Certamente você já ouviu falar de Ímola, em Emília-Romanha, no norte da Itália, mundialmente famosa por seu autódromo de Fórmula 1. Mas poucas pessoas sabem sobre o passado rico e fascinante dessa cidade, que, aliás, foi marcado pela genialidade de Leonardo Da Vinci. Inclusive, foi o artista que desenhou seus primeiros mapas ainda no século XV – e com uma precisão geométrica e escala proporcional que dão inveja aos mais renomados profissionais da cartografia atual. 

plano urbano Ímola de Leonardo Da Vinci
Imagem reproduzida de https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:LEONARDO.JPG

O que o gênio renascentista queria era conceber a “cidade ideal”, que pudesse separar pedestres e veículos, um conceito visionário que, embora nunca construído, demonstra a preocupação que já se tinha com a organização espacial e a qualidade de vida urbana. Enfim, o mapa de Ímola influenciou gerações de engenheiros e estrategistas europeus, moldando a história do planejamento urbano e militar por todo o continente. Te contamos mais sobre essa história no artigo a seguir, do Engenharia 360.

O que motivou Da Vinci a desenhar o mapa de Ímola

Leonardo da Vinci sempre foi muito admirado por sua genialidade multifacetada. Além de pintor, ele também era um cientista curioso, contribuindo demais para os estudos de arquitetura e engenharia. O artista trabalhou em diversos projetos urbanos. Por exemplo, durante o século XV, a região onde está localizada Ímola era uma área de muita efervescência cultural e transformações políticas na Itália. E foi neste ponto do mundo que Leonardo concebeu e produziu um dos primeiros mapas urbanos modernos da história.

Diferente do que se via até então, os desenhos de Leonardo Da Vinci não eram meras representações rudimentares e imprecisas, mas o testemunho de uma mente analítica que conseguiu transcrever, de forma muito precisa, aquilo que observava ou o que idealizava. Tanto é que os desenhos que ele fez dessa cidade italiana apresentavam uma riqueza de detalhes impressionantes – sobretudo para o período.

plano urbano Ímola de Leonardo Da Vinci
Imagem de Web Gallery of Art em Wikipédia – https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Leonardo_da_vinci,_Town_plan_of_Imola.jpg

Todo esse trabalho de Da Vinci, datado do ano de 1502, foi a mando de César Borja, uma figura proeminente e temida do setor militar, supostamente filho ilegítimo do Papa Alexandre VI; no fundo, o objetivo era demarcar território. Para cumprir a tarefa com eficácia, o artista optou por começar desenvolvendo a vista aérea de Ímola (em visão panorâmica e abrangente da cidade) – o que, na verdade, era algo incomum naquele tempo. Ele se valeu de instrumentos próprios e cálculos matemáticos complexos para representar a cidade com fidelidade e proporção. E tal abordagem foi considerada inovadora e sem precedentes.

Resumindo, Bórgia, com sua diplomacia astuta e força brutal, conquistou diversas cidades e coube a Leonardo da Vinci a função de engenheiro militar, desempenhando um papel fundamental no fortalecimento dessas novas possessões.

plano urbano Ímola de Leonardo Da Vinci
Rocca Sforzesca – Imagem de Studio Coop inc. em Wikipédia – https://it.m.wikipedia.org/wiki/File:Imola_%E2%80%93_La_Rocca_%28xilografia%29.jpg

O plano urbano de Leonardo Da Vinci para Ímola

A cidade de Ímola experimentou várias transformações ao longo dos séculos; mesmo assim, os traços de Leonardo Da Vinci ainda permanecem visíveis no seu centro histórico. Por exemplo, a estrutura radial das principais vias – outro conceito urbanístico bastante avançado para época. Também um dos principais pontos focais imponentes do desenho original, a Rocca Sforzesca, uma fortaleza renascentista. E, para completar, praças e rotas preservadas nas suas localizações originais, revelando a durabilidade de seu projeto.

O mapa de Leonardo é considerado hoje um tesouro da Royal Collection Britânica; cópias podem ser encontradas em museus e exposições ao redor do mundo. Na Idade Média, ele foi utilizado para orientar decisões militares, traçar o posicionamento de tropas e identificar pontos vulneráveis, além de informar o planejamento urbano e administrativo territorial. Então, podemos concluir que o seu mapa era mais do que uma representação cartográfica, mas um instrumento de poder, capaz de influenciar estratégias de combate e moldar o desenvolvimento urbano italiano.

Se você tiver curiosidade de saber mais sobre essa história, pode participar de visitas turísticas temáticas em Ímola, que estimulam os turistas a percorrer os passos de Da Vinci e descobrir os segredos do seu mapa, conhecendo assim um pouco da história da cidade sobre a sua perspectiva.

O legado de Da Vinci para a Engenharia Urbana

Séculos já se passaram desde que Leonardo Da Vinci traçou as primeiras linhas do desenho do mapa de Ímola. Como dissemos antes, apesar de todas as transformações sociais, econômicas e tecnológicas que a cidade passou, ainda é possível reconhecer no traçado das ruas um pouco do plano urbano idealizado pelo artista renascentista. A organização parece bem incomum se comparada às cidades da mesma época, com a facilidade do fluxo de pessoas e mercadorias, e até mesmo uma lógica estratégica em termos de defesa.

Concluindo, Da Vinci não apenas antecipou princípios de planejamento urbano que só seriam plenamente explorados séculos depois, mas também deixou um legado de inovação e pensamento analítico que perdura na forma como concebemos e construímos nossas cidades.

Veja Também: A Revolução Robótica por Leonardo da Vinci


Fontes: Correio Braziliense, MSN.

Imagem de capa: https://de.wikipedia.org/wiki/Rocca_Sforzesca_di_Imola#/media/Datei:Rocca_imola2.jpg

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Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Profissionais que lidam com o setor de engenharia civil já estão bastante acostumados com o termo BIM, de inglês ‘Building Information Modeling’. Mas, olha, apesar da expressão remeter à ideia de modelos tridimensionais, essa tecnologia vai muito além, integrando informações essenciais que transformam a maneira como são concebidos, executados e gerenciados os projetos de construção civil. E o que pouca gente sabe é que tal metodologia de trabalho possui várias escalas de dimensões que impactam bastante a engenharia. Quer as conhecer? Então leia o artigo a seguir, do Engenharia 360!

A importância do BIM para a engenharia

No português, BIM significa ‘Modelagem da Informação da Construção‘. Podemos concluir que trata-se de um processo integrado que gera um modelo digital inteligente e compartilhado, contendo informações gráficas e não gráficas essenciais para todas as fases do ciclo de vida de um empreendimento, desde o projeto inicial até a manutenção e eventual demolição.

Dito isso, vale destacar o quanto o BIM vem revolucionando a engenharia ao permitir a integração de dados técnicos administrativos e operacionais em um único ambiente digital.

dimensões BIM na engenharia
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Então, engana-se quem pensa que tudo isso tinha a ver com softwares modernos. Na verdade, existem softwares desenvolvidos para poderem ser operados por equipes multidisciplinares seguindo essa metodologia de trabalho. E lembrando que, no Brasil, nem é mais opcional desde a nova lei de licitações 14.133/2021 e do decreto número 10.306/2020, que incentivam o uso dessa tecnologia em obras públicas, garantindo maior transparência e eficiência.

Lista de vantagens

  • Redução de erros e retrabalho (detecção de conflitos antes da obra).
  • Otimização de custos e cronogramas.
  • Maior colaboração entre equipes (arquitetos, engenheiros, construtores).
  • Sustentabilidade e eficiência energética integradas desde o projeto.

As principais diferenças entre as 10 dimensões do BIM

Com o avanço da Indústria 4.0, o BIM se tornou uma espécie de pilar essencial para os projetos de engenharia – mais precisos, econômicos e sustentáveis. Diferente do CAD tradicional, que se limita demais a desenhos 2D e 3D, essa nova metodologia aposta tudo em dados interligados, desde custos e prazos a desempenho energético e manutenção. Por isso, os arquivos agora tendem a atingir dimensões muito mais altas, com mais camadas de informação adicionadas ao modelo digital. Em resumo, os trabalhos de engenharia são mais completos e detalhados do que nunca.

Confira a seguir todas as dimensões do BIM: cada uma delas corresponde a um aspecto específico do projeto e da construção de Engenharia Civil, permitindo uma visão integrada e detalhada.

dimensões BIM na engenharia
Imagem reproduzida de Sienge Comunidade

2D BIM

A dimensão 2D é a base para as representações gráficas de engenharia, como plantas baixas, cortes, fachadas e elevações para desenhos técnicos. Ela é bastante similar ao CAD tradicional, com limitações de integração. Porém, no contexto do BIM, serve como ponto de partida para o desenvolvimento dos modelos mais complexos.

3D BIM

Essa dimensão é a mais conhecida da engenharia, pois envolve a criação de modelos virtuais em 3D com informações geométricas e técnicas. Ela ajuda na visualização realista e dinâmica do projeto. E o mais legal é que, através do modelo BIM, as alterações podem ser vistas automaticamente, refletidas em todas as outras, garantindo coerência e facilitando a compatibilização entre projetos, sem contar que ajuda na detecção de conflitos antes da execução.

4D BIM

A dimensão 4D BIM está mais relacionada ao fator ‘planejamento + cronograma’. Por exemplo, ela integra a dimensão do tempo ao modelo 3D, permitindo o planejamento detalhado de todas as etapas da obra. Com isso, é possível realizar a simulação da sequência lógica da construção e fazer o acompanhamento disso em tempo real assim. Evitam-se atrasos e melhora a logística do canteiro, aumentando a eficiência do trabalho.

5D BIM

Agora, a dimensão que lida com os custos, ou melhor, com os quantitativos das obras. Só para você entender, dentro de softwares de BIM, como o Revit, é possível simular impactos financeiros provocados por qualquer mudança de projeto. Tendo esse entendimento, é dá para aumentar a previsibilidade orçamentária, já que a análise de impacto de alterações contribui para a racionalização dos recursos, evitando desperdício.

dimensões BIM na engenharia
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

6D BIM

A dimensão 6D BIM foca na eficiência energética e ambiental dos projetos de engenharia – não à toa ela é chamada de ‘Green BIM’. Estamos falando de informações relacionadas à sustentabilidade, como consumo energético, desempenho térmico, acústico e uso de recursos naturais. A análise desses fatores contribui para projetos com certificações verdes (LEED e AQUA).

7D BIM

Muitos teóricos consideram a dimensão 7D como a mais elevada da metodologia BIM de engenharia – mas, como já sabemos pelo título desse texto, a evolução não para por aqui. Ela é focada na operação e manutenção das edificações, armazenando dados sobre garantias manuais, especificações técnicas e cronogramas de manutenção preventiva e corretiva. Isso ajuda os engenheiros a prolongar a vida útil dos sistemas projetados e evitar problemas estruturais, garantindo a qualidade e segurança das suas obras ao longo do tempo – é o que chamamos de ‘ciclo de vida’.

8D BIM

Após muitas discussões na academia e no mercado de trabalho, os profissionais se deram conta de que não poderiam ignorar a questão da segurança no canteiro. Assim, a metodologia BIM precisou ser elevada à dimensão 8D. Ela antecipa situações de risco de acidentes durante a construção e operação, simula cenários de segurança antes da execução, sugerindo medidas preventivas. Por fim, essa camada promove a colaboração entre equipes para otimizar procedimentos e proteger os trabalhadores.

9D BIM

Calma, pois ainda não chegamos ao final desta lista! A dimensão 9D, menos difundida, está relacionada ao combo “gerenciamento de riscos financeiros, ambientais e operacionais”, permitindo a otimização de processos e redução de desperdícios na construção. A saber, ela aplica princípios de Lean Manufacturing à engenharia.

10D BIM

A dimensão 10D do BIM, teoricamente, seria a última dimensão da metodologia de ‘Modelagem da Informação da Construção’. Ela concentra-se na gestão integrada da sustentabilidade, incluindo o cumprimento de normas ambientais. Através da sua análise completa, da construção até a demolição ou requalificação das obras, assegura que os trabalhos de engenharia sejam mais rápidos, baratos, padronizados e eco-friendly.

11D BIM

Por incrível que pareça, para alguns teóricos, existe ainda uma nova dimensão do BIM, que seria o 11D. Assim como você pode ver na publicação a seguir, ela integraria os conceitos de 10D mais cidades inteligentes e operações integradas. O que acha?

Veja Também: Diferenças entre Revit e BIM na Engenharia


Fontes: Thorus Engenharia, Orcafascio, Biblus.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

A Engenharia de Software tem se destacado como uma das profissões mais desejadas e promissoras no cenário mundial contemporâneo. Segundo uma pesquisa global realizada pela plataforma Resume.io, que analisou 170 países, a profissão de engenheiro de software figura em terceiro lugar no ranking das carreiras mais buscadas, com quase 600 mil buscas anuais, ficando atrás apenas de piloto de avião e corretor de imóveis.

Que tal focarmos no que nos interessa, hen? O que faz da Engenharia de Software a carreira mais cobiçada e relevante nos dias atuais? No artigo a seguir, do Engenharia 360, exploramos o que torna essa engenharia tão essencial para a sociedade atual. Confira!

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Imagem de pressfoto em Freepik

Por que a Engenharia de Software é a engenharia mais desejada?

A Engenharia de Software é uma área que vai muito além da simples programação. Trata-se de uma disciplina que envolve a aplicação de teorias, técnicas e ferramentas da ciência da computação para projetar, desenvolver, testar e manter sistemas de software complexos, garantindo qualidade, segurança e eficiência.

A crescente digitalização das empresas e a inovação tecnológica constante têm impulsionado a demanda por esses profissionais do setor de Engenharia de Software em todo o mundo.

Estabilidade e remuneração atrativa

Uma das principais razões para a alta demanda e desejo pela carreira é a estabilidade financeira que ela oferece. No Brasil, por exemplo, o salário médio de um engenheiro de software varia entre R$ 5.000 e R$ 13.000, dependendo da experiência e da empresa, segundo dados do Glassdoor. Além disso, o setor de tecnologia é conhecido por oferecer flexibilidade, como a possibilidade de teletrabalho, o que agrega valor à qualidade de vida dos profissionais.

Mercado em expansão e oportunidades globais

O mercado de Engenharia de Software está em franca expansão. No Brasil, o setor de software movimentou cerca de R$ 161,7 bilhões em 2019, representando 1,8% do mercado global e liderando na América Latina com 40,7% do setor. Essa expansão cria um ambiente fértil para oportunidades de emprego em empresas de todos os portes, desde startups até multinacionais, e em diversas áreas, como desenvolvimento de aplicativos, Inteligência Artificial, sistemas embarcados, entre outros.

Demanda por profissionais qualificados

Apesar do crescimento, há uma carência significativa de profissionais qualificados. Estima-se que o Brasil poderia ter uma falta de mais de 400 mil profissionais de TI, incluindo engenheiros de software, o que reforça a necessidade urgente de formação e capacitação nessa área. Essa escassez torna a carreira ainda mais valorizada no mercado de trabalho.

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A relevância da Engenharia de Software no mundo contemporâneo

Vivemos em uma era em que a tecnologia permeia quase todos os aspectos da vida cotidiana e dos negócios. A Engenharia de Software é a base para o desenvolvimento das soluções digitais que sustentam essa transformação.

Atendendo às necessidades atuais

A pandemia de COVID-19 acelerou a digitalização e popularizou o trabalho remoto, aumentando a demanda por sistemas robustos, seguros e eficientes que suportem essa nova realidade. E até onde se sabe Engenharia de Software responde a essa necessidade criando plataformas, aplicativos e sistemas que facilitam a comunicação, o comércio eletrônico, a educação a distância e a gestão empresarial.

Inovação e transformação digital

A inovação tecnológica é um dos motores do desenvolvimento econômico e social na atualidade. A Engenharia de Software é fundamental para viabilizar a transformação digital das organizações, permitindo que elas adotem novas tecnologias como IA, big data, computação em nuvem e IoT (Internet das Coisas). Isso não só melhora a eficiência operacional, mas também cria novas oportunidades de negócio e melhora a experiência do usuário.

Segurança e qualidade

Com o aumento da dependência de sistemas digitais, a segurança da informação tornou-se uma prioridade. Os engenheiros de software são responsáveis por garantir que os sistemas sejam desenvolvidos com altos padrões de segurança e qualidade, protegendo dados sensíveis e assegurando a continuidade dos negócios.

O que faz um engenheiro de software?

O engenheiro de software atua em diversas frentes, desde o desenvolvimento até a gestão de sistemas. Suas principais atribuições incluem:

  • Desenvolvimento de softwares para diferentes plataformas, como computadores, smartphones e videogames;
  • Arquitetura de sistemas, garantindo a estrutura adequada para desempenho e escalabilidade;
  • Testes e manutenção para identificar e corrigir falhas, assegurando a qualidade do produto;
  • Gestão de projetos e equipes, coordenando o desenvolvimento e a implementação dos sistemas.

Justamente essa diversidade de funções torna a profissão dinâmica e desafiadora, atraindo pessoas com perfil analítico, criativo e com facilidade para matemática e lógica.

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O futuro da Engenharia de Software | Tendências e desafios

O futuro da Engenharia de Software está diretamente ligado ao avanço das tecnologias emergentes. Segundo especialistas, as principais tendências para os próximos anos incluem:

  • Capacitação contínua dos desenvolvedores para liberar todo o potencial das equipes;
  • Uso crescente de inteligência artificial para automatizar processos de desenvolvimento e testes;
  • Escalonamento do desenvolvimento de software para atender à demanda global crescente.

Essas tendências apontam para um mercado ainda mais promissor, que exigirá dos profissionais atualização constante e habilidades multidisciplinares.

Veja Também:

Engenharia de Software: Tudo sobre essa Carreira em Alta!

Profissões de Engenharia em Alta para 2025

Setores Lucrativos para Engenheiros em 2025


Fontes: G1, G1 – 2.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

No Brasil, a qualidade dos cursos de ensino superior é avaliada através de diversos indicadores. Especialmente na edição 2023 do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), alguns cursos de engenharia alcançaram a nota máxima. Eles representam o ápice da excelência educacional no país, refletindo não apenas o desempenho dos estudantes, mas também a eficácia dos programas acadêmicos e a infraestrutura das instituições de ensino. Conheça-os no artigo a seguir, do Engenharia 360!

Como o MEC avalia os cursos de engenharia?

No Brasil, a qualidade dos cursos de graduação é avaliada, por exemplo, pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Entre esses indicadores, o CPC é considerado o mais importante para mensurar a qualidade dos cursos de graduação, incluindo as engenharias.

Conceito Preliminar de Curso

O CPC combina diversos aspectos essenciais, como:

  • Desempenho dos estudantes no Enade;
  • Valor agregado pelo curso (evolução do estudante desde o ingresso até a conclusão);
  • Corpo docente e suas qualificações;
  • Condições estruturais e pedagógicas oferecidas para o desenvolvimento do processo formativo.

A saber, essa avaliação é feita anualmente para cursos com pelo menos dois estudantes concluintes participantes do Enade, e a nota varia de 1 a 5, sendo 4 e 5 consideradas notas satisfatórias e indicativas de excelência.

cursos de engenharia nota no mec
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Outros indicadores

Além do CPC, outros indicadores complementares são o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), que avalia o valor agregado pelo curso ao desenvolvimento dos estudantes, e o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC), que avalia a instituição como um todo, ponderando notas do CPC e da pós-graduação.

Engenharias com nota máxima no MEC

Na avaliação mais recente de 2023, dos 3.391 cursos de engenharia avaliados no Brasil, apenas 158 cursos atingiram a nota máxima 5 no Enade, refletindo excelência acadêmica e qualidade na formação dos estudantes. Entre as engenharias com nota máxima destacam-se:

cursos de engenharia nota no mec
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  • Engenharia Civil: Fundamental para o desenvolvimento da infraestrutura, construção e planejamento urbano, a engenharia civil com nota máxima demonstra um ensino robusto em áreas como estruturas, hidráulica, geotecnia e gerenciamento de obras.
  • Engenharia Florestal: Essencial para a gestão sustentável dos recursos naturais, a engenharia florestal com avaliação máxima atesta a qualidade da formação em silvicultura, manejo florestal, conservação ambiental e tecnologia da madeira.
  • Engenharia Elétrica: Imprescindível para a geração, transmissão e distribuição de energia, além do desenvolvimento de sistemas eletrônicos e de automação, a engenharia elétrica com nota 5 evidencia um ensino de ponta em áreas como eletrônica de potência, sistemas de controle, telecomunicações e energias renováveis.
  • Engenharia Mecânica: Responsável pelo projeto, desenvolvimento, fabricação e manutenção de máquinas e equipamentos, a engenharia mecânica com avaliação máxima reflete uma formação sólida em áreas como termodinâmica, mecânica dos fluidos, projeto mecânico e processos de fabricação.
  • Engenharia Química: Atuante no desenvolvimento e otimização de processos químicos industriais, a engenharia química com nota máxima demonstra excelência no ensino de termodinâmica química, cinética química, operações unitárias e projeto de processos.
  • Engenharia de Alimentos: Crucial para a produção, processamento, conservação e distribuição de alimentos seguros e nutritivos, a engenharia de alimentos com nota 5 atesta a qualidade da formação em tecnologia de alimentos, microbiologia, embalagens e controle de qualidade.
  • Engenharia de Computação: No cerne da transformação digital, a engenharia de computação com avaliação máxima evidencia um ensino de vanguarda em áreas como arquitetura de computadores, sistemas operacionais, redes de computadores, inteligência artificial e desenvolvimento de software.
  • Engenharia de Controle e Automação: Fundamental para a otimização de processos industriais e o desenvolvimento de sistemas automatizados, a engenharia de controle e automação com nota máxima reflete uma formação sólida em áreas como sistemas de controle, robótica, instrumentação e eletrônica industrial.
  • Engenharia de Produção: Focada na otimização de processos produtivos, na gestão da qualidade e na logística, a engenharia de produção com avaliação máxima demonstra excelência no ensino de pesquisa operacional, planejamento e controle da produção, ergonomia e gestão de custos.

Por que essas engenharias são cruciais no mundo contemporâneo?

As engenharias que alcançam nota máxima no MEC não apenas possuem estrutura e corpo docente qualificados, mas também estão alinhadas com os desafios atuais do mundo contemporâneo, o que as torna relevantes e valorizadas no mercado global. Entre os principais fatores que explicam esse destaque, podemos citar:

1. Formação integral e atualizada

Os cursos com nota máxima oferecem uma formação que vai além do conhecimento técnico tradicional, incorporando habilidades em inovação, sustentabilidade, gestão de projetos e tecnologias emergentes, como Inteligência Artificial, automação e energias renováveis. Isso prepara os engenheiros para atuar em ambientes complexos e dinâmicos.

2. Resposta aos desafios ambientais e sociais

Engenharias como a Civil e Ambiental, por exemplo, têm papel fundamental na construção de infraestruturas sustentáveis, no uso racional dos recursos naturais e na mitigação dos impactos ambientais, temas centrais nas agendas globais de desenvolvimento sustentável. A excelência desses cursos reflete a capacidade de formar profissionais conscientes e preparados para essas demandas.

3. Integração com a Indústria 4.0 e transformação digital

Engenharias como a de Produção, Elétrica e Mecânica estão na vanguarda da chamada Indústria 4.0, integrando tecnologias digitais, automação e análise de dados para otimizar processos produtivos. Essa integração é vital para a competitividade das empresas brasileiras no cenário internacional.

4. Valorização do corpo docente e pesquisa aplicada

Cursos com nota máxima investem em professores altamente qualificados e em projetos de pesquisa aplicada que dialogam diretamente com as necessidades do mercado e da sociedade, promovendo inovação e desenvolvimento tecnológico.

Por que a maior universidade do país não participa?

A Universidade de São Paulo (USP) não aderiu ao Enade por considerar o exame menos abrangente que suas avaliações internas. No entanto, há discussões para sua inclusão nas próximas edições.

Curiosidade: Apesar disso, a USP tem alguns dos melhores cursos de engenharia do Brasil, reconhecidos internacionalmente.

cursos de engenharia nota no mec
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Como escolher o melhor curso de engenharia?

Se você quer ingressar em uma engenharia de elite, priorize:

  • Nota 4 ou 5 no CPC
  • Alto IDD (valor agregado pelo curso)
  • Corpo docente com mestres e doutores
  • Infraestrutura moderna (laboratórios, parcerias com indústria)

Os cursos com nota máxima no MEC não apenas formam os melhores profissionais, mas também estão alinhados com os grandes desafios tecnológicos e sustentáveis do século XXI.

Veja Também: MEC: como descobrir o conceito de um curso ou faculdade?


Fontes: Folha de São Paulo.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Redação 360

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Ao longo dos anos, os pesquisadores desenvolveram diversos métodos de gestão de tempo replicados por profissionais em seus modelos de negócios. Cada um deles oferece diferentes abordagens para organização, priorização e execução de tarefas. A escolha do modelo ideal – em se tratando de engenharia – vai depender de vários critérios, como as necessidades da própria equipe de trabalho. Exploramos o assunto neste artigo do Engenharia 360. Confira!

A importância da gestão de tempo em engenharia

A gestão de tempo (eficiente) é um dos maiores segredos do sucesso em engenharia, sendo um diferencial entre projetos lucrativos e que geram prejuízos. Cada minuto conta no trabalho, do escritório ao canteiro de obras. E neste contexto, só domina o tempo aquele que sabe lidar com as atividades com eficiência e inteligência, priorizando tarefas e eliminando gargalos, garantindo que as coisas sejam feitas dentro do período estimado com rigor – claro, sem pôr em jogo a qualidade dos serviços prestados.

gestão de tempo em projetos de engenharia
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Enfim, podemos dizer que a gestão do tempo deve ser vista não como uma prática opcional, mas como uma necessidade fundamental. Com o uso adequado de certas ferramentas – somada à adoção de boas práticas diárias -, seria possível ainda melhorar a qualidade dos serviços, promover a saúde mental e alcançar melhores resultados no ambiente de trabalho.

5 métodos de gestão de tempo para engenheiros

O Engenharia 360 quer lhe ajudar nessa missão de cuidar do seu tempo para melhorar seus negócios em engenharia. Preparado? Confira as particularidades de cada um dos métodos a seguir; eles oferecem abordagens diferentes para otimizar produtividade e garantir o sucesso de projetos.

1. Método Pomodoro

O Método Pomodoro foi criado na Itália nos anos de 1980. Trata-se de uma técnica que busca melhorar o foco e a concentração, e consequentemente a produtividade. Basicamente, consiste em dividir o tempo por meio de ciclos de trabalho ou “pomodoros” (25 minutos) e pausas curtas (5 minutos). Aliás, após quatro desses ciclos, indica-se um intervalo mais longo (30 minutos). Segundo cientistas, esse processo ajuda a manter a mente mais fresca e produtiva, evitando a exaustão.

Pode não parecer, mas esse método até funciona bem em engenharia, ajudando os profissionais a manterem a atenção aos detalhes – sobretudo atividades repetitivas, como controle de materiais, vistorias e conferências de qualidade.

gestão de tempo em projetos de engenharia
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

2. Metodologia GTD

Outra metodologia bem vantajosa para os engenheiros pode ser a GTD, que significa ‘Getting Thing Done’. Ela foi desenvolvida pelo norte-americano David Allen e consiste em trabalhar para a redução do estresse e da ansiedade, causados pela sobrecarga de tarefas. Para isso, seria preciso organizar todas as tarefas em um sistema coerente. Eis qual seria a sequência de ações: coletar informações, processar dados, organizar, revisar e executar serviços, tudo isso seguindo uma lista ordenada de prioridades.

A saber, a GTD permite que os engenheiros tenham uma visão geral de seus compromissos e evitem a procrastinação ou a sensação de estar perdido em um mar de responsabilidades. De fato, essa metodologia se mostra bastante vantajosa quando se lida com múltiplos projetos simultaneamente e prazos apertados. Tem-se um panorama claro de todas as demandas e, assim, pode-se focar no que importa e delegar o que for possível.

3. Método Kanban

O Método Kanban se originou do ‘Sistema Toyota de Produção’; é bastante ágil, mas também flexível no gerenciamento de tarefas. De modo geral, ele divide o processo de execução das tarefas em “a fazer”, “fazendo” e “feito” (geralmente representados por cartões movidos de uma colina para outra em uma tabela). Essa visualização do fluxo de trabalho permite aos engenheiros entender como avançar nos seus planos de forma contínua e eficiente. 

O Kanban é perfeito para orientar o trabalho de diferentes equipes que precisam coordenar suas atividades. Essa forma de organização das tarefas permite uma comunicação mais clara e uma melhor alocação de recursos.

4. Timeboxing

O Timeboxing é bastante semelhante ao primeiro item desta lista, o Método Pomodoro. Porém, essa técnica de gestão de tempo impõe limites mais rigorosos para a execução de tarefas. À vista disso, elas são divididas em blocos de tempo fixos, com início e fim pré-determinados, exigindo que tudo seja concluído dentro do prazo. O problema é que, para isso, o profissional deverá ter muita disciplina e foco, evitando ao máximo as distrações. 

Uma dica: ajuda muito, nesse caso, a elaboração de relatórios, conferência de documentos e revisões de planos de obra.

gestão de tempo em projetos de engenharia
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

5. Matriz de Eisenhower

Já pelo nome, você pode adivinhar. Sim, essa matriz foi elaborada pelo ex-presidente norte-americano, Dwight Eisenhower, visando traçar um plano de governo que priorizasse tarefas com base em sua importância e urgência. Desse jeito, elas foram divididas em quatro quadrantes: “importante e urgente”, “importante, mas não urgente”, “não importante, mas urgente” e “não importante e urgente”.

Isso pode ajudar os engenheiros a fazer a gestão de tempo, minimizando desperdícios de esforços naquilo que não trará grandes impactos no final.

gestão de tempo em projetos de engenharia
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Dicas essenciais de gestão de tempo para engenheiros

Como dissemos no começo deste texto, além de seguir um ou mais métodos de gestão de tempo, você, engenheiro, deve adotar práticas complementares em seu dia a dia para otimizar produtividade e garantir sucesso dos projetos. Segue alguns exemplos:

  • Delegue tarefas: Todo engenheiro habilidoso sabe delegar tarefas, liberando seu valioso tempo para atividades mais estratégicas. Afinal, não se pode controlar todos os aspectos de um projeto. Mas lembre-se de repassar responsabilidade apenas aos membros mais qualificados de sua equipe.
  • Concentre-se nas tarefas mais importantes: Os especialistas chamam isso de Princípio de Pareto ou regra 80/20, onde 20% das suas ações geram 80% dos resultados. Portanto, concentre-se naquilo que realmente importa, delegue as demais tarefas ou as adie para um momento mais oportuno.
  • Aprenda a dizer “não”: A sobrecarga de tarefas é comum, mas aprender a fazer recusas pode evitar que você assuma mais responsabilidades do que pode lidar. Isso ajuda a manter o foco nas atividades prioritárias e a evitar distrações.
  • Debata a agenda com sua equipe: Mantenha seu espaço físico de trabalho organizado e sua agenda também. Realize reuniões periódicas com seus colegas para estabelecer ações e definir prazos. E seria interessante, ao final do dia, revisar as tarefas executadas, planejando o dia seguinte, identificando oportunidades de melhoria.
  • Acompanhe seu tempo: Utilize ferramentas de rastreamento, como Toggl e RescueTime, para monitorar seu desempenho e realizar a gestão de tempo de maneira eficiente. Existe uma boa lista de softwares e aplicativos que podem facilitar o acesso a documentos e a comunicação entre equipes, evitando erros, reduzindo custos e garantindo a transparência dos projetos executados.
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Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

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Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Veja Também: 5 aplicativos para te ajudar na organização de tempo e tarefas


Fontes: Autodoc, MKS Soluções Integradas.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

O líder máximo da igreja católica é o papa; quando ele morre é realizado um cerimonial para a escolha de seu sucessor. Esse processo é chamado de conclave e é realizado no interior da Capela Sistina, no Vaticano. Esta obra de engenharia – datada do século XV – desempenha, portanto, um papel central na tradição dessa religião.

Certamente a escolha dessa capela como endereço da reunião de cardeais, dentro do Palácio Apostólico, não é por acaso. Ela é grandiosa e apresenta uma atmosfera que reforça o caráter solene e sagrado que o momento pede, ao mesmo tempo que a arquitetura e a decoração (repleta de afrescos de gêmeos como Michelangelo, Botticelli e Perugino) inspiram os dignitários em sua missão.

Capela Sistina - Conclave
Imagem de Maus-Trauden em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cappella_Sistina_-_2005.jpg

O Engenharia 360 escolheu o dia histórico da morte do Papa Francisco para contar um pouco da história da Capela Sistina e destacar suas principais qualidades de engenharia e arquitetura. Confira a seguir!

O que acontece durante um conclave

O conclave é um evento exclusivo e altamente misterioso da Igreja Católica, quando os cardeais se reúnem para eleger um novo papa, ficando isolados do mundo exterior. A palavra vem do latim e significa “fechado com chave”. Assim sendo, durante este período as portas da Capela Sistina são trancadas e as chaves retiradas para garantir o isolamento absoluto. A votação acontece de modo secreto e deve começar após 15 dias depois da despedida do pontífice, seguindo as regras estabelecidas no século XIII – e que permanecem praticamente inalteradas até os dias de hoje.

Vale destacar que a Capela Sistina passou a ser o local oficial do conclave no ano de 1493. As características da sua arquitetura favorecem a segurança e o sigilo, incluindo isolamento total, e proteção acústica – com a nave tendo uma reverberação única.

Capela Sistina - Conclave
Imagem reproduzida de Post Italy
Capela Sistina - Conclave
Imagem reprodução de Roman Catholic Archdiocese of Boston em Flickr

Veja Também: Segredos da Engenharia da Basílica de São Pedro que Você Não Sabia!

Breve história da construção da Capela Sistina

A Capela Sistina foi construída a mando do Papa Sisto IV (1471-1484), que desejava substituir a antiga edificação da Capela Magna (datava do século XIV). O projeto foi desenhado por Baccio Pontelli e Giovannino de Dolci, inspirados no design do Templo de Salomão como descrito no Antigo Testamento. Assim foi erguida uma estrutura retangular de aproximadamente 41 m de comprimento, 13 m de largura e 21 m de altura. Desde então esta passou a ser uma das construções mais emblemáticas do Vaticano e do mundo, local de culto e de importantes eventos papais, incluindo o conclave.

Capela Sistina - Conclave
Imagem reprodução de pesquisa Sistina – Mathias Carvalho

Vale destacar que a construção da Capela Sistina faz parte de um amplo programa de revitalização Urbana promovido pelo Papa em Roma. Enfim sua inauguração aconteceu em 15 de agosto de 1483, numa cerimônia dedicada à Nossa Senhora da Assunção.

Capela Sistina - Conclave
Imagem de Starus em Wikipédia – https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Vatican_City_map_detail_Conclave.png
Capela Sistina - Conclave

Principais características de engenharia da Capela Sistina

Decoração

A estrutura da Capela Sistina é bastante robusta, feita de tijolos e pedras para suportar o peso da sua abóbada. Por falar nisso, o teto da construção é em formato de abóbada de berço, uma solução de engenharia de grande tecnologia para a época.

Todo esse teto lindo teto, com total de 680 m², foi, a mando do Papa Júlio II no ano de 1508, preenchido de imagens pintadas pelo famoso artista Michelangelo, que utilizou a técnica do afresco para criação das pinturas (feita sobre gesso úmido para maior durabilidade). A saber, o artista precisou utilizar andaimes suspensos e ficar deitado em plataformas elevadas para execução do trabalho, que levou quatro anos para ser concluído.

Antes de Michelangelo, grandes artistas como Botticelli e Ghirlandaio pintaram afrescos nas paredes, retratando cenas bíblicas. Todas essas cenas podem ser cuidadosamente admiradas graças a um sistema de iluminação natural feito por janelas estrategicamente posicionadas.

Capela Sistina - Conclave
Imagem de Aaron Logan em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Lightmatter_Sistine_Chapel_ceiling.jpg

Arquitetura

Segundo especialistas, a arquitetura da Capela Sistina é em estilo clássico renascentista e foi, de fato, projetada para ser grandiosa e funcional ao mesmo tempo. Justamente por ser baseada na geometria do Templo de Salomão, apresenta uma estrutura de proporções cuidadosamente calculadas para criar um espaço imponente e harmonioso. A supervisão rigorosa de Giovannino garantiu que a obra fosse erguida na melhor qualidade e, desse jeito, ela permanece sólida e preservada até hoje.

Claro que o maior desafio da engenharia foi garantir a estabilidade das paredes e da abóbada, que precisavam suportar o peso dos afrescos e resistir ao tempo.

Capela Sistina - Conclave
Imagem reprodução de pesquisa Sistina – Mathias Carvalho

Aqui vão duas curiosidades sobre a Capela Sistina para você:

  • Para preservar os afrescos, não são permitidas fotografias no local.
  • A restauração dessa arquitetura realizada entre os anos de 1979 e 1999 gerou muita polêmica, já que a limpeza revelou cores vibrantes escondidas sobre séculos de fuligem.

Fontes: UOL, Architecturelab, Wikipédia, Habitat Loteamentos.

Imagem de capa: https://www.flickr.com/photos/bostoncatholic/

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

A capela de São Pedro, localizada no Vaticano, é uma das maiores e mais impressionantes obras de arquitetura e engenharia do mundo. Por trás de toda a sua beleza artística é contada uma grande fração da história da humanidade, sobretudo baseada na fé cristã. A obra também é um exemplar único da engenharia renascentista e barroca. Sua construção durou mais de um século e envolveu diversos Mestres da arte, como Michelangelo e Rafael. E é claro que não poderíamos deixar de falar sobre essa maravilha aqui no Engenharia 360. Prepare-se para se surpreender com a nossa lista de curiosidades!

1. Maior basílica do mundo

Começamos este artigo comentando que a Basílica de São Pedro é considerada a maior basílica do mundo em área e também a maior igreja do cristianismo. Ela soma 23.000 m², tendo 220 m de comprimento, 150 m de largura e uma cúpula com uma altura impressionante de 136,6 m – falaremos mais sobre ela em um tópico a seguir.

Infelizmente, segundo os historiadores, a construção dessa basílica teria sido custeada pelo Vaticano através da venda de indulgências, ou seja, perdão de pecados em troca de doações. Foi justamente isso que revoltou Martinho Lutero, ajudando a desencadear a Revolta Protestante.

Basílica de São Pedro
Imagem de yanalya em Freepik
Basílica de São Pedro
Imagem de wirestock em Freepik

2. Construção que levou 120 anos

Você não vai acreditar mas a Basílica de São Pedro levou cerca de 120 anos para ficar pronta; sua construção foi uma encomenda do Papa Júlio segundo no ano de 1506 e só foi concluída no ano de 1626. O terreno escolhido era pantanoso e instável. Para que tudo desse certo foram contratados vários engenheiros, arquitetos e artistas. E já no começo, pensando em evitar que a estrutura afundasse, os empreiteiros optaram por escavar trincheiras de 7 m de profundidade, depois construir paredes de sustentação com quase 1 m de espessura, e elevar o piso em 3 m para distribuir o peso.

3. Projeto de influência renascentista

O designer responsável pelo plano inicial da Basílica de São Pedro no Vaticano foi o arquiteto Donato Bramante. Ele se inspirou no panteão de Roma, buscando criar uma estrutura monumental e harmoniosa. Até onde se sabe, a arquitetura renascentista e barroca tiveram grande influência no projeto, que combinava inovação estrutural com elementos artísticos e simbólicos da época.

As decisões de Juliano da Sangallo, de elevar o piso da basílica para evitar problemas estruturais e reforçar as paredes e pilares, impactaram demais o visual final dessa obra.Do mesmo modo, os acréscimos e modificações realizados por outros artistas, como Maderno e Bernini.

4. Cúpula mais alta do mundo

Logo que entramos na Basílica de São Pedro somos recepcionados pelo grandioso átrio projetado por Carlos Maderno, com seus 71 m de comprimento, 12,89 m de largura e 19 m de altura, todo adornado com medalhões antigos que remetem a história da igreja. Mas é a cúpula projetada por Michelangelo que realmente impressiona; ela é considerada a mais alta do mundo, tendo 136,6 m de altura e diâmetro interno de 41,47 m – superando até mesmo o Panteão Romano. Essa é considerada uma grande proeza da engenharia!

Vale destacar que essa estrutura é composta por duas camadas. A camada interna é feita de tijolos, sendo mais leve. Já a camada externa é revestida de chumbo, para sua resistência. Mesmo assim, após muitos anos, rachaduras apareceram, exigindo reforços de ferro.

Curiosamente, no século XVIII, a cúpula começou a apresentar séries patologias. O engenheiro Giovanni Poleni descobriu que as correntes de ferro que a sustentavam estavam cedendo. Ele, então, reforçou o conjunto com mais cinco aneis de metal, salvando-o do colapso.

Basílica de São Pedro
Imagem de Ambrogio Brambilla em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_S%C3%A3o_Pedro#/media/
Ficheiro:Ortographia_Partis_Exterioris_Templi_Divi_Petri_in_Vaticano.jpg
Basílica de São Pedro
Imagem de Tomas Anunziata em Pexels

5. Pilares que escondem segredo

Para sustentar o peso colossal da cúpula, os designers projetaram quatro pilares maciços monstruosos, cada um com 45 metros de altura e 18 m de espessura, reforçados com travertino (uma rocha extremamente resistente). E o que pouca gente sabe é que dentro desses pilares, há relíquias sagradas: A Lança Sagrada (que feriu Jesus),  fragmentos da Vera Cruz (verdadeira Cruz em que Jesus foi crucificado), e o véu de Santa Verônica (com a face de Jesus).

Basílica de São Pedro
Imagem reproduzida de E aí, Férias

5. Materiais reaproveitados de templo

Em determinado momento, o Papa Júlio II, pensando em economizar com as obras da Basílica de São Pedro, ordenou que materiais de outros monumentos fossem reaproveitados. Como bem destacamos antes, o principal material utilizado na construção foi o travertino; esse foi extraído da cidade mineral de Tivoli, próxima ao Vaticano. Também foram utilizados tijolos provenientes de edifícios antigos que estavam sendo desmanchados. Já para o baldaquino de Bernini, usou-se o bronze derretido do Panteão de Roma, o que gerou muita polêmica.

6. ‘Porta Santa’ misteriosa

A fachada da atual Basílica de São Pedro foi projetada por Carlo Maderno e tem 118,6 m de largura e 48 m de altura; sua estrutura é independente, sustentando-se sozinha. Olhando para ela, podemos ver que há cinco entradas diferentes. Uma delas é a Porta Santa, que só é aberta durante os Jubileus (a cada 25 anos). A tradição católica diz que ela é Sagrada, que quem passa por ela tem seus pecados perdoados.

Vale dizer que, em 2015, durante uma abertura da Porta Santa, foi encontrado um cofre com documentos e chaves escondido atrás da parede. O que será que havia dentro? Mistério!

7. Inscrições exaltando São Pedro

O interior da Basílica de São Pedro é repleta de vários adornos e status criados por artistas renomados. Todo esse grande acervo está espalhado pelas mais diversas aulas, como as 11 capelas decoradas por mestres renascentistas e os 25 altares – Sendo o mais sagrado o altar papal localizado sobre o túmulo de São Pedro, o primeiro bispo da Igreja Católica. Dentre esse conjunto Vale destacar novamente o baldaquino em bronze de Bernini, simbolizando poder; e a famosa escultura Pietà de Michelangelo (com a Virgem Maria segurando o corpo de Jesus morto).

Basílica de São Pedro
Imagem de Volker Glätsch por Pixabay

Para os devotos de Pedro, é impossível não ficar emocionado com a famosa estátua de bronze do Santo, atribuída a Arnolfo de Câmbio. E até mesmo pelas inscrições espalhadas pela nave Central que exaltam São Pedro e a fé cristã, além de 39 estátuas de figuras religiosas esculpidas nas pilastras.

Basílica de São Pedro
Imagem de timmz por Pixabay

8. “GPS” do século XVI

O piso da nave central da basílica tem um disco de pórfiro vermelho (a Rota Porphyretica), que marca o local onde Carlos Magno se ajoelhou durante sua coroação em 800 d.C.

9. Cemitério secreto

Como citamos anteriormente, toda a estrutura da Basílica de São Pedro no Vaticano foi erguida sobre o local onde se acredita estar o túmulo de São Pedro. Mas sob a construção existe, na verdade, uma necrópole gigantesca onde estão enterrados vários papas e figuras históricas. E mais recentemente, escavações de arqueólogos  revelaram que esse cemitério também acabou sendo construído sobre uma área de sepultamento romano, que hoje pode ser parcialmente visitada pelo público.

Basílica de São Pedro
Imagem reproduzida de E aí, Férias

10. Truque de perspectiva

Em frente à Basílica de São Pedro está a praça (elíptica) de São Pedro, projetada por Bernini. A mesma pode acomodar cerca de 300 mil pessoas – pensada para receber eventos papais -, tem 320 m de comprimento, 240 m de largura e 284 colunas. Ela é marcada por um conjunto de 140 status de Santos criando uma fronteira monumental e simbólica para os fieis e visitantes. O interessante é que, se você observar, as fileiras colunas estão dispostas de forma que, de um certo ângulo, todas parecem alinhadas.

Basílica de São Pedro
Imagem de Giambattista Nolli em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_S%C3%A3o_Pedro#/media/Ficheiro:Giovanni_Battista_Nolli-Nuova_Pianta_di_Roma_(1748)_01-12_cropped.jpg
Basílica de São Pedro
Imagem de Aliona & Pasha em Pexels

Considerações finais sobre a Basílica de São Pedro

Podemos concluir que a Basílica de São Pedro, no Vaticano, é um símbolo de renascimento e de fé. Ao mesmo tempo, ela fornece um grande legado de engenharia. Cada detalhe de sua arquitetura revela um capítulo da história da humanidade e da arte. Por isso é que conhecer essas curiosidades é como mergulhar em um universo de inovação, espiritualidade e beleza atemporal. Tudo foi pensado para resistir ao tempo. E agora, passado mais de 400 anos, nos perguntamos quanto tempo mais essa edificação vai desafiar a gravidade e inspirar o mundo.

Veja Também: Arquitetura religiosa: as 10 maiores igrejas do mundo


Fontes: Wikipédia, Engineering Rome, ST. Peters Basílica.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

O Brasil é um país de dimensões continentais, e muitos se questionam por que ele não investe mais em sua malha ferroviária. Fato é que nosso país depende hoje demais do transporte rodoviário, sendo constantemente desafiado a reduzir suas emissões de dióxido de carbono, que é o gás mais causador do efeito estufa. Já que nossa nação vem sofrendo demais com as mudanças climáticas, é natural que a engenharia brasileira se preocupe em buscar soluções capazes de capturar o CO2 emitido por grandes veículos como os caminhões.

Pensando nisso, cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais desenvolveram um material especial que possui grande potencial de ajudar a transformar um dos setores mais poluentes da economia e ser um grande aliado da sustentabilidade. Confira mais detalhes no artigo a seguir, do Engenharia 360!

emissão dióxido de carbono caminhões
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

A emergência climática e o papel dos transportes

Antes de nos aprofundarmos sobre as principais qualidades dessa inovação proposta pelos pesquisadores da UFMG, precisamos entender por que o dióxido de carbono é um dos maiores vilões ambientais da atualidade. Pois bem, esse gás é constantemente emitido pela queima de combustíveis fósseis como o diesel, o carvão e o gás natural, contribuindo para o aumento das temperaturas no planeta Terra.

Como consequência, temos visto o aumento das secas, enchentes, elevação dos oceanos e derretimento das calotas polares. Estes são sinais alarmantes de que precisamos passar por uma transformação radical em nossos modelos de produção e consumo!

Em 2023, o Brasil foi responsável pela emissão de 2,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa (GEE). E caso você não saiba, os caminhões – especialmente a diesel – respondem pela maior parcela dessas emissões, ficando para trás apenas da agropecuária e do saneamento básico. Então, faz todo sentido que muitos cientistas se dediquem a encontrar soluções inovadoras e eficientes para resolver essa questão, como tecnologias de captura de CO2 ou mesmo receitas de combustíveis mais limpos e renováveis, com foco em mitigar os impactos negativos do transporte rodoviário.

emissão dióxido de carbono caminhões
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

A tecnologia desenvolvida pelos cientistas da UFMG

Durante duas décadas, os cientistas da UFMG trabalharam para desenvolver e aprimorar um projeto de material tão poderoso capaz de capturar CO2 diretamente na fonte, ou seja, na descarga dos veículos. A pesquisa liderada pelo professor Jadson Cláudio Belchior, do departamento de química da universidade, esteve focada no combate à poluição causada pelo tráfego. A ideia era que, à medida que o veículo circula, o CO2 liberado pela queima do diesel possa ser capturado pelas semiesferas, evitando que seja lançado na atmosfera.

O material então criado é composto por essas semiesferas que são feitas de cerâmica (1 cm de diâmetro) com componentes químicos específicos, lembrando muito um isopor. Ele é inserido em um acoplamento de reator ao escapamento do caminhão. E é aí que a mágica acontece!

emissão dióxido de carbono caminhões
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Nos testes mais recentes, realizados em outubro de 2023, a tecnologia conseguiu absorver até 17,2% do CO2 emitido por um caminhão circulando em área urbana e 7,7% ao longo de um percurso rodoviário de 170 km. Esses resultados promissores indicam o potencial de inovação para reduzir significativamente as emissões de GEE no setor de transportes.

O funcionamento da captura de CO2 nos caminhões

Vamos explicar mais detalhadamente esse processo para que você entenda como a tecnologia da UFMG tem potencial de facilitar a absorção de CO2. Pois bem, como explicamos anteriormente, todo o segredo está na composição química das semiesferas utilizadas para interagir com dióxido de carbono em temperaturas relativamente baixas. O reator onde elas são armazenadas fica conectado ao escapamento do veículo para garantir que todos os gases de combustão passem pelo material. Enfim, todos os componentes elementos são retidos e os demais são liberados na atmosfera.

O potencial de reaproveitamento do CO2

É claro que a tecnologia recém-desenvolvida apresenta uma série de benefícios e impactos positivos para o meio ambiente, a economia e a sociedade. Se conseguirmos diminuir as emissões de CO2 no trânsito, estaremos contribuindo para o combate às mudanças climáticas e a melhoria da qualidade do ar. Essa inovação deve contribuir para a sustentabilidade no setor de transportes. Sem contar que a redução de emissões de gases tóxicos na atmosfera contribui para a melhora da saúde pública.

O governo brasileiro deve enxergar essa alternativa tecnológica como uma possível geradora de novas oportunidades de negócios e empregos, fortalecendo a competitividade da nossa indústria e atraindo investimentos para diferentes setores. Vale destacar que esse avanço na área de Engenharia e Ciência dos Materiais pode ser aplicado em outras áreas do mercado, como a captura de CO2 para a fabricação de bebidas, alimentos e combustíveis sintéticos.

Dá para fazer o reaproveitamento do dióxido de carbono, transformando uma dispersão poluente em um recurso valioso e fomentando a economia circular. O que acha?

O caminho para um futuro sustentável

Sem dúvidas, a tecnologia desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais representa um passo importante que o Brasil pode dar na direção de um futuro mais sustentável. Mas até que isso favoreça o setor de transportes, será preciso muito investimento em pesquisa e desenvolvimento, com apoio de empresas, governos e da sociedade em geral.

Os cientistas ainda precisam otimizar melhor a composição química do material com as semiesferas e entender as condições de operação do reator; além disso, diminuir custos de produção e desenvolver um modelo para a produção em larga escala.

emissão dióxido de carbono caminhões
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Neste momento, uma das apostas para aumentar a eficiência da coleta é incluir um eletromecânico que resfria os gases emitidos pelo caminhão, permitindo uma captura ainda maior de CO2. Inicialmente, o material só funcionava em temperaturas de 600ºC. Com o aprimoramento da composição química, esse número caiu para 300ºC e, mais recentemente, para 100ºC.

Os cientistas da UFMG trabalham em paralelo para desenvolver novos projetos de veículos elétricos, biocombustíveis, células de combustível e muito mais. A combinação dessas e outras soluções, aliada a políticas públicas ambiciosas e um compromisso global com a sustentabilidade, pode nos conduzir a um futuro mais amigo do meio ambiente.

Veja Também: CO2 pode virar combustíveis sustentáveis e ajudar o planeta


Fontes: G1, Extra.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Localizada na famosa Billionaire’s Row em Manhattan, Nova York, a Steinway Tower (111 West 57th Street) é reconhecida como o arranha-céu mais fino do mundo. Este empreendimento imobiliário de ultra luxo, fruto da visão do JDS Development Group e do Property Markets Group, com design arquitetônico original da SHoP Architects e interiores sofisticados do Studio Sofield, representa um marco na história da arquitetura de arranha-céus.

Pode-se dizer que, a demanda contínua por propriedades exclusivas em Nova York encontra na Steinway Tower uma expressão máxima, oferecendo uma combinação única de design inovador, localização privilegiada e amenidades que elevam o conceito de moradia de alto padrão. Confira mais curiosidades sobre essa obra-prima da arquitetura e engenharia contemporânea no artigo a seguir, do Engenharia 360!

1. Proporção da torre

A Steinway Tower é o edifício com a maior relação altura-largura já construída, com uma proporção de 24 metros de altura para cada metro de largura. Essa característica a torna um verdadeiro “arranha-céu lápis“, extremamente esguio e elegante, um desafio para a estabilidade estrutural e o conforto dos moradores.

Steinway Tower - 111 West 57th Street
Imagem de Percival Kestreltail em Wikipédia –
httpsen.wikipedia.orgwikiFile111_West_57th_Street_from_Top_of_the_Rock.jpg
Steinway Tower - 111 West 57th Street
Imagem reproduzida de Parametric Architecture

2. Altura e estrutura

Com 435 metros de altura e 91 andares, a Steinway Tower é um dos edifícios mais altos do hemisfério ocidental, superando até mesmo o famoso 432 Park Avenue, que tem 432 metros. A torre abriga 46 residências de luxo, incluindo apartamentos duplex e um luxuoso penthouse quadriplex no topo, que se estende por quatro andares e custa cerca de R$ 640 milhões (dados de 2025).

Steinway Tower - 111 West 57th Street
Imagem reproduzida de The National

3. Integração com o patrimônio

A torre foi construída sobre o histórico Steinway Hall, um edifício de 96 anos que abrigava a famosa empresa de pianos Steinway & Sons. O projeto preservou a fachada de pedra calcária e os detalhes ornamentais originais, integrando o antigo com o novo de forma harmoniosa, respeitando o patrimônio arquitetônico local.

4. Revestimento de fachada

A fachada da Steinway Tower é revestida com blocos de terracota que mudam de cor e textura conforme a luz do dia, criando um efeito visual dinâmico. Além disso, pilastras de bronze decoram a fachada, remetendo ao estilo Art Déco e aos arranha-céus clássicos de Nova York, como o Empire State Building.

5. Tecnologia para estabilidade

Para garantir a estabilidade de um edifício tão fino, foram instaladas duas enormes paredes de cisalhamento (shear walls) nas fachadas leste e oeste, que conferem rigidez estrutural. Além disso, um sistema de amortecimento de massa sintonizada (tuned mass damper) no topo reduz o balanço causado pelos ventos, proporcionando conforto aos moradores.

Steinway Tower - 111 West 57th Street
Imagem reproduzida de Chantiers Magazine

6. Arquitetura de luxo

O penthouse quadriplex no topo da torre oferece vistas panorâmicas de 360 graus de Nova York, incluindo o Central Park. O apartamento possui cinco quartos, seis banheiros, duas varandas amplas, janelas do chão ao teto, decoração com obras originais de Picasso e Matisse, além de uma piscina exclusiva de 25 metros.

7. Inspiração de design

Os interiores da Steinway Tower foram projetados para remeter à grandiosidade da Era Dourada da cidade, no final do século XIX, quando mansões imponentes dominavam as avenidas. Materiais nobres como mármore, pedra calcária, aço escurecido e veludo foram usados para criar um ambiente sofisticado e elegante.

8. Localização estratégica

A torre está situada na 57th Street, conhecida como Billionaire’s Row, uma área famosa por concentrar os edifícios residenciais mais luxuosos e caros do mundo. A localização privilegiada oferece vistas simétricas para o Central Park e para os bairros Upper East Side e Upper West Side.

Steinway Tower - 111 West 57th Street
Imagem de Morgan D Wright em Wikipédia – httpsen.wikipedia.orgwikiFileNYC2023Sept1.jpg

9. Desafios da construção

A construção da Steinway Tower exigiu quase 40 mil metros cúbicos de concreto e o uso de técnicas inovadoras para lidar com os desafios de um edifício tão esguio. A torre foi posicionada estrategicamente para preservar a visibilidade do edifício histórico original e criar um átrio aberto que valoriza o contexto urbano.

10. Impacto na indústria

A Steinway Tower representa uma tendência crescente em cidades como Nova York e Hong Kong, onde arranha-céus finos, também chamados de “torres lápis”, são símbolos de inovação arquitetônica e engenharia avançada. Apesar do alto custo e exclusividade, esses edifícios abrem caminho para novas soluções em design urbano e habitação vertical.

Steinway Tower - 111 West 57th Street
Imagem de SHoP Architects reproduzida via Parametric Architecture

Considerações finais

A Steinway Tower é muito mais que um prédio alto e fino: é uma obra que une história, luxo, engenharia e design em um projeto único no mundo. Sua proporção extrema, a integração com o patrimônio histórico, o uso de materiais nobres e tecnologias avançadas fazem dela um marco da arquitetura contemporânea e um símbolo da inovação em construção civil.

Veja Também: Conheça algumas das casas mais estreitas do mundo


Fontes: O Globo, CNN, Parametric Architecture, Architizer.

Imagem de capa: de Kidfly182 em Wikipédia – httpscommons.wikimedia.orgwikiFile111_West_57th_Street.jpg

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Os cientistas já desenvolveram uma tecnologia que pode transformar o futuro do uso da terra no Brasil, sabia disso? Imagine o poder identificar, com 95% de precisão e em tempo real, uma área inteira de vegetação, seja florestal ou de agricultura. Depois poder utilizar esses dados para prever colheitas ou realizar a preservação do meio ambiente com bastante planejamento. Isso seria possível através da inteligência geográfica, uma metodologia desenvolvida por meio de um estudo inovador da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Tupã.

No artigo a seguir, do Engenharia 360, vamos explorar como essa tecnologia Pode beneficiar estratégias para o agronegócio e o meio ambiente. Confira!

O que é inteligência geográfica e como ela funciona

A inteligência geográfica ou inteligência geoespacial é uma tecnologia que se baseia no uso de ferramentas como sensoriamento remoto, sistemas de informação geográfica (SIG), imagens de satélite, algoritmos de Inteligência Artificial, aprendizado de máquina e análise de dados espaciais para entender e gerenciar um território. Com tudo isso, pode-se obter em sites específicos sobre o uso da terra, recursos naturais, mudanças climáticas e muito mais.

No contexto da agricultura seria possível monitorar com mais precisão as plantações, identificar áreas de desmatamento, prever safras e melhorar o uso de insumos, tudo com o objetivo de aumentar a produtividade e reduzir o impacto ambiental.

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Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Técnica da Geobia

Vale destacar que os cientistas da Unesp utilizaram em seus estudos a técnica da geobia (Geographic Object-Based Image Analysis), que agrupa pixels semelhantes em “geo-objetos” que compartilham características como forma, cor, textura, refletividade e comportamento ao longo do tempo. Aliás, é isso que permite a interpretação mais próxima da realidade, já que reduz drasticamente os erros nas bordas entre diferentes tipos de cobertura de solo, como pastagem e floresta.

Um dos grandes diferenciais desse trabalho é o uso da arquitetura de cubos de dados, popularizada pelo projeto Brasil Data Club, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A saber, os cubos de dados permitem organizar grandes volumes de informações geoespaciais – latitude, longitude e tempo – em três dimensões. Isso facilita o acompanhamento contínuo de áreas ao longo de uma safra, ano ou década.

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Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Aplicações e benefícios da metodologia desenvolvida pela Unesp

Uma nova metodologia desenvolvida pela Unesp tem diversas aplicações práticas. Ela pode ser utilizada para:

  • Mapeamento preciso do uso da terra: Uma metodologia permite delimitar com precisão áreas de floresta amazônica, florestas de Cerrado, pastagens e culturas agrícolas em sistema de cultivo duplo.
  • Estimativa de área e produtividade: A abordagem consegue identificar os alvos de forma aderente, o que possibilita estimar a área de cultivo ainda dentro de uma mesma safra, favorecendo estimativas de produtividade.
  • Planejamento territorial: A metodologia fornece subsídios para ações de planejamento territorial e tudo o que trata do uso e da cobertura da terra para tomada de decisão.
  • Monitoramento ambiental: Uma metodologia permite analisar perturbações em florestas e outros tipos de vegetação natural, identificando desmatamento e manipulação de forma mais rápida.

O uso da inteligência geográfica na agricultura brasileira

Atualmente, o Brasil trabalha para reduzir sua dependência de plataformas estrangeiras e fortalecer sua soberania sobre o território, melhorando sua capacidade de planejamento estratégico em larga escala. Para isso, sabe-se que é preciso dominar e aplicar mais métodos avançados de análise territorial com base em dados próprios. Neste contexto, podemos contar com soluções de inteligência geográfica como alternativas confiáveis e acessíveis a órgãos públicos, universidades e empresas do setor agrícola, permitindo a democratização do acesso à informação geoespacial de alta qualidade.

Como bem podemos entender ao longo deste texto, a aplicação de tecnologias geoespaciais na agricultura pode aumentar a eficiência da produção, reduzir custos e minimizar o impacto ambiental. Com uso de imagens de satélite e drones, é possível acompanhar o desenvolvimento das culturas, identificar áreas com problemas de fiscalização ou infestação de regras e tomar medidas corretivas de forma rápida e eficiente. A inteligência geográfica deve ajudar a identificar áreas com maior potencial agrícola, definir quais culturas são mais adequadas para cada região e como usar melhor os recursos naturais.

O caso de Mato Grosso

O estudo da Unesp foi realizado com dados do estado Mato Grosso, líder na produção de grãos do Brasil, e que também abriga parte da Amazônia, Cerrado e Pantanal. As informações coletadas na safra de 2016/2017 ajudaram os pesquisadores a classificar com precisão áreas cultivadas com soja, milho, algodão, milheto, girassol, cana-de-açúcar, e mais. Aliás, com a abordagem da Geobia, foi possível detectar até mesmo práticas de cultivo duplo e variações de uso da terra ao longo do ano. A taxa de acerto no mapeamento foi de 95%.

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Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

O futuro da agricultura com a inteligência geográfica

Acredita-se que o futuro da agricultura com viés sustentável será baseado na inteligência geográfica. Isso porque o setor precisa enfrentar o desafio de equilibrar a produção com a conservação ambiental. Diante desse cenário, ferramentas como essa devem ganhar protagonismo, ajudando a melhorar o rendimento nas lavouras e também oferecendo uma nova perspectiva sobre como conhecer, monitorar e proteger o território. E pensando que o Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do planeta, devemos considerar a utilização da ciência de dados em inovação como base para uma estratégia de desenvolvimento.

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Imagem meramente ilustrativa gerada por ChatGPT

Assim sendo, espera-se que nos próximos anos a inteligência artificial e o aprendizado de máquina desempenham um papel cada vez mais importante na análise de dados geoespaciais. Certamente a popularização de tecnologias como sensores e drones deve acelerar o processo. Os cientistas trabalham agora nessa nova metodologia para que ela possa ser replicada com dados de outros satélites, ampliando sua aplicação para diferentes biomas e regiões do Brasil. Logo todos nós poderemos acompanhar em tempo real e ajudar na fiscalização ambiental de florestas como a Amazônia. Não é demais?!

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Fontes: MundoGEO, Gazeta de São Paulo.

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