Dentro e fora do Brasil, os cursos de Engenharia ainda são muito requisitados. Eles fazem parte daquele grupo de profissões considerado essencial para o funcionamento de um país - juntamente com Medicina e Advocacia, por exemplo. Mas, com tudo que anda acontecendo nos últimos dois anos - com a crise econômica, o aumento do desemprego e a paralisação de obras e pesquisas científicas -, é normal que os vestibulandos se questionem se vale mesmo a pena se esforçar tanto, neste momento, para ingressar em algumas destas áreas. O 360 traz uma análise sobre quais as perspectivas no campo do ensino das Engenharias no país! Confira!
O ingresso e egresso nos cursos de Engenharias
Existe uma boa diversidade de cursos voltados às Engenharias; as ofertas no Brasil são muitas hoje! Mas, em contrapartida, ainda existe uma grande dificuldade no preenchimento das vagas. E por quê? Por que realmente são cursos de difícil entendimento, com uma longa carga horária de aula e que podem custar um valor muito além do que a maioria pode suportar, mesmo se realizados em instituições públicas - levando em consideração o material de apoio, livros, transporte e mais.
Isto pode justificar os altos índices de evasão! Mas claro que estas não são as únicas razões! Acredita-se que as ciências exatas e ciências humanas ensinadas nos níveis escolares Fundamental e Médio sejam ainda insuficientes para preparar bem os alunos para o nível Superior. Então, quando o aluno ingressa num curso de Graduação, leva um enorme choque, se assusta e pode desistir. Por conta disso, é comum a troca de faculdade e, posteriormente, a busca pelo egresso ou especialização tipo Pós-Graduação - talvez um meio das pessoas corrigirem seu "erro" de desistirem dos objetivos profissionais iniciais.
Apesar das dificuldades, atualmente existem cerca de cinquenta tipos diferentes de cursos de Engenharia oferecidos no Brasil - o que representa sete vezes mais do que o total de vagas oferecidas em Medicina, por exemplo. O mais buscado é, sem dúvidas, o de Engenharia Civil - já que a Construção Civil é vista como uma importante indústria que movimenta a Economia Nacional. Em segundo lugar estariam as engenharias Mecânica, Elétrica e Química.
As faculdades de Engenharia no Brasil
Existem excelentes faculdades de Engenharia no Brasil. Só que boa parte delas tem sido ameaçada pela possibilidade dos cursos EAD - à distância. A pressão política sobre o assunto em meio ao surto do Covid-19 pode estar afetando esta que é uma decisão muito séria. Existe ainda uma grande resistência por parte das instituições públicas e particulares, além do grupo empresarial. O fato é que, além da dificuldade enfrentada hoje pelas escolas de Engenharia em se adaptarem ao novo cenário mundial, a condição das aulas remotas e fora do ambiente acadêmico pode comprometer consideravelmente a qualidade dos estudantes formados no país, levando a um colapso de mão de obra bem qualificada em diversos setores do mercado. Ou seja, para as engenharias, nenhum bom modelo EAD substituiria o ensino presencial!
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Características das boas escolas
Levando em consideração as necessidades da vida contemporânea e o que o mercado espera, as boas faculdades de Engenharia no Brasil precisam flexibilizar mais os seus currículos. Seus alunos deveriam ter uma formação mais "holística"; com mais atividades de extensão; análise extrema de impacto ambiental, sustentabilidade, novas técnicas de materiais e materiais de construção; sistemas 3D; e Metodologia BIM.
“(...) passar a se formar um profissional com capacidades técnicas, mas com um perfil também de cidadão, com um maior sentido e espírito social. Afinal, a engenharia serve par melhorar a vida das pessoas.”
- vice-diretor da Escola de Engenharia da UFMG, em reportagem de Diário do Comércio.
A Revolução Industrial e o Modelo 4.0
De acordo com especialistas em ensino, as Engenharias do Brasil ainda estariam no chamado 'Modelo 3.0'. E é preciso que haja uma rápida transformação dos currículos para que logo se chegue a um modelo de 'Indústria 4.0', que está ligado às últimas inovações mundiais. A saber, esta seria a Quarta Revolução Industrial, que se vale de conceitos como: Computação em Nuvem, Sistemas Computacionais, Internet das Coisas, e mais! Tudo isso visa uma melhoria da eficiência e produtividade dos processos!
O perfil dos engenheiros brasileiros na atualidade
Acredita-se que há basicamente dois tipos de profissionais que saem hoje das faculdades de Engenharia no Brasil. O primeiro se comportaria de acordo com um ensinamento "engessado" oferecido pela escola tradicional onde estudou. Apesar dele ser mais resistente às inovações, se destacaria nas entrevistas por conta da reputação da instituição que emitiu o seu diploma. Não quer dizer que ele seja um mal profissional, só não estaria tão bem alinhado aos parâmetros contemporâneos - como o uso da Metodologia BIM, por exemplo -, que o segundo perfil de jovens formados em Engenharia no Brasil já teria de diferente.
Uma coisa é certa, uma maior valorização e qualidade das profissões de Engenharia no Brasil dependeria de uma reforma profunda do modelo de formação nas instituições. Mas isto só pode vir pela inovação tecnológica e adaptação das Diretrizes Curriculares Nacionais aos tempos atuais. Você acredita que isso seja possível? Responda nos comentários!
Fontes: Diário do Comércio.
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