Em se tratando de trabalho, devemos sempre prezar pela organização. Imagine, por exemplo, se você fosse um analista de desempenho e tivesse que organizar os dados de uma apresentação gerencial para exposição dos resultados alcançados, deixasse a tarefa para o último dia e, na apresentação, não conseguisse organizar quase nada.
A organização é levada muito a sério nos processos industriais. As linhas devem trabalhar de maneira ordenada, a ponto de produzir na quantidade esperada, horário definido e entregar ao cliente final no prazo estabelecido. E hoje trataremos de um assunto bastante interessante no que diz respeito a organização nas linhas de produção: Balanceamento de Linha.

Mas o que é balanceamento de linha?
O balanceamento de linha de produção busca desenvolver ações eficazes para assegurar que a produção seja realizada de forma contínua e nivelada, evitando desperdícios gerados pela produção de estoques intermediários e ociosidade causada por tempo de espera durante a produção. O balanceamento de linha de produção visa anular o “gargalo” de produção, proporcionando o máximo de produtividade e eficiência mantendo o ritmo de trabalho adequado do processo produtivo.
Quais os procedimentos nós devemos seguir para realizar o balanceamento de linha?
- Determinar o número mínimo de postos de trabalho;
- Agrupar as tarefas individuais, formando grupos para cada posto de trabalho;
- Validar a eficiência do grupo escolhido.
Feito isso, deve-se estar atento a alguns detalhes:
- No caso de o tempo de um posto de trabalho ser maior que o tempo gasto por um operador, devemos acrescentar operadores a esse posto;
- Se desejamos obter um bom balanceamento de linha, devemos agrupar atividades de tal maneira que os tempos de produção em cada posto correspondam ao tempo de ciclo (ou a um múltiplo do tempo de ciclo se for necessário mais do que um operador) ou estarem pouco abaixo.
Depois é precisamos entender algumas variáveis:
- TC = tempo de produção/quantidade produzida no tempo de produção;
- N = tempo total para produzir um componente na linha/tempo de ciclo;
- NR = número real de operadores;
- E = eficiência do balanceamento. E = N/NR.
Exemplos
Vamos ao exemplo:
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Uma linha de montagem apresenta os processos a seguir, em que cada operador trabalha 45 minutos por hora e deseja-se montar 10 produtos por hora.

TC = 45/10 = 4,5 minutos/peça
N = ?Ti/TC = 17,5/4,5 = 3,89 operadores teoricamente
Após calculado o número teórico de operadores, devemos fazer a divisão do trabalho entre eles nos postos, agrupando as atividades nos postos conforme a sequência lógica do processo, não ultrapassando o TC = 4,5.
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Logo após, calcula-se a eficiência do balanceamento que é igual a:
E = N/NR = 3,89/5 = 77,8%
Como apresentado, não é possível obter uma produção de 10 peças em 45 minutos com 4 operadores, sendo necessário 5. Nota-se que houve uma desigualdade entre os operadores, visto que nos postos 2 e 3 eles trabalharam 100% do tempo de ciclo, mas, em compensação, nos demais postos em porcentagens bem menores.
Uma linha bem balanceada produz mais e melhor. E atualmente, sabemos que as indústrias carregam consigo no dia-a-dia o pensamento lean, evitando ao máximo qualquer desperdício e sempre buscando aumentar a eficiência do processo produtivo. Daí a importância de balancear a linha para uma distribuição adequada das atividades aos operadores.
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Kaíque Moura
Graduando em Engenharia de Produção no Centro Universitário Santo Agostinho (UNIFSA) e Técnico em Mecânica pelo Instituto Federal do Piauí (IFPI).