Ai, o valor do dólar; dá uma dor na alma só de pensar! Quem guardou notas sob o colchão se deu bem, certamente. Mas essa não é a realidade da maioria da população brasileira. E são justamente os mais pobres que vão pagar a conta de qualquer especulação de mercado ou descontrole fiscal. Esse assunto tem assombrado diversos setores da economia brasileira, com reflexo na engenharia.
Com a moeda americana atingindo níveis históricos, causando uma valorização muito além do câmbio, logo sentiremos as consequências nos custos de materiais, na dinâmica dos financiamentos e até nas estratégias adotadas pelas empresas. Neste artigo do Engenharia 360, vamos explorar como a alta do dólar influencia os custos na construção civil, apontando os desafios que surgem em meio a esse cenário repleto de incertezas. Confira!
O dólar e seus efeitos no mercado imobiliário
No mês de dezembro de 2024, o valor do dólar no Brasil alcançou níveis nunca vistos. É claro que esse aumento da moeda norte-americana pressiona a nossa inflação e as consequências vêm em efeito cascata, elevando as taxas de juros, diminuindo a disponibilidade de crédito e afetando o mercado imobiliário. Seguindo esse caminho, logo iremos confirmar um aumento expressivo nos custos dos insumos importados.
Olhando sob o âmbito dos investidores nacionais, nossa economia está desinteressante. Já para os investidores internacionais é o contrário, com a oportunidade da compra imóveis a preços relativamente baixos. No geral, a demanda por imóveis residenciais e comerciais deve crescer e jogar para cima o preço das propriedades, restringindo a oferta.
Toda a cadeia produtiva será afetada, do transporte à fabricação de insumos, com os custos repassados no preço final das obras, sejam de pequeno porte ou de alto padrão. A logística sentirá com o aumento dos combustíveis, encarecendo o transporte de materiais e equipamentos. E apesar de grande parte dos insumos utilizados (80%) serem adquiridos no mercado interno (como cimento e areia), há uma dependência da engenharia por commodities com preços atrelados ao dólar (como aço, alumínio e cobre).
Estratégias para enfrentar o cenário de alta do dólar
É claro que o setor da construção civil não vai parar mesmo com a alta do dólar. Contudo, a inflação vai dificultar, sim, as negociações contratuais e aumentar os desafios para as empresas. Enquanto isso, é preciso traçar estratégias para diminuir o impacto do câmbio e fortalecer a indústria. Eis alguns exemplos:
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Inovação tecnológica
O setor da construção civil no Brasil precisa investir mais em ferramentas como o BIM (Building Information Modeling) e plataformas de inteligência de mercado para otimizar custos, aumentar a eficiência e melhorar o planejamento e execução de projetos.
Gestão estratégica de custos
Sistemas de gestão permitem monitorar custos em tempo real, ajudando empresas a tomar decisões estratégicas e reduzir prejuízos, especialmente em cenários de instabilidade econômica.
Renegociação de contratos
Para enfrentar os impactos da alta do dólar, construtoras podem revisar contratos com fornecedores e clientes, buscando um equilíbrio que garanta a viabilidade financeira dos projetos.
Nacionalização da cadeia produtiva
Construtoras estão priorizando fornecedores nacionais para reduzir a dependência de insumos importados, diminuindo riscos associados à flutuação cambial e fortalecendo a economia local.
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Perspectivas futuras para o mercado imobiliário
Vale destacar que o Brasil vive neste fim de 2024 uma situação muito delicada. Várias questões estão sendo debatidas e muitos eventos têm ocorrido dentro e fora do país. Tudo isso provoca essa oscilação dos gráficos, com aumentos e quedas bruscas (e expressivas) do dólar e do real. Qualquer mudança será sentida mais intensamente no curto prazo, claro. Porém, especialistas alertam que a situação não deve mudar tão cedo - sobretudo para a construção civil. O que o mercado espera?
- Estabilidade fiscal, controle da inflação e políticas de juros que favoreçam o crescimento da economia.
Por hora, ninguém consegue prever com segurança o futuro do mercado imobiliário brasileiro. Mas uma coisa é certa: a demanda habitacional vai continuar forte - o que, olhando pelo lado bom, vai ajudar a manter a resiliência do setor. Como dissemos antes, o que as empresas precisarão fazer é adaptar (rapidamente) suas estratégias diante das adversidades. Só assim terão condições de continuar a prosperar!
Dica do Engenharia 360: Se você trabalha na construção civil, mantenha-se bem informado sempre sobre as tendências econômicas. A busca constante por soluções inovadoras será essencial para aproveitar as oportunidades que surgem neste cenário dinâmico.
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Fontes: O Estadão, Blog Construconnect, Obra na Mão.
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Eduardo Mikail
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