A gestão de obras de engenharia civil é um processo que, sem auxílio, pode ser bastante complexo, envolvendo muito planejamento, cumprimento rigoroso de execução e manutenção de projetos. Neste contexto, a metodologia BIM (Building Information Modeling ou Modelagem da Informação da Construção) tem se destacado como uma boa ferramenta para otimização e melhora da eficiência e qualidade dos serviços de construção. Conversamos melhor sobre o caso no artigo a seguir, do Engenharia 360!

O que é BIM na engenharia?

Gerir obras de construção civil é uma tarefa bem desafiadora para engenheiros. Há muitos desafios a serem enfrentados, como a necessidade de transparência, controle de custos, otimização de prazos e a garantia da qualidade dos serviços prestados. Mas, por sorte, segundo especialistas, a metodologia moderna BIM seria capaz de auxiliar nesse processo por meio das ferramentas que utiliza.

Mas o que é o BIM? Bem, vale destacar que não é uma tecnologia em si, mas um modelo de trabalho, que se baseia no conceito da disponibilidade de informações em tempo real. Ele permite a modelagem, de forma virtual e tridimensional, de todos os componentes de uma construção, da concepção até a operação e manutenção. Também facilita a colaboração entre diferentes profissionais, permitindo uma visualização detalhada de cada elemento do projeto e sua interação com o todo, bem como a tomada de decisões mais informadas e com um foco maior na sustentabilidade.

gestão de obras
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Softwares de BIM

Ademais, a essência do BIM está ligada à utilização de softwares avançados de engenharia e arquitetura, permitindo o acompanhamento de todo o ciclo de vida de um empreendimento. Entre os mais utilizados, destacam-se:

  • SOLIDWORKS: Usado em design mecânico e engenharia de produto. Não é BIM completo, mas útil em projetos industriais e fabricação.
  • AutoCAD: Ferramenta clássica de desenho 2D/3D. Não é BIM completo, mas essencial para documentação e integração com outros softwares Autodesk.
  • Navisworks: Focado na coordenação de projetos e simulação 4D/5D. Ótimo para detectar conflitos e unir modelos de diferentes disciplinas.
  • BIM 360: Plataforma na nuvem para gestão de projetos. Permite colaboração em tempo real, controle de documentos e acompanhamento de obras.
  • Tekla Structures: Focado em engenharia estrutural. Ideal para modelagem detalhada de concreto e aço, com integração para fabricação.
  • Revit: Software da Autodesk para modelagem 3D inteligente. Ideal para arquitetura, estrutura e MEP. Destaques: modelagem paramétrica, detecção de conflitos e colaboração em tempo real via BIM 360.
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É importante dizer que a escolha do software BIM mais adequado para um determinado projeto dependerá das necessidades específicas de cada equipe de trabalho e das características particulares da obra em questão. E sem dúvidas, é essencial realizar uma avaliação contínua das funcionalidades oferecidas por cada programa e sua última versão disponível, a fim de garantir a seleção da melhor opção que possa atender aos objetivos e requisitos de projeto.

Como se deu a implementação do BIM no Brasil?

Em 2020, através do Decreto 10.306, o Brasil estabeleceu metas para a implantação do BIM em projetos públicos. Então, desde 2021, os projetos de engenharia no país passaram a incluir usos da metodologia através de modelos 3D, documentação gráfica, extração de quantitativos e detecção de interferências. Já em 2024, os modelos começaram a contemplar também etapas como planejamento da execução, orçamentação e atualização dos modelos “as built”. Já para 2028, a última etapa do plano, a abrangência deve ser ampliada para todo o ciclo de vida da obra, incluindo o pós-obra.

Claro que a adoção do BIM não garante automaticamente, por exemplo, uma boa gestão de obras, gestão da comunicação entre equipes, análise de desempenho ambiental, etc. Para que ele atinja o seu potencial máximo, é imprescindível que seja implementada e executada de maneira correta. Claro que não dá para contar apenas com a fiscalização dos agentes públicos e da legislação, é preciso que os profissionais e as empresas se esforcem em utilizar a metodologia. Por isso, a própria comunidade acadêmica e o setor de engenharia têm trabalhado para a difusão do conhecimento especializado e no compartilhamento de lições aprendidas.

Por que a engenharia adota o BIM?

  • Organização e integração de informações: Facilita a organização e integração de informações ao longo do ciclo de vida da obra, desde a concepção até a manutenção.
  • Redução de retrabalhos: Minimiza retrabalhos dispendiosos, acelerando os processos construtivos.
  • Transparência: Promove maior transparência através da disponibilização de informações relevantes em tempo real para todos os envolvidos.
  • Conformidade com legislação: Atende aos requisitos legais, com modelos BIM abrangendo etapas essenciais da obra até 2024 e todo o ciclo de vida até 2028.
  • Colaboração efetiva: Facilita a colaboração entre diversos profissionais da construção, como arquitetos, engenheiros e gerentes de obra.
  • Visualização detalhada: Permite visualização e análise detalhada de projetos antes da construção física, aumentando entendimento e precisão.
  • Simulações e análises avançadas: Suporta simulações como consumo de energia, análise estrutural e conforto ambiental, para decisões mais informadas.
  • Otimização e sustentabilidade: Contribui para otimização de tempo e custo, qualidade e segurança do projeto final, além de promover a sustentabilidade através de escolhas mais eficientes de materiais e sistemas.
  • Segurança e gestão de riscos: Melhora a segurança no canteiro de obras com simulações de emergência e análise de planos de segurança.
  • Análise do ciclo de vida: Realiza análises completas do ciclo de vida dos edifícios, reduzindo custos operacionais e impacto ambiental.
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Veja Também: Desafios contemporâneos na gestão de obras públicas

O que é gestão de obras em BIM?

O que muitos profissionais de engenharia ainda não sabem é que é possível basear a gestão de obras em BIM.

Veja bem, o processo tradicional de gestão sempre demandou uma complicada análise de um grande volume de dados, com todas as variáveis e indefinições. Essa complexidade por vezes é tamanha que praticamente inviabiliza o controle e o acompanhamento eficaz do progresso da obra. Infelizmente, como bem sabemos, qualquer erro de cálculo de prazos ou estimativa de insumos pode comprometer o serviço. Mas a nova metodologia pode reverter o cenário, reduzindo incertezas inerentes ao processo construtivo e aumentando a segurança dos resultados em cada etapa do empreendimento.

Através de uma plataforma integrada de trabalho, todo o ciclo de vida de uma obra pode ser organizado. Imagine ter todos os dados mais relevantes sobre uma edificação (estrutura, elétrica, hidráulica, etc) em um único ambiente digital, acessível a todos os profissionais envolvidos no projeto, permitindo alterações e atualizações em tempo real, com o conhecimento e a colaboração de toda a cadeia de valor da construção. Isso é BIM na engenharia! Diga adeus à fragmentação das informações que tradicionalmente ocorre nos projetos de construção!

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Como fazer a gestão de obras com BIM?

Se você deseja utilizar o BIM para a gestão de obras do seu escritório, escolha bem o software que vai usar, pensando que todos os envolvidos no projeto possam ter acesso às mesmas informações – isso deve facilitar a comunicação e colaboração entre equipes, reduzindo erros e imprevistos, identificando necessidades e limitações da organização. Através da simulação 3D, será possível identificar e resolver conflitos entre disciplinas antes da construção física da ideia, minimizando a necessidade de retrabalhos. E com tabelas de quantitativos, controlar os recursos (até mesmo consumo de energia) e materiais necessários, além de otimizar o cronograma de execução.

Lembre-se de estabelecer metas e estratégias de implementação da metodologia BIM – claro que essa execução dependerá de treinamento e suporte contínuo. E, para completar, sempre que possível, realize simulações de emergência e análise da eficácia dos planos de emergência, melhorando a segurança do projeto.

Como se especializar em gestão de obras?

O Engenharia 360, em parceria com a renomada Tesla Treinamentos, apresenta uma oportunidade única para você se tornar um especialista cobiçado no mercado. O curso online de Gestão de Obras: Do Básico ao Avançado é o passaporte definitivo para você dominar todas as nuances da área, desde a concepção de um projeto até a sua entrega final, garantindo que prazos, custos e qualidade sejam impecavelmente gerenciados.

Com conteúdo completo, que vai do básico ao avançado, você aprenderá a planejar, coordenar e monitorar obras com eficiência, utilizando ferramentas como MS Project. Ao concluir, você estará preparado para liderar projetos e conquistar uma carreira de sucesso, com um currículo competitivo e maior remuneração. Clique aqui, aproveite e inscreva-se agora para transformar sua carreira!


Fontes: INBEC, Grupo AJ BIM.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

A última década foi de grandes desafios para a economia do Brasil, especialmente o período da pandemia e pós-pandemia. Aliás, nos últimos anos, muita coisa mudou no mercado de trabalho. Por algum motivo, os jovens se sentem menos atraídos por certas profissões ou desistem de disputar certas vagas de trabalho. E nisso, temos visto uma queda expressiva no número de estudantes em cursos de Ensino Superior. Mas e daí? Como fica a engenharia brasileira se houver menos engenheiros formados em território nacional?

Colapso da Engenharia Brasileira
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O silencioso colapso da engenharia brasileira

Já conversamos outras vezes aqui, no Engenharia 360, sobre a situação da engenharia brasileira. E olha, a coisa não anda nada bem! É realmente curioso pensar que um país de tanto potencial, com seus vastos recursos naturais e uma população jovem bastante criativa, caminha para um futuro tão incerto com a perspectiva da escassez de profissionais formados em engenharia. 

Com muita tristeza, precisamos admitir que somos extremamente dependentes de tecnologia internacional. Agora, pensa o que pode acontecer se passarmos a ser também dependentes de mão de obra internacional! Quanto isso pode encarecer tudo aquilo que consumimos e pressionar ainda mais a inflação?

Em 2015, havia cerca de 358 mil estudantes de Engenharia Civil se formando, prontos para sair no mercado e erguer novas estruturas. Atualmente, segundo constam os dados do mapa do Ensino Superior do Instituto Semesp, esse número caiu para 172 mil – representando uma queda de 51%. E, na verdade, o mesmo vem acontecendo em praticamente todas as ramificações da engenharia, desde a Engenharia de Produção até a Mecânica, extremamente importantes para o crescimento econômico nacional. 

Colapso da Engenharia Brasileira
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A saber, só duas engenharias caminho num rumo diferente aqui dentro do Brasil, sendo a Engenharia de Computação e Engenharia de Software. E é claro que isso é bastante positivo – sobretudo se pensarmos que o nosso mundo está cada vez mais digitalizado -, mas não é suficiente para sustentar a infraestrutura da nossa nação.

Razões para a queda no número de engenheiros no Brasil

Anilando esses números alarmantes, nos perguntamos se estamos diante uma nova tendência da engenharia brasileira. Afinal, por que há tanto desinteresse dos jovens pelo Ensino Superior e principalmente pelos cursos de engenharia – que sempre foram tão disputados nos vestibulares? Pois bem, alguns especialistas afirmam que isso tem a ver com o novo perfil da ‘geração Z’, que busca respostas mais rápidas para ingressar no mercado de trabalho.

Sendo assim, muita gente opta por cursos técnicos ou de curta duração, especialmente na área de tecnologia. Além disso, a crise econômica atual vem dificultando a continuidade dos estudos, forçando vários alunos a abortarem seus sonhos de graduação.

Mesmo que nossos jovens não optem mais por seguir carreiras de engenharia, ainda será essencial termos engenheiros atuando em diversos setores, desde a indústria até o campo.

Colapso da Engenharia Brasileira
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Sem engenheiros capacitados, o Brasil corre o risco de ficar para trás em termos de competitividade global. Teremos o nosso desenvolvimento econômico extremamente comprometido, assim como nossa capacidade de liderar iniciativas inovadoras. Simplesmente porque a engenharia é um dos pilares fundamentais para a criação de infraestrutura, geração de empregos e desenvolvimento de novas tecnologias. Entendeu?

A ilusão do EAD como solução para a Engenharia Brasileira

Nos últimos anos, tentando facilitar o acesso do Ensino Superior às mais diferentes camadas da sociedade, o MEC flexibilizou várias regras e houve, na sequência, um verdadeiro “boom de ofertas” de cursos EAD pelo Brasil. Tanto é que atualmente cerca de 66% dos alunos que ingressam em uma faculdade aqui no país optam pela modalidade à distância – desde 2013, foi um crescimento de 18% registrado. A questão é que essa aparente democratização do acesso ao ensino passou a esconder uma armadilha perigosa para a formação de engenheiros.

Colapso da Engenharia Brasileira
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Imagine a situação: temos hoje dois tipos de estudantes nesses cursos EAD. O primeiro de jovens que tiveram os seus últimos anos escolares comprometidos pelas seguidas crises econômicas e pelo distanciamento social exigido pela COVID. O segundo de pessoas mais velhas que estão a mais tempo afastados dos bancos escolares. E o que eles têm em comum? Ambos costumam apresentar uma série de deficiências de conhecimento em áreas críticas como matemática e física, base sólida para o entendimento das engenharias. 

Talvez isso explique porquê, mesmo com a modalidade a distância, a taxa de evasão nesses programas se manteve alta nos últimos anos (40%). Sem contar que a recente avaliação do MEC revelou que apenas 1% das graduações EAD obtiveram a nota máxima, incluindo os cursos de engenharia. Diante disso, sabe o que o Ministério da Educação fez? Proibiu de vez, em 2025, todos os cursos de engenharia 100% EAD!

As incertezas envolvendo o futuro da Engenharia Brasileira

O cenário da engenharia brasileira é muito preocupante. Acabar com os cursos 100% EAD é visto como positivo pelo mercado de trabalho, que sempre acreditou que áreas sensíveis como a engenharia estavam perdendo qualidade de mão de obra por conta desse modelo de educação. Mas é claro que as medidas do MEC não vão livrar o Brasil de ter problemas na formação de engenheiros. É nossa obrigação tornar o tema ‘engenharia’ mais interessante, tanto dentro quanto fora da sala de aula – inclusive nas conversas dentro do Engenharia 360. Mostrar para os jovens como é importante e gratificante – e de propósito admirável – o trabalho do engenheiro.

Aliás, por falar em gratificação, seria ainda melhor se os nossos profissionais de engenharia fossem devidamente remunerados por suas funções, assim como o merecido. Que suas atribuições fossem respeitadas e não colocadas em cheque. E que tivéssemos mais programas e políticas de incentivo para engenheiros, como bolsas de estudo e financiamento acessível para estudantes.

Colapso da Engenharia Brasileira
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Qwen

Por aqui, no Engenharia 360, o que podemos fazer é ajudar a disseminar as informações verdadeiras, compartilhar as boas notícias e fortalecer a imagem da engenharia brasileira junto às novas gerações, destacando seu papel estratégico no desenvolvimento do país. Afinal, não há exemplo de nação bem desenvolvida que não dependa desses profissionais para sustentar seu crescimento econômico e tecnológico!

Veja Também:

Entenda a evasão nos cursos de engenharia no Brasil

Por que faltam engenheiros no Brasil? Entenda a crise que ameaça o futuro do país!


Fontes: O Estadão.

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A Agrishow é a maior feira de inovação agrícola da América Latina. A edição 2025, realizada em Ribeirão Preto, São Paulo, apresenta uma verdadeira revolução no setor agroindustrial, estamos falando da maior colheitadeira de grãos de um rotor já fabricado no mundo. A Axial-Flow AF10 Automation, um projeto arrojado desenvolvido pela Case IH, já é considerada um marco tecnológico, abrindo uma nova era de eficiência e produtividade no campo. Saiba mais sobre essa inovação no artigo a seguir, do Engenharia 360!

maior colheitadeira do mundo
Imagem reproduzida de Globo Rural

As características mais impressionantes da Axial-Flow AF10 Automation

A Axial-Flow AF10 Automation é uma máquina que se destaca pelo seu tamanho e também por sua inovação tecnológica e capacidade operacional. Segundo os especialistas, ela teria sido projetada para se adaptar bem às exigências do campo nacional, reunindo robustez e precisão em uma única solução. E a perspectiva é que ela se torne nos próximos anos a peça chave para produtores que buscam maximizar as suas operações!

Essa gigante da engenharia é equipada com o motor de 775 cavalos de potência. O equipamento possui um tanque com capacidade para 20.000 litros de grãos – o que, aliás, representa uma autonomia significativa para operações de colheita em grandes propriedades, permitindo longos períodos de operação sem interrupção. E não podemos deixar de falar da sua plataforma de colheita, com impressionantes 61 pés ou 18,6 m, chassi articulado, ajuste do ângulo de corte e esteiras de velocidade reguláveis, garantindo uma colheita mais rápida cobrindo uma área muito maior em cada passada.

Outro diferencial notável da Axial-Flow AF10 Automation está nos pneus flutuantes, com largura de 1,4 m, projetados para minimizar a compactação do solo mesmo sobre o peso de mais de 20 toneladas. A saber, essa característica é essencial para a preservação da saúde do solo, com as operações agrícolas bem mais sustentáveis a longo prazo.

maior colheitadeira do mundo
Imagem reproduzida de Globo Rural

A tecnologia de ponta da maior colheitadeira do mundo

Você não vai acreditar, mas a Axial-Flow AF10, maior colheitadeira do mundo na atualidade, vem com sistema Automation 2.0, com funcionalidades como manobras autônomas em cabeceiras, operação assistida como monitoramento remoto e integração entre máquinas. É realmente impressionante! Dá para os produtores monitorarem em tempo real aspectos como teor de proteína, amido, óleo e umidade dos grãos colhidos. Esses dados são fundamentais para criar mapas de vulnerabilidade que auxiliam no planejamento das próximas safras e na tomada de decisões estratégicas.

Mais um recurso incrível dessa máquina é a automatização de desobstrução, que reduz o tempo de inatividade durante o trabalho. Já a distribuição uniforme dos resíduos é garantida pela sapata de limpeza Twin Clean, com dois conjuntos de peneiras. Também vale comentar sobre o sistema de radar Intellispread automatizado, para a distribuição da palha, proporcionando uma cobertura mais homogênea independente das condições climáticas, como vento e umidade. E para completar, a dupla de telas pro 1200, que auxilia o operador oferecendo uma experiência de uso mais intuitiva da colheitadeira.

Dá para dizer que a Axial-Flow AF10 Automation é o exemplo da combinação perfeita de automação e conectividade para que o produtor rural tenha maior controle e precisão durante a colheita, reduzindo perdas e aumentando a produtividade.

A estratégia da Case IH para o futuro no campo

Em 2025, a Case IH lançou 16 soluções diferentes de máquinas, tecnologias e serviços, visando atender as demandas atuais do agronegócio. Tudo indica que o foco da empresa é o momento em que o setor vive, buscando rentabilidade e produtividade alinhado à sustentabilidade, além de uma visão voltada à agricultura regenerativa. Algo que chama atenção é o conceito que ela tenta introduzir no mercado de “Inteligência Agronômica”, que engloba um ecossistema composto por equipamentos com soluções para planejamento, controle de produtividade, mapeamento de ervas daninhas e pulverização seletiva, entre outras inovações.

maior colheitadeira do mundo
Imagem reproduzida de EAE Máquinas

O impacto no mercado agrícola e os efeitos no campo brasileiro

Estamos testemunhando mudanças importantes e profundas no setor de agronegócio. Especialmente no Brasil, as safras recordes do ano passado, somadas ao aumento da população mundial e às pressões por práticas sustentáveis, estão fazendo os produtores correrem atrás de soluções que combinem a alta produtividade com eficiência e, acima de tudo, responsabilidade ambiental. E a Case IH garante estar desenvolvendo um portfólio robusto até 2028 para atender melhor seus clientes com ferramentas próprias para o enfrentamento desses desafios do presente e futuro.

Lembrando que, por conta das mudanças climáticas, teremos cada vez janelas de plantio mais curtas.

Os investidores do agronegócio brasileiro estão preocupados com os desafios climáticos e econômicos atuais; eles desejam reduzir o tempo de colheita, minimizar perdas de grãos e preservar o solo. A edição 2025 da Agrishow tem mostrado que esses empresários estão apostando nessa integração de sistemas autônomos e conectividade entre máquinas como forma de obter uma agricultura mais digitalizada, onde dados e automação são aliados fundamentais para decisões estratégicas no campo. Nesse contexto, a Axial-Flow AF10 Automation chega como uma grande promessa para o sucesso do produtor rural.

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Imagem reproduzida de Globo Rural

Outras inovações da Case IH na Agrishow 2025

Além da Axial-Flow AF10 Automation, a Case IH apresentou uma série de novidades que reforçam seu compromisso com a modernização do campo:

  • Tratores Farmall C e Puma: Novas gerações com motores potentes, transmissões avançadas e paineis digitais, atendendo desde pequenos até grandes produtores.
  • Linha Magnum e Steiger: Tratores de alta potência com melhorias no consumo e design, adaptados para a agricultura tropical e culturas específicas como cana-de-açúcar.
  • Pulverizadores Patriot Série 50: Nova geração com capacidades entre 2.500 e 4.000 litros, tecnologia de pulverização bico a bico e suspensão aprimorada.
  • SaveFarm: Tecnologia de pulverização seletiva com uso de inteligência artificial para identificar ervas daninhas em tempo real, reduzindo em mais de 80% o uso de herbicidas.
  • Drones de Pulverização: Dois modelos, P60 e P150, com capacidades de 30 e 70 litros, respectivamente, ampliando as opções para diferentes tamanhos de propriedades e necessidades.
  • FieldXplorer: Solução para planejamento de linhas, controle de produtividade e mapeamento de ervas daninhas, complementando o ecossistema tecnológico da marca.

Veja Também: Como funciona uma colheitadeira de grãos?


Fontes: Compre Rural, Globo Rural.

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Redação 360

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No dia 28 de abril de 2025, a população de Portugal e Espanha foi surpreendida por um inesperado apagão de energia. A explicação oficial dada pelo governo português é de que o problema teria ocorrido, até onde se sabe, em território espanhol e seria provavelmente causado por uma vibração atmosférica induzida. Esse fenômeno raro comprometeu as linhas de alta tensão e deixou milhares sem energia elétrica. É claro que esse tema desperta a curiosidade para nós. Que tal mergulhar com o Engenharia 360 no debate técnico sobre esse evento e entender as implicações para o setor elétrico global?

vibração atmosférica induzida
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Qwen

O que é vibração atmosférica induzida?

Antes de tudo, vale destacar que o que ocorreu nesta data de 28 de abril de 2025 é algo sem precedentes para a população da Península Ibérica. As luzes se apagaram repentinamente, e num primeiro momento as operadoras de rede elétrica estavam confusas sobre as possíveis causas do problema. Então, perto das 10 horas da manhã, horário de Brasília, recebemos a informação de que as REN (Redes Energéticas Nacionais) confirmaram que a causa teria sido uma vibração atmosférica induzida, desencadeando eventos que culminaram no colapso do sistema elétrico interligado entre Portugal e Espanha.

Explicação técnica

Fala aí: você já ouviu falar em vibração atmosférica induzida? Bem, trata-se de um fenômeno natural que ocorre quando condições climáticas específicas interagem com estruturas físicas, como linhas de transmissão de energia de alta tensão (400 kV). A hipótese mais plausível é que essas ondas, ao interagir com essas linhas, induziram oscilações mecânicas. Por fim, essa rede pode ter entrado em um regime de ressonância ou sofrido oscilações em frequências críticas devido à natureza peculiar.

vibração atmosférica induzida
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Explicando melhor, é o tipo de evento que pode acontecer de forma abrupta e em grandes áreas geográficas, e se combinado com condições como ventos fortes ou mudanças bruscas no clima, tende a gerar ressonâncias nas linhas elétricas, causando oscilações perigosas. É possível, nesse caso, testemunhar a geração de gradientes de pressão atmosférica consideráveis, resultando em movimentos de área em larga escala; e, por fim, num cenário mais complexo, como ondas de pressão atmosférica.

Surgimento do termo

A saber, tal comportamento anormal pode causar uma verdadeira devastação e infraestruturas tão robustas quanto estas. E a forma mais simples que os jornalistas encontraram de descrever esse evento incomum é por tal denominação, “vibração atmosférica induzida”. Mas saiba que o termo não é comum nos manuais de engenharia elétrica ou meteorologia.

Quais as possíveis causas para a vibração atmosférica induzida?

Variações extremas de temperatura

Em princípio, a causa primária considerada pelas REN na Europa é a das variações extremas de temperatura no interior da Espanha.

Curiosamente, regiões como as da Península Ibérica são realmente conhecidas por seus verões extremamente quentes e invernos frios, com amplitude térmica diária e sazonais significativas. Sabe-se que nas últimas horas foram registradas mudanças bruscas de temperatura no interior da Espanha. E é claro que esse tipo de variação afeta a densidade do ar e a condutividade elétrica ao redor das linhas de alta tensão.

Sim, os cabos utilizados em alta definição são projetados para suportar condições adversas. No entanto, quando submetidos a temperaturas extremas, podem expandir e contrair de maneira irregular, criando micro tensões que, somadas às correntes de ar turbulentas, resultam em movimentos oscilatórios intensos.

vibração atmosférica induzida
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Agora, veja bem, o Hemisfério Norte continua no período de primavera. Então, é realmente incomum que tal instabilidade (com brisas fortes, rajadas de vento e ondas de pressão atmosférica) nesta época do ano atinja um nível que possa gerar efeitos a ponto de impactar o setor elétrico. Podemos dizer que tal evento seria de raríssima ocorrência! Aliás, seria até um pouco precipitado “bater o martelo” nessa hipótese, sem considerar outros motivos para o desligamento, sem ter a certeza de qual o evento inicial que gerou esse fenômeno em cascata.

Oscilações nas linhas de transmissão

Vamos falar desse efeito dominó da rede elétrica da Europa? Existe na engenharia o ensino da ressonância, que é quando um sistema físico é submetido por uma força oscilatória cuja frequência coincide com sua frequência natural de vibração. Então, a amplitude das oscilações resultantes pode aumentar drasticamente. Essas vibrações no fim vão causar flutuações na corrente elétrica, levando a perdas de sincronização entre as subestações.

Inclusive, quando se utiliza sistemas de corrente alternada (CA), a sincronização da frequência e da fase entre diferentes geradores de cargas é crucial para uma operação estável.

Se houve a perda de sincronismo entre geradores, há o acionamento dos mecanismos de proteção que desconectam equipamentos para evitar danos maiores. E justamente esse desligamento que pode resultar em um colapso generalizado da rede, o que tende a explicar o que afetou Portugal e Espanha.

Problemas na produção e distribuição de energia

A rede elétrica europeia é considerada uma das mais avançadas do mundo; uma das suas características é a interconexão entre países. O que acontece é que, quando a produção de um excede a sua própria demanda, ele encaminha esse excedente para o seu vizinho – portanto, é uma rede de produtores e consumidores. Esse redirecionamento da energia ocorre nas subestações. Falando de forma simples, se esse processo de “liga e desliga” falha lá na Espanha, é provável que o destino final, que seria também as regiões de Portugal, seja afetado pela interrupção.

Qual a necessidade da sincronização entre Portugal e Espanha?

Na Europa, os sistemas elétricos são modernos e operam em frequências rigorosamente controladas (geralmente 50Hz). Infelizmente, sabe-se que há uma complexa interdependência das redes elétricas entre países do continente. Qualquer interrupção deve comprometer a sincronização entre diferentes partes dessa rede.

Como explicamos antes, isso tende a forçar as usinas geradoras a desligarem automaticamente em efeito cascata, derrubando a distribuição em grandes áreas. Os efeitos da vibração atmosférica induzida podem rapidamente se espalhar por países vizinhos através das linhas de interconexão.

Até onde se sabe, a interconexão traz inúmeros benefícios para a Europa, como compartilhamento de recursos energéticos, aumento da segurança do fornecimento e a otimização da operação. No entanto, ela também cria um canal para a propagação de distúrbios. Em 2006, uma falha de sincronização na Alemanha levou a apagões em vários países.

Por que a energia pode levar uma semana para voltar?

Portugal e Espanha (e regiões da França) vivem hoje um colapso generalizado e restaurar sua rede elétrica vai levar certo tempo; afinal, não é algo tão simples quanto “ligar um interruptor”. Primeiro, será preciso fazer uma verificação completa dos danos nas linhas de transmissão, isso inclui cabos, torres e equipamentos de subestações.

vibração atmosférica induzida
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Depois disso, as usinas devem ser religadas em uma frequência estável antes de reintegrar a rede – será uma reinicialização gradual. E é claro que a etapa final é traçar novos planos de prevenção contra colapsos, evitando que isso se repita mais vezes – e, sim, a coordenação internacional será imprescindível.

Quais lições a engenharia pode tirar deste incidente?

  • Realizar manutenções preventivas em componentes críticos durante processos de recuperação para evitar futuros incidentes.
  • Investir em tecnologias avançadas, como sensores inteligentes, para monitorar continuamente as condições das linhas de transmissão e detectar problemas precocemente.
  • Considerar as mudanças climáticas ao projetar e manter redes elétricas, adaptando-se a condições meteorológicas extremas.
  • Estabelecer cooperação regional entre países para lidar de forma eficaz com crises energéticas, incluindo protocolos claros para situações emergenciais.
  • Desenvolver sistemas de monitoramento ambiental avançado e fortalecer a resiliência das redes de transmissão frente a perturbações inesperadas.
  • Promover a coordenação internacional entre operadores de rede para garantir a estabilidade dos sistemas interconectados.
  • Investir em pesquisa e desenvolvimento para compreender melhor fenômenos atmosféricos e seus impactos na infraestrutura energética.
  • Comunicar de forma transparente e eficaz com o público sobre os riscos e medidas de segurança adotadas para promover resiliência em eventos inesperados.
vibração atmosférica induzida
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Qwen

Veja Também: Como o machine learning pode prever quedas de energia


Fontes: CNN Brasil.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Você já pensou em largar tudo e viver viajando, mas sem abandonar a engenharia? A ideia pode parecer utópica para muitos, mas a verdade é que a engenharia e o estilo de vida nômade não apenas podem coexistir – eles podem se complementar de forma brilhante. Se você é engenheiro ou engenheira e sente aquele “comichão” para explorar o mundo sem perder o propósito e a conexão com sua profissão, este artigo é pra você.

Neste artigo do Engenharia 360, vamos mostrar como unir a carreira de engenheiro com o desejo de conhecer o mundo, apresentando exemplos reais, possibilidades de atuação, dicas práticas e os melhores destinos para se inspirar. Confira!

O exemplo inspirador da VaiViver

A inspiradora trajetória de Mayumi Kurimori e Cecília Fortunatti, duas mentes brilhantes forjadas nos bancos da Escola Politécnica da USP, é um farol para essa nova era da engenharia. Em 2016, a paixão compartilhada por viagens e a visão empreendedora transformaram um simples hábito universitário em um negócio milionário: a VaiViver – Ecoturismo e Aventura. Em 2024, a agência já havia faturado R$ 3,5 milhões, proporcionando experiências transformadoras para mais de 10 mil viajantes.

engenheiro nômade - engenheiro mochileiro
Imagem divulgação VaiViver reproduzida de O Estadão – MSN

Embora Mayumi (engenheira ambiental) e Cecília (engenheira de materiais) tenham direcionado suas habilidades analíticas e de planejamento para o setor do turismo sustentável, a essência de sua história ressoa profundamente com o sonho de muitos engenheiros: a possibilidade de integrar paixão, propósito e expertise técnica em uma carreira dinâmica e global.

A capacidade de identificar uma necessidade, estruturar soluções inovadoras e construir um negócio de sucesso, princípios fundamentais da engenharia, foram cruciais para a jornada da VaiViver. E esses mesmos princípios podem pavimentar o seu caminho para uma vida de viagens e trabalho significativo.

Veja Também: Oportunidade Única! “Brechó” de Materiais de Construção

Engenharias que permitem um “estilo de vida mais livre”

Muitas áreas da engenharia são perfeitamente compatíveis com o trabalho remoto ou com projetos em diferentes países. Veja algumas com mais potencial:

Engenharia de Software / Computação

Permite atuação 100% remota. É possível trabalhar como freelancer, consultor ou empregado remoto em empresas globais.

Engenharia Ambiental

Ideal para atuar em projetos de campo, ONGs, sustentabilidade, turismo ecológico e pesquisa em áreas protegidas ao redor do mundo.

Engenharia de Produção

Com foco em eficiência e gestão, essa área permite consultorias, análises e implantação de processos em empresas estrangeiras ou startups globais.

Engenharia de Energia

Fontes renováveis e projetos de energia limpa estão em alta. Há demanda por profissionais que queiram trabalhar em locais como Islândia, Alemanha ou Chile.

Engenharia Civil

Apesar de exigir presença física em muitos projetos, há possibilidade de atuar em consultorias, avaliações técnicas e em projetos de curto prazo no exterior.

Como se tornar um engenheiro nômade digital

Poremos entender que a engenharia é uma chave para um mundo repleto de oportunidades globais, baseada na habilidade de resolver problemas complexos e inovar.

Engenheiros são essenciais em setores variados ao redor do mundo, desde infraestruturas sustentáveis em áreas remotas até tecnologias avançadas para energias renováveis.

Para prosperar nesse ambiente, é crucial desenvolver habilidades transferíveis, adaptabilidade cultural, e fluência em idiomas estrangeiros. Também identificar nichos de mercado em alta demanda global, construir um portfólio internacional robusto, explorar plataformas de trabalho remoto e redes globais como LinkedIn, e considerar o empreendedorismo com impacto global são estratégias fundamentais para engenheiros aspirantes a um futuro internacionalmente dinâmico e desafiador.

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Imagem gerada em IA de Google Gemini

Confira um resumo das principais dicas para começar essa jornada:

  • Faça uma autoavaliação e defina seus objetivos.
  • Aprimore suas habilidades digitais e aprenda novos softwares.
  • Comece com trabalhos freelancers em plataformas online.
  • Invista em uma boa estrutura para trabalho remoto.
  • Crie um portfólio digital com seus projetos e habilidades.
  • Participe de comunidades de profissionais nômades.

Encontrando propósito além dos projetos

Viajar como engenheiro vai além de conhecer lugares novos – é sobre aplicar conhecimentos para transformar realidades e vivenciar a diversidade cultural do mundo.

1. Engenharia humanitária e sustentável

ONGs e agências internacionais buscam engenheiros para projetos em comunidades vulneráveis, como sistemas de água potável, energia renovável e infraestrutura resiliente.

2. Ecoturismo e construções sustentáveis

O turismo consciente demanda engenheiros ambientais e civis para criar infraestruturas ecológicas e soluções que reduzam o impacto ambiental das viagens.

3. Consultoria internacional com propósito social

Engenheiros com experiência global são valorizados em projetos que promovem sustentabilidade, otimizam recursos e avaliam impactos sociais em larga escala.

4. Educação em engenharia pelo mundo

Dar aulas em outros países permite compartilhar conhecimento técnico e aprender com outras culturas, ajudando a formar engenheiros com visão global.

5. Pesquisa e documentação global

Viajar amplia as possibilidades de pesquisa, permitindo estudar práticas locais, registrar soluções inovadoras e colaborar em projetos de alcance internacional.

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Destinos que todo engenheiro nômade deveria conhecer

Viajar com olhos de engenheiro é uma experiência única. Além do turismo convencional, dá para mergulhar em tecnologias, soluções urbanas e projetos sustentáveis. Confira alguns destinos incríveis:

  • Copenhague (Dinamarca): Referência em mobilidade urbana, design sustentável e qualidade de vida. Ideal para engenheiros civis e urbanos.
  • Dubai (Emirados Árabes): Obras faraônicas, tecnologia de ponta e inovação arquitetônica. Um prato cheio para engenheiros civis, elétricos e mecânicos.
  • Tóquio (Japão): Centro global de robótica, automação, engenharia de precisão e eficiência energética. Perfeito para engenheiros eletrônicos e mecatrônicos.
  • Islândia: País abastecido quase 100% por energia renovável. Inspiração para engenheiros ambientais e de energia.
  • Amazônia: O próprio Brasil é um campo fértil para quem quer se conectar com a natureza e aplicar engenharia em comunidades isoladas ou em projetos sustentáveis.
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Dicas para engenheiros que sonham com a vida nômade

Para seguir uma vida nômade como engenheiro, é essencial investir em qualificação contínua, aprimorar a comunicação e construir uma rede global. Explore modelos de trabalho flexíveis, planeje bem suas finanças e esteja preparado para se adaptar a diferentes culturas e ambientes. Cuide da saúde, pesquise vistos adequados e mantenha a mente aberta para aprender e se inspirar com cada nova experiência.

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Imagem gerada em IA de Google Gemini

Checklist com tudo que você precisa para começar sua jornada:

  • Notebook potente com softwares atualizados
  • Certificados de proficiência em idiomas (Inglês é essencial)
  • Portfólio online com cases técnicos
  • Planejamento financeiro para os primeiros meses 
  • Seguro de viagem com cobertura profissional
  • Networking com engenheiros e empresas globais
  • Mente aberta para culturas, desafios e aprendizados

A história de Mayumi e Cecília nos ensina que a paixão, aliada ao conhecimento técnico e à visão empreendedora, pode transformar sonhos em realidade e gerar um impacto positivo no mundo. Se você é um engenheiro com alma viajante, lembre-se que o mundo é o seu escritório e o seu potencial para contribuir é ilimitado. Abrace a jornada, desvende o planeta com sua expertise e construa uma carreira global com propósito e significado.


Fontes: O Estadão.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Vivemos em um mundo moldado por ideias geniais. Muitos dos objetos que usamos diariamente — e que consideramos banais – são, na verdade, frutos de décadas ou até séculos de engenharia e criatividade humana. Neste artigo do Engenharia 360, vamos explorar algumas invenções revolucionárias da engenharia que facilitaram (e muito!) a nossa vida, e cuja origem pode surpreender você. Prepare-se para redescobrir o extraordinário no comum!

1. Fones com cancelamento de ruído

É quase automático: você entra no ônibus, coloca os fones e o mundo ao redor silencia. Mas essa tranquilidade não surgiu da noite para o dia. A origem do cancelamento de ruído remonta à Guerra da Coreia, nos anos 1950.

Durante as missões de resgate, os helicópteros produziam tanto barulho que nem os pilotos conseguiam se comunicar. Foi aí que o engenheiro Lawrence J. Fogel entrou em ação. Usando a teoria do cancelamento de ondas sonoras (já conhecida desde o século IX), ele criou um sistema que “anula” sons externos com o uso de microfones e cálculos matemáticos.

invenções de engenharia
Imagem reproduzida de Showmetech

Hoje, esse princípio é amplamente usado em fones modernos, especialmente em locais barulhentos. E pensar que tudo começou com a necessidade de ouvir um grito de socorro em meio ao caos da guerra.

Curiosidade extra: O algoritmo por trás desses fones é tão complexo que usa processamento digital de sinais (DSP), ramo sofisticado da engenharia elétrica.

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Imagem de Erwin por Pixabay

2. Passaportes biométricos

Você já passou por um portão de embarque que leu seu rosto e liberou sua entrada? Isso é engenharia biométrica pura. Mas a ideia de “identificação única” começou muito antes, com o policial francês Alphonse Bertillon, no século IX.

Frustrado com criminosos que escapavam da prisão ao se passar por outras pessoas, Bertillon criou um método baseado em medições corporais e fotos. Ele queria algo que não mudasse com o tempo – diferente de nomes ou documentos forjados.

Esse sistema foi o embrião das tecnologias biométricas que usamos hoje: reconhecimento facial, digitais, íris e até passos (sim, o jeito que você caminha já é usado para identificação em alguns sistemas avançados!).

Engenharia por trás: Técnicas de imageamento e análise de dados, combinadas com algoritmos de reconhecimento – um exemplo claro da união entre engenharia computacional e segurança.

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Imagem de cottonbro studio em Pexels

3. Elevadores

Elevadores são tão comuns que mal pensamos sobre sua engenharia. Mas eles são verdadeiras maravilhas da física e da segurança.

Na Revolução Industrial, descer às profundezas das minas de carvão era arriscado. As cordas de cânhamo ou correntes metálicas frequentemente se partiam. Foi o alemão Wilhelm Albert quem resolveu o problema, em 1834, ao trançar fios de ferro em cabos de aço flexíveis e resistentes. Esses cabos ainda são a base dos sistemas modernos.

Outro detalhe interessante: o contrapeso usado nos elevadores deriva de uma tecnologia militar medieval, o trabuco. A física de equilíbrio entre pesos permite que a cabine se mova para cima e para baixo com muito mais eficiência.

Engenharia envolvida: Engenharia mecânica, resistência de materiais e dinâmica estrutural – tudo isso está no “ping” do elevador do seu prédio.

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Imagem de Domínio público em Pxhere

4. Aspirador de pó

Hoje, aspiradores são compactos, potentes e até robóticos. Mas sua história começou com uma ideia aparentemente simples, porém revolucionária: sugar ao invés de soprar.

O engenheiro Hubert Cecil Booth percebeu que o método tradicional – soprar ar para levantar a poeira – era ineficaz. Em 1901, ele criou um aspirador gigante que usava filtros para reter a sujeira aspirada.

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Imagem reproduzida de Science Museum Group Collection

Mas foi James Spangler, um zelador asmático, quem levou a ideia para outro patamar. Sem recursos, ele usou peças de uma máquina de costura, um cabo de vassoura e um forro de almofada para criar o primeiro modelo portátil. A invenção só ganhou fama porque um empresário local, William Hoover, viu o potencial.

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Imagens reproduzidas de Mark Strecker e Cantonrep

Tecnologia atual: Hoje, motores elétricos de altíssima rotação (como os da Dyson) atingem 135 mil rpm – engenharia de ponta para sugar cada grão de pó.

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Imagens de cottonbro studio em Pexels

5. Telas sensíveis ao toque

A tela do seu celular, tablet ou caixa eletrônico é resultado de uma descoberta feita… para evitar acidentes aéreos!

Na década de 1960, o engenheiro britânico Eric Arthur Johnson desenvolveu uma tela capaz de detectar toques, com base nas variações de campo elétrico causadas pelos dedos humanos. A aplicação inicial foi nos centros de controle de tráfego aéreo, onde a precisão e agilidade eram vitais.

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Imagem reproduzida de Computer Timeline

O conceito era simples, mas brilhante: fios de cobre em uma tela, conectados a um computador, que detectavam qualquer interferência elétrica causada por um toque humano.

Anos depois, a Apple popularizou a tecnologia com o lançamento do iPhone, mas o mérito da invenção está no campo da engenharia eletrônica aplicada com inteligência.

Engenharia presente: Engenharia de materiais, eletrônica embarcada e design ergonômico — tudo envolvido nessa interação mágica entre dedo e tela.

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Imagem de Karolina Grabowska por Pixabay

“A engenharia está em todo lugar”

Essas invenções são apenas a ponta do iceberg. A verdade é que a engenharia, silenciosamente, molda nossas vidas em todos os aspectos – da luz que acendemos ao acordar ao aplicativo que usamos para pedir comida.

O mais fascinante? Muitas dessas soluções surgiram de problemas reais: ruídos que impediam comunicação, criminosos sem identificação, acidentes em minas, asma causada por poeira ou o caos no tráfego aéreo.

E o futuro?

Com a ascensão da inteligência artificial, da robótica, dos materiais inteligentes e da energia sustentável, a próxima geração de invenções pode estar mais próxima do que imaginamos — e pode estar sendo criada agora mesmo por um engenheiro ou engenheira que, como você, acredita que sempre há uma forma melhor de fazer as coisas.

Veja Também: 17 coisas incríveis que já deveriam existir há muito tempo


Fontes: BBC.

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Engenharia 360

Redação 360

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O curso de engenharia é uma das formações mais sensíveis que se tem no âmbito do Ensino Superior. Sendo assim, a ideia de transmitir toda a sua grade curricular na modalidade de ensino à distância (EAD) sempre gerou questionamentos e debates intensos, tanto na comunidade acadêmica quanto no mercado de trabalho. Havia uma preocupação dos especialistas de que os jovens profissionais não estivessem recebendo uma educação de qualidade. Afinal, há certas discussões e dúvidas que só podem ser sanadas em sala de aula, em contato com professores e colegas, modelos físicos e cases reais.

As próprias entidades ligadas à profissão de engenharia vinham lutando há bastante tempo para que fossem ouvidas, reinvidicando que o modelo de ensino fosse revisto pelo Ministério da Educação. E agora, ao final de abril de 2025, recebemos com surpresa a notícia de que o MEC anunciou que não mais aceitará os cursos de engenharia oferecidos exclusivamente de forma remota. Contamos mais sobre a novidade no artigo a seguir, do Engenharia 360!

Razões para a mudança de posicionamento do MEC

Recentemente, o diretor de regulação de ensino superior do MEC, Daniel Ximenes, anunciou que o governo federal não mais aceitará os cursos de engenharia e saúde oferecidos totalmente à distância. Segundo ele, essas áreas são muito sensíveis e demandam realmente uma carga presencial significativa para assegurar a qualidade do e a formação adequada dos profissionais.

Histórico e contexto da regulamentação

É importante destacar que esse anúncio ocorre em um momento delicado, em que há um crescimento expressivo no número de ofertas de cursos EAD em engenharia.

2002-2010

Desde 2002, o CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) já vinha permitindo o registro de cursos de engenharia na modalidade EAD sem restrição de carga horária. Infelizmente isso levou ao surgimento de cursos 100% à distância, o que desagradou muita gente que acredita que a formação de engenharia demanda mais componentes práticos e técnicos do que teóricos, entendendo que o conhecimento é muito difícil de ser absorvido sem aulas presenciais e atividades experimentais.

2010-2024

Então, chegamos ao ano de 2010; naquela época, apenas 1% dos alunos estavam matriculados na modalidade à distância. Passando para 2017, houve uma flexibilização das exigências para os cursos EAD, o que resultou em um crescimento de 700% do mercado de ensino à distância. Sabe-se hoje que a maioria dos alunos de graduação de instituições privadas opta pelo ensino remoto. Isso se refletiu nas notas das últimas avaliações oficiais, como o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), onde apenas 1% dos alunos dos cursos EAD alcançaram a nota máxima.

cursos de engenharia EAD
Imagem de Freepik

Dias atuais

Enfim, chegamos a 2025. Agora, o MEC pretende estabelecer percentuais máximos de carga horária que podem ser ofertados em EAD para cada área, permitindo que parte do curso seja a distância, mas garantindo a presença física dos estudantes em atividades práticas essenciais. E, junto do CONFEA, o Ministério deve intensificar o diálogo para revisar as normas, buscando um equilíbrio entre a expansão do ensino à distância e a garantia da qualidade da segurança na formação dos engenheiros.

O papel do CREA e o futuro da certificações

Antes de tudo, talvez nós devêssemos esclarecer que o Ministério da Educação reconhece que a educação à distância é um caminho sem volta, uma tendência irreversível. Inclusive, o MEC vem defendendo bastante a modalidade, mas ressaltando agora que a presencialidade é imprescindível na maioria dos casos, como nos cursos de engenharia, assegurando o desenvolvimento das competências técnicas e habilidades de campo.

É claro que o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) também desempenha um papel crucial nesse debate. É seu dever assegurar que os profissionais que saem para o mercado de trabalho estejam devidamente preparados para os desafios técnicos e éticos da prática que irão enfrentar. E podemos ainda esperar que a decisão do MEC influenciará as políticas de registro e certificação. 

Enquanto isso, a proposta do CONFEA é que polos de ensino à distância sejam avaliados quanto à sua infraestrutura para as atividades presenciais, incluindo os laboratórios e campos experimentais, e que docentes e coordenadores tenham formação específica na área do curso, independentemente da modalidade.

cursos de engenharia EAD
Imagem de tonodiaz em Freepik

Expectativas para estudantes e mercado de trabalho

Ainda não há uma data exata para publicação do decreto presidencial; porém, a expectativa é de que ele seja assinado em breve, após as últimas negociações internas. Quando isso ocorrer, o documento deve deixar claro quais os limites para a oferta de cursos EAD em diversas áreas, como da engenharia, proibindo a oferta integralmente remota. Em princípio, o que tem sido por aí é que os cursos de engenharia devem:

  • Ter uma carga horária mínima presencial acima de 60%; 
  • EAD sendo utilizado apenas para complementar a formação teórica; 
  • Polos de ensino com infraestrutura adequada comprovada para as atividades presenciais; 
  • E avaliações rigorosamente fiscalizadas para o reconhecimento dos cursos.

Então, se um aluno ingressar em um curso de engenharia 100% EAD a partir da publicação deste decreto, ele arriscará ter o seu diploma e registro profissional negado junto ao CREA. As universidades e faculdades que já oferecem cursos de engenharia EAD terão que adaptar seus projetos pedagógicos desde já. E o mercado de trabalho deve voltar a valorizar a engenharia presencial, reconhecendo a formação prática como comprovação da qualidade técnica dos recém-graduados.

Veja Também: CREA aprova cursos de Engenharia à distância?


Fontes: O Estadão.

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Engenharia 360

Redação 360

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A engenharia trabalha hoje na fronteira entre a inovação e a natureza. Neste contexto, o Engenharia 360 gostaria de destacar a recente descoberta dos engenheiros australianos do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne. Eles conseguiram desenvolver um material à base de titânio por meio da impressão 3D. O mesmo seria mais forte do que a melhor liga de densidade semelhante atualmente usada na indústria aeroespacial. Leia mais sobre esse avanço tecnológico no artigo a seguir!

O segredo por trás da descoberta dos engenheiros

O novo material desenvolvido pelos cientistas australianos difere dos metais tradicionais, cuja resistência depende essencialmente de sua composição química. Explicando melhor, esse metamaterial em titânio possui uma estrutura dupla altamente projetada para distribuir o estresse uniformemente e evitar pontos fracos comuns em modelos tradicionais de engenharia. Trata-se de uma rede tubular oca com faixas internas que se cruzam em forma de ‘X’, combinando leveza e alta resistência.

malha de titânio impressa 3D
Estrutura de titânio em 3D – Imagem de RMIT reproduzida de Olhar Digital

A saber, a inspiração para sua criação, numa abordagem biomimética, esteve baseada em formas naturais, como caules ocos de plantas ((nenúfar, vitória-régia) e os corais (Tubipora musica).

malha de titânio impressa 3D
Detalhes da arquitetura do metamaterial metálico. – Imagem de Jordan Noronha reproduzida de Inovação Tecnológica

Vantagens do titânio impresso em treliça dupla

  • Distribuição uniforme de estresse: Evita a concentração de tensões, que geralmente causam falhas prematuras.
  • Desvio de fissuras: A estrutura impede que rachaduras se propaguem facilmente, aumentando a vida útil.
  • Leveza combinada com resistência: A estrutura oca reduz o peso sem comprometer a integridade.

A impressão 3D como catalisador para a inovação

Replicar as estruturas naturais sempre foi um grande desafio para a engenharia, especialmente utilizando materiais metálicos, que tendem a falhar em regiões com geometrias ocadas. A solução veio então com a impressão 3D, especialmente por fusão de pó a laser (DMLS), que possibilitou uma construção milimetricamente precisa e controlada, eliminando os problemas históricos de falha estrutural. 

Aliás, a tecnologia permite a criação de objetos em diferentes dimensões, que variam em poucos milímetros há vários metros, dependendo da impressora utilizada – o que só aumenta o seu potencial de aplicação industrial.

Testes e resultados

Utilizando a impressão 3D com fusão a laser de pó metálico, os pesquisadores australianos conseguiram criar um material de altíssima resistência mecânica e leveza incomparáveis. Em laboratório, eles testaram um cubo de titânio impresso e se surpreenderam com o resultado: resistência à compressão 50% maior do que a liga WE54 – uma das ligas de magnésio mais usadas no setor aeroespacial -, e resistência à temperatura de até 300 graus Celsius. 

Inclusive, os engenheiros afirmam que, com pequenas alterações na liga usada, essa resistência térmica poderia chegar a 600 graus Celsius, ampliando o leque de aplicações para ambientes externos, como motores de foguetes e aeronaves supersônicas.

malha de titânio impressa 3D
Tensão em titânio à esquerda, pontos sobrecarregados; à direita, distribuição uniforme. – Imagem de RMIT reproduzida de Olhar Digital

Aplicações práticas do novo metamaterial

  • Produção de peças em diferentes escalas (de milímetros a metros)
  • Componentes aeroespaciais (aviões, foguetes, satélites e drones)
  • Estruturas de drones para combate a incêndios
  • Implantes médicos personalizados (próteses e substitutos ósseos)
  • Integração óssea facilitada pela porosidade do material
  • Menor risco de rejeição em procedimentos médicos
  • Redução de peso em veículos = mais eficiência e economia de combustível
  • Potencial de uso por grandes empresas, startups e setor público
  • Tendência de redução de custos com o avanço da impressão 3D metálica

O futuro da engenharia com titânio impresso em 3D

Estamos diante de uma nova era, com quebra de paradigmas na Engenharia de Materiais. A criação desse metamaterial prova que podemos ir além do que imaginamos com a impressão 3D, biomédica, ciência dos materiais e engenharia estrutural. Por outro lado, a produção desse novo metamaterial impresso em 3D com titânio parece ainda ser um desafio.

É preciso avaliar diversas questões técnicas. No entanto, os pesquisadores estão otimistas de que, com o tempo, a tecnologia se tornará acessível e rápida, disponível para as empresas investirem e comercializarem.

malha de titânio impressa 3D
Estrutura de titânio em 3D – Imagem de RMIT reproduzida de Olhar Digital

Até onde se sabe, neste momento, estão sendo conduzidas pesquisas semelhantes em paralelo. Um exemplo é a investigação dos chineses para eliminar microburacos e melhorar a resistência à fadiga do titânio impresso em 3D por meio de tratamentos isotérmicos e térmicos, ampliando mais a durabilidade e aplicabilidade do material.

Para encerrar este artigo, convidamos você a conferir este vídeo que apresenta uma inovação impressionante: uma malha de titânio impressa em 3D com alta precisão, utilizando fusão a laser de metal em pó. O resultado? Um material leve, resistente e extremamente detalhado – perfeito para aplicações industriais de ponta. Assista:

Veja Também: Qual o material mais forte na indústria da Engenharia?


Fontes: Inovação Tecnológica, Olhar Digital.

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Recentemente, a crise econômica global atingiu um novo patamar a partir da taxação de produtos estrangeiros em território norte-americano. As tensões geopolíticas, especialmente entre os Estados Unidos e a China, ficaram mais fortes. Em meio às discussões, começamos a ouvir bastante a expressão “terras raras”, entendendo que estas grandes potências mantêm seu foco em tais regiões do planeta. Mas, afinal, o que de tão raro tem nessas terras para que todos as queiram? E o quanto isso pode impactar as engenharias?

No artigo a seguir, do Engenharia 360, discutimos a definição de terras raras, sua aplicação na engenharia e o papel do Brasil nesse mercado. Confira!

terras raras
Imagem de Peggy Greb, US department of agriculture, em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra-rara#/media/Ficheiro:Rareearthoxides.jpg

O que são terras raras

As terras raras são regiões do planeta ricas em metais raros (mais precisamente 17 elementos químicos, entre eles o térbio e o disprósio) com potencial de exploração. Justamente por esses materiais serem escassos, encontrá-los é algo difícil, principalmente em concentrações economicamente viáveis para a extração – até porque, por muitas vezes, estão misturados a outros minerais complexos. Ao mesmo tempo, eles são cruciais para uma vasta gama de aplicações tecnológicas, desde ímãs super potentes até baterias de carros elétricos e turbinas eólicas.

terras raras
Imagem reproduzida de Revista In The Mine
terras raras
Imagem reproduzida de Cráton – Consultoria em Geologia

Sendo assim, os materiais encontrados nas terras raras são considerados indispensáveis para a engenharia moderna (desde a produção de computadores quânticos a supercondutores e sistemas de armazenamento de energia de alta capacidade) e a transição para uma economia mais sustentável.

As terras raras no epicentro da disputa geopolítica global

Em todo o planeta Terra, a distribuição de reservas de terras raras é algo desigual e a maioria delas está, hoje, sob domínio da China (cerca de 70%). Como é de imaginar, para potências como os Estados Unidos, grandes produtores e consumidores dos itens fabricados pela engenharia, esse é um assunto que incomoda. Uma estratégia para se manter em crescimento no mercado é diversificar suas fontes de abastecimento e desenvolver suas próprias capacidades de produção – o que não é tarefa fácil, claro.

terras raras
Imagem reproduzida de Recursos Minerais de Minas Gerais – Codemge

Atualmente, os norte-americanos possuem as suas reservas, mas dependem demais da importação de muitos desses elementos por parte do governo chinês.

terras raras
Imagem reproduzida de Eco4u

Então, podemos concluir que as terras raras são usadas hoje como instrumento de poder político e econômico. Isso explica em parte o motivo das taxações impostas pelos Estados Unidos da China, que consequentemente limitou as exportações de terras raras, gerando um impacto direto na produção de itens como drones, mísseis e até aeronaves norte-americanas.

Aplicações das terras raras na engenharia e tecnologia

  • Ímãs superpotentes (motores elétricos, turbinas eólicas, geradores)
  • Baterias de longa duração (celulares, veículos elétricos, sistemas de energia)
  • Dispositivos eletrônicos e ópticos (LEDs, lasers, sensores)
  • Equipamentos de defesa (mísseis, aviões militares, radares, sonares)
  • Exploração espacial (telescópios, foguetes)
  • Ímãs permanentes de neodímio (motores, geradores, discos rígidos)
  • Baterias NiMH (veículos híbridos, dispositivos portáteis)
  • Catalisadores (craqueamento de petróleo, controle de emissões)
  • Telas e lâmpadas fluorescentes
  • Sistemas de comunicação militar e guiagem

O mercado global e a busca por novas fontes

Como explicamos anteriormente, o mercado global de terras raras é altamente concentrado naquilo que está sob domínio, em maioria, da China. É claro que essa dependência tem gerado preocupações, como de segurança de abastecimento e competição justa, em todos os países ao redor do mundo. Nações como a Austrália estão investindo em projetos próprios de mineração e processamento de terras raras para reduzir sua dependência.

Vale destacar que garantir o acesso a esses materiais críticos é importante para impulsionar o desenvolvimento de indústrias de alta tecnologia.

terras raras
Imagem de Pixabay em Pexels

A extração de terras raras no Brasil

Pensa que o Brasil está fora dessa disputa? É claro que não! Pelo contrário, muitas potências ao redor do mundo estão de olho nas reservas existentes em nosso território. Isso porque o nosso país tem a terceira maior reserva de terras raras do mundo, com 21 milhões de toneladas. Então, por que não somos mais ricos com isso? Bem, em parte porque estamos deixando cair nossas riquezas nas mãos de terceiros – lamentável. Também porque nossa tecnologia e economia são insuficientes para aumentar a exploração independente e respeitando os limites da natureza. Menos de 0,02% dessas reservas são exploradas.

Resumindo, o Brasil tem, sim, um grande potencial para aumentar sua produção e se tornar um importante player no Mercado Global de terras raras. Podemos citar como exemplo o Projeto Caldeira, em Poços de Caldas, Minas Gerais. O mesmo está sendo conduzido pela empresa australiana Meteoric Resources. O objetivo é a extração de terras raras de argila iônica, um tipo de depósito onde os elementos de terras raras são absorvidos em partículas de argila. A saber, esse tipo de extração é relativamente simples, barata e ambientalmente amigável.

Segundo a Meteoric Resources, o depósito identificado é suficiente para exploração por pelo menos 50 anos. E a expectativa é que mais de 700 empregos sejam criados, movimentando a economia local e gerando inovação tecnológica.

O futuro da mineração de terras raras no Brasil

O mundo sabe que precisa passar por uma transição de uma economia tradicional para um modelo mais sustentável – sobretudo com baixa emissão de carbono. O problema é que isso demanda por tecnologias mais avançadas, que só podem ser desenvolvidas com a utilização de elementos provenientes de terras raras. E tudo isso é um ciclo! Até porque a própria extração mais eficiente de terras raras depende do desenvolvimento de tecnologias, como a biolixiviação. Então, assim como temos em frente boas oportunidades, também precisaremos lidar com os desafios.

Vale destacar que, além de Poços de Caldas, outros projetos de mineração de terras raras estão em desenvolvimento no Brasil, como em Araxá (MG), Morro do Ferro (MG) e Serra Verde (GO). Esses projetos representam um grande potencial para impulsionar a produção nacional de terras raras e fortalecer a posição do Brasil no mercado global.

terras raras
Imagem de Vlad Chețan em Pexels

Não podemos deixar de falar sobre os impactos ambientais significativos provocados pela mineração de terras raras, como a destruição de ecossistemas e a poluição da água e do solo. Sendo assim, os projetos conduzidos precisam adotar obrigatoriamente práticas sustentáveis para minimizar esses efeitos e proteger o meio ambiente. Por exemplo, trabalhar com a recuperação de áreas degradadas e a gestão adequada de resíduos, além da própria reciclagem de terras raras de produtos descartados, o que pode reduzir a demanda por novas extrações.

Veja Também: Terras raras: importância desse recurso para as engenharias


Fontes Olhar Digital.

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A engenharia, essa força motriz por trás de toda a inovação e progresso tecnológico que molda nosso mundo, não surgiu do vácuo. Ela é o resultado de séculos de curiosidade insaciável, experimentação rigorosa e, acima de tudo, das descobertas revolucionárias de mentes brilhantes da ciência que ousaram questionar o status quo e explorar os mistérios do universo.

O Engenharia montou um lista com os maiores nomes. E embora nem todos sejam estritamente “engenheiros” no sentido moderno da palavra, suas contribuições científicas fundamentais pavimentaram o caminho, forneceram as ferramentas conceituais e inspiraram as tecnologias que definem a engenharia como a conhecemos hoje. Confira a seguir!

1. Isaac Newton

Sir Isaac Newton (1643-1727) é, sem dúvida, um dos pilares da ciência moderna. Suas leis do movimento e a lei da gravitação universal, descritas em sua obra monumental “Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica” (mais conhecida como “Principia”), fornecem a base para toda a mecânica clássica, um campo fundamental para inúmeras áreas da engenharia.

As leis do movimento

As três leis de Newton – a lei da inércia, a lei da força e aceleração (F=ma), e a lei da ação e reação – são essenciais para entender o comportamento de corpos sob a influência de forças. Engenheiros de todas as disciplinas, desde a civil até a mecânica e aeroespacial, aplicam esses princípios diariamente no projeto de estruturas, máquinas e veículos. A estabilidade de uma ponte, o movimento de um carro, o voo de um avião – tudo é regido pelas leis que Newton desvendou.

A Lei da Gravitação Universal

A compreensão de que todos os objetos com massa se atraem mutuamente com uma força proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles revolucionou a astronomia e teve implicações profundas na engenharia. O projeto de satélites, foguetes e até mesmo a construção de grandes estruturas terrestres precisam levar em conta a força da gravidade com precisão.  

2. Albert Einstein

Albert Einstein (1879-1955) e sua teoria da relatividade, tanto a especial quanto a geral, transformaram nossa compreensão do espaço, do tempo, da gravidade e da energia. Embora suas teorias possam parecer abstratas, elas tiveram um impacto indireto, mas profundo, em diversas áreas da engenharia moderna.

Relatividade especial

A famosa equação E=mc2, que demonstra a equivalência entre massa e energia, é fundamental para a compreensão da energia nuclear, que impulsiona usinas nucleares e tem aplicações em diversas áreas da engenharia de materiais e processos. Além disso, a relatividade especial influenciou o desenvolvimento de tecnologias como o GPS (Sistema de Posicionamento Global), que precisa levar em conta os efeitos relativísticos para fornecer localizações precisas.

Relatividade geral

A teoria da relatividade geral, que descreve a gravidade como a curvatura do espaço-tempo causada pela massa e energia, é crucial para a astrofísica e a cosmologia, mas também tem implicações para a engenharia de precisão e a navegação espacial de longa distância.

3. Galileu Galilei

Galileu Galilei (1564-1642) foi um pioneiro na observação astronômica e na física experimental. Suas melhorias no telescópio permitiram observações que confirmaram o modelo heliocêntrico do sistema solar, desafiando as visões tradicionais. Mas suas contribuições para a engenharia são igualmente significativas.

O desenvolvimento de instrumentos de observação mais precisos abriu caminho para a astronomia moderna e, indiretamente, para a engenharia de precisão. A necessidade de construir e calibrar esses instrumentos impulsionou o desenvolvimento de técnicas de fabricação e medição mais sofisticadas.

As investigações de Galileu sobre a queda dos corpos, o movimento de projéteis e o princípio da inércia lançaram as bases para a dinâmica e a mecânica, que são essenciais para o projeto de máquinas, estruturas e sistemas de transporte na engenharia.

4. James Clerk Maxwell

James Clerk Maxwell (1831-1879) realizou uma das maiores sínteses da física ao formular as equações de Maxwell, que unificaram os fenômenos da eletricidade e do magnetismo, demonstrando que a luz é uma onda eletromagnética. Essa unificação foi fundamental para o desenvolvimento de toda a engenharia elétrica e eletrônica.

As equações de Maxwell

Essas quatro equações elegantes descrevem como os campos elétricos e magnéticos são gerados por cargas elétricas e correntes, e como eles interagem entre si. Elas são a base teórica para o projeto de geradores, motores elétricos, transformadores, ondas de rádio, televisão, radares e toda a vasta gama de tecnologias que dependem do eletromagnetismo. Sem Maxwell, o mundo moderno seria radicalmente diferente.

5. Richard Feynman

Richard Feynman (1918-1988) foi um dos físicos mais influentes do século XX, conhecido por seu trabalho fundamental na eletrodinâmica quântica (QED) e por sua habilidade excepcional em explicar conceitos complexos de forma acessível. Suas ideias continuam a impulsionar a engenharia em áreas como a ciência de materiais e a computação quântica.

Eletrodinâmica Quântica

A QED, que descreve a interação entre luz e matéria, é essencial para a compreensão das propriedades dos materiais em nível atômico e subatômico. Esse conhecimento é crucial para o desenvolvimento de novos materiais com propriedades específicas, como semicondutores para eletrônicos e materiais avançados para aplicações aeroespaciais e energéticas.

Nanotecnologia e Computação Quântica

As ideias de Feynman sobre a manipulação da matéria em escala atômica foram precursoras da nanotecnologia. Além disso, sua visão sobre o potencial da computação quântica está se tornando realidade, com implicações revolucionárias para a engenharia em áreas como otimização, simulação de materiais e inteligência artificial.

6. Fibonacci

Leonardo de Pisa, mais conhecido como Fibonacci (c. 1170 – c. 1250), foi um matemático italiano famoso por sua sequência de Fibonacci, onde cada número é a soma dos dois anteriores (0, 1, 1, 2, 3, 5, 8…). Essa sequência e a proporção áurea relacionada aparecem surpreendentemente na natureza, desde a disposição das pétalas de uma flor até a espiral de uma concha.

Embora não seja uma lei física fundamental, a sequência de Fibonacci e a proporção áurea têm sido utilizadas intuitivamente e conscientemente em projetos de engenharia e design para criar estruturas esteticamente agradáveis e, em alguns casos, eficientes. Arquitetos, designers industriais e até mesmo engenheiros estruturais podem se inspirar nesses padrões naturais para otimizar proporções e criar harmonia visual.

7. Alexander Fleming

Sir Alexander Fleming (1881-1955) foi um bacteriologista escocês famoso pela descoberta da penicilina, o primeiro antibiótico do mundo. Essa descoberta revolucionária transformou a medicina e teve um impacto indireto, mas significativo, na engenharia biomédica.

A penicilina e os antibióticos subsequentes reduziram drasticamente as taxas de mortalidade por infecções bacterianas, permitindo o desenvolvimento de procedimentos cirúrgicos mais complexos e o aumento da expectativa de vida. Isso, por sua vez, impulsionou a demanda por dispositivos médicos, próteses, órgãos artificiais e outras inovações da engenharia biomédica, que visam melhorar a qualidade de vida e prolongar a saúde humana.

8. Benjamin Franklin

Benjamin Franklin (1706-1790) foi um polímata americano, renomado por suas contribuições como estadista, inventor, diplomata e cientista. Seus experimentos pioneiros com a eletricidade, incluindo a famosa experiência com o raio e a pipa, ajudaram a estabelecer a compreensão básica dos fenômenos elétricos.

As descobertas de Franklin sobre a natureza da carga elétrica, a distinção entre condutores e isolantes, e a invenção do para-raios foram passos cruciais para o desenvolvimento da engenharia elétrica. Sua curiosidade e experimentação abriram caminho para o trabalho de cientistas posteriores, como Maxwell e Tesla, que transformariam a eletricidade em uma força motriz da tecnologia moderna.

9. John Bardeen

John Bardeen (1908-1991) foi um físico americano que compartilhou o Prêmio Nobel de Física duas vezes: uma por sua invenção do transistor e outra por sua teoria da supercondutividade. O transistor, inventado nos Laboratórios Bell em 1947, é considerado uma das invenções mais importantes do século XX, revolucionando a eletrônica e a computação.

O transistor substituiu as volumosas e ineficientes válvulas termiônicas, permitindo a miniaturização, o aumento da velocidade e a redução do consumo de energia dos dispositivos eletrônicos. Ele é o componente fundamental de praticamente todos os aparelhos eletrônicos modernos, desde smartphones e computadores até sistemas de comunicação e controle industrial. Sem o transistor, a engenharia eletrônica como a conhecemos não existiria.

10. Antonio Meucci

Antonio Meucci (1808-1889) foi um inventor italiano que é amplamente reconhecido como o pioneiro do telefone. Embora Alexander Graham Bell tenha recebido a patente e seja mais frequentemente creditado com a invenção, as evidências históricas sugerem que Meucci demonstrou um dispositivo funcional anos antes.

O telefone foi uma invenção revolucionária que transformou a comunicação humana, encurtando distâncias e facilitando a troca de informações. Ele lançou as bases para toda a indústria de telecomunicações, que hoje abrange desde linhas telefônicas fixas e celulares até redes de internet e comunicação via satélite. A engenharia de comunicações, um campo vital da engenharia moderna, nasceu da visão de transmitir a voz à distância.

11. Rosalind Franklin

Rosalind Franklin (1920-1958) foi uma biofísica e cristalógrafa britânica cujo trabalho foi crucial para a compreensão da estrutura molecular do DNA (ácido desoxirribonucleico). Suas imagens de difração de raios X forneceram evidências essenciais que levaram James Watson e Francis Crick à formulação do modelo da dupla hélice do DNA.

A descoberta da estrutura do DNA revolucionou a biologia e abriu caminho para a biotecnologia e a engenharia genética. Hoje, engenheiros genéticos manipulam o DNA para desenvolver novas terapias médicas, melhorar culturas agrícolas, produzir biocombustíveis e criar novos materiais biológicos. O legado de Franklin é fundamental para o avanço dessas áreas promissoras da engenharia.

12. Marie Curie

Marie Curie (1867-1934) foi uma física e química pioneira em pesquisas sobre radioatividade. Ela foi a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel, a primeira pessoa e a única mulher a ganhar o Prêmio Nobel em dois campos científicos diferentes (Física e Química), e parte da família Curie de cinco vencedores do Prêmio Nobel.

As descobertas de Curie sobre os elementos radioativos e suas propriedades tiveram um impacto profundo na ciência e na tecnologia. A radioatividade é utilizada em diversas aplicações na engenharia, como testes não destrutivos de materiais, datação de artefatos e geração de energia nuclear. Na medicina, a radioterapia e a medicina nuclear são ferramentas essenciais para o diagnóstico e tratamento de diversas doenças, incluindo o câncer.

13. Linus Pauling

Linus Pauling (1901-1994) foi um químico americano que revolucionou a compreensão das ligações químicas e da estrutura molecular. Suas contribuições para a química quântica e a biologia molecular lhe renderam dois Prêmios Nobel: um de Química e outro da Paz.

A compreensão das ligações químicas é fundamental para a engenharia de materiais. As propriedades dos materiais, como resistência, condutividade, elasticidade e dureza, são diretamente determinadas pela natureza das ligações entre seus átomos e moléculas. O trabalho de Pauling forneceu a base teórica para o desenvolvimento de novos materiais com propriedades sob medida para aplicações específicas na engenharia, desde ligas metálicas avançadas até polímeros de alta performance.

14. Dmitri Mendeleev

Dmitri Mendeleev (1834-1907) foi um químico russo creditado com a criação da primeira versão amplamente reconhecida da Tabela Periódica dos Elementos. Sua organização dos elementos químicos com base em suas propriedades permitiu prever a existência de elementos ainda não descobertos e forneceu um arcabouço fundamental para toda a química.

A Tabela Periódica é uma ferramenta essencial para os engenheiros químicos. Ela fornece informações cruciais sobre as propriedades dos elementos e seus compostos, auxiliando no projeto de processos químicos, na síntese de novos materiais, na análise de reações e na solução de problemas em diversas indústrias, desde a petroquímica até a farmacêutica.

15. Werner Heisenberg

Werner Heisenberg (1901-1976) foi um físico alemão pioneiro na mecânica quântica. Ele é mais conhecido pelo princípio da incerteza, que afirma que é impossível conhecer simultaneamente com precisão arbitrária certos pares de propriedades físicas de uma partícula, como sua posição e momento.

Embora o princípio da incerteza imponha limites fundamentais à nossa capacidade de medir e controlar o mundo em escala atômica, ele também é crucial para a compreensão dos fenômenos quânticos que são explorados na nanotecnologia e na computação quântica. A engenharia nessas áreas precisa levar em conta a natureza probabilística e incerta do mundo quântico.

16. Nikola Tesla

Nikola Tesla (1856-1943) foi um inventor, físico e engenheiro eletricista sérvio-americano. Suas contribuições para o projeto do moderno sistema de corrente alternada (CA) são inestimáveis e revolucionaram a distribuição e o uso da energia elétrica.

Tesla desenvolveu o sistema polifásico de corrente alternada, incluindo o motor de indução CA e o transformador, que permitiram a transmissão eficiente de eletricidade por longas distâncias. Seu trabalho foi fundamental para a construção da infraestrutura elétrica que alimenta o mundo moderno, impulsionando indústrias, residências e tecnologias em todos os lugares.

17. Charles Darwin

Charles Darwin (1809-1882) foi um naturalista inglês famoso por sua teoria da evolução por seleção natural, apresentada em sua obra seminal “A Origem das Espécies”. Embora sua teoria se concentre na biologia, seus princípios de variação, seleção e adaptação têm inspirado abordagens na engenharia de sistemas complexos e na inteligência artificial.

Os princípios da evolução têm sido aplicados no desenvolvimento de algoritmos evolucionários, técnicas de otimização computacional que se inspiram na seleção natural para encontrar soluções eficientes para problemas complexos de engenharia. Esses algoritmos podem ser usados para otimizar projetos, rotear tráfego, desenvolver inteligência artificial e muito mais. A ideia de sistemas que se adaptam e melhoram ao longo do tempo, inspirada na evolução biológica, é cada vez mais relevante na engenharia moderna.

18. Gregor Mendel

Gregor Mendel (1822-1884) foi um monge e botânico austríaco considerado o pai da genética moderna por suas descobertas sobre as leis da hereditariedade, baseadas em seus experimentos com ervilhas. Suas leis da segregação e da segregação independente explicam como as características são transmitidas dos pais para os filhos.

As leis de Mendel fornecem a base para a compreensão da herança genética, que é fundamental para a engenharia genética. Hoje, os engenheiros genéticos aplicam esses princípios para modificar organismos vivos com precisão, criando culturas mais resistentes a pragas, desenvolvendo terapias genéticas para doenças e produzindo proteínas e outros produtos biológicos importantes.

19. Erwin Schrödinger

Erwin Schrödinger (1887-1961) foi um físico austríaco que fez contribuições fundamentais para a mecânica quântica, incluindo a famosa equação de Schrödinger, que descreve a evolução temporal dos sistemas quânticos. Ele também é conhecido pelo seu famoso experimento mental do “gato de Schrödinger”, que ilustra as peculiaridades da superposição quântica.

As ideias de Schrödinger e a mecânica quântica em geral revelam a natureza probabilística e contraintuitiva do mundo em escala atômica e subatômica. A engenharia quântica, um campo emergente, busca explorar esses fenômenos para desenvolver tecnologias revolucionárias, como computadores quânticos e sistemas de comunicação ultra-seguros. Compreender os princípios da mecânica quântica, mesmo seus aspectos mais paradoxais, é essencial para avançar nessa fronteira da engenharia.

20. Leonardo da Vinci

Leonardo da Vinci (1452-1519) foi um polímata italiano do Renascimento, amplamente considerado um dos maiores gênios da história. Suas contribuições abrangem uma vasta gama de campos, incluindo arte, ciência, engenharia, anatomia, invenção e muito mais. Seus cadernos estão repletos de desenhos e ideias visionárias para máquinas e dispositivos muito à frente de seu tempo.

Da Vinci projetou máquinas voadoras, pontes, armas, instrumentos musicais e muitas outras invenções conceituais. Sua abordagem interdisciplinar, combinando observação detalhada da natureza com raciocínio lógico e criatividade artística, serve como um modelo inspirador para os engenheiros modernos. Em um mundo cada vez mais complexo, a capacidade de integrar conhecimentos de diferentes áreas é crucial para a inovação na engenharia.

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