Engenharia 360

Por que a ciência tem mais homens do que mulheres? Essa pesquisa traz a resposta

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por Lucie Ferreira
| 01/03/2017 | Atualizado em 29/12/2021 2 min

Por que a ciência tem mais homens do que mulheres? Essa pesquisa traz a resposta

por Lucie Ferreira | 01/03/2017 | Atualizado em 29/12/2021
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Muito tem se debatido sobre as barreiras que afastam o gênero feminino da ciência e o que precisa ser feito para mudar este cenário. São poucas as mulheres que se formam e se especializam no ramo da ciência e isso acontece, justamente, porque na infância elas costumam ser desencorajadas a se interessar por esses temas.

Conduzido por pesquisadores da New York University, University of Illinois e Princeton University, o estudo Gender stereotypes about intellectual ability emerge early and influence children’s interests (Estereótipos de gênero sobre a capacidade intelectual emerge precocemente e influenciam os interesses das crianças, em tradução livre), afirma que, a partir dos 6 anos de idade, as meninas se consideram menos brilhantes do que os garotos.

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Por que a ciência tem mais homens do que mulheres? Essa pesquisa traz a resposta
Fonte: Shutterstock.

Isso faz com que as garotas evitem atividades voltadas para a ciência. Um dos autores do artigo, que foi publicado na revista Science, afirma que embora o estereótipo de que os meninos são mais inteligentes não seja real, ele influencia nas aspirações das meninas e nas escolhas sobre suas eventuais carreiras.

Além disso, a sociedade tende a associar muito mais as mentes brilhantes aos homens, desestimulando as mulheres a almejar trabalhos que exijam algum tipo de inteligência especial. Isso acaba se refletindo na própria infância, a partir do momento que as crianças endossam esses estereótipos.

Ciência | Diferenças em jogo

O mesmo grupo de pesquisadores montou dois grupos, um formado por meninos e outro por meninas com idade entre 6 e 7 anos. Ambos foram apresentados a dois jogos diferentes: um para "crianças realmente muito inteligentes" e outro para "crianças que realmente tentam". Ambos tinham conteúdo e regras parecidas, mudando apenas o nome.
Apesar disso, o jogo para "crianças realmente muito inteligentes" interessou muito mais os meninos, enquanto as meninas quiseram brincar com o jogo para "crianças que realmente tentam" - eles também gostaram da ideia desse jogo, portanto nesse quesito, os dois gêneros pensam igual.

Curiosamente, meninos e meninas de 5 anos se interessaram igualmente pelo jogo para "crianças realmente muito inteligentes", demonstrando a ausência de estereótipos nessa idade. Para os estudiosos, as descobertas mostram que os estereótipos começam a afetar as escolhas das meninas em uma idade bastante delicada. Entretanto, eles advertem que é preciso realizar mais pesquisas para saber a dimensão com a qual os resultados se aplicam.

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Esse é um assunto bastante polêmico e que pode render um debate enriquecedor. Qual sua opinião a respeito? Compartilhe com a gente nos comentários. 

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Fontes: El País, Science e Science Daily.

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Lucie Ferreira

Jornalista especializada.

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