A ciência dos dados está presente por todos os lados, inclusive nos esportes. Vários pesquisadores e entusiastas já usam análise de dados de esportes como o baseball (ou beisebol, em português). No universo do futebol, quem está provando que ela pode ser uma grande ferramenta é o Liverpool.
O Liverpool é um time da cidade de mesmo nome no Noroeste da Inglaterra que possui um grande histórico de vitórias no cenário do futebol inglês. O apelido do time é “The Reds” devido à sua cor vermelha. Mesmo com toda essa fama e muito sucesso recentemente, o time apelou para a ciência dos dados e os resultados se mostraram ainda melhores.
No ano passado, o Liverpool ganhou a Champions League. Só nesta temporada, foram cerca de 7 gols a menos que qualquer outro time da Premier League. Além dos bons jogadores, isso é fruto da maior capacidade de controle do campo proporcionada pela ciência dos dados.
Ian Graham é o diretor da divisão de pesquisa do clube que, formado pela Universidade de Cambrigde, tem nada menos que um doutorado em física teórica e avalia os jogadores e as tendências esportivas por meio de números. Ao fazer as análises, a equipe pode entender como cada ação em campo afeta a probabilidade de marcar o gol.
Como tudo começou no Liverpool
A história do Liverpool com os dados começou mesmo em 2015, quando o técnico Jürgenb Klopp foi contratado pelo clube. Graham mostrou a Klopp como ter uma visão das estatísticas sobre uma série de dados do Borussia Dortmund, que até o momento era treinado pelo próprio Klopp.
Foram esses dados que fizeram com que Klopp fosse contratado: o Liverpool percebeu que era aquele estilo de futebol que eles queriam para o time. Além disso, os jogadores são contratados do mesmo jeito: avaliando-se uma base de dados.
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Um exemplo é o de Mohamed Salah, que teve sucesso em um time italiano, mas não foi tão bem no Chelsea, da Inglaterra. Graham afirma que os números diziam o contrário sobre o insucesso no time inglês e a proposta foi feita em 2017. O resultado foi que o jogador terminou a temporada com 32 gols, batendo recordes do campeonato.
Outros números também são usados para análise: a posse de bola, o número de passes corretos e errados, a velocidade de reação mediante uma situação e outros. Levar isso aos jogadores exige um pouco mais de tática e é a missão de Klopp, que incorpora a ciência dos dados em sua tomada de decisão de alto nível.
Um dos exemplos é o fato de que Graham mostrou a Klopp que o lado direito do ataque do time fazia mais gols com cruzamentos na área, permitindo que o técnico agisse sobre a questão. É claro que os jogadores têm grande peso no sucesso do time, mas o uso de tecnologia e de ciência dos dados mostrou ser uma grande ferramenta aliada nesse jogo.
No Brasil, onde o futebol é uma paixão nacional, é certo que a análise de dados, se fosse bem utilizada, seria um recurso valioso para os times. Basta ter a perspicácia de saber aplicá-la da forma correta.
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Referências: Liverpool; Interesting Engineering; NY Times.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.