Lunar Crater Radio Telescope (LCRT) é o nome do telescópio
gigante que a NASA está financiando para construir em, nada menos do que, uma
cratera no lado oculto da Lua. O projeto está sendo realizado no JPL, o famoso Laboratório
de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).
O que é um radiotelescópio?
Há muitos tipos de telescópios, sendo que uma lista de
variedades pode ser encontrada dentro do clássico telescópio óptico, que é o
primeiro que nos vem à cabeça. Mas existe um outro tipo bastante comum por aí,
o radiotelescópio.
O radiotelescópio é constituído de uma antena e um receptor de rádio especializados usados para receber ondas de rádio de fontes astronômicas no céu. Na Wikipedia, é possível encontrar uma lista com esses equipamentos enormes. Mas, falando em tamanho, o objetivo da NASA é levar esse instrumento para um outro nível.
O radiotelescópio LCRT
A NASA divulgou uma nota indicando que o telescópio será
constituído de uma malha de arame posicionada sobre uma cratera lunar, de 3 a 5
quilômetros. Essa malha será esticada por robôs capazes de escalar as
inclinações verticais da região. É muita engenharia envolvida.
O resultado dessa malha será o maior radiotelescópio de ampla abertura do Sistema Solar, o LCRT, com cerca de um quilômetro de diâmetro. O maior telescópio de abertura cheia já construído tem 500 metros de diâmetro e está localizado no sudoeste da China. O LCRT, por sua vez, promete o dobro disso e tem uma outra vantagem: estaria em um ambiente muito mais propício para o desenvolvimento da radioastronomia, tendo a Lua como um escudo físico a interferências de rádio e ruídos de fontes terrestres, ionosfera, satélites que orbitam a Terra, dentre outros.
Para que o LCRT será utilizado?
O LCRT poderá ser aplicado por astrônomos como uma ferramenta que auxilie em descobertas científicas no campo da cosmologia. Esse instrumento de dimensões espaciais poderá permitir explorar o universo primitivo na faixa de 10 a 50 m de comprimento de onda (isto é, faixa de frequência de 6 a 30MHz), o que ainda não foi explorado pelos humanos.
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Andamento do projeto
É importante enfatizar que o projeto ainda é bastante
incipiente, focado principalmente na parte mecânica do LCRT, procurando
crateras adequadas na Lua. A NASA liberou US$ 120 mil para a primeira fase, que
ainda tem por objetivo concretizar mais a ideia. Caso ela seja convincente, a
proposta vai avançar para a próxima etapa (2 de 3).
Quer saber mais sobre o que o JPL anda fazendo: Leia sobre o novo rover da NASA a explorar Marte, o Perseverance.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.