O povo do Sul estava ansioso por esta notícia! A região de intensa atividade comercial e conexão com países vizinhos deve presenciar, em breve, a conclusão de uma engenharia monumental. O Contorno Viário da Grande Florianópolis é considerado a maior obra viária do Brasil em andamento. Foram investidos 600 milhões de reais para 50 quilômetros de extensão da estrada que liga os municípios de São José, Biguaçu, Palhoça e Governador Celso Ramos. Saiba mais sobre este exemplo de engenharia no texto a seguir, do Engenharia 360!
O objetivo da obra do Contorno Viário da Grande Florianópolis
O Contorno Viário da Grande Florianópolis foi pensado para desviar o tráfego pesado da BR-101, na região metropolitana da capital, aliviando o congestionamento. A obra começou em 2008 e já era para estar pronta desde 2012. Porém, só deve ser concluída em julho de 2024 - previsão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). E apesar de ser um avanço significativo na infraestrutura nacional, especialistas questionam o real impacto da construção.
Infelizmente, a BR-101 tem desempenhado um papel crucial no aumento dos congestionamentos em Florianópolis. Sendo assim, esse problema se tornou um desafio de engenharia urbana e de mobilidade. Passou a ser urgente o gerenciamento do tráfego interno e externo da cidade. É nessa ideia que se baseia o projeto para a maior obra viária do Brasil.
A construção da maior obra viária do Brasil
Para a construção da maior obra viária do Brasil, incluindo o Contorno Viário da Grande Florianópolis, foi preciso a desapropriação de 1179 áreas, além de outras ações geotécnicas e de licenciamento ambiental de grande magnitude. Mesmo ainda faltando cerca de 10% para ser concluído, esse trabalho de engenharia já é considerado um marco para o desenvolvimento regional.
Serão cinco pontes, seis trevos, dois viadutos, quatro túneis duplos, 20 passagens em desnível e 40 km de pavimentação. Com a nova rodovia, que deve ser operada a 100 km/h, integrando-se às rodovias estaduais SC 408 e SC 407.
A saber, esse megaempreendimento envolveu mais de 500 equipamentos e 3.000 funcionários, movimentando cerca de 9,5 milhões de metros cúbicos de terra. Uma unidade industrial foi estabelecida no canteiro, agilizando processos como beneficiamento de material pétreo, concretagem e produção de vigas.
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Os principais desafios desse projeto de engenharia
Apesar do alívio momentâneo que o Contorno Viário da Grande Florianópolis trará para o tráfego local, parece que, de acordo com especialistas, a demanda por mobilidade continuará a crescer. Aliás, tem gente até apostando que ela pode piorar o trânsito, pois irá direcionar mais veículos para a região central da cidade.
O secretário executivo da Câmara de Transporte e Logística da Fiesc ressalta que a solução para o congestionamento exige um planejamento integrado, incluindo melhorias no transporte público. E para evitar tais problemas, muitos engenheiros recomendam um sistema de transporte público integrado ao programa, incluindo a criação de corredores exclusivos para ônibus, a ampliação da oferta de linhas e horários, e a descentralização dos serviços, para reduzir a necessidade de deslocamentos entre a Ilha e o continente.
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As perspectivas para a engenharia de mobilidade sustentável
Tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo, ganha cada vez mais destaque a discussão sobre mobilidade sustentável. A engenharia precisa apresentar mais soluções inovadoras para configurações viárias. Para começar, novas estratégias para corredores exclusivos para incentivo do uso do transporte coletivo; novos designs de ônibus de transporte rápido (BRT); e ainda mais planos d einfraestrutura para transporte marítimo, explorando a viabilidade de balsas, ferry-boats e outros meios.
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Por hora, podemos nos inspirar em exemplos de projetos bem-sucedidos para melhora da mobilidade:
Curitiba (PR)
A capital paranaense tornou-se referência mundial ao implantar o BRT em 1970, com faixas exclusivas e cobrança antecipada nas estações-tubo.
Santos (SP)
A Balsa que liga Santos à Guarujá é a maior do mundo, proporcionando um transporte eficiente e reduzindo congestionamentos.
Medellín (Colômbia)
Medellín é exemplo de transporte público integrado, sustentável e eficiente, utilizando diferentes modais para melhorar a mobilidade.
Dunquerque (França)
A eliminação da tarifa de ônibus em Dunquerque impulsionou o transporte coletivo, reduzindo as emissões de carbono e incentivando o deslocamento na cidade.
À medida que a conclusão da maior obra viária do Brasil se aproxima, a expectativa é que essa construção deixe um legado positivo, impactando não apenas o tráfego, mas também a qualidade de vida dos cidadãos.
O futuro da engenharia de mobilidade no nosso país, enfim, poderá estar ligado à capacidade de inovar e adaptar-se às necessidades em constante evolução da sociedade.
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Fontes: Click Petróleo e Gás, G1, Nd+.
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Eduardo Mikail
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