No dia 29 de junho de 2021, vimos que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um reajuste nas tarifas de energia elétrica (luz) nas contas da Enel São Paulo. A medida passou a vigorar no dia 4 de julho em todo o estado.
Nota: agora, em julho de 2022, na atualização desta matéria, temos uma nova bandeira tarifária. E os valores são salgados! Veja nesta matéria!
Principais motivos para o reajuste
O Brasil está passando por uma nova crise hídrica, desde setembro de 2020 batendo recordes de baixa nos níveis de chuva nos principais reservatórios. Isso significa que choveu pouco nos períodos mais úmidos. A saber, alguns meses registraram as piores afluências desde o início das medições em 1931.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), também alertou sobre a escassez dos recursos hídricos na bacia hidrográfica do Paraná, uma das mais importantes do país abrangendo 6 estados e o DF. A região sofre com o déficit de precipitação mensal desde 2019 e sem perspectivas de melhora nos próximos meses.
Isso tudo levou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, no dia 28 de junho, a fazer um pronunciamento sobre a crise hídrica e o uso consciente da energia elétrica.
Mas o Brasil não passa só por problemas naturais
O país também tem, por exemplo, um problema de infraestrutura que dificulta a transmissão entre as regiões. Claro que a “limitação de intercâmbio” ocorre em países de grande porte como o nosso. Mas ela poderia ser evitada com investimentos e planejamento!
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Assim, enquanto algumas regiões passam por um período de seca, como a Sudeste e Sul no momento, outras regiões não conseguem ajudar com a energia excedente que produzem. E isso gera um desperdício dos dois lados, as usinas termelétricas – sendo mais caras – são acionadas para suprir esses setores mais deficitários, enquanto as usinas hidrelétricas cheias expulsam a água excedente e as turbinas eólicas são desligadas.
Aliás, o apagão de 28 de maio, que ocorreu por um problema na linha que interliga a usina Belo Monte no Pará e a região Sudeste e Centro-Oeste, mostra como as regiões são dependentes da geração umas das outras.
As usinas hidrelétricas do Norte são em sua maioria de “fios d’água”, ou seja, não possuem grandes reservatórios, sendo dependentes das épocas mais úmidas. No Nordeste a produção maior ocorre no segundo semestre com a energia eólica, proveniente do aumento dos ventos na região.
Investimentos
Conforme a ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), algumas melhorias ainda não foram totalmente implantadas nas linhas de transmissão que integram a usina de Belo Monte. Parte do investimento dessa linha se deve também ao crescimento da geração de energia fotovoltaica e eólica no Nordeste e norte de MG.
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Alguns atrasos também ocorreram em obras de transmissão concedidas previstas para 2017, de acordo com a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). A empresa também informou que obras de expansão do sistema de transmissão, previstas para 2023, aumentarão a capacidade de exportação das regiões Norte e Nordeste em 2,5 GW.
Juliana Chade, gerente de preços da consultoria MegaWhat, comenta que esse problema de transmissão da energia excedente do subsistema NE, se deve à expansão das usinas eólicas na região. Ela também diz que "Antes [o subsistema NE] era muito mais importador de energia. Agora consegue ser exportador, mas as linhas de transmissão ainda estão sendo construídas.".
A junção desses problemas naturais e estruturais causa grandes problemas para os consumidores como vemos atualmente. São criados programas de racionamentos e aumentos nas taxas de energia para suprir esse custo e reduzir o consumo. O aumento do investimento em energias renováveis até vem contribuindo com o sistema de geração. Porém, são necessárias muitas melhorias no sistema de transmissão para que essas usinas possam atender todo o país.
Então, qual a sua opinião sobre o problema da crise hídrica no Brasil? Deixe nos comentários sua opinião!
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Luan Rodrigues
Engenheiro eletricista e MBA em engenharia e gestão de energias renováveis. Fanático por filmes, música e tecnologia.