de um modelo de engenharia super criativo, que combina arte e funcionalidade, servindo de inspiração para uma transformação do futuro do setor náutico. Confira mais detalhes desta história no artigo a seguir, do Engenharia 360!
O processo de criação do PRINTcess
Antes de tudo, vale destacar que Dr. D-Flo se inspirou em uma figura bem conhecida da cultura pop para criar o projeto do PRINTcess. Estamos falando do Mickey Mouse, da Disney! Pois bem, em películas antigas, podemos a personagem conduzindo um barco chamado Steamboat Willie. Seu design foi combinado ao modelo 3D Benchy, amplamente utilizado para testes de calibração das impressoras 3D. Assim, obteve-se como resultado uma forma que mescla nostalgia e inovação, arte imaginativa e tecnologia de ponta.
Inclusive, a título de curiosidade, Florian chegou a instalar no barco uma chaminé 3D que simula soltar vapor através de uma máquina de névoa escondida. Também uma âncora acionada por guincho. Esses detalhes divertidos dão ainda mais personalidade ao projeto!
O PRINTcess tem 3 metros de comprimento, pesa 544 kg (contando com seus equipamentos), é feito de PETG reciclado, tem um motor elétrico de 2 hp (podendo chegar à velocidade máxima de 2 mph) e capacidade para 2 assentos. Foram necessários seis meses para sua construção, do projeto aos testes finais, usando uma impressora 3D para fabricação de todos os componentes.
Desafios da impressão 3D
Vale destacar que, para o PRINTcess, Florian selecionou manualmente mais de 272 kg de pellets de plástico reciclado para garantir a uniformidade do material utilizado e evitar falhas durante a impressão. Ele verificou pessoalmente se todas as peças tinham o mesmo tamanho. Também revisou várias vezes o projeto de engenharia, para que o barco fosse não apenas bonito visualmente, mas funcional e eficiente.
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No fim das contas, o inventor percebeu que, para a embarcação não afundar, seria preciso adicionar uma quilha de concreto de 181,5 kg, proporcionando estabilidade. As paredes tinham que ser mais espessas que o normal, devido à adequação à flexibilidade do plástico do casco. A cabine foi reforçada com uma base de alumínio extrudado para garantir rigidez e estabilidade. E a embarcação ainda ganhou um sistema de propulsão elétrica e painéis solares de 200W, que ajudam a fornecer 25% da energia necessária para o funcionamento do barco.
A experiência sobre a água com o PRINTcess
Podemos concluir, ao ver todos os vídeos e imagens na Internet, que o PRINTcess não é "apenas" um barco bonito, mas uma engenharia recheada de inovações tecnológicas. E precisamos comentar sobre seu sistema de servomotor, permitindo o direcionamento da embarcação segundo o desejo do comandante. Ademais, sobre seus recursos de segurança, incluindo GPS, luzes de navegação e outros dispositivos, como coletes salva-vidas.
Agora, o PRINTcess definitivamente não foi projetado para uma navegação em alta velocidade ou mesmo pode apresentar grande desempenho em águas agitadas, sendo usado só para passeios relaxantes em lagos calmos e águas rasas. Porém, devemos olhar para seu design como exemplo de como a engenharia pode um dia, numa escala maior, aplicar as tecnologias modernas na navegação.
O futuro da impressão 3D na Engenharia Naval
David Florian afirma que, com base em sua investigação, a construção de um barco como o PRINTcess fica em torno de $7.500 (dados de 2024). Ele mesmo argumenta que os custos associados à impressão 3D podem ser compensados em produções em larga escala, ao contrário das formas tradicionais de construção, não exigindo grandes investimentos iniciais em ferramentas e moldes. Então, é possível que esse valor fizesse mais sentido só se fosse para um uso comercial (pelo menos por enquanto).
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Falando apenas das vantagens da impressão 3D, essa tecnologia oferece uma abordagem mais flexível para a criação de embarcações, abrindo um leque de novas possibilidades para a indústria naval. Podemos esperar, para o futuro, ver cada vez mais embarcações personalizadas e sustentáveis.
Veja Também: Conheça a primeira ponte impressa em 3D da história
Fontes: Autoevolution.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
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Eduardo Mikail
Somos uma equipe de apaixonados por inovação, liderada pelo engenheiro Eduardo Mikail, e com “DNA” na Engenharia. Nosso objetivo é mostrar ao mundo a presença e beleza das engenharias em nossas vidas e toda transformação que podem promover na sociedade.