Existe uma tecnologia avançada para o tratamento de água que vem ganhando destaque como alternativa eficiente sustentável para o enfrentamento da crise de escassez hídrica no Brasil. Estamos falando da eletrodiálise reversa (EDR).

Diferente dos métodos convencionais de dessalinização, que geralmente apresentam altas taxas de perda de água e elevado consumo energético, esse modelo se baseia num processo eletroquímico para separação de sais e impurezas da água com perdas mínimas e menor gasto de energia. Assim sendo, é considerada uma alternativa mais eficiente, sustentável e adaptada à realidade de nosso país.

Resumidamente, a eletrodiálise reversa funciona com a aplicação de uma corrente elétrica que faz os íons presentes na água serem atraídos e removidos por membrana seletivas. O resultado é uma água mais bem purificada. Pense em como isso seria vantajoso para o aproveitamento de águas residuais e para o tratamento de água em regiões com deficiência, onde a pressão do recurso é fundamental. Debatemos mais o assunto no artigo a seguir, do Engenharia 360!

Por que a escassez hídrica é um problema grave no Brasil?

É curioso, mas o Brasil, apesar de ter uma das maiores reservas de água doce do mundo, enfrenta atualmente um cenário bastante preocupante de escassez hídrica. Em 2024, a Agência Nacional de Águas (ANA) decretou pela primeira vez em mais de um século o primeiro estado de escassez em cinco grandes bacias hidrográficas no país, incluindo importantes rios da Amazônia, além de rios no Pantanal. E lembrando que a água é um recurso vital e insubstituível; o problema é que está cada vez mais ameaçado. Não tem como ignorar a urgência de se encontrar soluções reais e sustentáveis.

Diante desse cenário, a engenharia corre contra o tempo para amenizar os impactos já sentidos no meio econômico e industrial – especialmente em setores como a agricultura e a indústria, que consome mais de 50% dos recursos hídricos disponíveis em nosso país. É claro que precisamos manter um modelo de captação e uso da água mais sustentável. E uma tecnologia considerada promissora é a de eletrodiálise reversa.

Eletrodiálise Reversa
Imagem reproduzida de Veolia Water Technologies & Solutions

Como a eletrodiálise reversa contribui para o reuso da água?

Como explicamos no começo deste texto, a eletrodiálise reversa é um processo eletroquímico utilizado para dessalinizar a água ou remover sais e íons indesejados. De fato, seu diferencial está no baixo índice de rejeito, que pode começar em apenas 5%, contra os 40% do sistema tradicional de osmose reversa. Quer dizer que muita água é aproveitada no processo – o que faz toda a diferença em tempos de escassez! Dá para tratar a água usada para que ela possa voltar ao ciclo produtivo – seja na irrigação, na indústria ou até mesmo, em alguns casos, para consumo humano.

A saber, se podemos transformar efluentes de baixa qualidade em recursos hídricos aproveitáveis novamente, isso reduziria drasticamente a necessidade de captação de mais água na natureza. Todos só teriam a ganhar!

Eletrodiálise Reversa
Imagem reproduzida de O Blog Engeper

Quais os principais benefícios da eletrodiálise reversa?

  • Baixa rejeição de água: Apenas 5% de perda no tratamento.
  • Baixo consumo de energia: Mais eficiente que outras tecnologias, como a osmose reversa.
  • Aplicação versátil: Funciona em diferentes tipos de água (salobra, industrial, efluentes, etc.).
  • Estimula o reúso: Trata águas residuais para reutilização.
  • Benefícios ambientais e econômicos: Reduz impacto ambiental, custos operacionais e ajuda na preservação hídrica.

Será que o Brasil está preparado para implementar a eletrodiálise reversa?

Sem dúvidas, a eletrodiálise reversa apresenta vantagens claras para os planos da engenharia. Porém, a sua implementação em larga escala ainda parece ser um desafio, principalmente se pensarmos na quantidade de investimento inicial necessário para infraestrutura, capacitação técnica e operacional, além de manutenção dos sistemas. Mesmo assim, o cenário parece promissor; é fácil realizar a integração da EDR com políticas públicas e incentivos à inovação para acelerar sua adoção. Essa tecnologia deve ser considerada uma opção viável para ser incorporada de forma gradativa e estratégica.

Veja Também: Coleta de Neblina: Engenharia Contra a Escassez Hídrica


Fontes: Brasil 247.

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Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Sabe qual a nova receita para o sucesso no setor de gastronomia? Sim, a tecnologia de realidade aumentada (RA)! Imagine poder visualizar em três dimensões, através de menus interativos, via celular ou headseat, o prato que pretende pedir – em tamanho real, com textura e aparência realistas. Uma possibilidade é através da utilização do sistema AR Code Object Capture, que cria uma experiência bastante atrativa, envolvente e inovadora. 

A saber, a capacidade de sobrepor informações digitais ao mundo real abre um leque de possibilidades no mercado, incluindo a exibição virtual de produtos ofertados nos estabelecimentos comerciais. Especialmente na área de restaurantes, esse tipo de solução pode potencializar as vendas como nunca.

Conhecendo o sistema AR Code Object Capture

Neste artigo, o engenharia 360 gostaria de lhe apresentar uma ferramenta que está revolucionando o setor de restaurantes ao digitalizar pratos com incrível fidelidade e integrá-los a códigos QR de realidade aumentada (AR QR Codes). Estamos falando do sistema AR Code Object Capture (disponível para artigos Apple), uma inovação que está dando o que falar, permitindo que as pessoas possam capturar objetos reais em seu ambiente, como pratos de comida, em formato 3D por meio de uma técnica chamada fotogrametria.

AR CODE
Imagem reproduzida de AR Code

Registros visuais com fotogrametria

A técnica da fotogrametria consiste em tirar várias fotos de um objeto de ângulos diferentes e processá-las para gerar um modelo tridimensional. Nesse caso, se faz necessário o uso de câmera de smartphone ou headset de realidade aumentada, a exemplo do Apple Vision Pro. Com um sistema como AR Code Object Capture, é possível fazer esses registros em alta qualidade e, em seguida, usar um software para criar o modelo 3D detalhado. Quanto mais fiel a realidade for a imagem final, melhor para criar uma experiência de RA imersiva e envolvente, que realmente possa impressionar os clientes.

AR CODE
Imagem reproduzida de AR Code

Desbloqueio de experiências com AR Code

Caso você esteja se perguntando, AR Code é um tipo específico de QR Code, projetado especialmente para armazenar as informações possíveis para exibir uma experiência de realidade 3D aumentada em dispositivos como smartphones. Vale destacar que, para isso, não se faz necessário uso de nenhum aplicativo adicional; basta escanear o código com a câmera do celular para ver o objeto “saltar” à tela. Essa lógica poderia ser implementada em diversos materiais de publicidade, desde cardápios físicos até materiais de marketing digital.

Como usar a tecnologia AR Code em restaurantes

Quem trabalha no setor gastronômico pode contar com a tecnologia de realidade aumentada como um ingrediente a mais para encantar os seus clientes.

Restaurantes ao redor do mundo já estão utilizando o AR Code Object Capture para transformar seus menus em verdadeiras experiências digitais. Uma possibilidade é a criação de menus imersivos. Ao escanear o material, se obtém uma prévia realista e interativa das ofertas de pratos, tudo isso em 3D – podendo girar, dar zoom e explorar cada detalhe antes da realização do pedido. Essa prática ajuda a reduzir a incerteza e aumenta a confiança do cliente, incentivando-o a experimentar novos sabores.

AR CODE
Imagem reproduzida de AR Code em YouTube

Ver o prato em tamanho real ajuda os clientes a entender quantidade, proporção e apresentação. Através dessa experiência interativa em realidade aumentada, pode-se fazer uma personalização das experiências de refeição através de informações detalhadas sobre ingredientes, conteúdo nutricional e alérgenos. Segundo especialistas, diante das possibilidades, o engajamento do público é muito maior – aliás, especialmente entre a geração Z e outros que valorizam a Inovação e experiências “fora do padrão”.

Certamente, aqueles restaurantes que utilizam menus AR se destacam em um mercado saturado, atraindo atenção da mídia e consumidores curiosos por novidades.

Exemplos práticos

O futuro promissor da AR no setor alimentício

O surgimento da tecnologia AR Code Object Capture faz surgir uma nova era de gastronomia, estabelecendo novos padrões para menus e engajamento do cliente. É realmente impressionante a simplicidade por trás desta inovação!

O processo de digitalização é bem simples e pode ser feito em poucos minutos, com alto nível de detalhes sem necessidade de um aplicativo adicional, como comentamos anteriormente. Desse jeito fica muito mais fácil para os restaurantes compartilharem suas criações! Os códigos podem ser integrados nos menus físicos, sites e materiais promocionais, permitindo que as pessoas explorem os pratos desenvolvidos de uma maneira nova, dinâmica e cativante. Isso só tende a melhorar a experiência do cliente, atraindo novos públicos, aumentando o engajamento e a finalização, além dos processos internos da empresa.

Veja Também: O que é computação espacial e quais são suas aplicações tecnológicas?


Fontes: AR Code.

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Você provavelmente já utilizou alguma escada rolante; esse tipo de maquinário é comumente instalado em shoppings, estações de metrô, aeroporto e diversos outros locais. Mas já parou para pensar como a sua engenharia funciona? Porque ela pode até parecer simples, quando na verdade é complexa e combina diversos componentes para garantir mobilidade e segurança aos usuários. Neste artigo do Engenharia 360, vamos explorar detalhadamente como funcionam as escadas rolantes,  cuidados de segurança e manutenção. Confira!

escadas rolantes
Imagem de Khanh Nguyen em Pexels

A breve história da criação das escadas rolantes

O ano era 1859. Nathan Ames, um advogado norte-americano, patenteou um projeto de dispositivo de escada móvel que seria supostamente acionada por água ou manivela. Infelizmente, até onde se sabe, esse modelo jamais foi construído. No entanto, em 1892, Jessie W. Reno patenteou e instalou o modelo de escada tipo ‘cleat’ em Coney Island Old Island Pier, em Nova York.

Quatro anos depois o inventor vendeu essa patente para a Otis Elevator Company, responsável pelo desenvolvimento e popularização das escadas rolantes no mundo. A empresa também registrou oficialmente o nome escada rolante, que se tornou sinônimo do equipamento embora outras empresas tenham comercializado versões semelhantes com nomes diferentes.

No Brasil, as escadas rolantes foram usadas principalmente em lojas de departamento e, com o crescimento dos shoppings e estações de metrô, seu uso se expandiu para diversos ambientes, tornando-se essenciais para a mobilidade urbana.

A engenharia por trás do funcionamento das escadas rolantes

Numa primeira olhada, podemos acreditar que o funcionamento das escadas rolantes é simples; mas, na verdade, ele é bastante intrigado. O princípio por trás da sua mecânica é a união dos degraus em forma de corrente contínua que se move circularmente, impulsionada por uma máquina de tração e guiada por trilhos, semelhante a um carrossel. Os degraus então se curvam no final do percurso, retornando por baixo da escada graças a um conjunto de roldanas estrategicamente posicionadas.

escadas rolantes
Imagem reproduzida de TK Elevator Brasil

Durante esse movimento dinâmico, uma das roldanas desliza precisamente ao longo do trilho guia, enquanto outra se conecta firmemente a corrente de acionamento, garantindo o movimento coordenado e sem interrupções. Vale destacar ainda que a engrenagem superior é acionada por um motor elétrico, enquanto a engrenagem inferior atua como um mero seguidor; essa é responsável por facilitar o deslocamento suave da escada. Claro que a integração precisa entre as engrenagens e o trilho é necessária e assegura uma operação contínua e confiável.

Resumindo, o motor gira as engrenagens que puxam a corrente dos degraus. À medida que os degraus avançam, eles permanecem nivelados para facilitar o embarque e desembarque dos usuários. Quando os degraus chegam ao topo ou a base, eles se curvam e passam para o lado inferior por dentro da estrutura metálica. E é assim que funcionam as escadas rolantes!

escadas rolantes
Imagem reprodução via Click Petróleo e Gás

Lista de componentes das escadas rolantes

  • Motor Elétrico– cerca de 100 CV, alojado na estrutura metálica que conecta os andares.
  • Corrente de degraus
  • Degraus – com dois conjuntos de rodas.
  • Trilhos
  • Corrimão – faixa de borracha que proporciona segurança e apoio aos usuários, com movimento controlado pelo motor para manter a mesma velocidade dos degraus.

Dispositivos e manutenção essenciais de escadas rolantes

Como podemos perceber pela explicação anterior, a engenharia das escadas rolantes incorpora diversos dispositivos, entre eles estão também mecanismos de segurança para evitar acidentes. Os mesmos devem ser cuidadosamente projetados para mitigar todos os riscos e garantir a integridade física dos usuários.

Já falamos do corrimão, mas vale citar também outras tecnologias. Por exemplo, as escovas fixadas nas laterais dos degraus, que atuam como barreiras preventivas, impedindo que os pés dos usuários se aproximem perigosamente do rodapé do equipamento. 

Existem também as faixas amarelas de sinalização, uma demarcação visual que serve de alerta, prevenindo tropeços e colisões. Os botões de emergência representam um recurso para situações inesperadas, interrompendo imediatamente o funcionamento da máquina assim que acionados. Por fim, os sensores de presença, evitando o movimento desnecessário da escada e também promovendo a redução do consumo de energia.

escadas rolantes
Imagem reprodução via Click Petróleo e Gás

Claro que de nada adianta esses dispositivos instalados sem que haja uma manutenção periódica das escadas rolantes. Essas inspeções regulares – de motores, correntes, degraus, corrimãos e sistemas de segurança – asseguram o pleno funcionamento da máquina, além de prevenir e corrigir potenciais falhas antes que elas representam risco.

Diferença entre escadas rolantes, elevadores e esteiras rolantes

As escadas rolantes são ideais para transportar pessoas em pequenas distâncias verticais, permitindo um fluxo contínuo e com alta capacidade, sem necessidade de espera. Já os elevadores também realizam o transporte vertical, mas possuem capacidade limitada e exigem que os usuários aguardem entre os ciclos de uso. Por fim, as esteiras rolantes, ou trilhas rolantes, funcionam de forma semelhante às escadas rolantes, mas são planas, sendo usadas principalmente em longos corredores horizontais, como em aeroportos, ou para facilitar o transporte de carrinhos em locais de compras.

escadas rolantes
Imagem reproduzida de Engetax Elevadores

Veja Também: Quais as maiores escadas rolantes do mundo?


Fontes: Superinteressante, Otis.

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O concreto – material mega explorado na construção civil – é sinônimo de durabilidade e resistência. No entanto, mesmo assim, está sujeio a um problema incômodo e, por vezes, alarmante: as rachaduras. Mas por que o concreto racha? A resposta não é simples, envolvendo uma combinação de fatores,

Neste artigo, do Engenharia 360, vamos explorar os principais motivos que levam ao aparecimento de rachaduras no concreto, explorando cada causa em detalhes e oferecendo soluções práticas para prevenir e remediar esses problemas. Confira!

1. Falhas no preparo da mistura do concreto

A preparação do concreto é praticamente uma arte que exige precisão e conhecimento. Aliás, cada tipo de concreto possui uma “receita” específica, com proporções ideais de cimento, areia, água e brita. Então, desvios nessas condições podem comprometer a resistência e a durabilidade do material, tornando-o vulnerável a rachaduras.

Imagine um bolo em que você erra a quantidade de farinha ou fermento. O resultado será uma massa disforme e sem sabor. Da mesma forma, um concreto sujeito mal preparado terá uma tensão interna, retração excessiva e baixa resistência, culminando no aparecimento de fissuras e rachaduras.

Solução: Siga rigorosamente as medidas recomendadas para cada tipo de concreto, utilizando equipamentos de medição precisos e garantindo a homogeneidade da mistura. Consulte um engenheiro ou técnico especializado para obter orientações sobre o traço ideal para sua obra.

concreto rachaduras
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

2. Infiltrações e corrosão

A água é essencial para a hidratação do concreto, mas, em excesso ou fora de controle, pode se tornar um agente de destruição. Infiltrações provenientes de vazamentos, falhas na impermeabilização ou lençóis freáticos podem penetrar nos elementos, causando a corrosão das armaduras de aço e o enfraquecimento da estrutura.

A corrosão do aço é um processo insidioso que leva à expansão do metal, gerando pressões internacionais que atingem o concreto. Além disso, a água infiltrada pode dissolver componentes do cimento, comprometendo a resistência e a durabilidade do material.

Solução: Pesquise sistemas de impermeabilização eficientes, inspecione regularmente as instalações hidráulicas e corrija vazamentos o mais rápido possível. Em áreas sujeitas a alta umidade, utilize aditivos impermeabilizantes não concretos para aumentar sua resistência à penetração da água.

3. Excesso de umidade

Já deu para entender, não é? Assim como a falta de água é prejudicial, o excesso de umidade na mistura do concreto também pode causar estragos. Quer arruinar tudo? Adicione mais água do que o necessário para enfraquecer a resistência do material, tornando-o poroso e suscetível a rachaduras!

O excesso de água também interfere na retração do concreto, causando lesões internas que levam ao aparecimento de fissuras. Além disso, a superfície do concreto pode se tornar irregular, comprometendo a aderência de revestimentos e outros materiais.

Solução: Utilize a quantidade exata de água especificada no traço do concreto, controlando a umidade dos agregados (areia e brita) para evitar variações na consistência da mistura. Utilize um medidor de umidade para garantir a precisão da dosagem.

4. Retração por secagem

A retração por secagem é um aspecto natural que ocorre quando o concreto perde água por evaporação. Essa perda de umidade causa a contração do material, gerando danos internos que podem levar ao aparecimento de fissuras.

A retração por secagem é mais intensa nas primeiras semanas após o lançamento do concreto, especialmente em climas quentes e secos. A falta de cura adequada, que consiste em manter o concreto úmido durante esse período, pode agravar o problema.

Solução: Realize a cura do concreto de forma adequada, mantendo-o úmido por pelo menos sete dias após o lançamento. Utilize métodos como inundação, aplicação de mantas úmidas ou aspersão de água. Em climas quentes e secos, considere o uso de aditivos redutores de retração.

concreto rachaduras
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

5. Falhas na colocação

A forma como o concreto é aplicado e lançado também influencia sua resistência e durabilidade. Falhas na colocação, como o lançamento em superfícies irregulares, a falta de compactação adequada ou o uso de equipamentos inadequados, podem gerar lesões internas e pontos de fraqueza que levam ao aparecimento de rachaduras.

O concreto deve ser lançado em camadas uniformes, compactado com vibradores para eliminar bolhas de ar e garantir a aderência entre as camadas. A falta de compactação pode resultar em vazios e segregações, comprometendo a resistência e a durabilidade do material.

Solução: Prepare adequadamente a superfície de lançamento, garantindo que fique limpa, nivelada e compactada. Utilize equipamentos de vibração adequados para cada tipo de concreto e siga as recomendações do fabricante. Lance o concreto em camadas uniformes, evitando o acúmulo de material em determinados pontos.

concreto rachaduras
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

6. Agentes agressivos

O concreto pode ser atacado por diversas substâncias químicas, como ácidos graxos, sulfatos, cloretos e sais. Essas substâncias penetram no material, corroendo o cimento e as armaduras de aço, enfraquecendo a estrutura e causando ao aparecimento de rachaduras.

A exposição a agentes agressivos é mais comum em ambientes industriais, áreas litorâneas e regiões com solos contaminados. A utilização de produtos de limpeza inadequados também pode acelerar o processo de restrição do concreto.

Solução: Utilize concretos com aditivos especiais que aumentem sua resistência a agentes agressivos. Proteja as estruturas de concreto com revestimentos impermeáveis ​​e resistentes a produtos químicos. Evite o uso de produtos de limpeza abrasivos ou corrosivos.

concreto rachaduras
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

7. Sobrecargas

O concreto é projetado para suportar um peso específico, calculado com base nas características da estrutura e nas normas técnicas. A aplicação de cargas superiores às previsões no projeto pode gerar desgastes excessivos no material, causando ao aparecimento de fissuras e rachaduras.

Como sobrecargas podem ser causadas por erros de projeto, alterações na utilização da estrutura ou acúmulo de materiais pesados. É fundamental respeitar os limites de carga especificados no projeto para garantir a segurança e a durabilidade da construção.

Solução: Consulte um engenheiro para verificar a capacidade de carga da estrutura antes de qualquer alteração na utilização do espaço ou adicionar novos elementos. Distribua o peso de forma uniforme sobre a superfície do concreto, evitando o acúmulo de carga em determinados pontos.

concreto rachaduras
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

8. Estresse ambiental

As variações de temperatura, a umidade, a radiação solar e as características naturais, como terremotos e ventos fortes, podem gerar danos não concretos, causando ao aparecimento de rachaduras. O estresse ambiental é mais intenso em regiões com climas extremos ou suscetíveis a desastres naturais.

A exposição prolongada ao sol pode causar o aquecimento e a expansão do concreto, gerando prejuízos internos que levam ao aparecimento de fissuras. A umidade excessiva pode acelerar a corrosão das armaduras de aço, enfraquecendo a estrutura.

Solução: Utilize concretos com aditivos que aumentem sua resistência ao estresse ambiental. Proteja as estruturas de concreto com revestimentos refletivos que reduzem o aquecimento solar. Em regiões sísmicas, utilizam técnicas de construção que aumentam a resistência da estrutura a terremotos.

concreto rachaduras
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

9. Erro humano

Cálculos mal elaborados e sobrecargas de uso preventivos podem comprometer a integridade da estrutura, causando o aparecimento de rachaduras. É fundamental contratar uma engenharia qualificada para realizar o projeto estrutural e garantir que uma estrutura seja capaz de suportar as cargas previstas.

Erros de projeto podem levar ao dimensionamento inadequado das armaduras de aço, comprometendo a resistência da estrutura, a tração e as características. A falta de consideração de cargas adicionais, como equipamentos pesados ​​ou alterações na utilização do espaço, também pode gerar sobrecargas e rachaduras.

Solução: Contrate um engenheiro qualificado para realizar o projeto estrutural e revisar os cálculos antes de iniciar a construção. Consideram-se todas as cargas previstas na utilização da estrutura, incluindo cargas permanentes (peso próprio da estrutura) e cargas variáveis ​​(pessoas, móveis, equipamentos).

10. Acomodação imprevista

Toda construção está sujeita a um certo grau de acomodação do solo, também conhecido como recalque. Quando essa acomodação ocorre de forma desigual, uma parte da construção pode ceder mais que a outra, gerando prejuízos internos que levam ao aparecimento de rachaduras.

O lembrete diferencial é mais comum em solos heterogêneos ou sujeitos a variações de umidade. A falta de investigação geotécnica adequada pode levar ao dimensionamento inadequado das fundações, aumentando o risco de recalque diferencial.

Solução: Realizar uma investigação geotécnica completa para determinar as características do solo e dimensionar as fundações de forma adequadas. Utilize técnicas de construção que minimizem o recalque diferencial, como a execução de estações ou a utilização de raio.

concreto rachaduras
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

O que fazer quando as rachaduras aparecem?

Se você notar o aparecimento de rachaduras não concreto, não entre em pânico (ou entre, vai saber!). Em princípio, não são todas as rachaduras que representam um risco iminente de colapso. No entanto, é fundamental avaliar a gravidade do problema e tomar as medidas para evitar que a situação se agrave.

Classificação das rachaduras:

  • Fissuras: Aberturas finas, com menos de 0,5 mm de espessura. Geralmente não representam um risco estrutural, mas podem indicar problemas de retração ou umidade.
  • Trincas: Aberturas mais acentuadas, com espessura entre 0,5 mm e 1,5 mm. Podem indicar problemas estruturais e desligar a atenção.
  • Rachaduras: Aberturas com mais de 1,5 mm de espessura. Indicar problemas estruturais graves e desativar intervenção imediata.

Medidas a serem tomadas:

  • Monitore a rachadura: Marque as extremidades da rachadura com um lápis e observe se ela aumenta de tamanho com o tempo.
  • Investigar a causa: Tente identificar a causa da rachadura, considerando os fatores referenciados neste guia.
  • Consulte um engenheiro: Contrate um engenheiro para avaliar a gravidade do problema e indicar as medidas corretivas adequadas.
  • Realize os reparos: Siga as orientações do engenheiro para reparar a rachadura, utilizando materiais e técnicas adequadas.

Veja Também: 9 Patologias na Construção Civil: Causas, Sinais e Soluções


Fontes: Click Petróleo e Gás, ArchDaily.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Você já parou para pensar como a Internet pode ser a virada de chave para sua carreira? Hoje, com apenas alguns cliques, é possível estudar à distância, se especializar em áreas promissoras e conquistar certificações que fazem seu currículo brilhar aos olhos de recrutadores. A era digital não só encurtou distâncias, como também abriu portas para um novo modelo de aprendizagem – mais acessível, flexível e focado em resultados reais.

Se você é estudante ou profissional da engenharia, aqui vão algumas dicas essenciais para aproveitar ao máximo essa revolução digital e se destacar no mercado!

Como impulsionar sua carreira de engenharia

1. Mantenha-se atualizado com conteúdo relevante

Em um mercado tão dinâmico quanto o da engenharia, o profissional que deseja se destacar precisa estar em constante evolução. Isso significa ir além do conteúdo da faculdade e buscar informações atualizadas em fontes confiáveis.

Siga blogs e portais especializados, como o Engenharia 360, além de canais no YouTube, newsletters técnicas, eventos virtuais e portais de inovação. Acompanhar essas mídias ajuda você a entender novas tecnologias, metodologias emergentes, tendências globais e mudanças regulatórias que impactam diretamente o setor.

O hábito de consumir conteúdo técnico e atual pode ser o diferencial que te coloca à frente dos concorrentes.

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2. Organize seu tempo e estude no seu ritmo

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Além disso, ao escolher cursos que atendam seus objetivos profissionais – como aprofundar-se em energias renováveis, automação industrial, softwares de projeto, entre outros – você alinha seu crescimento pessoal com as demandas do mercado, garantindo aprendizado estratégico.

3. Invista em cursos especializados com certificação

Nada adianta acumular conhecimento se ele não puder ser comprovado, certo? Por isso, investir em cursos que ofereçam certificados reconhecidos é uma estratégia inteligente para turbinar seu currículo.

O segredo está em optar por plataformas sérias e reconhecidas, que entregam conteúdo atualizado, suporte técnico e uma trilha de aprendizado alinhada com as necessidades do setor da engenharia.

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Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

O mundo sofre hoje consideravelmente por conta das mudanças climáticas, que exigem cada vez mais soluções criativas por parte da engenharia, soluções estas que possam, principalmente, reduzir ao máximo as emissões de gases de efeito estufa. Vale destacar que essa é uma missão de todos, inclusive dos cientistas brasileiros. E a boa notícia que trazemos para o Engenharia 360 é que pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveram uma tecnologia revolucionária capaz de realizar captura de CO2 de forma eficiente, barata e sustentável. Falamos mais sobre ela no artigo a seguir. Confira!

Mudanças climáticas e importância da captura de CO2

Definitivamente, as mudanças climáticas são um dos maiores desafios da engenharia atual. A indústria é uma das maiores fontes de emissões de capturar dióxido de carbono (CO2), especialmente em setores como refinaria de petróleo, usinas termelétricas e plantas químicas. Os cientistas enfatizam a importância de se trabalhar – urgente – com tecnologias que possam capturar e gerenciar essas emissões.

Essa ideia é o que inspirou recentemente a dissertação de mestrado no programa de pós-graduação em engenharia química da UFRN. O resultado foi a criação de um dispositivo inovador – cuja patente já foi solicitada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Sob o título, “Formulações à base de solução de tensoativo amina graxa etoxilada e óleo e seu uso para captura de CO₂”, está em fase de avaliação, com resultados promissores em testes laboratoriais. Aliás, seu financiamento acontece pelo Programa de Recursos Humanos da ANP (PRH-ANP 26).

Cientistas da UFRN criam novo dispositivo para zerar a poluição industrial
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A tecnologia inovadora desenvolvida pela UFRN

A tecnologia desenvolvida pela equipe brasileira representa um avanço significativo na busca por soluções tecnológicas que contribuem para uma transição energética e redução da pegada de carbono na indústria da engenharia. A mesma se vale de uma formulação química baseada em surfactantes aminados. Esses compostos são capazes de capturar CO2 em diferentes ambientes desafiadores, como em presença de óleos e sais, onde as soluções convencionais geralmente falham. Sem contar que permitem o armazenamento seguro do dióxido de carbono.

A saber, a combinação é compatível com os processos industriais existentes, facilitando sua implementação em diversos contextos. Além disso, a formulação poderia ser reutilizada, reduzindo o consumo energético necessário para a captura de CO2, o que torna a solução ainda mais sustentável e econômica. Claro que ainda é preciso realizar mais estudos e testes para comprovar a viabilidade da aplicação comercial dessa tecnologia. Mas se tudo der certo, os cientistas garantem que podemos estar diante de uma grande inovação.

captura de CO2
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Veja Também: Cimento que Absorve CO2: A Revolução na Engenharia

Possíveis aplicações práticas

A tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte tem, em princípio, várias aplicações práticas que podem impactar significativamente a redução das emissões de CO2:

  • Refinarias de petróleo: Pode ser aplicada para reduzir as emissões de CO₂ na produção de combustíveis.
  • Plantas químicas: Permite um controle mais eficiente das emissões geradas por reações industriais.
  • Usinas termelétricas: Facilita a captura e o armazenamento de carbono.
  • Armazenamento em poços de petróleo: O CO₂ capturado pode ser transformado em rocha e armazenado em poços vazios de petróleo, reduzindo a liberação de gases na atmosfera.

Próximos passos e desenvolvimentos futuros

Neste momento, a equipe da UFRN está investigando como aplicar a formulação – futuramente patenteada – na separação de outros gases e uso em sistemas híbridos que combinam a captura de CO2 com tecnologias de purificação de água e tratamento de efluentes. Essa possibilidade deixaria a tecnologia ainda mais atraente para os investidores, além de gerar novas patentes e impulsionar outras inovações derivadas. Quando o protótipo laboratorial estiver avançado, o próximo passo será a transição para testes em escala piloto em ambientes industriais simulados, algo necessário para ajustar a solução às demandas do mercado.

E não poderíamos terminar este artigo sem destacar o importante papel das universidades como motores de inovação na engenharia, aproximando a academia – com todos os seus estudantes, professores e pesquisadores – da indústria, e promovendo a transformação do conhecimento teórico em soluções práticas para problemas reais.

Cientistas da UFRN criam novo dispositivo para zerar a poluição industrial
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Fontes: Agência Brasil, UFRN.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

O nosso mundo está se tornando progressivamente mais tecnológico e cada vez mais dependente de energia elétrica. No entanto, sua produção enfrenta desafios significativos relacionados às questões ambientais, especialmente na busca por reduzir a dependência da indústria em recursos limitados do nosso planeta, como os materiais fósseis. Diante disso, houve um movimento de engenharia nos últimos anos em explorar alternativas de geração de energia. Mas a China está indo além, projetando a construção de uma estação solar espacial.

O artigo a seguir, do Engenharia 360, destaca como esse movimento ousado do país asiático pode redefinir o cenário econômico e científico global, marcando uma nova era da exploração espacial para fins energéticos. Confira!

estação solar espacial
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Plano chinês de construção da estação solar espacial

A ideia de se construir uma estação solar espacial não é nova para os cientistas. É claro que a energia solar é uma das alternativas mais promissoras aos combustíveis fósseis e ela tem recebido crescente atenção global. Afinal, é inevitável olhar para o céu e se perguntar: “por que não aproveitar toda essa luz e calor disponíveis gratuitamente lá em cima?”.

Acontece que colocar esse plano em prática não é tarefa fácil! Existem muitas limitações impostas pela atmosfera terrestre, que absorve e reflete parte da radiação solar, que já restringe boa parte da eficiência das usinas solares terrestres. Então, o que os chineses querem fazer é transferir a coleta de energia para o espaço, superando essas barreiras.

Principais vantagens estratégicas de uma estação solar no espaço:

  • Captação otimizada: Fora da atmosfera terrestre, os painéis solares recebem muito mais radiação solar, sem as interferências climáticas ou ambientais.
  • Exposição contínua ao Sol: Em órbita geoestacionária, a estação permanece constantemente iluminada, possibilitando a geração ininterrupta de energia.

Comparação com a barragem das Três Gargantas

Já falamos sobre a barragem das Três Gargantas aqui, no Engenharia 360. A estrutura está localizada no rio Yangtzé e é um ícone da engenharia moderna. Sua capacidade instalada é de 22,5 mil MW. No entanto, o novo projeto para a estação solar espacial proposto pelos cientistas deve superar até mesmo essa grande obra. A saber, essa estação seria colocada a 36 mil quilômetros da Terra. A captação de energia seria feita de forma ininterrupta, sendo depois transmitida de volta à Terra. Um processo limpo e sustentável!

Novas tecnologias propostas para estação solar espacial

Até o momento, diversos laboratórios chineses fizeram propostas diferentes para a futura estação solar espacial. Por exemplo, a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial lançou a ideia de uma estação de quase 12 km com antena de transmissão circular de 1 km de diâmetro.

estação solar espacial
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Já a Universidade de Xidian, uma estação esférica com painéis semi reflexivos para concentração de luz.

estação solar espacial
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E a universidade aeroespacial de cheng, um design cilíndrico que refrataria a luz solar em painéis fotovoltaicos internos.

estação solar espacial
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Se você se perguntou como seria a transferência de energia dessa estação para a Terra, explicamos que aconteceria segundo princípios da transmissão via ondas, ou seja, sem fios. A saber, ao coordenar a emissão de energia de múltiplas fontes, é possível concentrar a energia em uma direção específica, como uma antena na superfície do planeta. Por fim, estações terrestres especializadas converteriam essas ondas em eletricidade utilizável, integrando-a à rede elétrica.

Este método não apenas simplificaria a logística de transmissão, mas também garantiria um fluxo constante de energia renovável.

estação solar espacial
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Desafios tecnológicos para a revolução energética global

Antes de tudo, para que a China possa viabilizar esse projeto ambicioso, será necessário um planejamento minucioso de como levar os componentes necessários para o espaço. Em princípio, a ideia é utilizar o foguete Long March-9 (CZ-9), reutilizável e capaz de transportar cargas pesadas e até astronautas, se preciso.

Confira o cronograma inicial para a construção da estação solar espacial:

  • Até 2030: Lançamento do primeiro protótipo com capacidade de 500 kW.
  • Até 2035: Implementação de uma versão operacional com 20 MW.
  • Até 2050: Conclusão da estação completa com potência de 2 GW.”

Até onde se sabe, a China já iniciou testes com balões de ar quente e está construindo uma estação receptora em Chongqing. Além disso, a CAST planeja implantar painéis solares de 10 kW no espaço para demonstrar a transmissão de energia sem fio.

Veja Também: 8 curiosidades sobre a Estação Espacial Internacional


Fontes: Terra, Olhar Digital.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

A engenharia é uma das áreas mais valorizadas no mercado de trabalho brasileiro, e algumas especialidades se destacam pelo alto potencial de remuneração. Segundo levantamento recente com microdados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao quarto trimestre de 2024, certas engenharias estão entre as profissões com os maiores salários do país, superando até mesmo carreiras tradicionais como medicina e direito.

Nesta publicação do Engenharia 360, vamos explorar quais são as engenharias que mais pagam no Brasil atualmente, o que explica esses valores e como esse cenário pode influenciar quem está pensando em seguir carreira nessa área.

salários engenharias
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O ranking das engenharias mais bem pagas no Brasil

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua, que avaliou 428 carreiras, as engenharias aparecem em várias posições de destaque no ranking dos maiores salários médios. Confira os valores médios mensais para as principais especialidades de engenharia, conforme os dados do IBGE:

Os engenheiros químicos lideram entre as engenharias, com um salário médio de quase R$ 14 mil mensais, seguidos pelos engenheiros mecânicos, com mais de R$ 12,5 mil. Já os engenheiros civis, apesar de muito demandados, têm uma média salarial menor, em torno de R$ 8,4 mil.

  • Engenheiros Químicos: R$ 13.965,42 – Essencial para indústrias como a petroquímica, farmacêutica e alimentícia, o engenheiro químico desenvolve processos e produtos, garantindo qualidade e eficiência.
  • Engenheiros Mecânicos: R$ 12.552,25 – Presente em todos os setores da indústria, o engenheiro mecânico projeta, desenvolve e mantém máquinas e sistemas mecânicos.
  • Engenheiros Eletrônicos: R$ 10.439,48 – Com a crescente demanda por tecnologia, o engenheiro eletrônico é fundamental no desenvolvimento de sistemas eletrônicos, desde equipamentos industriais até dispositivos móveis.
  • Engenheiros Industriais e de Produção: R$ 9.903,32 – Otimizando processos e aumentando a eficiência, o engenheiro de produção é crucial para empresas que buscam competitividade.
  • Engenheiros Eletricistas: R$ 9.673,12 – Responsável pela geração, transmissão e distribuição de energia, o engenheiro eletricista é essencial para o funcionamento da sociedade moderna.
  • Engenheiros de Minas, Metalúrgicos e Afins: R$ 9.219,89 – Atuando na extração e processamento de minerais, o engenheiro de minas é fundamental para a indústria de base.
  • Engenheiros Não Classificados Anteriormente: R$ 9.053,66 – Abrangendo diversas especializações que não se encaixam nas categorias anteriores, esses engenheiros atuam em nichos específicos com demandas particulares.
  • Engenheiros Civis: R$ 8.466,20 – Construindo o futuro, o engenheiro civil projeta e executa obras de infraestrutura, como edifícios, pontes e estradas.
  • Urbanistas e Engenheiros de Trânsito: R$ 6.342,07 – Planejando e organizando o espaço urbano e os sistemas de transporte, esses profissionais são cruciais para o desenvolvimento sustentável das cidades.
  • Engenheiros de Meio Ambiente: R$ 5.451,96 – Focada na sustentabilidade e na preservação dos recursos naturais, a engenharia ambiental atua na prevenção e mitigação de impactos ambientais, desenvolvendo soluções para um futuro mais verde.
salários engenharias
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Por que algumas engenharias pagam mais

Especialistas econômicos explicam que a alta remuneração em algumas áreas da engenharia está ligada a fatores como a qualificação exigida, a complexidade das funções e a exclusividade de atuação em setores específicos, especialmente no setor público ou em segmentos industriais estratégicos.

Por exemplo, engenheiros químicos e mecânicos costumam atuar em indústrias de transformação, mineração, petróleo e gás, e setores de alta tecnologia, que demandam profissionais altamente especializados e que, por sua vez, oferecem salários mais elevados para atrair e reter esses talentos. Além disso, a atuação em setores regulados ou com menor oferta de profissionais qualificados tende a valorizar ainda mais a remuneração.

Comparação com outras profissões bem pagas

Embora engenharias estejam entre as carreiras mais bem remuneradas, elas não ocupam o topo absoluto do ranking geral. A profissão que lidera o ranking nacional é a de oficiais maquinistas em navegação, com salários médios superiores a R$ 24 mil, seguida por cargos como dirigentes de exploração de mineração, médicos, juízes e diretores de empresas.

Mesmo assim, engenheiros químicos e mecânicos superam a média salarial de muitas outras profissões tradicionais, consolidando-se como opções atrativas para quem busca estabilidade e bons ganhos.

salários engenharias
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Mercado de trabalho e empregabilidade nas engenharias

Além da remuneração, outro ponto importante para quem pensa em seguir carreira em engenharia é a empregabilidade. Segundo dados recentes, profissionais formados em engenharia que atuam na área de formação recebem, em média, 27,5% a mais do que aqueles que trabalham em campos diferentes. Isso reforça a importância de buscar especialização e oportunidades alinhadas à formação acadêmica.

Desafios e oportunidades para engenheiros no Brasil

Apesar dos salários atrativos, o mercado de engenharia no Brasil enfrenta desafios, como a necessidade constante de atualização tecnológica, a competitividade global e as oscilações econômicas que impactam setores industriais.

Por outro lado, a crescente demanda por inovação, sustentabilidade e eficiência energética abre novas oportunidades para engenheiros de meio ambiente, engenheiros eletrônicos e especialistas em produção industrial, que podem se destacar ao combinar conhecimentos técnicos com habilidades em gestão e inovação.

Veja Também: IA aponta os cursos universitários mais promissores


Fontes: G1.

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Engenharia 360

Redação 360

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O desenvolvimento de tecnologias como de satélites revolucionou a comunicação em todo o mundo. Mas o que muita gente não sabe é que a Internet que usamos diariamente, conectando pessoas, empresas e governos, depende demais de cabos submarinos que atravessam oceanos e mares. Essa rede complexa de cabos de fibra óptica é responsável pela transmissão de 95% do tráfego internacional de dados. O problema é que esses cabos estão sob constante ameaça de sabotagem, deixando vulneráveis os sistemas de chamadas telefônicas até transações financeiras e serviços essenciais.

Recentemente, os conflitos geopolíticos se intensificaram, e com isso também as ameaças de comprometimento dessa infraestrutura. A situação é realmente bastante grave e tenho levantado preocupações em especialistas no mundo todo. Debatemos mais o assunto no artigo a seguir, do Engenharia 360.

cabo submarino de internet
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A guerra invisível pelos cabos submarinos

Temos uma notícia muito ruim para lidar neste momento: estamos passando por uma guerra global. Sim, é exatamente o que você leu. As grandes potências ao redor do mundo estão usando seu poderio militar para controlar as regiões estratégicas por onde passam os cabos submarinos. A ideia é principalmente desestabilizar comunicações vitais e estratégias defensivas dos inimigos.

Incidentes no Mar Báltico e Mar do Norte

Em 2023, pelo menos 11 cabos submarinos foram danificados na região do Mar Báltico, com incidentes semelhantes ocorrendo também no Mar do Norte. Na época, os alertas foram dados pelas operadoras europeias como Vodafone e Orange, destacando que os danos não afetariam apenas o continente, mas que poderiam causar um apagão global, interrompendo comunicações internacionais, transações financeiras e serviços essenciais em todo o mundo. As suspeitas caíram sobre a Rússia e a China.

A saber, o navio espião Russo e Yantar está sob vigilância do Reino Unido, acusado de mapear a infraestrutura submarina para possíveis ataques. Enquanto isso, a China também está no radar das autoridades com o seu navio e Yi Peng 3, que ancorou recentemente perto de Taiwan.

cabo submarino de internet
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Nova tecnologia chinesa

Por falar na China, em 2024, o país revelou uma nova tecnologia que, em princípio, serviria para o salvamento civil e a mineração submarina. Contudo, ele seria capaz de cortar cabos reforçados com aço e polímeros a aproximadamente 4.000 m de profundidade. O dispositivo é equipado com um rebolo revestido de diamante girando a 1600 rotações por minuto.

Possíveis impactos de ataques a cabos submarinos

O mundo tá em engenharia de telecomunicações está neste momento em alerta! Existe, sim, a possibilidade de, a qualquer momento, nós termos um apagão de transmissão de dados no mundo. As operadoras de todo mundo pedem medidas urgentes para a proteção dessas infraestruturas críticas, essenciais para a vida moderna. 

Se um desses ataques for bem-sucedido, pode causar uma interrupção dos serviços de comunicação, afetando bilhões de usuários e empresas. Transações financeiras podem ser bloqueadas, causando caos econômico. Também veríamos falhas em sistemas de energia e o comprometimento de comunicações a órgãos do governo, como de socorro. Os prejuízos seriam bilionários e a instabilidade tomaria conta de todos os mercados.

cabo submarino de internet
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A resposta das autoridades e o futuro da segurança submarina

Segundo o que vem sendo noticiado na Imprensa internacional, os países ao redor do globo estão respondendo aos desafios, considerando alternativas como o uso de satélites para mitigar os efeitos de ataques a cabos submarinos. Parece que esse é o caminho, apostar em novas tecnologias. O problema é que implementar essas novas estratégias de defesa leva tempo, criando um vácuo de segurança durante esse período crítico. 

Realizar a troca dos cabos por modelos mais reforçados seria uma saída temporária. Mas devemos considerar que a sua instalação, em profundidades que podem ultrapassar 4000 metros, em ambientes hostis e de difícil acesso, é bastante desafiadora. Ela depende de embarcações especializadas, equipes de mergulho remoto e tecnologias avançadas de detecção.

Já explicamos aqui, no Engenharia 360, como os cabos submarinos são instalados. Confira no artigo a seguir: Cabos Submarinos: Como São Instalados?


Fontes: The News, Tecnoblog, Olhar Digital, IstoÉ.

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Um dos grandes avanços da engenharia moderna está ligado na criação de materiais que podem se regenerar completamente após sofrerem certas patologias, como rachaduras e cortes. Vamos tomar como exemplo a própria pele dos seres vivos, que possui sua rigidez, elasticidade e flexibilidade. Imagine então uma pele artificial que pudesse simular tais propriedades com tamanha precisão. Assim é o hidrogel inovador desenvolvido pelas universidades de Aalto, na Finlândia, e Bayreuth, na Alemanha, capaz inclusive de se autorregenerar 100% em apenas 24 horas.

O hidrogel que imita a pele humana

A descoberta que narramos neste artigo do Engenharia 360 trata-se de um marco na história da engenharia de materiais – bioinspirados -, podendo revolucionar diversas áreas, como medicina regenerativa e robótica avançada. O estudo envolvendo a criação do novo hidrogel foi publicado na renomada revista científica Nature Materials.

A saber, a bioinspiração consiste em observar e imitar processos naturais para resolver problemas de engenharia.

hidrogel - pele artificial
Amostras do material, que agora precisará ser testado em condições reais visando usos em biomedicina. – Imagem de Chen Liang em Inovação Tecnológica

Vale destacar que a inspiração dos cientistas está totalmente ligada às características da pele humana, um dos órgãos mais incríveis do nosso corpo. Além de proteger o organismo contra agressões extremas, ela possui uma combinação única de propriedades, sem contar a sua surpreendente capacidade de regeneração, algo extremamente difícil de ser replicado em materiais sintéticos. 

Atualmente, já se trabalha com diversos tipos de hidrogéis (polímeros) desenvolvidos em laboratório, mas a maioria não consegue reproduzir todas essas propriedades, provando que não é fácil mesmo replicar a pele humana. Sua fragilidade e baixa resistência mecânica limita seu uso em aplicações que exigem maior durabilidade e flexibilidade, como a substituição ou reparo de tecidos. Porém, tudo indica que o novo material é completamente diferente, ele consegue se curar rapidamente e ainda manter sua funcionalidade e durabilidade.

A tecnologia de nanofolhas e polímeros entrelaçados

Para superar os problemas envolvendo o aprimoramento dos hidrogéis utilizados como peles sintéticas, os cientistas utilizaram uma abordagem criativa. Óbvio que o ponto de partida foi um material convencionalmente já trabalhado, um polímero de alta qualidade, hidratado, macio e esponjoso bastante conhecido principalmente no setor da medicina, explorado como curativo para cicatrização. Na versão aprimorada, veio a adição de nanofolhas de argila ultrafinas, distribuídas em até 10.000 camadas por milímetro de espessura, o que permitiu aumentar a rigidez do material sem comprometer suas qualidades.

O processo de fabricação e engenhosamente simples, envolvendo a mistura de água, as nanofolhas e um pó de monômetros. O produto é então exposto à radiação ultravioleta que desencadeia uma reação química. Nessa fase, as moléculas individuais conseguem se ligar – um emaranhado dinâmico e móvel -, formando um tipo de estrutura bastante sólida e elástica. Esse é o novo hidrogel para pele artificial! Então, quando o material é cortado, esses polímeros entrelaçados como fios de lã começam as se entrelaçar ainda mais, promovendo a autorregeneração.

hidrogel - pele artificial
Nesta demonstração, o hidrogel foi cortado e então montado por autocura em uma estrutura de anel de Mobius. – Imagem de Nature Materials, Margot Lepetit, Universidade Aalto, reproduzida de Revista Galileu

O segredo para a autorregeneração do hidrogel

Como podemos entender com a explicação no tópico anterior, todo o segredo da autorregeneração do hidrogel está no emaranhado de polímeros. Esse fenômeno é mesmo impressionante! Mesmo que o material seja produzido em laboratório, de alguma forma ele consegue “lembrar” da sua forma original, recuperando até 90% de sua estrutura em apenas quatro horas e 100% após 24 horas – em caso de inserção com faca. Esse feito era inédito para ciência!

hidrogel - pele artificial
Estrutura do hidrogel que imita as propriedades da pele humana. – Imagem de Chen Liang em Inovação Tecnológica

Expectativas para o futuro da tecnologia de pele artificial

A recente descoberta dos cientistas abre inúmeras possibilidades no campo da engenharia, a exemplo de robôs com pele artificial capazes de se regenerar, aumentando sua durabilidade e eficiência em ambientes complexos. Alguns pesquisadores estão esperançosos nos avanços obtidos no setor de uso de sensores de robótica macia, onde a sensibilidade e a resistência do material são cruciais. Essa combinação de inovações tecnológicas deve mudar as regras do design de materiais, inspirando novas combinações de propriedades que antes pareciam improváveis.

Antes de isso, serão necessários novos estudos para se entender melhor a biocompatibilidade do material e sua resistência agentes externos, incluindo substâncias químicas, garantindo que o mesmo possa ser usado em situações reais sem causar efeitos adversos. Além disso, sabe-se que a sua produção em larga escala e integração em outros dispositivos exigirão avanços na engenharia de processos e no controle da qualidade.

Veja Também: Pele artificial é criada no Brasil com Impressora 3D


Fontes: Revista Galileu, O Povo, Inovação Tecnológica.

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