Engenharia 360

Como usar o CEP (Controle Estatístico do Processo) para obter melhores resultados?

Engenharia 360
por Kaíque Moura
| 15/05/2017 | Atualizado em 03/03/2021 5 min

Como usar o CEP (Controle Estatístico do Processo) para obter melhores resultados?

por Kaíque Moura | 15/05/2017 | Atualizado em 03/03/2021
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Sabe-se que um processo é um conjunto de causas que provocam efeitos. Todo gestor de produção é responsável por todos os produtos que são gerados nesse processos, tornando-se assim a autoridade máxima na área que abriga tal processo. Vamos conhecer melhor o Controle Estatístico do Processo?

Nos processos, o gestor é totalmente responsável por:

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  • Matéria prima;
  • Equipamentos de produção;
  • Instrumentos de medição e controle;
  • Pessoas;
  • Condições ambientais do local;
  • Os procedimentos a serem executados.

Gerenciar tudo isso é o ato de buscar as causas (meios) da impossibilidade de atingir uma meta (fim), estabelecer contramedidas (plano de ação) e padronizar, em caso de sucesso.
O processo pode ser controlado ( ou gerenciado) com dois objetivos:

  • Para manter: os resultados dentro de uma faixa de valores denominada meta padrão;
  • Para melhorar: os resultados de tal forma a atingir ou superar certo valor denominado meta.

Entendendo isso, é de extrema importância utilizar ferramentas que contribua para a elevação no percentual dos indicadores e consequente aumento de produtividade. Dentre várias ferramentas, iremos conhecer o CEP (Controle estatístico do processo) que ajuda na prevenção de defeitos e ajuda na melhoria da qualidade e dos processos.

Mas o que é o CEP?

Exemplo de CEP. (Créditos: joaoflavio.com.br)
Exemplo de CEP. (Créditos: joaoflavio.com.br).

O controle estatístico do processo (CEP) é uma ferramenta que tem por finalidade desenvolver e aplicar métodos estatísticos como parte da estratégia da empresa para prevenção de defeitos, melhoria da qualidade de produtos e serviços e redução de custos.

Este recurso pode ser usado tanto numa grande empresa como na mais simples delas, tendo como característica comum o uso de uma ferramenta gráfica e pessoas capacitadas para analisar criticamente os resultados obtidos para implementarem as melhorias possíveis.

Como funciona na prática?

Ciclo PDCA. (Créditos: www.sobreadministracao.com).
Ciclo PDCA. (Créditos: www.sobreadministracao.com).

Primeiramente, são coletados alguns dados, que podem ser coletados aleatoriamente, em horários determinados ou em situações determinadas, bastando para isso seguir o conhecido plano PDCA (PlanDoCheckAct). Depois, esses dados devem ser compilados para retirar as informações necessárias sob a forma de gráficos, sendo o gráfico de linhas representado pelo plano cartesiano e graficamente distribuído sob forma de linhas horizontais oscilantes de acordo com o valor de leitura das amostras, onde o eixo y representa os valores e o eixo x representa a linha de tempo de cada leitura.

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Como funciona a coleta de dados?

Questione e obtenha repostas eficazes no CEP
Questione e obtenha repostas eficazes.

Enquanto gestor, você deve pensar nas seguintes questões:

  • O que quero medir?
  • Por que quero medir?
  • Qual o resultado esperado?
  • O que estou medindo realmente é o que preciso medir?
  • Existem fatores externos ou internos que podem influenciar nas respostas?
  • Os dados coletados são confiáveis?
  • Existem desvios não analisados ou fatores importantes descartados?

Obtendo essas respostas, passamos para o próximo passo que é buscar informações coerentes e que possam ser validadas na estruturação do processo. Então surgem as seguintes questões:

  • Quem?
  • Como?
  • Quando?
  • Quais os recursos necessários?

Assim que é identificado o responsável pela coleta de dados, a forma da coleta, o período e os recursos necessários, passamos a verificar os processos, ou seja, exigimos conhecimento por parte do coletor dos dados para ter certeza que as informações são verdadeiras.
As ferramentas de análise devem ser definidas também nesta fase - escolher os tipos de gráficos que serão utilizados, programas ou aplicativos para auxiliar na tomada de decisão, possíveis problemas apresentados no processo, documentos que comprovem as tomadas de decisão, sendo eles ações preventivas / corretivas, relatórios técnicos, análise de causa e efeito, etc. Os tipos de gráficos mais comuns utilizados no CEP são histogramas, gráfico de linha, Diagrama de Pareto, etc.
Caso haja alguma dúvida sobre estas informações, deve ser feito um estudo aprofundado sobre o processo em questão e um levantamento de todas as fontes modificadoras do mesmo para assegurar que não existam lacunas no processo.

Como implantar o CEP?

A fase de implantação do CEP deve seguir alguns requisitos, como a modelagem da ferramenta de apoio contendo campos úteis nas tomadas de decisão, por exemplo:

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  • Data: define o dia em que foram coletados os dados referentes à leitura;
  • Hora: registra a hora que os dados foram coletados, objetivando a rastreabilidade do processo;
  • Responsável: define quem fez a coleta dos dados;
  • Amostra 1, Amostra 2... Amostra N: representa a composição da amostra, que poderá ter um ou mais elementos, bastando para isso definir no escopo do projeto;
  • Média: representa à média das amostras compostas de mais de uma leitura coletada, caso número de amostras seja maior que um;
  • Limites de controle: limites definidos anteriormente entre limite superior, limite de controle e limite inferior para auxiliar na visualização do processo;
  • Problema: é a descrição do problema de forma bem simples;
  • Causa: representa o porquê da ocorrência do problema ou desvio do processo, já definido anteriormente, estes dados serão usados como entrada no gráfico de pareto;
  • Ação de Contenção: representa a ação imediata tomada para conter o problema, naquele momento específico, ou seja, para cada desvio do processo será aberta uma ação de contenção no próprio documento de anotação do CEP, seja ele por meio eletrônico ou registros impressos;
  • Ação Corretiva: representa a ação que irá eliminar a causa raiz do problema, ou seja, para cada desvio do processo será aberta uma (ou mais) ação corretiva podendo ser um documento específico para investigação de causa raiz (ex: Espinha de peixe, 5 porquês, etc) e ações corretivas e prazo para verificação da eficácia.

Estando todos os campos necessários definidos, preparamos os gráficos de controle para a certificação do processo. Estes gráficos serão usados para facilitar a visualização dos desvios, ficando a critério de cada responsável a definição dos tipos usados.
 

(Créditos: www.opetroleo.com.br).
(Créditos: www.opetroleo.com.br).

O CEP traz boas vantagens para as empresas além de contribuir para que os custos desçam, pois o número e a porcentagem de peças defeituosas produzidas na fábrica vão diminuir com as melhorias na linha de produção. Portanto, com menos refugo e menos retrabalho, o custo por peça produzida vai diminuir. Enfatiza-se que existe somente uma razão para utilizar CEP em uma fábrica: aumentar o resultado financeiro, se possível no curto prazo, mas também no longo prazo. No entanto, CEP não é nenhum milagre e consequentemente ele deve ser abordado na empresa como qualquer projeto de investimento nos quais os custos são contabilizados e os benefícios previstos e medidos. Ao utilizar o CEP na sua empresa, a melhoria no processo será satisfatória.

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Kaíque Moura

Engenheiro de Produção; formado pelo Centro Universitário Santo Agostinho (UNIFSA); Pós-Graduando em Empreendedorismo e Inovação (IFPI); MBA em Management (iCEV); Técnico em Metrologia (IFRJ); Técnico em Serviços Jurídicos (IFPI) e Técnico em Mecânica (IFPI); profissional qualificado nas áreas de Gestão, Manutenção, Metrologia e Produção.

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