Antes de tudo, sabe o que são patologias? O Engenharia 360 te explica! O termo significa "estudo das doenças". Então, resumindo, são os males que precisam de cura.
Sim, as construções civis também ficam doentes, de certo modo. E projetistas, como arquitetos e engenheiros, estudam isso para traçar estratégias eficazes para mitigar essas ocorrências, como projetos de reformas e manutenções prediais - procedimentos padrão para manter as obras em boas condições e obter maior durabilidade em condições confortáveis para elas. Aliás, um parâmetro muito bom para isso é a NBR 15575, que estabelece parâmetros mínimos para o desempenho das edificações.
Como surgem as patologias na construção civil
Bem, na verdade, as origens podem ser as mais diversas. Por isso é que estudar as patologias é algo tão complexo! Por hora, o que você precisa saber é que certas ocorrências são até muito comuns. Algumas são naturais, surgindo com o passar dos anos, enquanto outras só acontecem por conta de falhas construtivas, concepções erradas de projetos, uso de materiais de baixa qualidade, ou até mesmo por falta de projeto, por incrível que pareça. Que medo, não?
Calma, primeiro busque conhecer quais são essas patologias mais comuns. Isso deve te ajudar a entender o básico dessa questão, te levando a evitar más execuções ou execuções equivocadas de obras. Certo? Confira a seguir!
As patologias mais comuns na construção civil
1. Fissuras
A espessura das fissuras em faces de alvenarias de tijolos, juntas de estruturas ou argamassas de reboco, por conta da retração do material, por exemplo, pode atingir até 0,5 mm, com aberturas estreitas e alongadas.
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2. Trincas
Nesse caso, os materiais se partem em fragmentos, atingindo a segurança e estabilidade dos elementos. Cuidado, pois isso, muitas vezes, é quase imperceptível! Quando passivas, as trincas podem ficar por anos igual, sem mudanças; mas quando ativas, aumentam com o decorrer do tempo, com mudanças na sua extensão e maior abertura.
3. Rachaduras
Esse já é um estado ainda mais grave de ruptura, além de 3 mm - até mesmo passando luz, vento e chuva pelo vão -, cuja causa, na maioria das vezes, é a incapacidade de resistência dos materiais a cargas que a estrutura precisava suportar, fazendo com que a estrutura como um todo seja um risco à segurança dos habitantes.
Outras rachaduras podem denunciar movimentação de solo. E tem aquelas que surgem com variação de temperatura, com as dilatações e contrações dos materiais - algo menor ou maior conforme a composição dos mesmos, intensidade do sol e umidade no ar. Observação: grandes variações podem levar a fissuras e rachaduras violentas!
Rachaduras em diagonal ou em grande quantidade, ou de rápido desenvolvimento indicam que algo grave pode estar acontecendo. Providencie uma vistoria de caráter emergencial com a Defesa Civil Municipal!
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4. Fraturas lineares
Essa patologia já afeta apenas a estética da edificação, comprometendo o reboco das paredes. Lembrando que as microfissuras são inferiores a 0,05 mm. A questão é que essas fissuras menores podem evoluir para fissuras maiores pela infiltração de umidade e mofo. Portanto, atenção! Antes do problema se agravar, pode-se fazer um sulco no lugar e passar nele um produto vedante, cobrindo depois com nova argamassa e revestimento.
5. Infiltração
Aliás, voltando à questão da água. Ela pode provocar a pior patologia de todas! Nesse caso, os estragos são imensos - mofo, bolor, destruição de pinturas, danos nas ferragens, e mais, só para começar.
6. Manchas escuras
Esse problema está 100% ligado à umidade, se manifestando em pisos, fachadas, paredes, estruturas, forros e mais. As origens? Chuvas incidindo em fachadas e coberturas não preparadas com boa impermeabilização, falhas no projeto ou execução da obra. Ou ainda os vapores de água que umedecem o ambiente, provocando mofo no teto e nas paredes. E tem ainda as falhas de impermeabilização/estanqueidade e vedação, água no subsolo que sobe por capilaridade a partir da fundação, vazamentos hidráulicos, e mais.
7. Eflorescência
Na verdade, essa patologia também é um tipo de mancha, mas diferente, de aparência branca. Ela surge nas superfícies e ocorre por conta dos sais solúveis em excesso presentes nos materiais das construções que, por conta da umidade, em virtude do mecanismo de capilaridade, acabam se depositando nas superfícies dos elementos construtivos.
8. Corrosão das armaduras
Isso acontece quando há a formação de cloreto no concreto ou a diminuição do pH do concreto - carbonatação -, que deixa a armadura desprotegida, podendo ficar à mercê de uma possível corrosão. E por que isso é perigoso? Porque quanto mais essa armadura se deteriorar e for "sumindo" ou expandindo de volume dentro dos elementos de concreto, a capacidade estrutural da construção vai se perdendo, podendo todo o sistema ir à colapso.
Lembrando que a corrosão muitas vezes acontece pelas ferragens não terem sido cobertas o suficiente pelo concreto, ficando expostas. Cura incorreta do concreto também pode levar a porosidades. Se a aderência do concreto é pouca, ele se desloca e expõe ainda mais as ferragens.
9. Deterioração do concreto
Se a massa de concreto é mal feita, com o passar do tempo, sua capacidade de resistência se perde. O cimento e os demais agregados se desprendem e tudo se desfaz. E isso piora com o afundamento das fundações, retrações dos elementos, reações químicas, e além.
Considerações Finais
Mesmo que uma construção seja bem feita, depois de um período, ela precisará de reparos e manutenção. E se isso não for feito, muitos problemas podem começar a surgir.
Dê atenção também aos elementos como marquises, varandas e ornatos externos - seu ponto de fixação ou ancoragem na estrutura dos prédios é crítico! E esteja sempre observando com atenção o peso depositado sobre as lajes, que não pode exceder a capacidade da estrutura; ralos entupidos que podem provocar colapso parcial ou total destes componentes.
Acidentes graves podem ocorrer a todo momento por essas negligências! E não queremos isso, não é mesmo?
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Fontes: Revista Construa, Sienge, Edificar Jr.
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.