Engenharia 360

Entenda como a mudança na faixa de 6 GHz pode transformar conexão de Internet para sempre

Engenharia 360
por Redação 360
| 29/01/2025 4 min
Imagem de rawpixel.com em Freepik

Entenda como a mudança na faixa de 6 GHz pode transformar conexão de Internet para sempre

por Redação 360 | 29/01/2025
Imagem de rawpixel.com em Freepik
Engenharia 360

Recentemente, a Agência Nacional de Telecomunicações do Brasil (Anatel) declarou que passará a dividir em 2026 a faixa de 6 GHz entre o Wi-Fi e a telefonia móvel, o que gerou muitas reações, sobretudo de provedores de Internet. Mesmo que você não entenda nada de Telecomunicações, precisa estar atento a essa notícia. Isso porque tal medida deve afetar diretamente seu acesso à Internet ou qualquer plano de inclusão digital em nosso país.

faixa de 6 GHz
Imagem divulgação Anatel via O Globo

Neste artigo do Engenharia 360, vamos explorar os detalhes dessa mudança, as reações de diferentes envolvidos e o impacto esperado. Confira!

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

O que significa "faixa de 6 GHz"?

Faixa de 6 GHz refere-se a um espectro radioelétrico. Desde 2020 ela é utilizada aqui, no Brasil, exclusivamente para redes Wi-Fi. Basicamente esse modelo se tornou pilar da conectividade sem fio no país, permitindo que em residências e empresas a transmissão de dados seja mais rápida e eficiente. Inclusive, isso tem sido crucial para a implementação por aqui de tecnologias emergentes, como Wi-Fi 6E e Wi-Fi 7. Então, para acessá-la, bastava usar equipamentos compatíveis, sem a necessidade de licenciamento.

Vale destacar que, até agora, esse espectro era base para os planos de expansão de conexões de Internet das operadoras no Brasil, especialmente em áreas com pouca infraestrutura de rede fixa.

faixa de 6 GHz
Imagem reproduzida de Ezurio

Veja Também: Nova frequência de Wi-fi de 6 GHz é anunciada nos EUA

Qual a decisão controversa da Anatel?

Em dezembro de 2024, a Anatel começou a anunciar essa divisão da faixa de 6 GHz. Segundo o órgão, 60% dessa rede será destinada para uso de telefonia móveis. Qual o motivo? Bem, no discurso, diz-se que os provedores de Internet no Brasil não vêm investindo adequadamente nessa faixa - pelo menos não o suficiente para justificar seu uso exclusivo.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Logo os especialistas começaram a manifestar suas opiniões. A decisão foi amplamente criticada pelas entidades do setor, como a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint). Todos argumentam que a medida será um retrocesso na inclusão digital no país. Muitos até preveem uma completa mudança no mercado de Wi-Fi, com operadoras que adquiriram concessão de uso da faixa indo para leilão - será que podemos prever um cenário de mais monopólio no setor?

faixa de 6 GHz
Imagem de Freepik

Quais as consequências para os usuários de provedores?

O que está em jogo são os preços dos planos de Internet!

Se você acessa sinal de Wi-Fi fornecido por uma operadora que usa espectro 6 GHz, pode ser que fique sem o serviço até 2026. As empresas que serão mais atingidas serão aquelas de menor capital. Certamente as operadoras móveis levarão mais vantagem em relação a outros serviços oferecidos. E, finalmente, veremos um retrocesso maior no acesso à Internet na população de baixa renda e pequenas empresas que depende desse tipo de rede.

A saber, segundo a Abrint, a rede sem fio representa quase 90% do tráfego de Internet no país e é o meio mais utilizado por escolas e pela população mais pobre.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

faixa de 6 GHz
Imagem de Freepik

Qual pode ser o futuro do Wi-Fi no Brasil?

A crise em torno da faixa 6 GHz no Brasil está apenas começando. Infelizmente, essas decisões que estão sendo tomadas agora devem afetar a vida dos brasileiros por muitos anos - impactando até no setor político. Nosso país segue o "mau exemplo" da China e de países membros da União Europeia, que defendem o modelo híbrido, que mescla o uso da faixa entre Wi-Fi e telefonia móvel. Mas já existe um movimento contra, tentando barrar na justiça essas medidas da Anatel.

A Abrint entrou com um recurso para tentar anular a decisão, argumentando que a mudança prejudica a inclusão digital e não leva em consideração o impacto regulatório e as alternativas de convivência entre Wi-Fi e telefonia móvel. Além disso, a entidade destaca que a decisão foi tomada sem uma análise completa dos impactos econômicos e sociais da medida, como exige a Lei nº 13.848/2019. Ou seja, falta transparência no processo!

Outras entidades também estão se juntando à Abrint na causa. Eles pedem uma discussão mais ampla entre todos os envolvidos, incluindo a população; e exigem uma Análise de Impacto Regulatório (AIR).


Fontes: TecMundo, MSN, InforChannel.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Eduardo Mikail

Somos uma equipe de apaixonados por inovação, liderada pelo engenheiro Eduardo Mikail, e com “DNA” na Engenharia. Nosso objetivo é mostrar ao mundo a presença e beleza das engenharias em nossas vidas e toda transformação que podem promover na sociedade.

LEIA O PRÓXIMO ARTIGO

Continue lendo