A empresa DJI, conhecida por fabricar drones de consumo popular, uniu-se à Foster + Partners, para projetar uma nova sede em Shenzhen, na China. O contrato é de 2016, mas a expectativa é grande, pois se espera que fique pronto este ano.

nova sede
Imagem: fosterandpartners.com

A nova sede tem um projeto que mira alto

O edifício foi projetado para se assemelhar a uma “comunidade criativa no céu”, e contará com torres gêmeas conectadas por uma ponte, na qual a DJI planeja testar tecnologias em drones, enquanto também realiza lançamentos de produtos em um cenário inusitado.

nova sede
Imagem: fosterandpartners.com

A nova sede vai ser constituída de duas torres gêmeas, organizadas de forma que os espaços de pesquisa e desenvolvimento fiquem na torre leste, enquanto a parte administrativa e demais escritórios fiquem na torre oeste, que contém a entrada principal, permitindo segurança eficiente e controle de acesso.

nova sede
Imagem: fosterandpartners.com

Ao nível do solo, haverá jardins com aquele estilo zen minimalista que dá o ar moderno para a nova sede. O objetivo é que eles incorporem um paisagismo inspirador, projetados como zonas contemplativas onde o talento criativo pode ser atualizado e reinicializado. Estão realmente querendo plantar ideias na cabeça dos engenheiros, né? (Sorry.)

Administração e pesquisa conectadas por drones

Os escritórios e espaços de pesquisa nas duas torres acima estão dispostos em volumes flutuantes, suspensos por núcleos centrais. A inovadora estrutura de suspensão reduz a necessidade de colunas, criando espaços de escritório e pesquisa amplamente abertos. Ele também permite que os laboratórios de teste de voo com drone de altura quádrupla sejam exclusivos da DJI, enquanto dão às torres sua identidade distinta, tendo como pano de fundo o horizonte da cidade.

Localizado no topo dos volumes flutuantes, os skygardens, que são jardins suspensos, oferecem mais espaços tranquilos para a equipe que trabalhar nessa nova sede possa desfrutar. As torres são interligadas por uma ponte que, juntamente com os skygardens, se tornará outra plataforma para exibir drones.

O projeto do térreo da nova sede inclui um espaço para exposições públicas, juntamente com um novo auditório para lançamentos de produtos e uma ampla variedade de instalações para o pessoal. Não, não é só refeitório e almofadas confortáveis: a Foster + Partners promete até ringues de combate de robôs.

Se você não estiver suficientemente impressionado, a gente mostra um vídeo:

Veja Também:


Fontes: Foster + Partners.

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Para nós, amantes da Engenharia (talvez nem tanto durante o sofrimento na faculdade), parece natural pensar no que já existe hoje e que foi construído por engenheiros e engenheiras durante o processo de crescimento do país. Porém, foi um longo caminho para chegar até aqui. Depois de ter falado sobre o surgimento de modo geral, chegou a hora de falarmos sobre o estabelecimento da Engenharia no Brasil.

+ Como surgiu a Engenharia no Brasil?

O Brasil é um país relativamente recente se comparado aos mais antigos da Europa. Porém, quando foi descoberto, a Engenharia ainda não estava tão consolidada, embora muitos engenheiros já existissem e a praticassem (mesmo sem o título).

Acredita-se que a Engenharia começou mesmo no Brasil com a fundação da cidade de Salvador, em 1549, quando as construções eram mais parecidas com construções de verdade que com abrigos temporários. Já no século XVII, com a construção de fortificações e a Engenharia mais voltada para a área militar, começou-se a exigir profissionais habilitados para planejar e executar as obras.

engenharia no brasil
Imagem: viagemeturismo.abril.com.br

O progresso de Engenharia e ciências afins em Portugal só eclodiu no século seguinte, por iniciativa do rei D. João V. Foi então que alguns engenheiros vieram para o Brasil Colônia colocar seus conhecimentos em prática (o típico “quando eu cheguei aqui, era tudo mato”). Alguns brasileiros foram estudar Engenharia no exterior, enquanto outros aprenderam o ofício por aqui mesmo.

Em terras tupiniquins, os engenheiros portugueses começaram a construir fortificações, igrejas, palácios, conventos, aquedutos e mais obras. O termo “engenheiro” já existia em português para rotular quem fazia fortificações e engenhos bélicos, sendo também comum no exército. Não havia muita distinção, por exemplo, de quem projetava o design de uma construção (como uma igreja, por exemplo). Ou seja, Arquitetura e Engenharia se misturavam.

Ainda, o termo engenheiro servia para quem era dono (ou capataz) de engenho, as instalações onde eram fabricados açúcar, cachaça e outros produtos. Porém, até o século XIX, o engenheiro propriamente dito era o engenheiro militar.

+ O avanço da profissão

Com a vinda da família real para o Brasil, houve um investimento em novas obras e o profissional da Engenharia teve um papel fundamental. Em 1880, um decreto fixou requisitos para Engenheiros Civis, Geógrafos e Agrimensores. No entanto, a profissão de engenheiro só foi regulamentada em 1933, por meio do Decreto n°23.196, no qual também foram regulamentadas as profissões de arquiteto e agrimensor.

Uma nova regulamentação veio em 1966, com a Lei Federal n°5.194. Essa lei ainda está vigente, apesar de ter alguns pontos incluídos ou substituídos por legislações mais atuais. A popularização do ensino da Engenharia tornou-se cada vez maior, com mais escolas específicas surgindo e com cada vez mais profissionais certificados chegando ao mercado. Ao mesmo tempo, a Engenharia deixou de ser apenas composta pelas “tradicionais” e foi subdividindo-se à medida que a demanda pelos profissionais surgia.

engenharia no brasil
Imagem: facebook.com

Atualmente, por exemplo, temos 39 tipos de Engenharia. Com as novas tecnologias e recursos surgindo na velocidade em que estão hoje em dia, é bem provável que novas Engenharias apareçam, tendo em vista o objetivo principal de todas elas, que é contribuir para melhorias na qualidade de vida.

Referências: USP, IFSC.

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Para muitos engenheiros(as) e futuros(as) engenheiros(as), o sonho é, além do diploma de Engenharia, conseguir abrir o próprio negócio. Porém, sobreviver no mercado não é nada fácil. É uma batalha diária prestar um bom serviço, por um preço justo e satisfatório para os dois lados, e tentar sempre ser melhor ou, pelo menos, ficar no mesmo nível da concorrência. É por isso que, para ajudar, a edX oferece um curso gratuito de Empreendedorismo para Engenheiros.

Empreendedorismo para engenheiros

O objetivo do curso é ajudar e incentivar o aluno a começar um empreendimento bem-sucedido na área tecnologia. Nele, o ato de empreender é explicado a partir de um contexto orientado para a tecnologia. Afinal, a tecnologia está presente em praticamente tudo na Engenharia.

O curso é muito indicado para quem sonha em abrir uma startup, por exemplo. Os módulos incluem a consolidação da sua equipe, o reconhecimento das oportunidades do mercado, a parte de financiamento e a aquisição de clientes.

empreendedorismo para engenheiros
Imagem: chemistryworld.com

No curso oferecido, é possível aprender sobre o que é preciso para ser um “technopreneur” (um empresário envolvido com tecnologia), ver alguns métodos para identificar oportunidades, aprender a liderar pesquisas de mercado (que servem para verificar a viabilidade da ideia de negócio), desenvolver uma proposta comercial viável, aprender a divulgar suas ideias, compreender a dinâmica do desenvolvimento de novos empreendimentos, desenvolver a capacidade de transformar uma ideia de negócio em marketing e planos financeiros e mais.

As ideias são trabalhadas em um ambiente de equipe sendo usados exemplos de casos de sucesso para iniciar discussões, como fundadores e startups que levaram o seu próprio negócio a um novo nível. No final do curso, há a criação de um plano de negócios de duas páginas. A vantagem é que os alunos selecionados por alguma das incubadoras das universidades participantes (TU Delft, TU Eindhoven, University of Twente ou Wageningen University & Research).

O curso é gratuito, porém, para conseguir o certificado, é preciso pagar uma taxa de 99 dólares americanos. No entanto, mesmo sem o certificado, os conhecimentos são importantes para quem planeja ser um empreendedor. Então, é interessante fazer o curso mesmo que você não ache viável pagar, visto que os conhecimentos adquiridos podem valer mais que um “pedaço de papel”.

Outro ponto que pode ser um problema é que o curso é em inglês (com legendas em inglês disponíveis). Entretanto, é uma ótima oportunidade para você começar a treinar o idioma, que é mais que essencial atualmente, caso ainda não domine a língua. Se você já consegue se virar bem no inglês, então não tem desculpa! Ainda, ele possui cerca de 8 semanas de duração se você dedicar cerca de 2 a 3 horas por semana. Para se inscrever, é preciso acessar o site da edX (neste link). Então, é só aproveitar a dica.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Já pensou em máquinas de costura que fabricam brinquedos acionados por tendões? Pois bem, pesquisadores da Carnegie Mellon University usaram robôs de tricotar controladas por computador para criar brinquedos de pelúcia e outros objetos de malha que são acionados por tendões. É uma abordagem que eles dizem que um dia poderá ser usada para fabricar, de forma mais barata, robôs flexíveis e tecnologias acopladas a roupas. A gente explica!
tricotando robôs
Imagem: hcii.cmu.edu

Máquinas de costura conectadas a computadores

O software desenvolvido por pesquisadores do Morphing Matter Lab e do Dev Lab no Instituto de Interação Humano-Computador da CMU possibilita que os objetos saiam das máquinas de tricô nas formas desejadas e com os tendões já incorporados. Eles podem então ser recheados e os tendões presos aos motores, conforme necessário.

A técnica de inclusão de tendões envolveu a criação de abajures que mudam de forma, pelúcias que dão abraços quando são cutucadas na barriguinha e até um suéter com uma luva que se move por conta própria. Embora em grande parte fantasiosos, esses objetos demonstram recursos que podem ter aplicações sérias, como robôs flexíveis.

Tricotando robôs no futuro

A ideia dos pesquisadores, em um cenário futuro, é construir robôs ou incorporar tecnologias diversas a partir de materiais que sejam seguros para as pessoas conviverem e usarem no dia a dia, talvez até mesmo nas roupas. Como? Mochilas que se abrem, camisetas com botões para chamar atenção, etc.

tricotando robôs
Imagem: morphingmatter.cs.cmu.edu

As máquinas comerciais de tricô são bem desenvolvidas e amplamente utilizadas, mas geralmente requerem programação minuciosa para cada peça de roupa. Mas isso não foi problema para a equipe de pesquisadores!

Funções dos objetos tricotados com tendões

Eles desenvolveram métodos para incorporar trajetos de tendões horizontais, vertical e diagonalmente em folhas de tecido e tubos. Eles mostraram que a forma do tecido, combinada com a orientação do caminho do tendão, pode produzir uma variedade de efeitos de movimento, incluindo curvas em S e torções. A rigidez dos objetos pode ser ajustada enchendo-os com vários materiais, como fio acolchoado de poliéster, fios de seda pura e monofilamento de nylon.

Além de atuar os objetos, essas técnicas também podem adicionar recursos de detecção a objetos. Ao ligar sensores a cada tendão, por exemplo, é possível sentir a direção na qual o objeto está sendo dobrado ou torcido.

A impressão 3D já está sendo usada para fabricar objetos personalizados e componentes robóticos, mas os materiais para isso frequentemente são de aquisição um pouco difícil. A malharia controlada por computador tem o potencial de expandir as possibilidades e tornar os resultados mais amigáveis ​​para as pessoas. Não sei quanto a vocês, mas eu já quero tecer objetos sensíveis e com mobilidade.


Fontes: Morphing Matter Lab.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Os desenvolvedores do sistema sugerem que a automação da navegação por cateter pode liberar os cirurgiões de terem que realizar esse processo desafiador, porém rotineiro, permitindo que eles se concentrem nos aspectos mais críticos da cirurgia. Então, não, o objetivo não é que os robôs substituam os médicos.

Robótica na medicina: a engenharia do cateter que pode navegar sozinho dentro de um coração
Imagem: robotics.sciencemag.org

Por que implementar robótica na medicina?

Minimizar o caráter dos procedimentos é uma meta para todos os tipos de cirurgia. Ao reduzir o trauma, o tempo de recuperação é mais rápido, o risco de infecção é menor e a cicatriz cosmeticamente indesejável é minimizada. No caso de cirurgia cardíaca, a substituição de procedimentos que envolvem abrir o corpo do paciente por outros mediados por cateter pode evitar muitos problemas.

Nesse cenário, cirurgiões cardíacos e engenheiros vem produzindo uma série de técnicas cirúrgicas que mostram o papel da robótica na medicina, em geral, realizadas por meio de cateteres. No entanto, esses procedimentos geralmente requerem exposição à radiação, necessária para navegar o cateter até a posição. Um cateter com uma minúscula sonda de ultrassom na ponta às vezes também é usado, mas a qualidade da imagem é ruim.

Como uma possível solução para essas falhas de imagem “a ideia era usar a endoscopia no coração junto com a robótica”, diz o bioengenheiro Pierre Dupont, do Hospital Infantil de Boston e da Escola de Medicina de Harvard.

robótica na medicina
Imagem: robotics.sciencemag.org

Como funciona o cateter robótico?

Esclarecendo o vocabulário médico, podemos dizer que a endoscopia é normalmente realizada em ar ou fluido transparente. “Se você está navegando em um coração cheio de sangue, tudo o que você vê é vermelho.” Isto é, “até você pressionar o seu instrumento endoscópico contra o tecido e o sangue seja deslocado”.

A equipe usou essas dicas visuais para treinar seu cateter robótico, por meio de machine learning, com o objetivo de que o robô reconhecesse quando estava em contato com a parede do coração, cercado apenas por sangue (longe da parede) ou quando atingia a válvula (pela presença de pontos visíveis). Com isso, criaram um cateter autônomo, que pode navegar sozinho no coração.

robótica na medicina
Imagem: robotics.sciencemag.org

O cateter em si é um robô tubular concêntrico – essencialmente, uma haste de metal flexível que pode manobrar em 3D – com uma câmera alojada em sua ponta, juntamente com uma haste extensível para a entrega do plugue para corrigir o vazamento, isto é, cumprir com o objetivo da cirurgia selecionada para os testes.

Em suínos com válvulas de prótese aórtica implantadas propositalmente para vazamento, o cateter robótico poderia navegar do ápice do coração (o ponto de entrada) para o vazamento quase com a mesma rapidez e precisão que um cateter operado por humanos. Uma vez na posição, o operador, que no caso é o cirurgião, assume o controle, através de um joystick, para incorporar o plugue e resolver o problema.

robótica na medicina
Imagem: robotics.sciencemag.org

Dupont compara os cirurgiões nesse contexto a pilotos de caça que poderiam voar para um local no piloto automático, mas depois assumir controles para reconhecimento, batalha ou alguma outra tarefa essencial.

A equipe testou o cateter robótico em 83 procedimentos usando porcos vivos. O dispositivo encontrou o alvo e, em média levou alguns segundos a mais do que um médico utilizando o cateter manualmente. Entretanto, o cateter robótico está sendo treinado para aprender, tal como humanos, e ficar melhor e mais rápido com a prática.


Fontes: Science Robotics; The Scientist.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

A reciclagem do plástico é uma solução limitada, muitas vezes, a uma rodada apenas. Nesse cenário, pesquisadores desenvolveram o PDK, que promete que a reciclagem do plástico possa ser fácil e realizada repetidas vezes.

Veja Também: Microplásticos da água removidos com pó magnético, é a proposta dos cientistas

limites da reciclagem do plástico
Da esquerda para a direita: Peter Christensen, Kathryn Loeffler e Brett Helms. (Imagem: Marilyn Chung / Berkeley Lab para newscenter.lbl.gov)

Um time de pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (Berkeley Lab), do Departamento de Energia dos Estados Unidos, desenvolveu um novo tipo de plástico que, segundo eles, permitirá a reciclagem interminável de plásticos.

Que o plástico é um material notável em termos de versatilidade e durabilidade, a gente já sabe. Mas o que constitui a maior motivação para o seu uso é também o pior pesadelo para o ambiente. Muitas vezes o plástico acaba se acumulando e ocupando espaço em aterros sanitários ou pior: o descarte inadequado leva a um cenário de contaminação de rios e oceanos.

Veja Também:

O que diz o relatório ‘ReShaping Plastics’ sobre sistema circular de plástico?

Os limites da reciclagem do plástico

Os plásticos que devem ser reciclados às vezes não o são devido a certas características químicas que o material possui, devido a aditivos. Isso reduz eficácia dos esforços globais de reciclagem. Para vocês terem noção quantitativa: mesmo a forma de reciclagem do plástico, o tereftalato de polietileno, é reciclado apenas a uma taxa entre 20 a 30%, sendo o restante destinado a aterros sanitários ou incineradores (ou indo parar no ambiente).

De forma geral, é possível dizer que todos os plásticos, desde garrafas de água a peças de automóveis, são compostos de grandes moléculas chamadas polímeros. Essas moléculas são compostas de unidades repetidas de compostos menores contendo carbono, os chamados monômeros. De acordo com os pesquisadores, porém, o problema com muitos plásticos é que os produtos químicos adicionados para trazer utilidade (por exemplo: aditivos que tornam um plástico duro, ou plastificantes que tornam um plástico flexível ou elástico) são fortemente ligados aos monômeros e permanecem no plástico mesmo depois que ele foi processado em uma usina de reciclagem.

limites da reciclagem
(Imagem: Berkeley Lab)

Imaginem: embora os plásticos possam ser classificados pelo tipo diferente de plástico usado, isso é impraticável, dada a enorme quantidade de plástico produzido. Então, quando o plástico é fragmentado e misturado demais tipos, não há como saber qual característica o plástico reciclado herdará.

Agora, cientistas do Berkeley lab desenvolveram uma forma de reciclagem do plástico que pode ser molecularmente desmontada e remontada para eliminar os aditivos quimicamente ligados que impedem a reciclagem desses materiais. E tem mais: tudo sem a perda de qualidade ou desempenho.

A solução para potencializar a reciclagem

O que os pesquisadores do Berkeley Lab fizeram foi criar um novo tipo de plástico chamado polidicetoenamina (PDK), que reverte as ligações que os monômeros produzem com os aditivos. Isso significa que, quando chega a hora fazer a reciclagem do plástico, os monômeros e os aditivos são quimicamente separados usando uma solução ácida, deixando os monômeros livres para se ligarem a diferentes aditivos para produzir diferentes tipos de plásticos.

limites da reciclagem
Ao contrário dos plásticos convencionais, os monômeros de plástico PDK poderiam ser recuperados e liberados de quaisquer aditivos compostos simplesmente mergulhando o material em uma solução altamente ácida. (Imagem: Peter Christensen et al./Berkeley Lab para newscenter.lbl.gov).

Em outras palavras, os pesquisadores demonstraram que, não apenas o ácido quebra os polímeros de PDK em monômeros, mas o processo também permite que os monômeros sejam separados dos aditivos. E tem um adendo: monômeros PDK recuperados podem ser transformados em polímeros, e esses polímeros reciclados podem formar novos materiais plásticos sem herdar a cor ou outras características do material original. Nesse sentido, se feita com PDK, uma pulseira colorida que você jogou no lixo pode virar um teclado de computador, por exemplo.

Essa abordagem química visa mudar o ciclo de vida dos plásticos. O PDK quer quebrar o padrão linear de uso dos plásticos e torná-lo, de fato, circular. Apoiamos!

Veja Também:


Fontes: Newscenter.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Os gadgets que são capazes de se comunicar com sinais neurais a passar pelo ouvido e podem monitorar e interagir com os cérebros estão próximos. É nisso que acredita um cientista de Stanford: os aparelhos intra-auriculares poderão monitorar nossos cérebros no futuro. Segundo ele, o ouvido é como uma porta USB (uma comparação bizarra, porém bem verdadeira, se pararmos para analisar).
monitorar os cérebros
Imagem: futurism.com

Poppy Crum, neurocientista da Universidade de Stanford, acredita que os tais gadgets auditivos poderiam ser usados para nos ajudar a focar em conversas específicas, como um aparelho intra-auricular inteligente, e também monitorar nossa atividade cerebral para tratar o ruído. Basicamente, imagine que você está em casa sofrendo para estudar para uma prova, tentando ver uma videoaula, mas os seus vizinhos barulhentos estão fazendo uma festa de arromba. Então, basta colocar os fones de ouvido inteligentes que todo o barulho ao seu redor sumirá, permitindo que você escute somente a aula.

Outra aplicação fantástica seria no transporte público, quando você não quer ficar ouvindo as conversas ou as músicas alheias. Na onda dos gadgets inteligentes que temos no mercado atualmente, esse seria um que une a inteligência artificial e biológica, como se aumentando a capacidade de processos de pensamento e colaborando com os cérebros.

Um exemplo com aplicação semelhante são os Google Glass, os óculos inteligentes. Porém, no caso do ouvido, a conexão com o cérebro é um fator muito maior. Não que a visão também não seja um processo ligado ao cérebro, mas é como se o ouvido estivesse ‘mais ligado’. É aí que entra a comparação da porta USB. E não só como um dispositivo de entrada (como quando ouvimos música), mas também para coletar informações do cérebro.

monitorar os cérebros
Imagem: oticon.com

Considerando que o cérebro ainda é uma caixa-preta um tanto desconhecida para os cientistas, um dispositivo intra-auricular como esse poderia permitir a descoberta de novas informações na neurociência. Crum acredita que a tecnologia pode estar disponível dentro de cinco anos, se houver colaboração de vários pesquisadores do mundo todo. Então, aguardemos!


Fontes: Futurism; IEE.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Você já se perguntou por que o teclado não é no alfabeto? Se a resposta provável que você imaginou é que ele é assim para otimizar a digitação, você está errado. O teclado QWERTY nunca foi o mais rápido de todos.

Primeiro, se você sabe digitar conforme manda o figurino (isso, daquele jeito bonitinho que ensinam nos cursos de informática) e não com os dedos totalmente perdidos, deve notar que é bem difícil digitar QWERTY. Obviamente, se você só digita sem saber para onde vão os dedos, é só seguir uma sequência como se estivesse testando as teclas de um piano mesmo que não saiba tocar: apertando uma sequência de seis teclas.

Nesse sentido, um emerge um questionamento importante: o teclado QWERTY foi desenvolvido para desacelerar os datilógrafos? O rumor surge de décadas atrás, da época da falecida máquina de escrever. Quem já usou ou mesmo brincou com uma delas sabe o quão lentas elas eram, travando o tempo todo. Então, para um datilógrafo que digitava páginas e mais páginas todos os dias, a prática de digitar mais rápido acabava atrasando o serviço porque a máquina travava.

É aí que entra o teclado QWERTY: ele desacelerava os datilógrafos, de modo que a máquina sobrevivia no final do dia. Uma péssima herança, visto que atualmente os computadores aguentam a demanda (alguns, né?).

teclado qwerty
Imagem: teacherspayteachers.com

+ A história do teclado QWERTY

Rumores a parte, a história relata um pouco diferente. O inventor do teclado QWERTY foi Christopher Latham Sholes, que vendeu sua primeira máquina de escrever para a faculdade de telégrafos de Chicago em 1868. O layout era ideal para os operadores de telégrafo que faziam a transcrição do código Morse. É daí que vem a explicação para o fato de Z, S e E estarem próximos: eles são indistinguíveis no código Morse americano.

Então, não foi para desacelerar os datilógrafos que o teclado QWERTY nasceu. No entanto, nada impedia de adotar um outro teclado para datilografar, certo? A verdade é que o teclado QWERTY dominou o mercado em 1880 e algumas empresas começaram a oferecer cursos de datilografia no padrão desse teclado.

Em 1932, August Dvorak propôs um outro layout que leva seu sobrenome. O teclado Dvorak foi patenteado em 1932. Nele, a prioridade é para a mão dominante, então há dois layouts: um para destros e um para canhoto. Logo, identificamos o problema de um destro digitando em um computador de canhoto e vice-versa.

teclado qwerty
Imagem: pt.wikihow.com

Na década de 40, a Marinha dos Estados Unidos comprovou que o layout do teclado Dvorak era realmente mais eficiente. Porém, depois de tantas décadas usando o teclado QWERTY, como mudar? Então, se já era difícil mudar os datilógrafos da época, imagine tentar propor uma mudança dessas atualmente, quando praticamente todo mundo usa o QWERTY, seja em celulares, computadores ou tablets.

Atualmente, o teclado Dvorak é disponibilizado pela maioria dos celulares e computadores. Então, se você preferir, pode passar a usá-lo. Mas, quem vai querer passar raiva errando toda hora por um determinado período para aprender a usar um teclado que pode ser mais rápido se já estamos digitando relativamente rápido? Ou melhor, quem vai querer mudar e correr o risco de não conseguir mais ser eficiente em um computador/celular alheio? Eis a questão…

Referências: Forbes; G1.

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Tudo que o estudante de Engenharia quer é um estágio (de preferência remunerado) para conseguir colocar os conhecimentos em prática, cumprir as horas necessárias e assim, conseguir formar. Sabemos que, atualmente, ter uma oportunidade assim está difícil. É por isso que, para te ajudar, separamos algumas dicas para conseguir um bom estágio.

1| Procure!

A primeira dica é bem óbvia, mas tem gente que fica esperando o estágio cair na cabeça como um milagre. A não ser que você tenha muita sorte, isso não vai acontecer. Então, o jeito é correr atrás. Uma dica é começar procurando pelas empresas da sua região e área de atuação, então você começa a enviar/entregar seu currículo (de forma adequada, é claro). Boa parte das empresas possuem um banco de currículos e, mesmo que não estejam contratando, podem armazenar o seu. O importante é começar a correr atrás.

2| Conheça seus pontos fortes e fracos

Parece uma questão da entrevista, porém, as empresas normalmente contratam quem tem o perfil que eles buscam. O autoconhecimento, ou seja, saber qual é o seu perfil e como você “funciona melhor” pode ser uma vantagem e pode, até mesmo, te deixar mais seguro na hora da entrevista.

3| Não tenha medo de processos seletivos

Vamos pensar de forma lógica: há uma vaga de estágio e 100 concorrentes. Sem analisar os detalhes de cada um, podemos dizer, de modo genérico, que há uma chance de 1 para 100 de qualquer um deles ser contratado.

Claro que as chances podem mudar de acordo com o perfil e as habilidades de cada candidato. Porém, o ponto aqui é te fazer ver que você não pode ter medo de tentar pela rejeição. Em processos seletivos muito grandes, é normal que as chances de que alguém consiga ser contratado sejam baixas.

conseguir um bom estágio
Imagem: digitalartsonline.co.uk

Por mais que os 100 candidatos tenham um currículo impecável, 99 deles não serão contratados e a culpa, nesse caso, não é de ninguém. A empresa precisava escolher alguém e o fato de não ter escolhido qualquer um dos outros não é porque eles não eram bons o suficiente, mas porque somente um precisava ser escolhido.

Então, não deixe que o medo tire sua coragem de tentar. Cada batalha, ganha ou não, é uma experiência. E, claro, aqui se encaixa a boa e velha frase de que o “não” você já tem, agora é buscar a experiência (e não a humilhação, afinal, buscar um estágio nunca foi motivo de humilhação).

4| Não minta no seu currículo!

Não sei, só sei que foi assim! Não tem coisa pior que candidatos que tentam enfeitar demais o currículo e acabam caindo na própria armadilha. Não adianta falar que é fluente em tantos idiomas, que sabe mil programas diferentes ou inventar mais coisas. Já pensou se resolvem fazer um teste com você no momento da entrevista?

conseguir um bom estágio
Imagem: ihcph.kk.dk

5| Bom português é essencial

Um currículo com erros de português pode até mesmo não entrar no banco de dados da empresa. Então, use corretores ortográficos, peça ajuda aos coleguinhas na revisão, faça o que for, mas não tenha um erro assim no seu currículo. Ainda, o português também é essencial na hora de falar. Você não pode chegar na entrevista cheio das gírias ou de uma linguagem que não é adequada para o ambiente.

6| Conheça a empresa

Antes de ir para um processo seletivo, conheça a empresa, o que ela faz ou serviço que presta, o foco de mercado e mais. Isso mostra que você está interessado. É claro que não precisa ficar decorando as informações do site. A chance de que alguém te peça para recitar a missão e a visão da empresa são mínimas.

Saiba, ainda, como você, com seu currículo e suas experiências, poderia ser uma contribuição para a empresa. Essa é uma pergunta que pode estar na sua entrevista, então vale ir preparado.

7| Dê o seu melhor na faculdade

Claro que há empresas que não estão interessadas em saber suas notas, mas sim sobre você. Porém, há muitas empresas que analisam o histórico escolar para montar a classificação dos candidatos que vão para a fase de entrevista. Você pode ter um currículo fantástico, mas ele não vai servir para nada se você não chegar na fase de entrevista. Portanto, aproveite o período da faculdade para adquirir conhecimentos e busque sempre ter boas notas.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Em uma era que clama pela sustentabilidade (embora nem todo mundo faça sua parte), as certificações de edifícios sustentáveis estão por toda parte. Um exemplo é um edifício no campus de uma faculdade na Califórnia que recebeu a certificação Zero Energia.

A certificação, no caso proveniente do International Living Future Institute (IFLI) é muito buscada, mas é difícil de ser conseguida. O IFLI visa liderar a transformação rumo a uma civilização socialmente justa, culturalmente rica e ecologicamente restauradora. Essa foi a décima quinta certificação Zero Energia na Califórnia, a quarta estrutura de ensino superior do mundo a obtê-la.

certificação zero energia
Imagem: ugreen.com.br

Edifício Zero Energia

O edifício fica localizado dentro da faculdade Pitzer College. Nele, há várias práticas sustentáveis para garantir a certificação. O planejamento contou com o envolvimento desde biólogos até da comunidade no entorno e da própria faculdade. O local foi replantado com vegetação nativa a partir de sementes coletadas no local. Além disso, ele é de grande importância para os povos indígenas da área, que também estiveram envolvidos no planejamento.

O prédio é uma enfermaria histórica, um marco arquitetônico bem preservado e um local de envolvimento interdisciplinar também ligado às questões ambientais. Os planejadores se uniram para conseguir manter as melhores qualidades da estrutura original, incorporando design e construção sustentável e programando tudo para garantir a melhor eficiência energética.

certificação zero energia
Imagem: pitzer.edu

Um dos principais objetivos da reforma era estabelecer um modelo regenerativo com pegada de carbono limitada. A energia é fornecida pelos painéis solares e, felizmente, a produção é maior que o gasto, de modo que o restante é vendido à principal fornecedora de eletricidade da região.

Além da certificação de Zero Energia, o edifício também obteve a certificação LEED Platinum (Leadership in Energy and Environmental Design, ou Liderança em Energia e Design Ambiental, traduzindo) do United States Green Building Council (USGBC). Em dezembro do ano passado, receberam o AIA/ La Cote Merit Award to the Conservancy do American Institute of Architects (AIA).

Para tudo isso, foi necessário a colaboração de vários departamentos da faculdade, alunos e funcionários. Um ótimo exemplo a ser seguido pelas instituições de educação brasileiras, não é mesmo? Nesse sentido elas podem englobar os trabalhos de alunos.


Fontes: Pitzer

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.