Uma grande frustração atual é que ninguém sabe exatamente qual a melhor forma de carregar o celular e os eletrônicos de modo geral sem comprometer a vida útil da bateria. Desde quando a bateria de lítio dominou tudo, os velhos hábitos (como deixar descarregar tudo antes de colocar para carregar) ficaram para trás e todo mundo ficou um pouco perdido. Até agora.

vida útil da bateria
Imagem: infineon.com

Como a vida útil da bateria é comprometida?

Alguns pesquisadores descobriam que o uso de carregamento indutivo, embora seja muito prático, pode esgotar a vida útil dos celulares com baterias de íons de lítio. O carregamento indutivo nada mais é que a transmissão de energia sem fio, deixando de lado os cabos e tomadas.

Um dos principais problemas do carregamento indutivo é o calor gerado no processo, o qual pode comprometer a vida útil da bateria e danificá-la. Isso é agravado pelo fato de que o dispositivo e a base de carga estão em contato físico próximo, qualquer calor gerado em um dispositivo pode ser transferido para o outro por simples condução térmica e convecção.

Sabe-se que o calor é um dos grandes vilões para baterias (e isso serve de alerta para quem deixa o celular no sol forte, perto do fogão, etc.). No caso dos celulares, a bobina de recepção de energia fica próxima à tampa traseira do telefone (que costuma ser eletricamente não-condutiva) e normalmente é necessário deixar o celular e a fonte de energia indutiva próximas, o que reduz significativamente a oportunidade de dissipar o calor gerado.

Segundo a equação de Arrhenius, a taxa de reação dobra a cada aumento de 10°C na temperatura. Em uma bateria, as reações que podem ocorrer incluem a taxa de crescimento acelerado de filmes passivantes (um revestimento inerte fino tornando a superfície subjacente não reativa) nos eletrodos da célula. Isso ocorre por meio de reações redox celulares, que aumentam irreversivelmente a resistência interna da célula, resultando em degradação e falha no desempenho.

Uma bateria com temperatura superior a 30°C já é suficiente para causar danos na bateria. Aos 50 ou 60 graus Celsius o dano é tão grande que pode gerar gases e causar falhas catastróficas.

Como o estudo foi realizado?

Os pesquisadores que fizeram os testes concluíram que um desalinhamento do telefone com a base de carga pode fazer com que haja maiores perdas da eficiência e aumento da geração de calor. Todos os três métodos de carregamento (fio, indutivo alinhado e indutivo desalinhado) foram testados com carregamento simultâneo. Então, geraram-se térmicas ao longo do tempo para criar mapas de temperatura para ajudar a quantificar os efeitos de aquecimento.

vida útil da bateria
Imagem: inverse.com

Independentemente do modo de carregamento, a borda direita do telefone mostrou uma taxa mais alta de aumento de temperatura do que outras áreas do telefone. Ainda, nela a temperatura permaneceu mais alta durante todo o processo. Para sanar a dúvida, fizeram uma tomografia computadorizada do telefone e descobriram que é ali que fica a placa-mãe.

Na carga tradicional, via fio, a temperatura média máxima atingida foi de 27 graus Celsius (em 3 horas de carregamento). No caso da carga indutiva alinhada, a temperatura chegou a 30,5°C, mas foi reduzida de forma gradual durante o processo. Por outro lado, no carregamento indutivo desalinhado, o pico máximo também foi de 30,5°C, mas ele foi atingido de forma muito mais rápida e durou muito tempo.

De modo geral, o estudo concluiu que o carregamento indutivo, apesar de muito prático, pode reduzir a vida útil da bateria. Isso não quer dizer que você deve optar pelos cabos o resto da vida: a pesquisa abre portas para que novos estudos sejam feitos para descobrir uma forma eficiente de carregar o celular por indução sem comprometer a bateria. Por enquanto, o ideal é optar pelo cabo, quando possível.


Fontes: Science Daily

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

As inovações promovidas por startups estão presentes em diversas áreas da indústria, logo nas formas de produção de energia eólica não poderia ser diferente. Além do engajamento do público por estes novos produtos, sabe-se que os recursos naturais promovem 86% da energia mundial (IEA – International Energy Agency, 2018), e estão se tornando cada vez mais escassos. Fazendo ser necessário a busca por novas tecnologias, de forma que supra a demanda da população, e cumpra as normas de preservação ambiental.

Dentre as energias sustentáveis, encontra-se uma tecnologia chamada AWESs (Airborne Wind Energy Systems), esta inovação consiste em aeronaves e podem ser de cinco a oito vezes mais potentes do que os modelos tradicionais presentes em parques eólicos. Este é um exemplo inovador sobre a produção de energia eólica.

Aeronaves para Produção de Energia Eólica

Detalhes da Produção de Energia Eólica

E como este sistema de produção de energia eólica funciona? A estrutura do AWESs consiste em uma base de instalação pequena, e uma corda, podendo chegar a uma altitude mais elevada que os modelos tradicionais, cerca de 300 m, sendo que o aerogerador tradicional alcança 140 m. Esse sistema é capaz de informar as condições climáticas, e promover uma base de dados com relação ao clima  do local.

A energia é transferida através da corda, e ocorrem perdas de energia durante esta transmissão. Porém devido a estrutura física da produção de energia eólica, o sistema opera por mais tempo, e tem uma manutenção com menos frequência em relação ao tradicional.

Aeronaves para Produção de Energia Eólica

Implementação deste Sistema de Produção de Energia Eólica

O primeiro modelo implantado voa pela cidade de Fairbanks, no Alaska. E é uma solução promovida pela startup Altaeros. Um modelo deste aerogerador, pode ter um custo reduzido em 60% e a produção de energia eólica equivalente a 15 aerogeradores tradicionais.

Embora já tenha um protótipo instalado, este tipo de tecnologia para a produção de energia eólica ainda se encontra em fase de desenvolvimento, e tem seu planejamento de desenvolvimento inicial previsto para áreas remotas, como base militares e regiões atingidas por desastres.

Aeronaves para Produção de Energia Eólica

Fontes: IEA, Science Direct, Inhabitat, YouTube.

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Beatriz Zanut Barros

Engenheira de Energia; formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; com Mestrado em Energia Renovável pela Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona; profissional no setor de armazenamento de energia com vasta experiência em expansão de sistemas de transmissão e análise de mercado de energia em países latino-americanos.

Um método simplificado descoberto em 2019 está transformando desde então a triagem de enzimas, oferecendo uma maneira mais eficiente de identificar aquelas com potencial para a fabricação de medicamentos e outros compostos úteis. Esse avanço promete facilitar significativamente o trabalho na Engenharia Química e Biomédica. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!

enzimas
Imagem reproduzida de nature.com

Como funciona a seleção de enzimas

Na triagem convencional, as enzimas candidatas são colocadas para trabalhar reações catalisadoras. Uma técnica analítica chamada espectrometria de massa, familiar para muitos de nós engenheiros ou aspirantes a profissionais da engenharia. Então ela é usada para identificar os produtos da reação, permitindo aos pesquisadores determinar se as enzimas têm a atividade desejada. Contudo, esse método é difícil de usar para misturas complexas de moléculas, porque a mistura precisa ser meticulosamente separada em seus componentes.

Como ocorreu a descoberta

Jay Keasling e Tristan de Rond, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e seus colegas descobriram uma maneira de eliminar essa etapa de separação. A equipe pesquisadores usou membros de uma família comum de enzimas para produzir uma série de novas moléculas. Em seguida, eles adicionaram uma etiqueta química que aderiu às novas moléculas e, em seguida, colocou a mistura em uma superfície com um revestimento especial.

Quando os pesquisadores lavaram a superfície, as marcas aderiram ao revestimento. O time de cientistas então desalojou as tags e as moléculas anexadas e as colocou em um espectrômetro de massa para identificação.

enzimas
Imagem reproduzida de onlinelibrary.wiley.com

Perspectivas Futuras para a Engenharia Química e Biotecnologia

Os pesquisadores do Instituto de Bioenergia da Universidade da Califórnia, em Berkeley, dizem que, com alguns ajustes, o método pode ser usado para rastrear uma ampla variedade de enzimas e é o que espera os cientistas da área de Engenharia Química, da Genética e Biomédica e uma gama de demais profissionais ligados à indústria farmacêutica e de biotecnologia.


Fontes: O trabalho original, com uma abordagem acadêmica, está disponível na revista Angew. Chem. Int. Edn (2019), mas você também pode encontrar um resumo na Nature.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Tony Stark, o Homem de Ferro (Iron Man), é um dos maiores representantes (e inspirações) dos quadrinhos e dos filmes para os(as) engenheiros(as). Afinal, sua armadura é Engenharia pura (sem ela, ele não é nada menos que um “gênio, bilionário, playboy e filantropo…”). Foi exatamente essa armadura poderosa que Adam Savage tentou reproduzir.

armadura do homem de ferro
Imagem: geektyrant.com

Para quem não lembra ou não conhece, Adam Savage era apresentador do MythBusters, conhecido no Brasil como Caçadores de Mitos. Atualmente, ele trabalha na série Savage Builds, em que aceita desafios de construir projetos ambiciosos (e talvez bizarros). O objetivo é explicar como eles funcionam e mostrar a ciência embutida ali.

Como Adam Savage construiu a armadura do Homem de Ferro?

A armadura do Homem de Ferro foi o primeiro episódio da série. Com ajuda de especialistas, eles juntaram tecnologias (como a impressão 3D) para construir o traje. Segundo Savage, se Tony Stark realmente existisse, seria assim que ele construiria sua armadura:

Os testes mostraram que a armadura, feita de titânio, é capaz de voar (como você pode ver no vídeo acima). Para essa parte, ele teve ajuda de Richard Browning, da Gravity Industries, que projetou e pilotou sua própria jetpack. Além disso, ela é a prova de balas (um elemento importante se você quer sair voando por aí e não ser confundido com um pássaro, um extraterrestre ou um invasor).

Ainda, é possível ver no vídeo cada detalhe de Engenharia pensado e projetado para criar o traje. Desde o pequeno modelo até as peças separadas e unidas para formar o traje, tudo foi minimamente pensado e preparado. Claro que ainda há alguns problemas, como o desconforto na hora de pousar, mas isso pode ser aprimorado com o tempo.

armadura do homem de ferro
Imagem: thebrazenbull.com

Savage já dava grandes shows de Engenharia ao lado de seu fiel companheiro Jamie Hyneman em Caçadores de Mitos. Agora, ele voltou com tudo para mostrar o que a Ciência e a Engenharia são capazes de fazer.

Se nós vamos ver armaduras do Homem de Ferro, funcionais e a venda por aí, essa é uma pergunta difícil. É bem provável que, se isso acontecer, elas serão bem caras. Além disso, não é como se você pudesse entrar em um traje e sair voando por aí para qualquer lugar, visto que a engenhoca tem limitações. De toda forma, o resultado já obtido é, sem sombra de dúvidas, sensacional.


Fontes: The Verge; Futurism.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Mais uma pesquisa indicando que engenharia e medicina trabalham lado a lado. Conheça as funções deste braço robótico não-invasivo que capta sinais cerebrais.

braço robótico bci
Imagem: sciencerobotics.com

A novidade:

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, em colaboração com a Universidade de Minnesota, fez um grande avanço no campo do controle de dispositivos robóticos não-invasivos. Usando uma interface cérebro-computador (BCI), o time desenvolveu o primeiro braço robótico controlado pelo cérebro, exibindo a capacidade de rastrear e seguir continuamente um cursor de computador. Confira o vídeo de divulgação:

O desafio:

As interfaces BCI, na literatura técnica, já demonstraram ter bom desempenho no controle de dispositivos robóticos usando sinais detectados pelos implantes cerebrais. No entanto, as BCI que conseguiram que controlar continuamente os braços robóticos usaram implantes cerebrais invasivos. Esses implantes requerem uma quantidade substancial de experiência médica e cirúrgica para que sejam instalados e operados corretamente, sem mencionar os custos envolvidos e riscos potenciais para os pacientes. Devido a isso, seu uso tem sido limitado a apenas alguns casos clínicos.

Um grande desafio na pesquisa das BCI é desenvolver uma tecnologia menos invasiva, ou que não seja invasiva de fato, que permita aos pacientes controlar seu ambiente ou membros robóticos usando seus próprios “pensamentos”.

No entanto, as interfaces BCI que usam sensores externos não invasivos, em vez de implantes cerebrais, recebem sinais “mais sujos”, levando a uma resolução mais baixa e controle menos preciso. Apesar disso, os pesquisadores seguiram adiante e conseguiram estabelecer uma tecnologia de sucesso, acoplando a leitura dos sinais cerebrais com machine learning. Veja o framework:

bci braço robótico
Imagem: sciencerobotics.com

A aplicabilidade:

Controlar dispositivos robóticos pelo pensamento, sem que isso exija interferências invasivas, pode trazer uma amplitude enorme de aplicações! De imediato, a gente já associa ao benefício à qualidade de vida de pacientes paralisados ou com dificuldades de movimento, por exemplo. Essa é uma tendência da engenharia biomédica que a gente adora explorar aqui. Você já leu sobre o implante que identifica sinais cerebrais e fala pelo paciente?


Fontes: Carnegie Mellon University – Engineering.

Artigo original: Science Robotics.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Elon Musk, além de ser conhecido como Tony Stark da vida real, também é famoso por suas declarações polêmicas. Uma delas é que acredita que a população mundial vai colapsar em 2050. Não é a primeira vez que Musk fala sobre o assunto. Em 2017, ele já tinha se manifestado no Twitter, afirmando que a população mundial acelera em direção ao colapso, mas poucos se importam com isso.

Para o CEO da Tesla, as próximas décadas serão marcadas por uma “bomba populacional” na qual a população idosa aumentará e as taxas de natalidade serão reduzidas em todo o mundo. Os efeitos dessa bomba deverão ser vistas por volta de 2076, segundo ele. Porém, agora parece que Musk adiantou um pouco as previsões para 2050.

população mundial vai colapsar
Imagem: businessinsider.com

Como argumento, ele citou o livro ‘2052: Uma Previsão Global para os Próximos Quarenta Anos’, do autor Jorgen Randers, que afirma que a população mundial deve começar a diminuir em 2040. Ainda, o CEO acredita que a população será como uma pirâmide de cabeça para baixo, com poucos jovens e muitos idosos (a velha pirâmide demográfica que víamos nas aulas de geografia, porém com nova forma).

Só tem um problema: a ONU estima que a população mundial vai crescer até 2050, atingindo o número de 9,7 bilhões de pessoas. Mas isso não quer dizer que a população está crescendo desenfreadamente: ela também inferiu que houve uma redução da taxa de crescimento.

A população mundial vai colapsar mesmo?

Atualmente, somos 7,7 bilhões de pessoas no mundo (um bom e velho meme). Segundo as previsões da ONU, seremos 8,5 bilhões em 2030. Essas previsões foram feitas considerando-se um cenário de fertilidade médio de 2,5 filhos por mulher em 2030 e 2,2 em 2050. Em 2010, o valor deve ser de 1,9. Essas estimativas, revistas a cada 2 anos, registraram redução em relação ao calculado em 2017.

população mundial vai colapsar
Imagem: phys.org

Claro que ninguém está considerando os cenários apocalípticos preferidos da ficção, como epidemias zumbis, guerras devastadoras (com bombas atômicas) e um problema seríssimo de fertilidade. Como ainda não temos um oráculo oficial, resta aguardar para saber se o CEO da Tesla acertará suas previsões ou não.


Fontes: Business Insider; Futurism; Phys.org.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

A Engenharia existiu muito antes da modernidade, mesmo que não recebesse esse título. Uma prova são as construções mais antigas do mundo (ou ao menos o que restou delas). Neste texto, nós separamos uma listinha com algumas dessas construções.

Construções mais antigas do mundo

Na verdade, é extremamente difícil definir quais são realmente as construções mais antigas do mundo. Isso porque você pode considerar de vários pontos de vista: as que ainda estão de pé, as que realmente abrigaram pessoas, as que têm determinadas dimensões, etc. Nós consideramos qualquer construção que tenha sido feita pelo homem para um determinado propósito. Para isso, nos baseamos na lista feita por Christopher McFadden para o Interesting Engineering.

1. Göbekli Tepe (entre 8.400 a.C. a 12.000 a.C)

O nome desta construção pode ser traduzido do turco como algo como “monte com barriga” e ela fica no sudeste da Turquia. No topo dessa colina havia um santuário cujos restos atuais são pilares de 3 a 6 metros de altura e com 10 toneladas. Eles serviam para sustentar o telhado e há ainda, animais esculpidos nesses pilares, como raposas, leões, patos, escorpiões, etc.

construções mais antigas do mundo
Imagem: lonelyplanet.com

2. Tell Qaramel (9.670 a.C. a 11.000 a.C.)

Este atual sítio arqueológico fica ao norte da Síria e se acredita que é a estrutura mais antiga de uma torre. Há restos de estruturas de cinco torres, a mais baixa e a mais antiga com 6 metros de diâmetro. O local fica em um ponto estratégico que já foi muito fértil e importante para o comércio.

3. Torre de Jericó (entre 8.000 a.C.)

A Torre de Jericó tinha o título de torre mais antiga até Tell Qaramel ser descoberta. A estrutura de pedra possui cerca de 8,5 metros de altura e quase 9 metros de diâmetro na base e 1,5 metros no topo.

construções mais antigas do mundo
Imagem: en.wikipedia.org

4. Çatalhüyük (entre 5.700 a.C a 7.500 a.C)

Çatalhüyük foi um assentamento Neolítico que teve casas de tijolo cru que fica no sul da Turquia. Tais casas tinham plataformas para sentar e dormir e a entrada era feita pelo teto. É um patrimônio mundial da UNESCO e acredita-se que tenha abrigado cerca de 10.000 pessoas.

construções mais antigas do mundo
Imagem: pt.wikipedia.org

5. Khirokitia (entre 3.000 a.C. a 5.800 a.C.)

Khirokitia (ou Choirokoitia) fica no Chipre e foi descoberto em 1934. Os restos e objetos encontrados lá contribuíram para um grande avanço da compreensão da evolução da sociedade no local.

construções mais antigas do mundo
Imagem: pinterest.co.uk

Referências: Interesting Engineering.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Aparentemente, quando o assunto é exploração do espaço, a China quer ir direção ao infinito e além com seus planos ambiciosos. Em sua própria estação espacial, que deve ser concluída em 2022, ela deve levar vários planos científicos ousados a bordo.

estação espacial China
Imagem: youtube.com

Projetos que vão para a estação espacial chinesa

A agência espacial chinesa selecionou projetos de cientistas de 17 países como Rússia, Japão, Índia, México, Peru, Quênia e mais. No total, são 42 cientistas. Os países em desenvolvimento foram incentivados a participar do projeto.

Dentre os experimentos estão um observatório russo-indiano de investigações espectroscópicas do gás nebular que será responsável pelo mapeamento de nuvens de poeira e regiões de formação de estrelas do espaço usando luz ultravioleta. Por outro lado, um grupo de instituições europeias visa estudar como a gravidade e a radiação afetam a mutação do DNA em estruturas biológicas tridimensionais que imitam os órgãos humanos.

Ainda, pesquisadores da Arábia Saudita testarão como as células solares atuam na parte externa da estação espacial. Há, além disso, um estudo sobre a polarização de explosões de raios gama energizados de fenômenos cósmicos distantes. Ele também pode permitir que os astrônomos observem a fraca radiação associada a fontes de ondas gravitacionais.

estação espacial China
Imagem: chinadaily.com

Porém, não há nenhum experimento dos Estados Unidos. Em uma relação turbulenta desde que muitos de nós se entendem por gente, os Estados Unidos proibiram que os pesquisadores da NASA colaborem com a China sem aprovação do Congresso. Alguns cientistas até tentaram participar e estavam envolvidos em vários projetos, mas eles não foram selecionados.

Em contrapartida, a terra do Tio Sam (os Estados Unidos) pretende cortar seu financiamento para a Estação Espacial Internacional (ISS) a partir de 2024, visto que começará a focar na construção de um posto avançado na órbita da Lua em 2022. Isso significa que a estação espacial chinesa pode ser o único laboratório com cientistas em órbita baixa da Terra em 2024. Cabe então, torcer para que os planos da China deem certo e para que façamos grande avanço na ciência (preferencialmente sem começar uma nova corrida espacial ou uma guerra nas estrelas).

Referências: Nature, China Daily.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Notícias sobre impressoras 3D podem ter caído na normalidade, mas o que os pesquisadores conseguem fazer com elas é sempre uma novidade. Um exemplo são os pesquisadores que realizaram a impressão de materiais flexíveis em 3D, os quais podem ser usados para sustentar tecidos como dos tendões e dos músculos.

Até o momento, o mais comum era ver materiais rígidos impressos em 3D, como próteses de membros e aparelhos auditivos. Agora, os engenheiros do MIT projetaram materiais flexíveis  que podem ser usados como suporte personalizado, incluindo tornozeleiras e joelheiras e até materiais implantáveis, como para tratar casos de hérnia.

Como imprimir materiais flexíveis em 3D?

Para o teste, os engenheiros imprimiram uma malha flexível para uso em uma órtese de tornozelo. A estrutura foi adaptada de modo a evitar que o tornozelo virasse para dentro, o que normalmente causa lesões. Ao mesmo tempo, o material permita que a articulação se movesse de forma livre em outras direções.

Outro teste foi feito para imprimir uma joelheira que se adapta mesmo quando o joelho se dobra. Ela foi feita de forma que se adapta às formas do usuário, proporcionando resistência contra apertos involuntários que podem causar maiores complicações.

materiais flexíveis em 3D
Imagem: eurekalert.org

Tudo isso foi feito com auxílio de técnicas de Engenharia: foi preciso usar as propriedades mecânicas e geométricas dos materiais. Na hora de projetar, eles se inspiraram em materiais maleáveis e sobre como tornar as impressões em 3D mais flexíveis e confortáveis. A inspiração veio do colágeno, uma proteína que compõe grande parte dos tecidos moles do corpo humano.

Inspirados pela estrutura molecular da substância, eles fizeram a impressão em 3D usando poliuretano termoplástico. A técnica, em si, é simples e pode ser adaptada para uma variedade de aplicações e pessoas. Isso promete uma evolução na área da medicina e é uma clara demonstração do quanto a tecnologia e a Engenharia trabalham juntas na construção de melhor qualidade de vida.


Fontes: Science Daily; MIT.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

A doença de Chagas é endêmica em vários países da América Latina e do Sul (incluindo o Brasil) e é um grande problema de saúde pública atual. Ela é causada por um parasita, o qual é normalmente transmitido para humanos por meio de insetos vetores.

Um tanto negligenciada, surge uma esperança de reduzir a incidência da doença de Chagas usando-se ferramentas tecnológicas. Uma pesquisa recente desenvolveu um algoritmo que ajuda no combate da doença ao ser capaz de identificar os besouros transmissores (conhecidos como barbeiros).

doença de Chagas
Imagem: eurekalert.org

Como funciona o algoritmo que auxilia no combate a doença de Chagas?

O algoritmo foi desenvolvido na Universidade do Kansas, em um projeto chamado Virtual Vector Project. A partir de aprendizado de máquinas, os pesquisadores o treinaram para que possa ser usado como uma ferramenta para conter a disseminação da doença, oferecendo serviços diretamente ao público em geral.

Essa praticidade acontece porque os pesquisadores conseguiram identificar os vetores usando seus smartphones. A Inteligência Artificial desenvolvida foi capaz de identificar 12 espécies de insetos mexicanos e 39 brasileiras com alta precisão por meio da análise de fotos comuns.

No desenvolvimento do algoritmo, os pesquisadores usaram o TensorFlow, uma biblioteca de código aberto para aprendizado de máquina. O algoritmo funciona como a busca de imagens reversa feita pelo Google (quando você pesquisa uma imagem usando outra imagem).

Inicialmente, os resultados foram de 83% de eficiência na identificação de insetos mexicanos e 86,7% de eficiência para a identificação dos vetores brasileiros da doença de Chagas. Porém, ao adicionar a informação das distribuições geográficas, esses resultados aumentaram para 95,8% e 98,9%, respectivamente.

doença de Chagas
Imagem: globalhealth.unc.edu

Os planos futuros envolvem desenvolver um aplicativo ou uma plataforma que seja constantemente treinado com novas imagens, de modo que permaneça sempre atualizado. Ainda, os pesquisadores estão usando uma abordagem semelhante para identificar mosquitos com base no som de suas asas e de sapos com o som de seus ruídos. Essas são mais algumas aplicações incríveis da tão popular e promissora Inteligência Artificial, que promete revolucionar a qualidade de vida nos próximos anos.


Fonte: Science Daily.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.