As medidas de controle da pandemia de coronavírus não levam em conta apenas máscaras e ventiladores pulmonares. O distanciamento físico, inclusive dos profissionais de saúde, é um fator importante para evitar o espalhamento rápido do vírus. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) apresentaram um robô para delivery de medicamentos e comida a pacientes de hospitais.

Essa é mais uma iniciativa que mostra a importância de soluções tecnológicas, inclusive na área de saúde. E ao falar de soluções, falamos de engenharia.
Delivery de medicamentos e alimento
O robô delivery funciona com o objetivo de auxiliar a distribuição de remédios e alimentos aos pacientes de hospitais. O resultado disso vai além de diminuir a carga de trabalho, podendo também reduzir a exposição dos profissionais de saúde a pessoas contaminadas com coronavírus. No vídeo abaixo, é possível assistir o controle do robô.
Mas o robô não pode acabar sendo contaminado? Nesse caso, “os robôs podem ser facilmente higienizados, por meio de um banho químico nas partes externas que estão expostas à contaminação”, explica o professor Fernando Osório, do Centro de Pesquisa em Engenharia em Inteligência Artificial do ICMC.
Esse projeto foi desenvolvido por profissionais do Laboratório de Robótica Móvel do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, junto com a startup 3DSoft, fundada também por estudantes do ICMC.
Trajeto para delivery
O software mostra o trajeto que o robô delivery deve realizar em um ambiente hospitalar simulado, em que primeiramente há um mapeamento da área a ser assistida. A versão atual do robô conta com placas de Arduino e Raspberry para processar os algoritmos de controle dos motores. A equipe também utiliza algoritmos de percepção e inteligência artificial.
Em seguida, o robô já consegue se localizar na área mapeada.
De acordo com a estimativa da doutoranda Daniela Ridel, tendo todos os recursos à disposição, um protótipo funcional do robô de delivery poderia ser obtido em aproximadamente dois meses de trabalho. O custo unitário da versão atual foi de cerca de R$ 17 mil, considerando as peças utilizadas para a construção do chassi, os sensores e a carenagem.
Entretanto, é possível que haja economia de escala ao produzir mais unidades. Além disso, como o robô foi desenvolvido por profissionais da computação, existe a necessidade de entrar em contato com demais parceiros especializados em saúde, que possam ajudar a equipe.

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Fonte: Assessoria de comunicação do ICMC/USP.

Kamila Jessie
Engenheira ambiental e sanitarista, MSc. e atualmente doutoranda em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo. http://orcid.org/0000-0002-6881-4217