A engenharia possui diversas ramificações específicas para todos os seguimentos possíveis. As indústrias, de maneira geral, têm seu funcionamento atrelado à capacidade da engenharia para operar.
Portanto, é entendido que a necessidade de engenheiros é unânime, independente da região. Principalmente, a necessidade de engenheiros capacitados para resolver os problemas da vida real.
Existem inúmeros engenheiros no mercado nacional e, também, existem vagas na indústria que - apesar da oferta, muitas vezes demoram para ser preenchidas. Um dos motivos para isso é que existem funções que requerem habilidades específicas e/ou relativamente novas na abordagem de mercado. Isso não necessariamente quer dizer que não temos engenheiros capacitados, mas que a realidade da indústria e do mercado está mudando, e pode haver lacunas nas grades curriculares acadêmicas.
Essas habilidades específicas (novas ou não) estão relacionadas a áreas promissoras do mercado mundial. Para todas as engenharias, existe cada vez mais implementação de tecnologias e metodologias novas que impactam o cotidiano. Essas skills requeridas estão intimamente ligadas à proporção da evolução tecnológica. Atualmente, temos muitas tecnologias que eliminam processos ou facilitam as atividades cotidianas. Isto é algo inerente à persona do engenheiro, que é alguém que resolve problemas.
As novas habilidades necessárias
Existem várias pesquisas que indicam quais são as habilidades necessárias para o presente e futuro, no curto e médio prazo.
O relatório da McKinsey&Company, denominado Skill Shift - Automation and the future of the workforce (Mudanças de Habilidades - Automação e o futuro da força de trabalho, em tradução livre), nos dá um panorama de quais são as habilidades para o futuro do trabalho, especialmente as que estão ligadas à automação.
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O estudo apresenta que há um crescimento de demanda das capacidades de tecnologia da informação e sociais. As habilidades físicas e manuais, por outro lado, têm sua demanda diminuída.
Uma avaliação no mercado estadunidense demonstrou que habilidades de tecnologia da informação estão em alta, principalmente as competências de programação e de manuseio de equipamentos digitais.
Numa outra análise, em que a avaliação foi feita por setores da indústria, é possível ver que todos os setores avaliados (varejo; indústria de manufatura; saúde; energia e mineração; bancos e seguradoras), têm o crescimento das habilidades de tecnologia e sociais.
Em convergência com o estudo da McKinsey, temos o estudo do World Economic Forum, intitulado Jobs of Tomorrow (Trabalhos do Amanhã, em tradução livre). O relatório apresenta um direcionamento para conhecimentos de tecnologia da informação, automação, e capacidade analítica alta.
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Em divisões por áreas tecnológicas, é possível identificar áreas em foco para engenheiros de todas as áreas. Destacamos a seguir as áreas de dados e inteligência artificial, engenharia e computação em nuvem, economia verde e desenvolvimento de produto.
É possível verificarmos oportunidades para diversos engenheiros nessas áreas. Apenas nas áreas acima destacadas, já vemos oportunidades de engenheiros da computação, engenheiros de software, engenheiros de energia, engenheiros eletricistas, engenheiros de produção, engenheiros físicos, e outros.
Áreas promissoras
Um outro estudo nacional também aponta para a mesma direção da tecnologia da informação e da automação. Trata-se do Mapa do Trabalho Industrial 2019-2023 realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
A pesquisa apontou um aumento de 22,4% nas vagas relacionadas a processos robotizados, enquanto o crescimento para ocupações industriais foi de 8,5%.
Entre profissionais de nível superior, técnico e de qualificação profissional as áreas que terão maior demanda são a indústria metalmecânica (1,6 milhão), construção (1,3 milhão), logística e transporte (1,2 milhão), alimentos (754 mil), informática (528 mil), eletroeletrônica (405 mil), e energia e telecomunicações (359 mil). E ainda, 1,7 milhão de profissionais transversais, que são aqueles que trabalham em qualquer segmento, como profissionais de pesquisa e desenvolvimento, técnicos de controle da produção e outros.
Verificamos na pesquisa nacional que existe uma demanda de profissionais capacitados para áreas que englobam todas as engenharias, especialmente às que tangenciam à tecnologia da informação.
A indústria nacional demanda ainda, nessas áreas, profissionais transversais, com potencial para atuar em todos os setores. Aqui temos um grande leque para engenheiros de produção, engenheiros de inovação, engenheiros de software e engenheiros mecatrônicos, por exemplo. Isto, pois, estes profissionais conseguem atender a todas as indústrias, especialmente na estruturação de processos e operação.
Conclusões
Então, como podemos avaliar na projeção do final de 2019, as engenharias que estarão em alta terão potencial para o futuro no curto e médio prazo garantidas.
O ano de 2020 trouxe mudanças abruptas com a pandemia, está acontecendo num curto período de tempo transformações digitais nas indústrias e no mercado como um todo. A indústria 5.0 será realidade antes do que imaginávamos.
Todas as engenharias terão potencial de mercado, como vimos na pesquisa do Senai anteriormente citada. No entanto, é importante frisar que as oportunidades surgirão para os engenheiros que efetivamente podem sanar as necessidades do mercado com as ferramentas da engenharia. Os estudos mencionados demonstram uma ligação com o meio digital cada vez maior. E o domínio dessas habilidades é que abrirá as portas para os engenheiros.
O impacto da tecnologia da informação no mercado é inegável e está relacionado a todas as engenharias. A indústria precisará cada vez mais de profissionais capacitados, que dominem a tecnologia, para fazer a engenharia acontecer, como sempre foi.
Fonte: McKinsey & Company, World Economic Forum, CNI.
E aí, qual a sua engenharia? Qual área você acha que é a mais promissora? Conta para a gente aí nos comentários!
Comentários
Matheus Alves Martins
Engenheiro civil; formado pelo Centro Universitário da Grande Dourados; possui especialização em Gestão de Projetos; e é mestre em Ciência dos Materiais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; é entusiasta da gestão, da qualidade e da inovação na indústria da construção; fã de tecnologias e eterno estudante de Engenharia.