Engenharia 360

Balanceamento de linha de produção: o que é e como fazer?

Engenharia 360
por Kaíque Moura
| 12/02/2018 | Atualizado em 10/11/2021 3 min

Balanceamento de linha de produção: o que é e como fazer?

por Kaíque Moura | 12/02/2018 | Atualizado em 10/11/2021
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Em se tratando de trabalho, devemos sempre prezar pela organização. Imagine, por exemplo, se você fosse um analista de desempenho e tivesse que organizar os dados de uma apresentação gerencial para exposição dos resultados alcançados, deixasse a tarefa para o último dia e, na apresentação, não conseguisse organizar quase nada.

A organização é levada muito a sério nos processos industriais. As linhas devem trabalhar de maneira ordenada, a ponto de produzir na quantidade esperada, horário definido e entregar ao cliente final no prazo estabelecido. E hoje trataremos de um assunto bastante interessante no que diz respeito a organização nas linhas de produção: Balanceamento de Linha.

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Linha de produção. (Créditos: www.socursosgratuitos.com.br).
Linha de produção. (Créditos: www.socursosgratuitos.com.br).

Mas o que é balanceamento de linha?

O balanceamento de linha de produção busca desenvolver ações eficazes para assegurar que a produção seja realizada de forma contínua e nivelada, evitando desperdícios gerados pela produção de estoques intermediários e ociosidade causada por tempo de espera durante a produção. O balanceamento de linha de produção visa anular o “gargalo” de produção, proporcionando o máximo de produtividade e eficiência mantendo o ritmo de trabalho adequado do processo produtivo.

Quais os procedimentos nós devemos seguir para realizar o balanceamento de linha?

  • Determinar o número mínimo de postos de trabalho;
  • Agrupar as tarefas individuais, formando grupos para cada posto de trabalho;
  • Validar a eficiência do grupo escolhido.

Feito isso, deve-se estar atento a alguns detalhes:

  • No caso de o tempo de um posto de trabalho ser maior que o tempo gasto por um operador, devemos acrescentar operadores a esse posto;
  • Se desejamos obter um bom balanceamento de linha, devemos agrupar atividades de tal maneira que os tempos de produção em cada posto correspondam ao tempo de ciclo (ou a um múltiplo do tempo de ciclo se for necessário mais do que um operador) ou estarem pouco abaixo.

Depois é precisamos entender algumas variáveis:

  • TC tempo de produção/quantidade produzida no tempo de produção;
  • N = tempo total para produzir um componente na linha/tempo de ciclo;
  • NR = número real de operadores;
  • E = eficiência do balanceamento. E = N/NR.

Exemplos

Vamos ao exemplo:

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Uma linha de montagem apresenta os processos a seguir, em que cada operador trabalha 45 minutos por hora e deseja-se montar 10 produtos por hora.

Exemplo de balanceamento. (Créditos: www.blogdaqualidade.com.br).
Exemplo de balanceamento. (Créditos: www.blogdaqualidade.com.br).

TC =  45/10  =  4,5 minutos/peça

N = ?Ti/TC  =  17,5/4,5 = 3,89 operadores teoricamente

Após calculado o número teórico de operadores, devemos fazer a divisão do trabalho entre eles nos postos, agrupando as atividades nos postos conforme a sequência lógica do processo, não ultrapassando o TC = 4,5.

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Cálculos do exemplo. (Créditos: www.blogdaqualidade.com.br).
Cálculos do exemplo. (Créditos: www.blogdaqualidade.com.br).

Logo após, calcula-se a eficiência do balanceamento que é igual a:

E =  N/NR  =  3,89/5 = 77,8%

Como apresentado, não é possível obter uma produção de 10 peças em 45 minutos com 4 operadores, sendo necessário 5. Nota-se que houve uma desigualdade entre os operadores, visto que nos postos 2 e 3 eles trabalharam 100% do tempo de ciclo, mas, em compensação, nos demais postos em porcentagens bem menores.

Uma linha bem balanceada produz mais e melhor. E atualmente, sabemos que as indústrias carregam consigo no dia-a-dia o pensamento lean, evitando ao máximo qualquer desperdício e sempre buscando aumentar a eficiência do processo produtivo. Daí a importância de balancear a linha para uma distribuição adequada das atividades aos operadores.

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Kaíque Moura

Graduando em Engenharia de Produção no Centro Universitário Santo Agostinho (UNIFSA) e Técnico em Mecânica pelo Instituto Federal do Piauí (IFPI).

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