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Bolívia, a nova Arábia Saudita: países disputam batalha por lítio no país [Entenda!]

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por Redação 360
| 05/01/2022 | Atualizado em 18/01/2023 4 min
Imagem reproduzida de Carpe Mundi

Bolívia, a nova Arábia Saudita: países disputam batalha por lítio no país [Entenda!]

por Redação 360 | 05/01/2022 | Atualizado em 18/01/2023
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Muitas empresas ao redor do mundo estão largando a exploração de petróleo e indo atrás de boas soluções de energia limpa, sobretudo pensando no setor energético. O sinal vermelho foi levantado principalmente depois do agravamento das mudanças climáticas nos últimos anos. E o que isso tem a ver com a Bolívia? Bom, é que o país possui um gigantesco mar de calcário do alto dos Andes - quase 4 mil quilômetros quadrados -, chamado de Salar de Uyuni, bastante rico em lítio. Uma área que os antepassados diziam ser feita de "mistura do leite materno de uma deusa e pelas lágrimas salgadas de seu bebê". Mas por trás dessa beleza branca está a causa de uma disputa do mercado global! Continue lendo este post para saber mais!

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Imagem reproduzida de DW

Antes, o que é lítio?

O lítio é, hoje, um dos elementos químicos mais valiosos do planeta. Ele não é encontrado na natureza em seu estado nativo, mas, na maioria das vezes, na condição de composto químico iônico. Está presente, por exemplo, em numerosos minerais pegmatitos, como na água-marinha ou em argilas. Na indústria, ele é isolado via eletrólise de uma mistura de cloreto de lítio e cloreto de potássio. Isso acaba virando componente básico na fabricação de baterias de íon-lítio - com excelente fluxo de correntes elétricas, grande capacidade de armazenamento e fácil recarga. E dizem que este é justamente o futuro dos veículos elétricos e redes elétricas. E a Bolívia tem o equivalente a um quarto das reservas conhecidas de lítio no mundo. Percebeu, agora, o motivo de tanto interesse do mercado global no país?

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Imagem reproduzida de OMDN

A disputa pelo lítio da Bolívia

A história que correu a mídia recentemente faz referência a uma startup de energia do Texas, Estados Unidos, chamada EnergyX, que enviou de Austin até a Bolívia uma equipe em agosto de 2022 para conversar com o governo local sobre o destino do seu lítio. Eles alegam que teriam tecnologia adequada para atender o potencial do país latino, podendo o transformar em potência global de energia verde. Mas o que ocorreu, de fato, foi quase como uma porta na cara!

O fato é que os governantes e a população local pouco ligou para a proposta dos americanos. Até porque, neste momento, suas terras estão sendo alvo de uma disputa internacional de indústrias chinesas e russas, mais "amigos" do atual governo, além e de muitas outras nacionalidades, que também desejam explorar essas riquezas minerais para abastecer milhões de veículos elétricos, deixando completamente para trás coisas como petróleo, gás natural e carvão - que, infelizmente, é parte da causa das mudanças climáticas e o foco principal da economia brasileira atual.

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Imagem reproduzida de Dialogo Chino

O provável destino do lítio da Bolívia

Só os Estados Unidos têm duas empresas concorrentes ao desenvolvimento das reservas de lítio da Bolívia. Só que essa negociata não deve ser tão fácil de sair, por conta das divisões étnicas, ideológicas, partidárias e regionais. Já, num passado recente, o Movimento pelo Socialismo (MAS), liderado pelo ex-presidente Evo Morales, tentou negociar esse lítio com uma empresa alemã, mas cedeu a protestos, precisando rescindir o contrato apenas uma semana antes de deixar o poder. O atual presidente, Luis Arce, ex-ministro da Economia de Morales, lidera uma coalizão de social-democratas e militantes mais à esquerda. Ele também enfrenta resistência de movimentos locais que se opõem ao governo. Por isso, em determinada data de 2021, pessoas ocuparam duas estradas, impedindo Arce de visitar as instalações de lítio do governo.

Enfim, a coisa realmente não está fácil para aqueles que miram a Bolívia! Em entrevista, Franklin Molina, o ministro da Energia boliviano, disse que diplomatas chineses e russos estavam fazendo lobby em nome de suas próprias empresas, mas insistiu que “há espaço para americanos, russos, chineses, japoneses, quem quiser investir, contanto que respeitem nossa soberania”. Por hora, Washington tem pouca influência na Bolívia, cujos líderes há muito discordam da política dos EUA para a América do Sul. Isso pode explicar porque alguns executivos de energia não acham que a Bolívia valha o risco. E você, o que acha sobre o caso? Escreva nos comentários!

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Imagem reproduzida de InfraRoi

Fontes: O Globo.

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