Engenharia 360

Machu Picchu - A engenharia dos Incas

Engenharia 360
por Larissa Fereguetti
| 17/10/2013 | Atualizado em 26/04/2024 3 min

Machu Picchu - A engenharia dos Incas

por Larissa Fereguetti | 17/10/2013 | Atualizado em 26/04/2024
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Machu Picchu, que significa “velha montanha”, é a famosa cidade perdida dos Incas. A cidade deixa engenheiros boquiabertos. O motivo é simples: Machu Picchu foi perfeitamente projetada em um lugar que não poderia receber tamanha obra e utilizando técnicas incríveis para contornar os problemas do local. Sem dúvidas, a Engenharia dos Incas é de tirar o chapéu.

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A cidade se encontra a 2.450 m de altura sobre um cume estreito no alto dos Andes, deixando a dúvida de como as pedras subiram e como são perfeitamente talhadas de maneira que não necessite de argamassa. Tudo isso feito sem ferro, roda ou linguagem escrita. Sabe-se apenas que sistema de cálculo utilizado, chamado kipu, era baseado em cordões com nós.

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As encostas íngremes eram, a partir de técnicas de terraceamento, transformadas em áreas agricultáveis. Embora tão perfeitamente construída, a cidade só foi utilizada por 100 anos (incluindo aproximadamente 50 anos de construção), quando o local, já sofrendo com doenças, foi dominado pelos espanhóis. A partir de análises de ossos encontrados os pesquisadores podem descobrir a função que alguns indivíduos cumpriam e fazer inferências importantes a respeito de Machu Picchu.

Há estimativas de que a cidade foi construída por ordens do rei Pachacuti (nome que significa “aquele que reconstrói o mundo”). Com uma visão da engenharia, construir Machu Picchu naquele local parecia quase impossível. Um grupo de engenheiros está desvendando os mistérios da construção.

A declividade do local não era o único problema que os incas enfrentaram. Machu Picchu sofre chuvas torrenciais anualmente que causam deslizamentos constantes e é um local situado entre duas falhas de terremotos. Imagine erguer uma cidade de pedra nesse local! Mas não havia só desvantagens. Situava-se ali uma fonte de água e um grande suprimento de granito para a utilização na construção.

O primeiro passo da engenharia dos incas para a construção foi apoiar as encostas das montanhas, o que foi feito construindo-se paredões de terraços. Ou seja, a construção começou na parte baixa da cidade. Mas, em que lugar ia parar a água das chuvas? Os incas também souberam driblar esse problema.

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Engenharia dos Incas | Sistema de Drenagem

O sistema de drenagem era constituído por uma camada de solo arável seguido por areia e, posteriormente, por uma camada de cascalho e pedras maiores. A água era filtrada e descia até o solo, evitando erosões. Assim, os terraços foram construídos até o topo. No topo, também havia mais um problema: como a água escoaria em uma cidade de pedra? Com todos os movimentos friamente calculados, eles colocaram mais de cem escoadouros pela cidade durante a construção.

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Por baixo da terra arável e do cascalho, havia uma camada lascas de granito branco, provando um sistema de drenagem subterrâneo para que a água pudesse escorrer com segurança. A água era coletada e desviada da cidade. Em contrapartida, era necessário que houvesse água para abastecer a população e os incas projetaram canais que levavam a água de nascentes a percorrer a cidade.

Os problemas contornados pela engenharia dos incas não param por aí. Como transformar granito em pedras perfeitamente moldadas como pecinhas de lego sem ferramentas adequadas? Simples: as pedras eram talhadas com outras pedras de variados tamanhos e, depois de talhadas, elas eram colocadas sobre rolos de madeira ou lama e levadas ao local de construção. Os detalhes finais para um perfeito encaixe eram feitos no local.

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A parte mais incrível? Após 500 anos as paredes continuam firmes. E você aí revendo a utilidade de todos os cálculos e físicas que já fez ou vai fazer. A moral da história é: os incas se provaram engenheiros incríveis e não há quem duvide da inteligência deles. Parece que Machu Picchu tem tudo para deixar as cidades brasileiras planejadas no chinelo.

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Referência: National Geographic.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

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