Nova York é considerada a cidade que nunca dorme; e é bom mesmo que seus cidadãos (os 8,5 milhões de habitantes) não durmam no ponto, pois eles precisam se atentar a um grave problema que a cidade enfrenta: o afundamento do solo. Exatamente! Sob seus arranha-céus imponentes e infraestrutura urbana robusta, a terra cede lentamente. E qual seria a razão por trás deste fenômeno? Haveria soluções para mitigar o problema? Descubra a seguir, neste artigo do Engenharia 360!
Quando Nova York começou a afundar?
Tudo começou com a urbanização em grande escala da ‘Big Apple’, no final do século XIX, marcada pela construção do Tower Building e o começo da era dos arranha-céus na cidade, em 1889. A saber, esse edifício de 11 andares foi o primeiro a utilizar uma estrutura de aço - um modelo de engenharia que permitiu obras cada vez mais altas e mais densas. E, desde então, Nova York só foi crescendo mais e mais, acumulando massa (de concreto, vidro e… aço, é claro), afundando 1 a 2 mm por ano.
O que acontece hoje nessa região dos Estados Unidos não é um caso isolado, mas um fenômeno cada vez mais comum, exacerbado pelas mudanças climáticas e o aumento do nível do mar. Todas as cidades costeiras ou não devem estar em alerta!
Por exemplo, Jacarta, na Indonésia, está afundando entre 2 a 5 cm por ano; e Tampa Bay, na Flórida, cerca de 6 mm anualmente. A Cidade do México tem perspectiva de ceder 50 cm por ano em algumas áreas por conta da extração excessiva de água subterrânea. E não podemos deixar de lembrar o caso de Maceió, cujo colapso de mina está provocando um desastre urbano de proporções preocupantes (leia aqui).
Mas, calma, não é toda Nova York que está afundando. Algumas partes repousam sobre leito rochoso firme. Contudo, regiões baixas, como o sul de Manhattan, sobre solos argilosos e preenchimento artificial (aterros), é que estão suscetíveis a ceder.
Quais as causas para o afundamento de Nova York?
1. Peso da infraestrutura
Segundo cálculos de pesquisadores do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) e da Universidade de Rhode Island, Nova York abriga cerca de 762 milhões de toneladas de materiais construídos. Parece que esse pedo todo gera uma pressão que contribui para o afundamento da cidade. É um processo sutil, mas cumulativo, com implicações severas para a cidade, já vulnerável pelo aumento do nível do mar.
A saber, os empreendimentos imobiliários na região central de Nova York só devem aumentar nas próximas décadas. Hoje, aproximadamente 1,3 milhão de pessoas vivem dentro ou adjacentes à planície de inundação da cidade; mas esse número deve chegar a 2,2 milhões até o final do século.
2. Mudanças climáticas
Por conta das mudanças climáticas, as inundações e tempestades na região de Nova York estão cada vez mais frequentes e severas, ameaçando infraestrutura e vidas. Claro que a expansão urbana acelerada reduz ainda mais a recuperação das áreas afetadas.
Quais as possíveis consequências do afundamento de Nova York?
O afundamento de Nova York pode ter consequências sociais e econômicas; a começar pelos danos à infraestrutura urbana e aumento das desigualdades sociais. Por outro lado, seu caso de superação pode servir de exemplo para outras cidades costeiras ao redor do mundo, incentivando que ajam rápido para evitar perdas catastróficas.
Governos, engenheiros e cientistas precisam trabalhar juntos para desenvolver soluções sustentáveis e resilientes.
Quais as soluções para mitigar o problema de Nova York?
- Construção sustentável: Priorizar edifícios sobre leitos rochosos sólidos e adotar práticas que minimizem o impacto ambiental na construção civil.
- Infraestrutura verde: Utilizar tanques de atenuação e soluções naturais, como lagoas e valas, para controlar águas pluviais e reduzir impactos de chuvas intensas.
- Infraestrutura de defesa contra inundações: Adotar barreiras marítimas, diques e sistemas de bombeamento, aliados a treinamentos de evacuação e alertas.
- Combate às mudanças climáticas: Contribuir para o plano global de redução das emissões de gases de efeito estufa para desacelerar o aumento do nível do mar e ganhar tempo para adaptação.
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Fontes: BBC, Superinteressante, Exame, Época Negócios.
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