O que é o Projeto Dune e por que ele pode mudar tudo o que sabemos sobre o universo?
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 5minImagem de Ryan Postel, Fermilab, reproduzida de G1
O ser humano sempre foi extremamente fascinado pela história da origem do universo – há tanto ainda para ser revelado, não é mesmo? Ainda estamos na busca por explicações sobre como são formados os buracos negros e também por que existimos. Pois foi pensando em obter tais respostas que surgiu o Deep Underground Neutrino Experiment.
O Projeto Dune reúne cerca de 1.400 cientistas de 36 países diferentes, incluindo o Brasil. Especialistas do setor dizem que este é o projeto mais ambicioso já concebido para estudar os neutrinos – partículas subatômicas que atravessam tudo e todos, mas interagem raramente com a matéria.
Imagem DUNE, Fermilab, reprodução VEJA
Considerando que o Brasil está dentro dessa revolução científica, ajudando a criar inovações tecnológicas essenciais para o sucesso do experimento, o Engenharia 360 resolveu explorar mais essa história e trazer todos os detalhes para você no artigo a seguir. Confira!
O que são neutrinos e por que eles são importantes para o Projeto Dune?
O Projeto Dune poderá ajudar a humanidade a desvendar os maiores mistérios do cosmos. Mas, como citamos no começo deste texto, tudo dependerá do entendimento dos neutrinos, partículas que são praticamente sem massa e sem carga elétrica.
O que sabemos até agora é que os neutrinos surgiram logo após o Big Bang; que eles são gerados em reações nucleares como as que ocorrem no Sol; que estiveram presentes em todos os eventos cósmicos extremos, como nas explosões de supernovas; e que são a segunda partícula mais abundante no universo, ficando atrás apenas dos fótons (partículas de luz).
Imagem de FERMILAB reproduzida de FAPESP
De fato, o assunto é bem interessante! Os neutrinos estão por toda parte, passando pelos corpos, mas nunca interagindo com a matéria. E os cientistas acreditam que é a partir dessas partículas que vamos entender por que a matéria prevaleceu sobre a antimatéria após o Big Bang, como os buracos negros se formam e até o que compõem a misteriosa matéria escura que representa mais de 20% do universo.
Como irá funcionar o Projeto Dune, na prática?
Antes de tudo, vale esclarecer que a infraestrutura para condução do Projeto Dune já é considerada sem precedentes para estudar “o invisível”. Os estudos estão sendo liderados pelo Fermilab, que é o principal laboratório de física de partículas dos Estados Unidos, com destaque para duas de suas equipes: uma que fica em Illinois, onde se encontra um acelerador de partículas, e outra em Dakota do Sul, que explora caverna subterrâneas a 1,6 km de profundidade.
Na primeira unidade, os cientistas trabalham para a produção de neutrinos a partir da aceleração e colisão de prótons. Então, o feixe com trilhões dessas partículas é direcionado, de forma subterrânea, para os detectores localizados a 1.300 km de distância, no outro estado. O que acontece é que os neutrinos atravessam a crosta terrestre e chegam até os tanques cheios de argônio líquido puríssimo, onde, eventualmente, interagem com os átomos desse elemento. E dessa interação é gerada uma “cintilação de luz”, captada por sistemas de detecção avançados.
Imagem de Ryan Postel, Fermilab, reproduzida de G1
Imagem de FERMILAB reproduzida de FAPESP
Imagem de Ryan Postel, Fermilab, reproduzida de G1
Razões para uso de argônio líquido
Talvez você esteja se perguntando qual o papel do argônio líquido nessa história. Pois bem, o argônio é um gás nobre que, quando resfriado a menos de 184 graus Celsius, se torna líquido e oferece um ambiente ideal para detecção de neutrinos. Seu núcleo atômico relativamente pesado aumenta as chances de interação com essas partículas. Assim, quanto maior o volume de argônio, maior a probabilidade de captação de eventos raríssimos de interação.
Qual o papel do Brasil na captura de sinais dos neutrinos?
Os cientistas envolvidos no Projeto Dune explicam que, para a captura de sinais dos neutrinos, é preciso utilizar um argônio líquido praticamente livre de impurezas – estamos falando de partes por trilhão, o que é um tremendo desafio para a indústria de tecnologia. Isso porque contaminantes como oxigênio, água e nitrogênio podem comprometer a sensibilidade dos detectores. E é aí que entra uma inovação brasileira desenvolvida por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com empresas nacionais e apoio da FAPESP.
Peneira molecular porosa
Os brasileiros criaram um método diferente para retirada de impurezas do argônio líquido. O mesmo se vale da utilização de uma “peneira molecular porosa” (zeólita) à base de aluminossilicato e lítio. Testes realizados usando criostato apresentaram resultados surpreendentes. Parece que a contaminação caiu de 20-50 ppm para 0,1-1 ppm 20 em menos de 2 horas, mesmo em volumes de até 3 mil litros.
Sistema X-Arapuca
E como se não bastasse tudo isso, tem outra contribuição feita pelos brasileiros para o Projeto Dune. Trata-se do X-Arapuca, um sistema de detecção de fotos criado por físicos da Unicamp. Nesse caso, quando um neutrino interage com o argônio líquido, ele gera uma cintilação de luz ultravioleta invisível ao olho humano. A tecnologia seria capaz de capturar essa luz e transformá-la em dados, permitindo que os cientistas reconstruam a trajetória dos neutrinos em três dimensões.
A saber, o Brasil será responsável por fabricar e instalar 6 mil dessas armadilhas de luz em um dos módulos do Dune, além de produzir os componentes mecânicos e filtros ópticos essenciais para o funcionamento do sistema.
Imagem de Felipe Bezerra, Unicamp, Perfil Brasil, reproduzida por Terra
Qual o impacto do Projeto Dune e o legado para a ciência global?
A realização do Projeto Dune deve ajudar a estimular o desenvolvimento de tecnologias de ponta e fortalecer a indústria científica em diversos países, incluindo o Brasil. A experiência adquirida pelos pesquisadores poderá ser aplicada em outros setores da engenharia, como purificação de gases industriais e desenvolvimento de novos sensores.
E especialmente falando do nosso país, a participação do Brasil deve ir além do fornecimento de equipamentos. É possível que nossos trabalhadores ajudem na criação de um hub de referência em física de partículas para toda a América Latina, com acesso direto aos dados produzidos pelo experimento. Isso significa, na prática, mais oportunidades de pesquisa, formação de novos cientistas e interação com as maiores colaborações científicas do mundo.
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Evite gafes! 10 passos para escrever um e-mail profissional em Inglês na Engenharia
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 7minImagem de Freepik
No universo da Engenharia, saber se comunicar com clareza e objetividade é uma habilidade essencial – especialmente quando a comunicação é feita em outro idioma. Com o avanço da globalização e a atuação de empresas em ambientes multilíngues, escrever e-mail profissional em Inglês se tornou parte da rotina de muitos engenheiros e estudantes da área técnica.
Mas como fazer isso de forma profissional e sem cair em armadilhas culturais? É o que vamos mostrar neste guia prático e completo com oito passos infalíveis para escrever um e-mail profissional em Inglês. Preparado? Let’s go!
Imagem de Freepik
1. Defina o assunto e o destinatário com precisão
Antes mesmo de começar a escrever o corpo do seu e-mail, é fundamental definir dois elementos básicos: o assunto (subject) e o destinatário (to/cc).
O subject deve ser direto e objetivo, indicando claramente o tema da mensagem. Isso economiza tempo de quem vai ler e aumenta a chance de seu e-mail ser aberto.
Use o campo Cc com cuidado, apenas para incluir pessoas que precisam estar cientes da mensagem, mas não são os principais responsáveis pela resposta.
Dica prática
To (Para): Utilize este campo para o destinatário principal, a pessoa diretamente responsável por tomar uma ação ou responder à sua solicitação.
Cc (Cópia Carbono): Inclua aqui pessoas que precisam estar cientes da comunicação, mas não são os responsáveis diretos pela ação.
Bcc (Cópia Carbono Oculta): Use com moderação, apenas quando precisar incluir alguém sem que os demais destinatários saibam.
2. Cumprimente de forma adequada ao contexto
A saudação inicial diz muito sobre o tom da mensagem. Na Engenharia, onde o ambiente costuma ser mais formal, prefira cumprimentos polidos e respeitosos. Veja como escolher a melhor forma de iniciar seu e-mail:
Saudações formais
“Dear Mr./Ms./Dr. [Sobrenome]” (Prezado Sr./Sra./Dr. [Sobrenome]): A opção mais segura e formal, ideal para a primeira comunicação ou quando você não conhece bem o destinatário.
“To Whom It May Concern” (A quem possa interessar): Utilize apenas quando não souber o nome da pessoa responsável por receber o e-mail.
Saudações informais (uso restrito a colegas com quem você já tem contato)
“Dear [Nome]” (Prezado [Nome]): Adequado para colegas de trabalho com quem você já tem um relacionamento estabelecido.
“Hi [Nome] / Hello [Nome]” (Oi [Nome] / Olá [Nome]): Mais informais, use com cautela e apenas se tiver certeza de que o destinatário se sentirá confortável.
Evite começar com “Hey” ou apelidos, mesmo que o ambiente de trabalho pareça descontraído – isso pode soar desrespeitoso, especialmente com estrangeiros.
3. Introduza-se (quando necessário) e vá direto ao ponto
Nos primeiros parágrafos, deixe claro o motivo do seu e-mail. Seja direto e conciso, evitando rodeios desnecessários.
Se estiver escrevendo para alguém que não conhece, comece se apresentando rapidamente, explicando quem você é e como conseguiu o contato.
Exemplo
“Dear Ms. Silva, My name is Lucas, and I am a mechanical engineer at ABC Solutions. I received your contact from our mutual colleague, Peter.”
(“Prezada Sra.
Silva, Meu nome é Lucas e sou engenheiro mecânico na ABC Solutions. Recebi seu contato de nosso colega em comum, Peter.”)
Depois disso, vá direto ao ponto. Em e-mails profissionais, a clareza é ouro. Não enrole. Frases objetivas como:
“I am writing to request…” (Estou escrevendo para solicitar…) “I am contacting you regarding…” (Estou entrando em contato em relação a…) “This message is in reference to…” (Esta mensagem é referente a…)
mostram ao leitor exatamente o motivo da sua mensagem.
Frases de abertura eficazes
“I am writing to you regarding…” (Estou escrevendo para você em relação a…) “I am contacting you to inquire about…” (Estou entrando em contato para perguntar sobre…) “Following our conversation on [data], I am writing to…” (Dando seguimento à nossa conversa em [data], estou escrevendo para…) “As per your request, I am sending you…” (Conforme sua solicitação, estou enviando…)
Pirâmide invertida da comunicação
Uma boa estratégia é começar com a informação mais importante e, em seguida, forneça os detalhes de suporte. Isso garante que o destinatário compreenda a mensagem principal mesmo que não leia o e-mail completo.
4. Desenvolva o conteúdo com estrutura, clareza e educação
Agora que você já iniciou seu e-mail, é hora de desenvolver sua ideia de maneira clara, com uma estrutura lógica e vocabulário apropriado. Lembre-se: e-mail não é lugar para parágrafos longos ou desorganizados.
Baseie argumentos em dados e evidências, e utilize gráficos para facilitar a compreensão. E mantenha sempre a cordialidade, mesmo em comunicações formais
Expressões úteis para diferentes contextos
Para concordar:
“I completely agree with your suggestion.” (Concordo completamente com sua sugestão.) “I’m glad we’re aligned on this matter.” (Fico feliz que estamos alinhados nesse assunto.)
Claro, de fato, se precisar discordar de algo, faça-o de forma educada e construtiva, apresentando seus argumentos de forma clara e respeitosa.
Para discordar com educação:
“Unfortunately, we’re not able to proceed in this direction.” (Infelizmente, não podemos seguir nessa direção.) “I’m sorry to inform you that…” (Lamento informar que…)
Para fazer pedidos educadamente:
“Could you please…?” (Você poderia, por favor…?) “I would appreciate it if you could…” (Agradeceria se você pudesse…) “Please let me know if you have any questions.” (Por favor, me avise se tiver alguma dúvida.)
Para anexar arquivos:
“As requested, I’ve attached the technical drawings.” (Conforme solicitado, anexei os desenhos técnicos.) “Please find attached the updated report.” (Segue anexo o relatório atualizado.)
Um encerramento bem feito é a cereja do bolo no e-mail profissional. Agradeça, reforce a disposição para colaborar e finalize com uma saudação adequada.
Expressões de encerramento
“Thank you for your time and consideration.” (Obrigado pelo seu tempo e consideração.) “Thank you for your attention.” (Obrigado pela sua atenção.) “I look forward to hearing from you.” (Aguardo seu retorno.) “I appreciate your prompt response.” (Agradeço sua pronta resposta.) “I look forward to hearing from you soon.” (Aguardo seu retorno em breve.) “Let me know if you have any further questions.” (Me avise se tiver mais alguma dúvida.)
Um dos maiores erros cometidos por brasileiros ao escrever e-mails em Inglês é aplicar a mesma informalidade que usamos por aqui. Enquanto “abraços” e “beijos” são comuns por e-mail no Brasil, esses termos são completamente inadequados no contexto profissional internacional – principalmente com britânicos, que são mais reservados.
A regra é simples: mantenha a formalidade até que exista uma confiança mútua estabelecida – e mesmo assim, com moderação.
7. Revise antes de enviar
Nada mais constrangedor do que enviar um e-mail com erros de “Inglês” (English) ou informações incompletas. Portanto, revise antes de clicar em “send” (enviar):
Verifique ortografia e gramática.
Confirme se os anexos foram realmente incluídos.
Cheque se o nome e o cargo do destinatário estão corretos.
Leia o e-mail em voz alta para ver se soa natural e profissional.
8. Assine com sua marca registrada
Crie uma assinatura profissional que inclua seu nome completo, cargo, empresa, informações de contato e, se desejar, um link para o seu perfil no LinkedIn.
Se precisar anexar arquivos ao seu e-mail, nomeie-os de forma clara e descritiva, e mencione-os no corpo da mensagem.
9. Dica bônus: Tenha modelos prontos para diferentes situações
Para economizar tempo e garantir consistência, você pode criar modelos de e-mail para situações recorrentes, como:
Solicitação de informações
Confirmação de reuniões
Envio de relatórios
Follow-ups após reuniões
Exemplo de modelo para solicitação:
“Subject: Request for Project Timeline Update” (Assunto: Solicitação de Atualização do Cronograma do Projeto) “Dear Mr. Williams, I hope this message finds you well. I would like to kindly ask if you could provide an update on the project timeline. Thank you in advance. Best regards,” (Prezado Sr. Williams, Espero que esta mensagem o encontre bem. Gostaria gentilmente de pedir uma atualização sobre o cronograma do projeto. Desde já, agradeço. Atenciosamente,)
10. Aprimore suas habilidades
A escrita profissional em Inglês é uma habilidade que se aprimora com a prática. Dedique tempo para ler e escrever em inglês regularmente, e busque feedback de colegas e mentores.
O que acha de fazer também um curso na área? Por exemplo, o programa ‘Inglês Completo para Engenheiros’ da Tesla Treinamentos, nossa parceira oficial, foi pensado especialmente para quem busca crescimento profissional, salários mais altos e oportunidades internacionais.
Com uma metodologia prática, vocabulário técnico de engenharia e suporte completo, você aprenderá no seu ritmo, de onde estiver.
Não perca essa chance de investir no seu futuro com um conteúdo atualizado e instrutores experientes. Garanta sua matrícula com super desconto e comece hoje mesmo sua jornada rumo à fluência no inglês técnico para engenharia.
Comunique-se com confiança em Inglês
Escrever um e-mail profissional em Inglês pode parecer um desafio à primeira vista. No entanto, seguindo os passos certos, usando as expressões corretas e respeitando as normas culturais, você será capaz de se comunicar de maneira eficiente, educada e profissional – seja no trabalho, em cursos no exterior ou em qualquer situação formal.
Lembre-se: na Engenharia, uma boa comunicação também é sinal de competência técnica. Portanto, pratique essas dicas e se destaque!
Bônus | Lista de termos de engenharia em Inglês
Civil engineering – engenharia civil;
Production engineering – engenharia de produção;
Mechanical engineering – engenharia mecânica;
Computer engineering – engenharia da computação;
Chemical engineering – engenharia química;
Aerospace engineering – engenharia aeroespacial;
Environmental and sanitary engineering – engenharia ambiental e sanitária;
Food engineering – engenharia de alimentos;
Biomedical engineering – engenharia biomédica;
Automation control engineering – engenharia de controle e automação;
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Conheça o Grand Ring, a nova maior estrutura de madeira do mundo
por Simone Tagliani | | ATUALIZADO EM 4minImagem de Osaka 2025 Expo reproduzida de Olhar Digital
O Japão inaugura agora, em 2025, na última edição da Expo Osaka, o edifício Grand Ring – Grande Anel, em português -, certificado pelo Guinness World Records como a maior estrutura de madeira do mundo. A construção, em design circular, foi inspirada na tradição milenar e tecnologia moderna de engenharia, sendo uma representação de sua inovação e sustentabilidade. Confira mais detalhes no artigo a seguir, do Engenharia 360!
Imagem de Aporon999 em Wikimedia reproduzida via Click Petróleo e Gás
O Grand Ring e a revolução da arquitetura em madeira
O Grand Ring foi instalado bem no centro do coração da Expo Osaka 2025, um evento que divulga projetos modernos voltados à sociedade do futuro. Como dito no começo deste texto, tal arquitetura monumental é hoje a maior estrutura de madeira do mundo, contendo cerca de 2 km de extensão e uma área de mais de 61.000 m². Por isso, sem dúvidas, sua construção é um grande marco na história da engenharia global!
Projeto do renomado escritório Sou Fujimoto Architects, o edifício foi concebido para servir de proteção para os visitantes contra as intempéries; também facilitar o fluxo de pessoas pelo evento; e, de quebra, simbolizar a união entre nações, refletindo justamente o tema da exposição, que é ‘Designing Future Society for Our Lives’ ou ‘Projetando a Sociedade Futura para Nossas Vidas’.
Os números realmente impressionam! A maior estrutura de madeira do mundo tem 20 m de altura na parte externa e 12 m de altura na parte interna. São 30 m de largura de passarela e 675 m de diâmetro externo. Só em madeira foram gastos 27.000 m³. Aliás, a saber, o custo final dessa construção ficou em torno de 230 milhões de dólares.
A inspiração e o conceito por trás do projeto
Segundo os projetistas, o Grand Ring possui uma arquitetura inspirada em antigos tempos japoneses, especialmente o Kiyomizu-dera. E, de fato, olhando para suas imagens, podemos entender como o design traz à tona a beleza e a resistência da arquitetura tradicional japonesa, porém adaptada para a vida contemporânea. Esse formato de anel ajuda a enfatizar bem a ideia de senso de unidade ou integração de culturas, um dos temas centrais da Expo Osaka 2025. Ao mesmo tempo, a estrutura circular serve como uma principal via de circulação para os visitantes, garantindo um fluxo suave e confortável.
Precisamos destacar uma das maiores qualidades dessa obra, que é a área Sky Walk, localizada no topo do Grand Ring. Essa área está elevada a 12 m de altura, sendo repleta de flores e jardins. E a partir dela é possível ter uma visão panorâmica incrível de toda a Expo Osaka e seus pavilhões futuristas, além dos arredores da Ilha de Yumeshima, onde ocorre o evento – que, inclusive, vai até 13 de outubro de 2025.
Dentre aqueles que já tiveram o privilégio de conhecer a estrutura de perto, há quem descreva o espaço sendo muito mais do que um mirante, mas “uma experiência sensorial que conecta as pessoas à natureza e a arquitetura, reforçando a mensagem de convivência harmoniosa entre sociedade e meio ambiente”.
Imagem de EXPO25 reproduzida via IGN Brasil
A técnica japonesa que tornou possível a construção
Para a construção da maior estrutura de madeira do mundo, os engenheiros optaram pela utilização da técnica Nuki, um método tradicional japonês usado em templos e santuários há séculos – obras estas que, aliás, resistiram a grandes terremotos. Trata-se de um modelo resistente a impactos, onde se tem a união das peças de madeira sem se fazer uso de pregos ou parafusos. Incrível, não é mesmo?
Nesse caso, as peças são encaixadas como num quebra-cabeça. Mas, numa releitura moderna, os arquitetos determinaram o uso de reforços metálicos para garantir ainda mais estabilidade.
Perceba, através das imagens apresentadas neste texto, que o Grand Ring possui uma estrutura formada por peças verticais e horizontais cruzadas formando um tipo de andaime robusto. Além disso, mesmo com os elementos metálicos incorporados, não houve comprometimento da essência da técnica tradicional.
Madeira local e sustentabilidade
Relembrando: sim, o grande ringue é quase inteiramente construído em madeira. Setenta por cento é cipreste e cedro, ambos nativos e madeiras conhecidas por sua resistência; já os outros trinta por cento são pinheiros-escocês importados.
Imagem de eduards b em Flickr reproduzida via IGN Brasil
A Expo Osaka 2025 e o futuro da maior estrutura de madeira
A Expo Osaka 2025 começou em abril e já recebeu milhões de visitantes. Dentro desse cenário, o Grand Ring destaca-se como um símbolo do compromisso da engenharia japonesa com a sustentabilidade e inovação, mas sem deixar de lado as suas tradições. A estrutura é vista como uma vitrine das possibilidades da arquitetura em madeira, uma tendência global que ganha força especialmente no Japão, onde cerca de noventa por cento das casas unifamiliares são construídas com estruturas de madeira.
Imagem de Osaka 2025 Expo reproduzida de Olhar Digital
Até onde se sabe, o Grand Ring foi projetado para ser desmontado no fim do evento, no mês de outubro. No entanto, devido ao seu impacto cultural, as autoridades já consideram mantê-lo permanentemente.
“Eu gostaria muito de conservá-lo, porque é um símbolo de como nossa sociedade pode conviver com a natureza. Mesmo que o edifício desapareça, o espírito dos materiais permanecerá vivo.” – arquiteto Sou Fujimoto.
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Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.
Desvende o Segredo Químico Por Trás da Fumaça que Anuncia o Novo Papa
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 5minImagem gerada em IA de Google Gemini
Dia 7 de maio de 2025 será um dia histórico, quando a Igreja Católica irá eleger seu mais novo papa. Esse processo de votação, que conta somente com a participação dos cardeais, é chamado de conclave. Pode-se dizer que esse é um dos eventos mais emblemáticos e simbólicos do mundo, bastante aguardado não só pelos fiéis como também pelos curiosos. O anúncio de um novo pontífice é feito por uma fumaça (preta ou branca) saída de uma estrutura temporária de chaminé construída na Capela Sistina. E você sabe como é feita essa fumaça?
Aqui, Engenharia 360, não queremos nos deter às questões simbólicas por trás desse evento. Contudo, gostaríamos de explorar a ciência que garante a cor e a visibilidade desse sinal de que foi feita a escolha de um novo papa. Ficou curioso? Então, acompanhe o artigo a seguir!
Imagem gerada em IA de Google Gemini
A evolução do anúncio do conclave
Neste momento, a imprensa de todo o mundo está com suas câmeras posicionadas direto para a Capela Sistina, no Vaticano. Logo, os cardeais anunciarão se houve ou não consenso na eleição de um novo pontífice. Esse é um ritual milenar e que envolve um processo meticulosamente elaborado e altamente técnico -de muita ciência, engenharia e até pirotecnia.
A saber, esse método oficial de eleição – chamado de conclave – foi adotado desde o século XIII, com o Papa Gregório X. Trata-se de uma votação secreta, cujas decisões são divulgadas por meio de uma fumaça que sai por uma chaminé. No começo, tudo isso era feito de forma bem rudimentar. Até meados do século XX, utilizava-se palha molhada para gerar fumaça branca e piche com outros materiais escuros, como borracha e papel, para criar fumaça preta.
No século XIX, adotou-se um método diferente, que foi a simples queima das cédulas de votação; então as pessoas sabiam, pela ausência ou presença de fumaça, qual era o resultado do conclave. Mas esse método confundia demais os fiéis. Assim, por muitos e muitos anos o Vaticano testou outras fórmulas químicas para gerar a fumaça, sendo que algumas técnicas falharam, resultando em cores indefinidas. Finalmente, em 2025, no conclave que elegeu o Papa Bento XVI, a igreja decidiu adotar um sistema mais moderno, preciso e químico.
A engenharia no processo da fumaça do conclave
Antes de tudo, vale explicar por que a química da fumaça utilizada no conclave importa tanto. Como sabemos, em parte tem um aspecto simbólico, mas também tem as questões de implicações práticas e ambientais. Só para se ter uma ideia, no passado já se chegou a utilizar até piche e pneus para gerar a fumaça, com partículas nocivas à saúde e ao meio ambiente. Então, havia uma certa obrigação da ciência de encontrar uma combinação de compostos químicos mais puros e controlados para reduzir esses impactos e melhorar a segurança dos cardeais e do público.
No conclave, ainda se faz o cerimonial de queima das cédulas de votação; mas acontece que isso ocorre em um forno especial dentro da Capela Sistina. Na verdade, existem dois fornos conectados a uma mesma chaminé. O primeiro forno é de ferro fundido, e é justamente aonde vão às cédulas. E o segundo forno é eletrônico, onde são colocados cartuchos pirotécnicos contendo substâncias específicas para produzir a cor de fumaça desejada.
O controle desse segundo forno que produz a fumaça do conclave é feito por sistemas elétricos, ventiladores e sensores de temperatura que garantem uma liberação eficaz do vapor – que pode durar até sete minutos. Essa engenharia é considerada um avanço para a igreja católica e é aprimorada constantemente para garantir que o anúncio da escolha de um novo papa seja feito por uma fumaça clara, visível e não ambígua, independente das condições climáticas, vento ou luminosidade.
A química das fumaças preta e branca
Neste ponto do texto, você já deve imaginar que a fumaça preta indique que os cardeais não chegaram a um consenso e a branca, que eles elegeram um novo papa.
Especialmente a fumaça preta, que deve ser facilmente identificável do céu da Capela Sistina, é o resultado da combinação de perclorato de potássio (oxidante que fornece oxigênio para a combustão), antraceno (um hidrocarboneto aromático sólido que atua como combustível e gera partículas de carbono que dão a cor escura) e enxofre (um elemento que facilita a queima e contribui para a formação de compostos que escurecem o vapor).
Dizem especialistas que essa combinação é similar à de antigas bombas de fumaça utilizadas em espetáculos pirotécnicos. Porém, tem-se questionado o uso do antraceno por ser uma substância potencialmente cancerígena – por isso, logo esse item deve ser substituído.
Imagem gerada em IA de Google Gemini
Agora a fumaça branca é produzida com uma composição diferente, a base de cloridrato de potássio (oxidante que promove a combustão eficiente), lactose (açúcar natural que funciona como combustível e ajuda na geração da cor branca e brilhante) e colofônia (resina extraída de coníferas e que contribui para a formação de partículas finas que refletem a luz, dando uma tonalidade ainda mais branca ao vapor).
Essa última mistura seria cuidadosamente escolhida por não ser tóxica, ao contrário das opções geralmente usadas em contextos militares, como pó de zinco e hexacloroetano.
Imagem gerada em IA de Google Gemini
Os cartuchos pirotécnicos na prática
Para concluir esse texto, precisamos explicar o que ocorre após cada rodada de votação do conclave. O cardeal responsável deve colocar dentro do forno eletrônico um cartucho pirotécnico contendo seis pequenas granadas de fumaça na composição correta, para fumaça preta ou branca. Ele então pressiona um botão do forno e logo a fumaça é ativada com a queima das cédulas no segundo forno. Todo o sistema é monitorado em tempo real com ajuda da computação.
Imagem gerada em IA de Google Gemini
E você que pensava que o conclave era só uma cerimônia religiosa, hein? Acabou concluindo essa leitura descobrindo que essa tradição pode envolver muita ciência, engenharia, controle eletrônico e tecnologia pirotécnica. O que achou das soluções modernas adotadas pelo Vaticano? Escreva suas impressões na aba de comentários logo abaixo!
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Aprenda a usar seu iPhone como um mouse mágico para Mac com um app simples e grátis
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 4minImagem gerada em IA de Freepik
Você já imaginou transformar seu iPhone em um mouse mágico para controlar seu Mac sem gastar um centavo? Pois é, isso é possível! Com a ajuda de um app gratuito, você pode aproveitar a tela sensível ao toque do seu celular para navegar, clicar e até fazer gestos como um Magic Mouse de verdade.
Neste guia completo do Engenharia 360, vamos te ensinar passo a passo como configurar essa função incrível e explorar todas as possibilidades que ela oferece. Se você é um engenheiro, designer ou apenas um entusiasta de tecnologia, essa dica vai facilitar sua vida!
Imagem divulgação Apple via AnyViewer
Por que usar o iPhone como mouse?
O ecossistema da Apple é famoso por suas funcionalidades integradas, como o Handoff, AirDrop e Controle Universal, que facilitam a vida dos usuários. Usar o iPhone como mouse é mais uma dessas inovações que aumentam a produtividade e o conforto, eliminando a necessidade de carregar um mouse extra, especialmente em situações de mobilidade.
Além disso, o uso do iPhone como mouse evita problemas comuns dos mouses tradicionais, como pilhas fracas e a necessidade de conexão via Bluetooth dedicada, pois o Remote Mouse pode funcionar via Wi-Fi, usando a mesma rede para conectar os dispositivos.
Passo a passo para transformar seu iPhone em um mouse mágico
1. Baixe o aplicativo remote mouse
O primeiro passo é instalar o Remote Mouse tanto no seu iPhone quanto no seu Mac. O app é gratuito e está disponível na App Store para iOS e macOS.
No iPhone, acesse a App Store e procure por “Remote Mouse”.
No Mac, baixe a versão correspondente no site oficial remotemouse.net ou pela Mac App Store.
Imagem divulgação Apple
2. Instale e configure o remote mouse no Mac
Após o download, abra o aplicativo no Mac. Ele solicitará permissões para acessar o Bluetooth e controlar o computador – conceda essas permissões para garantir o funcionamento correto.
Você também precisará autorizar o Remote Mouse nas configurações de segurança do Mac:
Vá em Preferências do Sistema > Segurança e Privacidade > Privacidade > Acessibilidade.
Clique no cadeado para desbloquear e marque o Remote Mouse para permitir o controle do computador.
3. Conecte o iPhone ao Mac
Abra o aplicativo Remote Mouse no seu iPhone. Ele deve detectar automaticamente o seu Mac se ambos estiverem conectados à mesma rede Wi-Fi.
Se não conectar automaticamente, você pode escanear o código QR exibido no Mac pelo iPhone ou inserir manualmente o endereço IP do Mac no app do iPhone para estabelecer a conexão.
4. Comece a usar seu iPhone como mouse
Agora, a tela do seu iPhone funciona como um trackpad. Você pode:
Mover o cursor com o dedo.
Dar um toque para clique esquerdo.
Dois toques com dois dedos para clique direito.
Usar gestos multitoque para rolar, ampliar e reduzir.
Além disso, o app oferece botões para funções de mouse tradicionais e até um teclado virtual para digitar diretamente do iPhone.
Funcionalidades extras que vão surpreender você
O Remote Mouse não é apenas um mouse remoto básico. Ele oferece diversas funcionalidades que tornam o uso ainda mais prático e poderoso:
Gestos multitoque: Assim como no trackpad do Mac, você pode usar gestos para rolar páginas, ampliar imagens e alternar entre aplicativos.
Atalhos para apps: O app reconhece os aplicativos instalados no seu Mac e permite abri-los diretamente pelo iPhone.
Controle de mídia: Controle a reprodução de músicas e vídeos no seu Mac sem precisar estar perto dele.
Teclado virtual: Use o teclado do iPhone para digitar no Mac, incluindo teclas de função e teclado numérico.
Controle por Bluetooth ou Wi-Fi: Escolha a conexão que melhor se adapta à sua situação.
Imagem divulgação Apple
Vantagens Técnicas e Práticas
Transformar seu iPhone em um mouse mágico traz diversas vantagens, especialmente para quem trabalha com Mac:
Mobilidade: Não precisa carregar um mouse extra.
Praticidade: Controle remoto do Mac em apresentações ou reuniões.
Economia: Evita o gasto com mouses extras ou pilhas.
Integração: Aproveita o ecossistema Apple para uma experiência fluida.
Versatilidade: Funciona também como teclado e controle de mídia.
Dicas avançadas para melhorar sua experiência com o remote mouse
Personalização de Atalhos: Acesse as configurações do app e crie botões e comandos específicos para otimizar seu fluxo de trabalho.
Uso do iPhone como Trackpad: Transforme o celular em um trackpad, ideal para apresentações técnicas e navegação à distância.
Controle em Redes Diferentes: Configure corretamente o app para acessar seu Mac mesmo fora da rede local.
Conexão Wi-Fi Estável: Mantenha ambos os dispositivos conectados à mesma rede confiável para evitar falhas de comunicação.
Aplicativos Atualizados: Garanta que o Remote Mouse esteja na versão mais recente no iPhone e no Mac para evitar bugs.
Permissões Ativas: Aceite todas as permissões solicitadas pelo app para garantir o funcionamento completo dos recursos.
Alternativa via Bluetooth: Use Bluetooth caso o Wi-Fi esteja instável, lembrando que o alcance pode ser mais limitado.
Ajustes de Interface e Gestos: Explore o menu de configurações para adaptar gestos, botões e comportamento do app ao seu estilo de uso.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
8 Softwares Essenciais para Engenheiros Iniciantes na Indústria em 2025
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 5minImagem divulgação Fusion via Autodesk
Em um mercado competitivo e tecnologicamente avançado, dominar ferramentas digitais é o que diferencia profissionais medianos de verdadeiros especialistas. Para engenheiros iniciantes, aprender certos softwares não é apenas uma vantagem – é uma necessidade. Eles são a ponte entre ideias teóricas e soluções práticas, permitindo desde a criação de plantas industriais até simulações complexas de resistência de materiais.
Este guia do Engenharia 360 detalha os softwares mais influentes em 2025, explicando suas aplicações, benefícios e como eles moldam o futuro da engenharia. Confira!
1. AutoCAD
O AutoCAD, desenvolvido pela Autodesk, é uma ferramenta essencial para engenheiros civis, mecânicos e elétricos. Utilizado para criar desenhos 2D e modelos 3D, o AutoCAD permite a elaboração de plantas industriais, diagramas de tubulações e esquemas elétricos com alta precisão. Com recursos como o conjunto de ferramentas MEP, é possível acessar uma biblioteca de mais de 10.500 objetos inteligentes para sistemas mecânicos, elétricos e hidráulicos, otimizando o fluxo de trabalho e aumentando a produtividade em até 85% .
O SOLIDWORKS é uma plataforma de modelagem 3D amplamente reconhecida na indústria por sua capacidade de transformar projetos em realidade. Com ferramentas intuitivas, permite a criação de peças, montagens e desenhos técnicos detalhados. Além disso, oferece recursos de simulação estrutural, dinâmica de fluidos e análise de plásticos, permitindo que engenheiros testem o desempenho de seus projetos antes da fabricação.
O MATLAB é uma ferramenta poderosa para análise numérica, simulação e visualização de dados. Muito utilizado em indústrias que lidam com análises complexas, como cálculos estruturais, dinâmica de fluidos e otimização de processos, o MATLAB é especialmente relevante em áreas como automação e robótica. Sua capacidade de processar grandes volumes de dados e realizar simulações precisas o torna indispensável para engenheiros que buscam soluções eficientes e inovadoras.
Desenvolvido pela Dassault Systèmes, o CATIA é amplamente utilizado nos setores automotivo e aeronáutico para projetar veículos e aeronaves. Com recursos avançados de modelagem 3D e análise de desempenho, permite a criação de projetos complexos com alta precisão. Sua capacidade de integrar diferentes disciplinas de engenharia em um único ambiente facilita a colaboração entre equipes e a otimização do design antes da fabricação.
Imagem divulgação CATIA via Car Design News
5. Fusion 360
O Fusion 360 é uma plataforma baseada na nuvem que integra CAD, CAM, CAE e design de PCB em um único ambiente. Ideal para prototipagem rápida e projetos colaborativos, permite que equipes trabalhem simultaneamente no mesmo arquivo, acelerando o desenvolvimento de produtos. Com recursos de automação e inteligência artificial, o Fusion 360 ajuda a eliminar tarefas repetitivas e a reduzir o tempo de colocação de produtos no mercado em até 60%.
Imagem divulgação Fusion via Autodesk
6. Ansys
O Ansys é uma ferramenta indispensável para indústrias que realizam testes de resistência e análise estrutural de peças sob condições extremas, como alta pressão ou temperatura. Com recursos avançados de simulação, permite que engenheiros avaliem o desempenho de seus projetos em diferentes cenários, identificando possíveis falhas e otimizando o design antes da fabricação. Sua precisão e confiabilidade o tornam uma escolha popular em setores como aeroespacial, automotivo e energia.
O Revit, também da Autodesk, é amplamente utilizado na engenharia civil e construção para modelar grandes infraestruturas industriais, como fábricas, armazéns e sistemas de ventilação complexos. Com recursos de modelagem de informações da construção (BIM), permite a criação de modelos 3D que integram informações de diferentes disciplinas, facilitando a coordenação entre equipes e a detecção de conflitos. Sua capacidade de atualizar automaticamente desenhos, folhas e tabelas quando ocorrem alterações garante a consistência e a precisão dos projetos.
Softwares como o RSLogix e o TIA Portal são fundamentais na programação de controladores lógicos programáveis (CLPs), automatizando processos em fábricas e aumentando a produtividade. Essas ferramentas permitem que engenheiros desenvolvam, testem e implementem sistemas de controle eficientes, garantindo a operação segura e confiável de equipamentos industriais. Com interfaces intuitivas e recursos avançados de diagnóstico, facilitam a manutenção e a otimização de processos automatizados.
Imagem reproduzida de YouTube Jonathan Stodden
Considerações finais
Enfim, dominar esses 8 softwares de engenharia é essencial para qualquer profissional que deseja se destacar na indústria em 2025. Cada ferramenta oferece recursos específicos que atendem às diversas necessidades do setor, desde a concepção e simulação de projetos até a automação de processos industriais. Investir no aprendizado e na prática dessas plataformas não só amplia suas habilidades técnicas, mas também aumenta sua empregabilidade e capacidade de inovação no mercado de trabalho.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
Os 10 Materiais Mais Caros da Terra e Sua Relevância na Engenharia
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 6minImagem de
Cgommel em Wikipédia
Você já se perguntou quanto vale um grama do material mais caro do mundo? E mais: qual seria a utilidade disso na prática? A resposta pode te surpreender. No universo da engenharia, certos materiais valem mais do que ouro – literalmente. São elementos e compostos raríssimos, difíceis de produzir ou extrair, e que desempenham papéis cruciais em áreas como a medicina, energia nuclear, exploração espacial e tecnologias futuristas.
Neste artigo do Engenharia 360, vamos apresentar os materiais mais caros da Terra, com seus preços exorbitantes por grama, e mostrar como a engenharia está diretamente relacionada a cada um deles. Confira!
Sim, você leu certo: 62,5 trilhões de dólares por grama. A antimatéria é a substância mais cara já concebida pela humanidade. Produzida em aceleradores de partículas como o CERN, sua criação exige quantidades absurdas de energia e infraestrutura. O maior desafio é o armazenamento, já que o contato com matéria comum causa aniquilação instantânea – liberando energia.
Imagem reproduzida de
Tempo.com
Aplicação na engenharia:
Potencial revolucionário em sistemas de propulsão de naves espaciais e produção de energia em escalas jamais vistas. A engenharia de partículas e física de altas energias são essenciais no desenvolvimento e controle dessa tecnologia.
2. Califórnio
O califórnio-252 é um elemento sintético, extremamente radioativo, e raro. Ele é produzido em reatores nucleares especiais, em quantidades ínfimas, e vale US$ 27 milhões por grama.
Imagem reproduzida de Escola Educação
Aplicação na engenharia:
Utilizado em reatores nucleares e como fonte de nêutrons para iniciar reações nucleares. Na engenharia civil, é usado para escanear camadas subterrâneas e auxiliar na detecção de minérios e água.
Embora o valor médio do diamante natural fique na casa dos US$ 55 mil por grama, diamantes com propriedades ideais para aplicações industriais e criados em laboratório podem atingir valores estratosféricos, principalmente se forem usados em pesquisa científica.
Imagem de Materialscientist em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/Synthetic_diamond#/ media/File:HPHTdiamonds2.JPG
Aplicação na engenharia:
Utilizado em ferramentas de corte, brocas, nanotecnologia e até em chips ópticos para comunicação de dados ultrarrápida. A engenharia de materiais explora seu uso para construir componentes resistentes e precisos.
4. Trítio
Isótopo radioativo do hidrogênio, o trítio é usado em reações nucleares e também como fonte luminosa em dispositivos autossuficientes de iluminação. Ele vale US$ 30.000 por grama.
Imagem de
Cgommel em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/Tritium#/media/File:Tritium-Glowring_-_320s.jpg
Aplicação na engenharia:
Essencial para experimentos de fusão nuclear – promissora fonte de energia limpa e quase inesgotável. Também é usado em engenharia aeroespacial e em sistemas de segurança que exigem iluminação contínua.
5. Taaffeite
Uma das gemas mais raras do mundo, a taaffeite é até 1 milhão de vezes mais rara que o diamante, valendo US$ 20.000 por grama. Descoberta acidentalmente, sua beleza e resistência a tornam altamente desejada.
Imagem de Rob Lavinsky, iRocks.com em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/Taaffeite#/ media/File:Magnesiotaaffeite-2N2S-76500.jpg
Aplicação na engenharia:
Embora usada majoritariamente em joalheria, sua estrutura cristalina e dureza oferecem potencial para aplicações em nanotecnologia e eletrônica de precisão, áreas em que a engenharia de materiais atua fortemente.
6. Painita
Durante anos, apenas dois exemplares dessa gema foram conhecidos. Hoje, ainda é extremamente rara, embora tenham sido encontradas novas fontes em Mianmar. No mercado, é negociado à US$ 9.000 por grama.
Imagem de Rob Lavinsky, iRocks.com em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Painita#/media/Ficheiro:Painite-266170.jpg
Aplicação na engenharia:
Além do valor como gema, sua composição única está sendo estudada em engenharia de materiais para uso em sensores e componentes ópticos de alta precisão.
7. Plutônio
Elemento altamente radioativo e essencial para armas nucleares e reatores. O plutônio-239 é o isótopo mais conhecido e tem aplicações militares e civis. Seu custo é estimado em US$ 4.000 por grama.
Imagem de Los Alamos National Laboratory – Scanned from: Christensen, Dana em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Plut%C3%B3nio#/media/Ficheiro:Plutonium_ring.jpg
Aplicação na engenharia:
A engenharia nuclear depende do plutônio para desenvolver reatores de nova geração e sondas espaciais movidas a energia nuclear – como as que exploram os confins do sistema solar.
8. Chifre de rinoceronte
Apesar de não ser um “material” de engenharia convencional, o chifre de rinoceronte é incrivelmente valioso no mercado negro – infelizmente, custando US$ 110 por grama. Feito de queratina (como unhas humanas), é procurado principalmente por crenças pseudocientíficas.
Imagem reproduzida de Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Rhinocerotida#/media/Ficheiro:Ceratotherium_simum_kwh_2.jpg
Aplicação na engenharia:
Pouca, mas sua alta demanda ilegal gera preocupações éticas e ambientais, exigindo o desenvolvimento de tecnologias de rastreamento e preservação – como sensores e drones aplicados por engenheiros ambientais.
9. Platina
Metal nobre com propriedades anticorrosivas, alta condutividade e resistência. Muito usado em diversas indústrias. Vale US$ 60 por grama.
Imagem de Periodictableru em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Platina#/media/Ficheiro:Platinum_crystals.jpg
Aplicação na engenharia:
Comum em catalisadores automotivos, sensores, equipamentos médicos e células de combustível. Engenharia química e automotiva utilizam platina para aumentar eficiência energética e reduzir poluentes.
10. Ródio
Outro metal precioso, o ródio é mais raro que a platina e usado principalmente como catalisador, valendo US$ 58 por grama. Tem aparência prateada e altíssima resistência à corrosão.
Imagem reproduzida de Wikipédia – https://lij.wikipedia.org/wiki/Rodio#/ media/Immaggine:Rhodium_(Rh).jpg
Aplicação na engenharia:
Usado em conversores catalíticos, reatores químicos e sistemas de purificação industrial. A engenharia de processos utiliza ródio para garantir reações químicas eficientes e seguras.
Bônus | Diamante natural
Já falamos do diamante sintético, mas o natural também é valioso, US$ 55.000 por grama – especialmente os de alta pureza e raridade. Ainda é uma das substâncias mais resistentes da Terra.
Imagem de Mario Sarto em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Diamante#/media/Ficheiro:Brillanten.jpg
Aplicação na engenharia:
Além das aplicações industriais já citadas, o diamante natural é usado em pesquisas avançadas, como em microscópios eletrônicos e como base para semicondutores em ambientes extremos.
Por que esses materiais são tão caros?
O alto valor desses materiais está relacionado a três fatores principais:
Raridade natural ou dificuldade de produção: muitos só existem em pequenas quantidades ou exigem condições extremas para serem fabricados.
Aplicações críticas: são insubstituíveis em áreas estratégicas, como energia, medicina, eletrônica e defesa.
Custos logísticos e de segurança: no caso de materiais radioativos, os custos para manuseio e armazenamento seguro são altíssimos.
Claro que o que aprendemos com essa lista é que, na engenharia, o custo de um material não se mede apenas em cifras, mas também em potencial tecnológico. Cada grama desses elementos pode mudar a forma como produzimos energia, tratamos doenças ou exploramos o universo. E, mais do que isso, revelam como o conhecimento científico e a engenharia caminham lado a lado para transformar o mundo – mesmo que, às vezes, custe trilhões de dólares.
Engenharia e o futuro dos materiais valiosos
A engenharia está na linha de frente do desenvolvimento de novas formas de produção e aplicação desses materiais. Isso inclui desde a criação de materiais sintéticos mais acessíveis até formas mais sustentáveis de extração e uso. Além disso, a engenharia reversa e a engenharia de materiais avançados buscam substituir substâncias caras por alternativas eficientes, baratas e ambientalmente corretas.
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Cientistas Criam Robô Líquido que muda de forma como no Exterminador do Futuro
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 4minImagem gerada em IA de Google Gemini
No longa-metragem ‘O Exterminador do Futuro 2’, existe um personagem robótico vilão chamado T-1000, capaz de se transformar em qualquer coisa, atravessar grades e até se regenerar após ser perfurado. Lembra disso? Pois acredita que os cientistas da Coreia do Sul desenvolveram algo semelhante? Trata-se de um tipo de robô composto por nanorobôs que se alteram entre os estados sólido e líquido, podendo ser maleável, atravessar obstáculos e até se dividir, mantendo sua funcionalidade e resistência. Essa pesquisa foi divulgada na renomada revista Science Advances.
Segundo os pesquisadores, a inspiração para a criação teria vindo do gálio, um metal que derrete a baixas temperaturas, mas mantém propriedades como condutividade e durabilidade quando solidificado. No artigo a seguir, do Engenharia 360, vamos explorar todas as suas possibilidades de aplicação, desde a medicina até a exploração de terrenos acidentados e zonas de desastre. Confira!
Imagem de Science Advances reproduzida via Metrópoles
A história por trás da inovação
Os cientistas sul-coreanos estavam tentando encapsular uma gota esférica com partículas hidrofóbicas, como nas chamadas bolinhas de gude líquidas. Então, meio que de forma inesperada, eles perceberam certa instabilidade e fragilidade no experimento. Assim sendo, teve-se a ideia de revestir um cubo de gelo com as partículas e depois derretê-lo, o que resultou em uma estrutura muito mais estável e resistente, mantendo a coesão mesmo em estado líquido.
E foi desse jeito que nasceu o novo robô líquido, capaz de resistir a quedas e compressões externas, além de realizar movimentos complexos, recuperando a forma original como uma gota perfeita.
Assim como explicamos anteriormente, esse novo robô líquido é composto de vários nanorobôs revestidos com partículas hidrofóbicas, ou seja, repelentes à água e extremamente densas, apresentando uma estrutura híbrida que suporta várias condições específicas. Inclusive, vale dizer que o seu núcleo é formado por água congelada. E que tal revestimento é feito de PTFE, que significa politetrafluoretileno, popularmente conhecido como teflon.
Durante os testes, protótipos desse robô demonstraram habilidades impressionantes. Sua superfície se manteve estável e resistente, mesmo quando o gelo derreteu. Os pequenos robôs puderam realizar movimentos autônomos, atravessando superfícies sólidas e líquidas usando ultrassom para ajustar a velocidade. E em determinado momento puderam suportar impactos de até 60 cm de altura, recuperando a sua forma original rapidamente. Aliás, essa alteração de forma foi meio que espontânea, sugerindo reações a estímulos ambientais ainda não compreendidas.
Robô líquido atravessa grade de metal e engole substância desconhecida – Imagem Hyobin Jeon et al, Science Advances, reproduzida de Olhar Digital
Aplicações promissoras na medicina e engenharia
Antes de tudo, vale dizer que tal flexibilidade biomimética desse novo robô líquido representa um avanço impressionante da engenharia. Seria uma superação das limitações dos robôs tradicionais, geralmente rígidos, permitindo que possam ser realizadas tarefas antes impossíveis para máquinas convencionais. Imagine um robô se movendo em espaços minúsculos e controlando a sua velocidade. Uma ideia dos cientistas é que ele possa ser utilizado para administrar medicamentos de forma precisa e muito bem direcionada dentro dos corpos humanos, realizando intervenções terapêuticas minimamente invasivas e até ajudando em cirurgias complexas.
Já pensando no mundo das engenharias, cogita-se que esse novo robô possa ser usado para exploração de áreas de difícil acesso em zonas de desastre, acessando áreas onde humanos e máquinas tradicionais ainda não conseguem operar. Podemos considerar a ideia de um enxame desses robôs trabalhando em conjunto para remover obstáculos químicos, realizar limpeza precisa e distribuir nutrientes em solos contaminados, atuando na recuperação ambiental e segurança em operações de resgate. As possibilidades são praticamente infinitas!
Alguns estudiosos consideram que os robôs líquidos podem atuar inclusive na construção de estruturas automontáveis em missões espaciais, onde a leveza e a adaptabilidade são críticas. Afinal, operar em vácuo ou sob pressão é algo essencial para exploração lunar, ou marciana, não é mesmo?
Os desafios e perspectivas para o futuro da tecnologia
Apesar de todos os avanços científicos, o robô líquido ainda está em fase de pesquisa e aprimoramento. Os pesquisadores precisam investigar mais sobre como se pode controlar a forma e o movimento dos robôs. Por hora, o ultrassom parece a melhor alternativa, mas é possível que possam ser utilizados métodos mais sofisticados, como ondas sonoras e campos elétricos, para moldar os dispositivos à vontade. Também não se sabe muito bem qual a garantia de confiabilidade dessa tecnologia em ambientes reais e variados. O foco é trabalhar mais essa questão da miniaturização e diversificação dos materiais empregados.
Em breve, podemos ver esses robôs em sistemas inteligentes adaptados a ambientes complexos e realizando múltiplas funções simultaneamente, operando em alta eficiência em locais antes inacessíveis. O professor Ho-Young Kim, coautor do estudo, revela que o próximo passo é integrar sensores e sistemas de comunicação para operações autônomas. E é provável que o projeto possa inspirar novas abordagens para o design de sistemas robóticos, aproximando-os da complexidade da versatilidade dos organismos vivos. Isso tende a revolucionar a engenharia mecânica, a ciência de materiais, a biotecnologia e a robótica de modo geral.
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Você não vai acreditar como essa bolsa da Disney foi criada
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 4minImagem de Rapidliquidprint reproduzida via Hypebeast
O Engenharia 360 tem uma história bem interessante para compartilhar com você! Recentemente, aconteceu na Disneyland Paris um desfile da coleção primavera-verão 2025 da marca Coperni. E o que chamou bastante atenção do público foi o lançamento da Ariel Swipe, uma bolsa 3D com design inspirado na Pequena Sereia. O que interessa isso para nós? É que esse é um exemplo perfeito de como a tecnologia pode transformar a criação de acessórios no mundo da moda.
Saiba que esta peça, a Ariel Swipe Bag, Foi produzida inteiramente por impressão 3D em silicone reciclável (curado com platina) e atóxico – e olha que curioso, dentro de um aquário de gel, como se estivesse nas profundezas do mar – se valendo de uma técnica chamada Rapid Liquid Print. Esse feito é considerado por alguns especialistas como um marco na manufatura aditiva, demonstrando a possibilidade de fabricação de produtos macios, elásticos e complexos em grande escala, com rapidez e baixo impacto ambiental. Falamos mais sobre o assunto no artigo a seguir. Confira!
Imagens reprodução HOLA e Travel with Lenses em Pexels
A parceria Disney-Coperni e o caso da bolsa 3d Ariel Swipe
Antes de tudo, vamos voltar um pouco no tempo e entender como foi a evolução da impressão 3D. Vale lembrar como essa tecnologia já transformou diversos setores, ao longo de décadas, incluindo engenharia, medicina, arquitetura e agora moda. Tudo começou nos anos de 1940, quando o conceito foi descrito como um conto de ficção científica. Já nos anos de 1970 e 1980, algumas patentes foram registradas, como a primeira impressora 3D comercial. Depois disso, conhecemos novas soluções, incluindo a sinterização seletiva a laser e a fabricação por deposição fundida.
A saber, a popularização da impressão 3D só aconteceu no Brasil nos anos de 2010, com avanços significativos em setores variados, permitindo a tipagem rápida e a produção de peças mais complexas com materiais diversos.
Finalmente, vale comentar sobre a parceria da marca francesa Coperni, mundialmente conhecida por sua abordagem futurista e tecnológica, a famosa Disney e uma Startup ligada ao MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Juntas, elas criaram a icônica bolsa 3D Ariel Swipe, graças à tecnologia de impressão 3D em gel líquido em um ambiente onde a gravidade simplesmente não existe. E até pode parecer estranho pensar na Disney participando de um projeto destes. Porém, desde seus primórdios, a empresa investe em tecnologia para dar “vida à imaginação”.
O funcionamento da impressão líquida rápida
Como citamos anteriormente, a bolsa da Coperni e Disney inspirada na personagem Ariel foi produzida através da técnica chamada Rapid Liquid Print (RLP) ou impressão líquida rápida, que foi justamente desenvolvida por pesquisadores do MIT. Explicando melhor, ao contrário da impressão 3D tradicional, que constrói objetos camada por camada em uma superfície plana, esse novo modelo elimina as limitações impostas pela gravidade e permite a criação de formas complexas, flexíveis e duráveis com muito mais rapidez e eficiência.
Você pode observar melhor esse passo a passo nas imagens do vídeo a seguir. Um tanque é preenchido com gel transparente à base de água, semelhante a um gel de cabelo. Depois, dentro disso, uma agulha fina com bico extrusor em suporte suspenso injeta silicone líquido reciclável e curado à temperatura ambiente, que vai sendo moldado conforme o design indicado. Então, finalmente, após a impressão, o objeto é retirado do gel, lavado com água e está praticamente pronto para uso. Não se tem resíduos tóxicos; não há necessidade de processos de acabamento demorados; e a peça fica com o visual final digno das melhores passarelas de moda.
Segundo os cientistas, esse gel utilizado na impressão tem algumas funções principais. Primeiro, de suspender o objeto sem a influência da gravidade, evitando a necessidade de suportes estruturais, como acontece na impressão 3D convencional. Segundo, o de “cicatrizar” automaticamente os espaços por onde o bico passou, permitindo uma impressão contínua e precisa.
Imagem reprodução YouTube
O potencial da impressão 3D em gel líquido para engenharia
Agora vamos mais adiante, pensando no potencial da impressão 3D em gel líquido para a engenharia. Os especialistas garantem que tal técnica RLP abre novas fronteiras para a fabricação de componentes flexíveis e complexos que antes eram inviáveis ou muito custosos. Portanto, essa revolução que vemos agora no mundo da moda pode chegar à produção de próteses, dispositivos médicos, componentes automotivos e aeroespaciais. E a melhor parte é tudo isso com o menor tempo de produção, menos material desperdiçado e maior liberdade criativa.
Vantagens atribuídas à técnica Rapid Liquid Print
Velocidade de produção: impressão em poucos minutos, contra horas ou dias da impressão tradicional.
Complexidade geométrica: sem limites impostos pela gravidade, é possível criar formas orgânicas e detalhadas.
Sustentabilidade: uso de materiais recicláveis e não tóxicos.
Eficiência energética: menor consumo de energia por ciclo de produção.
Aplicações transversais: moda, arquitetura, medicina, aeroespacial e muito mais.
O futuro com engenharia, moda e sustentabilidade
Esse trabalho entre a Coperni, Disney e MIT é um exemplo do que devemos alcançar em breve com ajuda da ciência, muita criatividade e propósito. É provável que o projeto da Ariel Swipe Bag inaugure uma nova fase para a manufatura auditiva, com produtos sofisticados e sustentáveis feitos com tecnologias emergentes. E logo o impacto do RLP deve se estender a diferentes setores, tornando a produção de objetos complexos mais acessível, rápida e limpa. É a perspectiva de um futuro mais inovador, funcional e responsável!
Imagem reproduzida de DezeenImagem reproduzida de Dezeen
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
Como funciona a mineração em alto-mar e quais são os riscos ambientais envolvidos?
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 5minImagem reproduzida de Observatório da Mineração
Recentemente, o governo dos Estados Unidos tomou uma decisão bastante ousada e polêmica de assinar uma ordem executiva autorizando a exploração mineral em larga escala no fundo dos oceanos, ou seja, a mineração em alto-mar – até mesmo em águas internacionais. Essa ação tem desafiado organismos internacionais e alerta de ambientalistas, incluindo a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA), órgão ligado à ONU, que alerta para as consequências para os ecossistemas marinhos.
Mas afinal, o que é a mineração em alto mar e como a engenharia está envolvida? Por que tantas nações estão interessadas nisso? E quais são os perigos reais para o meio ambiente? Confira as respostas para essas perguntas no artigo a seguir, do Engenharia 360!
O que é mineração em alto-mar?
A mineração em alto mar consiste na extração de minerais localizados no fundo dos oceanos, especialmente em profundidades superiores a 200 metros. Geralmente, essa atividade se concentra em depósitos como nódulos polimetálicos, crostas de ferro-manganês ricas em cobalto e sulfetos maciços formados por fontes hidrotermais. Esses elementos são essenciais para a indústria moderna, incluindo na fabricação de baterias, paineis solares, dispositivos eletrônicos e até armamentos militares.
Imagem de TSMarine Australia reproduzida de Inovação Tecnológica
Imagem reproduzida de Mar Sem Fim
Atualmente, vários países costeiros praticam esse tipo de atividade em suas zonas econômicas exclusivas. Porém, o grande foco das potências do mundo está hoje nas águas internacionais, onde se encontra a maior quantidade desses recursos. O acordo inicial, segundo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS), era de que isso se tratava de um “patrimônio comum da humanidade”. Porém, dá para ver que os Estados Unidos estão operando seus equipamentos indiscriminadamente, onde bem entendem, buscando aumentar as suas reservas mediante à crescente disputa econômica global.
E será que os norte-americanos estão considerando os fatores ‘ecologia’ e ‘sustentabilidade’? Fica a reflexão!
Aqui está uma lista resumida das principais (e verdadeiras) razões pelas quais as nações têm interesse em realizar mineração em alto-mar:
Demanda por minerais críticos
Redução de dependência de fornecedores específicos
Geração de empregos e crescimento econômico
Vantagem geopolítica
Oportunidade pioneira
A decisão dos Estados Unidos sobre a mineração em alto-mar
A decisão determinada pela secretaria de comércio dos Estados Unidos deve acelerar na sequência a revisão de pedidos de uma série de licenças para mineração além da jurisdição norte-americana – e é bem provável que deve inspirar medidas similares em águas territoriais.
Caso você esteja se perguntando, a América não faz parte da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (AIFM), pois nunca ratificou os tratados que regulam o leito marinho em alto-mar, o que permite que sua presidência possa agir independentemente das normas internacionais vigentes. E justamente se aproveitando disso, os americanos preveem extrair na próxima década bilhões de toneladas de minerais, aumentando o seu PIB na casa de US$ 300 bilhões.
Opinião dos países comprometidos com a ISA
Assim como citamos anteriormente, a mineração em alto mar é regulada pela ISA; o órgão foi criado pela ONU para administrar a exploração e proteger o meio ambiente nessas áreas internacionais do leito marinho. Então, existe, sim, um “código de mineração” para prospecção, pesquisa e exploração dos oceanos.
O próprio Brasil integrou uma coalizão global em 2021 para solicitar uma moratória de pelo menos dez anos para qualquer exploração comercial em alto mar, alegando que a ciência disponível ainda não permite avaliar os impactos com segurança. Países como Alemanha, França, Nova Zelândia, Panamá e Portugal também já manifestaram preocupação pública, e Portugal chegou a aprovar uma lei banindo a prática em suas águas por vinte e cinco anos. Mas até quando todos esses países vão manter essa posição diante dos interesses econômicos? Não sabemos!
A relação da engenharia com a mineração em alto-mar
Como se pode imaginar, a atividade de mineração em alto-mar envolve operações em ambientes extremos e depende diretamente de inovações tecnológicas e avanço em diversos setores da engenharia, como mecânica, naval e de automação. Até porque ela é extremamente desafiadora devido a questões como pressão, escuridão e fragilidade dos ecossistemas. Portanto, não seria possível sem o auxílio de equipamentos sofisticados, robótica subaquática, sensores de alta precisão e até sistemas de controle remoto. E a coisa vai muito além disso!
Imagem reproduzida de UPS
É obrigação dos engenheiros, além de garantir a segurança das operações, também buscar alternativas para tentar mitigar danos ambientais. Por exemplo, desenvolvendo projetos para reduzir a eficiência da dispersão de sedimentos, controlar o ruído subaquático e melhorar a coleta de dados. Por fim, ajudar na elaboração de protocolos para monitoramento ambiental e recuperação de ecossistemas afetados.
No entanto, vale destacar que, independente de todos os avanços da engenharia, ainda há muita incerteza por parte da ciência sobre os efeitos de longo prazo dessas intervenções nos oceanos.
Os verdadeiros riscos ambientais da mineração em alto-mar
Destruição do habitat imediato: A remoção de estruturas do fundo marinho destrói habitats essenciais para várias espécies.
Plumas de sedimentos: A atividade gera partículas finas que sufocam organismos e alteram a química da água.
Poluição sonora: O ruído das operações afeta mamíferos marinhos, prejudicando sua comunicação, migração e reprodução.
Toxicidade e radiação: Nódulos e metais extraídos podem liberar substâncias tóxicas e radioativas, contaminando ecossistemas.
Conflitos por uso do espaço: A mineração compete com atividades como pesca, rotas de navegação e tradições culturais, causando disputas.
Impacto nas mudanças climáticas: Alterações nos ecossistemas marinhos podem prejudicar a capacidade do oceano de capturar CO₂, agravando as mudanças climáticas.
Imagem de Greenpeace reproduzida de ClimaInfo
As perspectivas para o futuro da mineração em alto mar
Podemos concluir que a engenharia desempenha dois papeis nessa história: primeiro, impulsionar a exploração em alto mar através de inovação técnica, mas também de oferecer ferramentas para mitigar danos e preservar ecossistemas. Diz aí, será que vamos conseguir?
Enquanto você pensa nessa questão, te contamos que empresas como a The Metals Company, baseada no Canadá, estão testando neste momento protótipos de colheitadeira subaquática e sistemas de monitoramento ambiental. Vários de seus projetos, baseados em Inteligência Artificial e drones marinhos, prometem tornar o processo mais eficiente e menos invasivo.
Imagem divulgação reproduzida de Um só Planeta – Globo
No entanto, vários especialistas alertam que nenhum desses avanços pode proteger a natureza e muito menos justificar a sua destruição irreversível. Afinal, vale a pena o preço que vamos pagar no final? Escreva suas impressões na aba de comentários logo abaixo!
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