Já reparou na beleza e na complexidade do funcionamento de uma cafeteira? A evolução das máquinas de café também merece ser compartilhada aqui, no Engenharia 360; isso porque ela reflete não apenas mudanças culturais e sociais, mas uma transformação tecnológica ocorrida ao longo de séculos. É mesmo fascinante entender como esse desejo humano em aperfeiçoar a arte de preparar a bebida nos levou tão longe, desde as primeiras tentativas de preparar café em equipamentos rudimentares até as sofisticadas máquinas modernas.
Hoje, esse eletrodoméstico faz parte do nosso cotidiano. Quem não se sente mais feliz e de energias renovadas depois de uma gostosa xícara de café? Agora, nas lojas, encontramos cafeteiras de diferentes estilos de design e cores, algumas até com possibilidade de conexão à Internet. Então, ficou curioso? Vamos recapitular os principais marcos dessa história!
Séculos XV a XVII: As primeiras infusões da bebida
Você sabia que a história do café tem suas raízes na Etiópia? Pois é, mas foram os turcos que realizaram os primeiros experimentos de infusões da bebida, que logo se tornou popular. Naquele tempo, o preparo era feito de forma rudimentar, utilizando só um fervedor e um coador - conhecido como chaleira de Bagdad. Essa foi a base da experiência de consumo por muitos séculos, até a verdadeira inovação do século XIX.
Século XIX: A primeira máquina de café
Em 1802, um farmacêutico francês, o François-Antoine-Henri Descroizilles, inventou o que a engenharia classifica como a primeira máquina de café, chamada Cafeolette. Esse dispositivo consistia em dois recipientes metálicos conectados por um coador. Funcionava assim: quando a água fervia, criava o vapor, que subia para o recipiente superior, passando pelo café moído e extraindo a sua essência ou sabor. Pode-se dizer que essa foi a primeira tentativa de automatização do preparo, criando um precedente para inovações futuras!
LA PRIMERA CAFETERA
El hervidor de Bagdad
La 1era cafetera como tal, se inventó en Francia el año 1802 y su precursor fue un farmacéutico llamado Francois Antoine Descroisilles que unió dos recipientes metálicos que se comunicaban con una chapa llena de agujeros, como un colador. pic.twitter.com/wY77DpurUz— Crónicas de Banqueta (@cronicabanqueta) April 5, 2022
Primeira metade do século XX: O surgimento das máquinas de espresso
No século seguinte, mais um salto de inovação na história do café. Em 1901, o italiano Luigi Bezzera inventou a máquina de café espresso. Esse modelo se valia do vapor pressurizado para acelerar o processo de infusão, produzindo uma bebida mais concentrada em menos tempo. Se hoje temos outras máquinas tão eficientes, é graças a essa ideia!
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Avançando no tempo, em 1905, Desiderio Pavoni adquiriu a patente de Bezzera e deu início à produção em larga escala das máquinas espresso, que passaram a ser adquiridas principalmente por baristas e restaurantes. O ato de beber café se tornava, enfim, um ritual social mais prazeroso, com preparo rápido e facilitado. E de olho nas necessidades dos consumidores, em 1908, Melitta Bentz lançou o primeiro filtro de café, revolucionando o mercado.
Aliás, as vendas do filtro de Melitta levaram à fundação da empresa Melitta, que sobreviveu às guerras mundiais e continua a ser uma referência no mercado até hoje.
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Segunda metade do século XX: O consumo doméstico em larga escala
A segunda metade do século XX foi marcada por inúmeras inovações na engenharia de máquinas de café. Em 1938, Achille Gaggia desenvolveu um novo tipo de equipamento que se valia de pistão mecânico e não dependia do uso de vapor, permitindo pressões mais altas e resultando na famosa “crema” do espresso. Essa inovação tornou-se um padrão de qualidade para a bebida, que passou a ter seu consumo doméstico em larga escala.
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Na década de 1960, foram introduzidas nas máquinas de café as bombas hidráulicas e o sistema de termossifão, que garantiam controle absoluto sobre pressão e temperatura. Nos anos 1970, o mercado passou a oferecer máquinas automáticas, com controles eletrônicos, que permitiam personalização de etapas - como de moagem -, garantindo um preparo consistente. E, nos anos 1980, começaram a ser fabricadas as cafeteiras de cápsulas, que simplificaram ainda mais o processo de preparo do café.
Anos 2000 até os dias atuais: Sustentabilidade e conectividade
Em nossa jornada pelo tempo, nos aproximamos da atualidade. Nos anos 2000, entramos na Era Digital, quando as máquinas de café passaram a ser projetadas com sistemas eletrônicos conectados a aplicativos, permitindo ajustes de parâmetros de forma remota. E muitas empresas passaram a mudar seus métodos de produção com o objetivo de reduzir o consumo de energia e aumentar o uso de materiais recicláveis, alinhando-se às demandas por práticas ecológicas.
Agora, a sustentabilidade parece ser a prioridade! O desejo dos fabricantes é garantir um impacto ambiental reduzido sem comprometer a qualidade da bebida.
O futuro das máquinas de café
Olhando para o futuro, podemos tentar fazer algumas previsões. Com o avanço das tecnologias, como de Internet das Coisas (IoT), devemos ver cada vez mais máquinas de café com sistemas que permitem o controle do preparo da bebida via aplicativos. A evolução das inteligências artificiais também deve ajudar a enriquecer a experiência do consumidor, levando a personalização a novos patamares de sofisticação.
Para concluir, a história do café vai continuar a ser, certamente, um testemunho da capacidade humana de inovar e adaptar-se às necessidades sociais e tecnológicas.
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Fontes: Blog Italian Coffee, Blog Café América, Solution Café, Perfect Daily Grind.
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Eduardo Mikail
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