Aprendemos na escola que as plantas usam a energia do sol como parte do seu alimento. Imagine se pudéssemos realizar algo assim, 'viver de luz'. Parece até história de filme de ficção, mas saiba que a ciência está mais próxima dessa realidade do que imaginamos. Por exemplo, recentemente pesquisadores da Universidade de Tóquio, no Japão, conseguiram criar células animais que podem fazer fotossíntese. Certamente este é um feito inédito no campo da biotecnologia!
Pensando como engenheiros, podemos considerar avanços no desenvolvimento de órgãos artificiais mais eficientes e até mesmo de carne cultivada em laboratório - o que você acha? O que será que significaria, na prática, ter células de animais alimentadas pela luz solar? Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para entender como essa descoberta pode impactar as futuras gerações!
Entendendo o processo de fotossíntese nas plantas
Será que a fotossíntese é mesmo um processo exclusivo das plantas e das algas? Bem, tradicionalmente sim! Até agora só esses seres vivos conseguem, de forma natural, converter energia solar em energia química. Para eles, esse processo é vital para a produção de oxigênio (o que ocorre a partir de dióxido de carbono e água) e base para a sua cadeia alimentar.
A ciência explica que tal capacidade só é possível graças a cloroplastos - ou organelas encontradas nas células desses seres. O interessante é que, em estudos recentes, foi revelado que talvez seja possível transferir isso para células animais.
O experimento inovador condizido
No estudo revolucionário conduzido no Japão, foram combinados cloroplastos de algas vermelhas (Cyanidioschyzon merolae) - conhecidas por sua resistência em ambientes externos, como fontes termais - com células de hamsters cultivadas em laboratório, criando o que os cientistas chamaram de "planimais". Basicamente a ideia era observar se essa combinação iria "sobreviver" e se ela conseguiria realizar fotossíntese, o que se confirmou em apenas dois dias.
Segundo o líder dos experimentos, o professor Sachihiro Matsunaga, a equipe acreditava mesmo é que os cloroplastos iriam ser "engolidos" pelas células animais. Por isso, o resultado - divulgado na revista científica Proceedings of the Japan Academy - surpreendeu a todos!
As células de hamster, assim que tratadas com cloroplastos, funcionam com eficiência suficiente para gerar energia e apresentando um crescimento celular acelerado, indicando possivelmente que os cloroplastos estão fornecendo uma fonte adicional de energia, semelhante à que as plantas obtêm da luz solar.
Implicações da descoberta para a Engenharia de Tecidos
Atualmente, mamíferos como nós, seres humanos, dependem da alimentação para gerar energia e sobreviver. Em laboratório, todas as células cultivadas hoje, quando sofrem com a falta de oxigênio (hipóxia), apresentam limitação de crescimento de tecidos. Então, o que os especialistas dizem é que, com a inserção de cloroplastos, talves essas células possam gerar energia através da luz, se multiplicando com mais eficiência.
Resumindo, a pesquisa sobre células fotossintéticas pode mudar a história da Engenharia de Tecidos, inclusive em setores como produção de carne artificial e peles sintéticas, além de testes para o desenvolvimento de medicamentos.
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O futuro dos "planimais" na biotecnologia
Os estudos preliminares sobre "planimais" revelaram resultados promissores. Mas a descoberta ainda deve superar desafios éticos e científicos. Será mesmo correto manipular geneticamente os organismos vivos para realizar funções que hoje são restritas a outros reinos biológicos?
Bem, independente disso, os pesquisadores precisam investigar mais profundamente os mecanismos envolvidos na combinação células hospedeiras e cloroplastos. Os interessados devem comprovar quais substâncias podem ser produzidas através da interação.
Ademais, será preciso entender como essa descoberta pode impactar a medicina e até a criação de soluções mais sustentáveis para a produção de alimentos (via materiais biológicos, como tecidos e órgãos), sem contar biocombustíveis. Em princípio, o potencial é ilimitado! Porém, como se imagina, para se ter todas essas respostas, antes serão necessários mais testes.
Concluindo, o que os pesquisadores esperam é que, no futuro, essa nova tecnologia nos ajude na criação de sistemas biológicos mais eficientes. Pense bem, podemos estar diante de uma verdadeira revolução na forma como entendemos a interação entre organismos vegetais e animais! A criação de células capazes de realizar fotossíntese pode ser um divisor de águas na condução da nossa sociedade para um futuro mais sustentável e com menos emissão de carbono.
Fontes: CNN, Olhar Digital, Universidade de Tóquio.
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