Nos últimos meses, a inflação vem sendo cada vez mais comentada nos noticiários brasileiros. Com a alta do índice causada pela crise da Covid-19 (em 2022, pela crise hídrica, energética, guerra na Ucrânia e aumento dos combustíveis) a economia do nosso país começou a se preocupar novamente com este indicador que agora assombra a população como um todo.
Conter a inflação é um dos maiores objetivos dos economistas e profissionais que compõem a equipe governamental da imensa maioria dos países. O Brasil mesmo, historicamente, já sofreu prejuízos com a inflação. Mas afinal, você sabe o que significa este termo econômico e como ele afeta o seu cotidiano?

O que é inflação?
Você certamente já percebeu que o seu dinheiro, com o passar dos anos, tende a perder valor. Que os R$100,00 que você tem atualmente são menos valiosos que a mesma quantia nos anos 1999. A causa deste evento é o aumento dos preços de bens e serviços, que podemos monitorar pelo índice inflacionário, ou seja, a inflação.
O indicador econômico almeja realizar uma média do aumento da maioria dos produtos e serviços consumidos ao longo de determinado período, e não de um segmento específico. Sendo assim, buscando números mais pulverizados.
Para esta métrica, o conjunto de dados analisados é denominado cesta de produtos, que comumente varia de índice para índice, pois no Brasil não existe um único indicador que realiza o cálculo inflacionário. Logo, esta seleção alinha-se ao setor que deseja-se analisar ou com uma eventual mudança de hábitos no consumo da população.
Sua realização é feita de forma ponderada com relação à relevância que cada item possui no orçamento familiar. Por exemplo: se o preço de aquisição de jogos virtuais aumentar no mesmo período que o preço do feijão, o impacto do aumento do feijão será maior no índice de inflação, uma vez que o feijão tem maior participação no orçamento das famílias brasileiras.
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O que causa inflação?
Apesar de existirem diversas variáveis que podem elevar a inflação, as principais e mais recorrentes são a emissão de papel-moeda, uma eventual redução da taxa básica de juros (Selic) ou aumento de custos na produção dos produtos.
Ao emitir mais dinheiro no mercado, o governo eleva a liquidez da moeda que por consequência aumenta a demanda por serviços, produtos e bens. Esta demanda ocorre por conta de um aumento no volume de dinheiro injetado na economia do país. Contudo, este acréscimo de dinheiro ocasiona um desnivelamento com as ofertas de bens e serviços, causando um impacto negativo em relação à inflação.
Outro fator que influencia a inflação de forma prejudicial é a queda da taxa básica de juros, que comumente é aderida quando o governo quer aquecer a economia, com a finalidade de aumentar o crédito produtivo. Portanto, as empresas investiram mais em seus devidos segmentos acarretando um crescimento econômico.

Ademais, este aquecer do mercado influencia também em um desnível entre oferta e demanda, uma vez que aumentaria o consumo via crédito. Ou seja, um consumo maior não acompanhado pela oferta, ocasionará uma alta nos preços.
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Outra causa que pode elevar o índice inflacionário é o aumento nos custos de produção que, por consequência, aumenta o preço final que chega ao cliente. Por exemplo, imagine uma empresa que tem suas dívidas dolarizadas e que, em um dado momento, a cotação do dólar sofra uma alta, esta empresa terá que repassar este aumento da dívida ao consumidor final para que consiga sobreviver e manter o negócio saudável.
Como a inflação afeta nossas vidas?
Dentre os diversos ferimentos econômicos que um país possa sofrer, com toda a certeza a alta da inflação é a mais prejudicial. Toda esta gravidade é fomentada pelo efeito em cadeia que a inflação proporciona que inicia-se pela perda do poder de compra. Visto que, devido à alta dos preços, os reajustes salariais não acompanham este acréscimo dos produtos, gerando em uma menor adesão do consumidor.
Com a queda do consumo, sucede-se uma redução de vendas por parte das empresas frente ao cenário inflacionário, uma vez que o consumidor está sendo impactado com os preços dos produtos. Logo, a queda das vendas prejudica a empresa e seus investidores em conjunto.
O baque da redução de consumo e na taxa de investimentos produzirá efeitos negativos no PIB do país, considerando que os principais elementos que compõem o PIB são o consumo familiar, os investimentos, gastos governamentais e saldo da balança comercial. Portanto, o crescimento econômico sofrerá um declínio com toda essa alta dos indicadores.
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Índices de inflação
No Brasil há diversos índices que medem a inflação no nosso país, dentre esses dois se destacam: IPCA e IGP-M.
IGP-M
Calculado mensalmente pela FGV, o Índice Geral de Preços do Mercado é composto dentro dele por outros três índices, sendo que cada possui sua devida relevância.
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC) – 30%
- Índice de preços por Atacado (IPA) – 60%
- Índice Nacional de Custos de Construção (INCC) – 10%
Sua principal usabilidade é para reajustes nos preços de aluguel em imóveis, seguros de saúde e tarifas públicas.

IPCA
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo é considerado oficialmente o índice que mede a inflação no Brasil. Sua execução é feita mensalmente pelo IBGE.
Seu cálculo é elaborado nas principais capitais do Brasil entre famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos. Contudo, a seleção de produtos analisados é alinhada à Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), outro dado estudado pelo IBGE. A relevância e o peso de cada produto também é considerado no cálculo através dos números obtidos na POF.
Agora sim você sabe direitinho o que é inflação e porque seu monitoramento é tão relevante para nós brasileiros. Comente abaixo o que achou do texto!
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João Paulo Pinzon
Engenharia de Produção na UFRGS em formação e Técnico em Automação Industrial. Não sou inteligente, mas sou disciplinado e acredito que unicamente a disciplina é o que leva-nos ao sucesso. Para mim, a base da sociedade moderna é a conjuntura da educação e inovação.