O Flatiron Building, localizado em Nova York, é um dos edifícios mais exóticos da engenharia. Foi inaugurado em 1902 e, naquela época, era considerado o arranha-céu mais alto do mundo, tendo 87m de altura ou 22 andares - comparando com o que se tem hoje na cidade parece pouco, pois só o One World Observatory está a 543 m de altura. Não se pode visitar os seus andares, já que são de escritórios particulares. Mesmo assim, esse é um ponto turístico bastante procurado.
Sabe o que chama atenção das pessoas com relação a esse prédio? O formato! Sua volumetria é pontuda, com uma planta triangular, destoando da malha aparente perfeita de Manhattan. Veja mais detalhes no artigo a seguir, do Engenharia 360!
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A história do Flatiron Building
A história do edifício Flatiron começa com Daniel H. Burnham, projetista “filho” do movimento da Escola de Chicago. Ele era muito famoso na época e, por isso, foi convidado para elaborar tal projeto - que infelizmente foi bastante ridicularizado pelos jornais, que o descreveram como “meramente fácil” ou “causador de problemas”. Curiosamente, em 1989,a construção foi nomeada como Marco Histórico Nacional. Hoje o patrimônio vale cerca de 190 milhões de dólares.
A saber, esse foi o primeiro arranha-céu mais alto de Nova York, o primeiro foi o Tower Building, com 11 andares. Mas ele foi demolido em 1913.
O que mudou nesse período? Com o incêndio de Chicago em 1871, começou uma revolução na engenharia novos materiais e técnicas passaram a ser explorados. Havia mais do que o desejo de embelezar as cidades, mas usar as estruturas como símbolo de poder dessa Nova Era Industrial e o que Burnham tentou fazer foi unir todos os conhecimentos (de design e engenharia) para criar o partido arquitetônico mais harmonioso para a cidade.
O formato resultante do sistema de grelha
No começo do século XX, as cidades americanas cresciam rapidamente. O sistema urbano tipo grelha era aplicado na sua forma mais elementar. Por um lado, isso ajudou a dar certa ordenação a ampla gama de soluções arquitetônicas que eram apresentadas para Nova York. Essa fria e determinada regularidade contrasta hoje com energia pulsante da cidade.
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Mas o que queremos destacar aqui neste texto é que, por conta até mesmo da geografia, chegou-se um ponto que essa regularidade não podia ser mais levada adiante. De repente, em meio a um padrão surgiram as irregularidades, uma ruptura que desafiou os urbanistas. Assim surgiu o Flatiron, que se manifesta no tecido de Nova York da forma mais conveniente possível, preenchendo um lote em forma de Cunha - o que justifica o seu nome.
O lado positivo é que o Flatiron Building quebra qualquer monotonia espacial provocada por essa ordenação em grelha (tabuleiro de xadrez).
A engenharia e construção do Flatiron
Infelizmente, não demorou para as pessoas começarem a admirar a arquitetura do Flatiron Building. Logo os residentes locais expressaram genuíno interesse pela obra, por sua estrutura moderna e aerodinâmica. Isso porque a estrutura criou uma espécie de túnel de vento acima das ruas onde está localizada.
Mas antes disso, a obra foi concebida com base no princípio da coluna grega clássica, com base, corpo e capitel. Essa divisão pode ser muito bem percebida pelo revestimento de fachada, entre tijolos pálidos e terracota. Mesmo sendo um projeto imobiliário especulativo, com intenção de locação - primeira tentativa dos construtores antes de investir no novo Business Center no norte de Wall Street -, não se poupou no requinte e qualidade escultura. A saber, o espaço interno foi planejado com 20 pequenos escritórios por andar, com portas comunicantes.
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Avanços na construção civil
Não poderíamos concluir este texto sem citar os avanços construtivos empregados no Flatiron. Até então as estruturas em aço eram moldadas em uma rede de caldeiras no canteiro de obras. Mas na obra de Burnham, o aço era pré-moldado. Todos os acessórios e rebites foram realizados utilizando ferramentas pneumáticas. Também se fez uso de tecnologia melhorada de britadeiras, capazes de aplicar 75% de rebites a mais por dia.
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Fontes: Wikipédia, Wikiarquitectura, Livro Lições de Arquitetura (Herman Hertzberger, 2ª ed. - São Paulo: Martins Fontes, 1999)
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.