O Salar de Uyuni é o maior deserto de sal do mundo. Localizado no sudoeste da Bolívia, ele também é uma grande obra-prima da natureza. A paisagem incrível é resultado da evaporação dos lagos que existiam na região há milhares de anos. E foi para lá que, cheios de coragem, nos aventuramos desta vez.
Salar de Uyuni: Challenge Accepted!
Nós (minha esposa e eu) sempre quisemos conhecer o Salar de Uyuni. Porém, é preciso ter um pouco de coragem e se desconectar de várias coisas antes de encarar essa aventura. O que nós ouvimos antes de viajar é que as condições por lá são bem diferentes para pessoas que vivem em uma civilização totalmente conectada e dependente de recursos como energia elétrica, internet e fácil obtenção de comida.
Os rumores que rondavam nossa viagem eram os seguintes: os locais para dormir não são bons, não há lugar para banho (quente, então, nem em sonho), a comida é improvisada pelos guias e, por último, não tem sinal de internet. Só por isso já é possível ter uma noção do que deve ser levado na bagagem. Assim, com a mala e o espírito preparados (depois de ter encarado uma viagem pelo Deserto do Atacama, no Chile), resolvemos enfrentar 3 dias pelo deserto da Bolívia.
A viagem
Encarando o deserto
No primeiro dia, passamos pela imigração. O combinado foi encontrar nosso guia e a turma de viagem (composta por três francesas e uma holandesa) na fronteira.
Para encarar o deserto, foi preciso ir de 4x4. Deixamos a fronteira de carro e nossa primeira parada foi na Laguna Blanca e na Laguna Verde. São duas lagoas antiplânicas que se localizam nas proximidades do Vulcão Lincanbur. A paisagem é indescritível e capaz de tirar o fôlego de qualquer um.
Um lugar surreal
A próxima parada da viagem foi pelo Deserto de Salvador Dali. O nome não é para menos: o lugar parece uma pintura surrealista. Também conhecemos as águas termais de Polque, onde é possível se banhar nas águas superquentes. Porém, devido ao frio, não tivemos coragem (e perdemos a única oportunidade de tomar um banho quente no dia!).
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Outro lugar que conhecemos foi os geysers de Sol de Mañana, onde a água sai a uma temperatura de mais de 90°C com um forte cheiro de enxofre. Para fechar o primeiro dia com chave de ouro, não poderíamos perder uma vista característica da viagem: a cena da Laguna Colorida, onde mais de 30.000 flamingos de 3 espécies dão seu show a mais de 4.500 metros de altura. O momento contemplativo contou não só com os flamingos, mas também com vicuñas (que parecem lhamas) e outros animais.
Passamos a noite em um albergue com comida fornecida pelo nosso guia. Nós já estávamos preparados para o que encontraríamos na hora de dormir: algo bem distante do conforto ao qual estamos acostumados. Mas esse não foi o principal problema. O que nos perturbou foi o mal da altitude e o frio que assusta qualquer brasileiro acostumado ao calor. Mas, no fundo, nós sabíamos que valeria a pena.
Arbol de Piedra
No segundo dia de viagem, nós acordamos cedo e, após o café da manhã, seguimos para o deserto de Siloli. Nossa primeira parada foi na famosa Arbol de Piedra, uma rocha vulcânica esculpida ao longo do tempo devido aos fortes ventos que atingem a região. Porém, o que nos chamou a atenção foi uma raposa simpática (e faminta) que apareceu por ali em busca de comida fornecida pelos turistas.
Salar de Chiguana
Passamos o resto do dia da expedição pelo deserto e visitando as Lagunas Honda, Crarcota, Hedionda, até chegar ao Salar de Chiguana, onde encontramos a cabeça de um puma morto pela comunidade local por estar comendo as lhamas e vicuñas da região (que são, além de animais considerados sagrados, a forma de sustento da população).
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Ainda do Salar de Chiguana, tiramos algumas fotos em uma antiga linha de trem que cruzava o deserto. Felizmente, passamos a noite em um Hostel de Sal e foi quase um luxo perto do albergue do primeiro dia. As instalações eram melhores (com banho quente!) e, a temperatura e a altitude também nos ajudaram a ter uma noite mais confortável.
Finalmente no Salar de Uyuni
Finalmente, conheceríamos o Salar de Uyuni. Saímos bem cedo porque, assim, seria possível ver os espelhos d’água. Conseguimos ver um pouco e registrar tudo em fotos e vídeos. Com quase 12.000 quilômetros quadrados, o Salar não decepciona e é a cereja do bolo da viagem. Ele é tão maravilhoso quanto esperamos.
Ao entrarmos no Salar de Uyuni, a impressão é de que ele não tem fim. É quase como se sentir perdido na imensidão do mundo, onde você anda rumo ao nada e não chega a lugar nenhum. É como se você se desconectasse do mundo e ficasse inteiramente conectado com a natureza ao seu redor, muitas vezes sem enxergar nada no horizonte.
Uma dica importantíssima (principalmente para os que se perdem com facilidade) é sempre fazer o tour com algum guia experiente. Ouvimos relatos de turistas que tentaram explorar o local sem guia e acabaram perdidos por dias.
No Salar, conhecemos a Isla Incahuasi, uma das 33 ilhas que ficaram expostas após as águas dali evaporarem e escoarem para o oceano há muitos e muitos anos atrás. Lá, os famosos cactos gigantes chegam a mais de 12 metros de altura e são um show a parte.
Infelizmente, a viagem chegou ao fim na parte da tarde quando chegamos à pequena cidade de Uyuni. No mesmo dia, pegamos um voo e embarcamos para o fim do nosso mochilão pela América do Sul: Cusco e Machu Picchu, no Peru.
Confira abaixo nossa viagem relatada em vídeos:
AGRADECIMENTO ESPECIAL AOS PARCEIROS:
GoPro Brasil – Camera Hero 6 Black
Nordweg – Mochila e acessórios
Marriott – Hospedagem em Lima, Peru
Sumaq Hotel – Hospedagem em Machu Picchu, Peru
SanDisk – Cartões SD para câmera e dispositivos de armazenamento
Western Digital – HD externo para backups de conteúdo
Peru Grand Travel – Agência de turismo especializada, Peru
Inca Rail – Transporte de trem para ida e volta de Machu Picchu, Peru
Easysim4u – Chip para celular com internet ilimitada
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Eduardo Mikail
Engenheiro Civil e empresário. Fundador da Mikail Engenharia, e do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e o maior site de engenharia independente no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Acredita que o conhecimento é a maior riqueza do ser humano.