O mundo busca hoje alternativas mais eficazes e ambientalmente amigáveis para suprir suas necessidades energéticas. Neste contexto, a economia do hidrogênio ganhou destaque como uma boa aposta para condução de diversos projetos de engenharia. Porém, essa própria economia entrou em queda nos últimos anos, colocando em xeque a viabilidade da continuidade do uso desse elemento.
Neste artigo do Engenharia 360, exploraremos as perspectivas para o futuro da economia do hidrogênio, analisando os desafios técnicos e financeiros, além das expectativas globais.
O estado atual da economia do hidrogênio
Antes de tudo, precisamos esclarecer que o hidrogênio pode ser produzido de diversas fontes, como por meio da eletrólise da água utilizando energia renovável - o que, aliás, beneficia demais a dependência do mundo de combustíveis fósseis, contribuindo para sua descarbonização. Por tudo isso e mais, a engenharia vê hoje o elemento com bons olhos, como um vetor energético, permitindo o armazenamento e transporte da energia gerada por fontes renováveis.
A questão é que a economia de hidrogênio não está passando por um bom momento. Por motivos técnicos ou financeiros, importantes projetos no setor conduzidos na Europa, Austrália e Estados Unidos foram cancelados ou estão paralisados. Por isso, nos últimos tempos, ações de empresas do setor chegaram a cair algo em torno de 30% a 50%, refletindo o descompasso entre as expectativas iniciais e a realidade atual. Mas por que tudo isso? Bem, pode haver explicações. Confira as ideias compartilhadas no video a seguir!
Desafios técnicos
Utilizar o hidrogênio pode ser mais complexo do que parece. Um dos principais desafios é superar o risco inerente de explosões, devido à alta inflamabilidade. Além disso, o armazenamento requer condições específicas, como alta pressão ou temperaturas extremamente baixas, o que complica a logística e eleva os custos. A degradação de materiais em contato com o hidrogênio é outro obstáculo. E para completar, a eficiência nos processos de produção também é uma preocupação.
Em verdade, atualmente, a eficiência realista da produção de hidrogênio é menor de 40%. Todo o processo depende de metais raros e altos custos operacionais. Por isso, fica difícil para o combustível competir com outras formas de energia renovável. Aliás, segundo especialistas, com a tecnologia que temos agora, e no ritmo em que a aprimoramos, nem mesmo parece possível atingir as metas estabelecidas para 2030. Por exemplo, a Europa esperava atingir 120 GW de capacidade instalada, e apenas 0,2 estão operacionais ainda.
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Imagina, precisamos construir pela frente muitas estações de abastecimento, redes de tubulação e instalações de armazenamento. Todos esses componentes demandam capital significativo!
As políticas públicas na promoção da economia do hidrogênio
Talvez possamos considerar que a exploração do hidrogênio em projetos de engenharia tenha sido acertada, mas acelerada - e até precipitada - por interesses políticos e industriais. Lembrando que boa parte do hidrogênio produzido e vendido no mercado é derivado de gás natural, ou seja, proveniente de empresas do setor de combustíveis fósseis. Teoria da conspiração? Talvez não! Alguns especialistas consideram que a ideia tenha sido mesmo manipulada para parecer atraente, sem considerar quaisquer limitações práticas e financeiras. O que você acha?
Quer saber das consequências? Na Austrália, a Origin Energy já retirou da reta o seu projeto de produção de hidrogênio verde devido aos altos custos envolvidos. Assim aconteceu também na Noruega, que alegou precisa aumentar investimentos em infraestrutura e transporte para exportação. E para finalizar, o Japão e a Coreia do Sul estão preferindo alternativas mais viáveis, como o amônio verde.
O futuro da economia do hidrogênio
Apesar dos pesares, a engenharia ainda crê no potencial do hidrogênio e seu papel na transição energética global, especialmente em setores difíceis, como o transporte marinho. Porém, como dissemos ao longo desse texto, existe necessidade de inovação tecnológica para reduzir os custos associados à produção e armazenamento do combustível - isso inclui muita pesquisa e o desenvolvimento de novos materiais e aprimoramento de métodos produtivos, além de subsídios e créditos fiscais.
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A colaboração internacional é essencial para o avanço da economia do hidrogênio! Será que um dia veremos um mundo onde conhecimentos, tecnologias e recursos sejam amplamente compartilhados? Para viabilizar novos projetos, é fundamental desenvolver um mercado robusto e sustentável, capaz de suprir a crescente demanda por hidrogênio. Mas diante das atuais tensões globais, esse modelo de comércio seria realmente viável? Deixe a sua opinião na aba de comentários logo abaixo!
Veja Também: Hidrogênio Natural como Fonte Limpa de Energia
Fontes: Space Today, ABC News, Fuel Cells Works.
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Eduardo Mikail
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