Mais 60 satélites do projeto Starlink foram lançados em órbita e o disparo foi realizado pelo Falcon 9, o principal modelo da empresa de Elon Musk. Entretanto, desta vez o projétil não conseguiu pousar no navio localizado no Atlântico para sua coleta e recuperação completa.
Os foguetes da família Falcon são bastante famosos e, desde junho de 2010, foram lançados 86 vezes, com 84 sucessos completos da missão, uma falha parcial e uma perda total de naves espaciais (números atuais em 18 de março de 2020). Além disso, um foguete e sua carga útil foram destruídos na plataforma de lançamento no processo de abastecimento antes de um teste estático de incêndio. Acompanhar os lançamentos virou rotina dos fãs aqui.
Nesse sentido, vimos o último, cujo objetivo era o lançamento de satélites Starlink, mas que levou a crer de que um booster do Falcon 9 já lançado quatro vezes antes, pode ter vivido sua última missão.
Elon Musk, fundador e CEO da SpaceX, confirmou que um dos motores do Falcon 9 desligou no processo de subida e que será conduzida uma investigação completa para entender o motivo. O que ocorreu foi que um dos nove motores do primeiro estágio do foguete foi desligado prematuramente por cerca de 2 minutos e 22 segundos, após a decolagem.
Elon confirmou em um
tweet que o Falcon 9 sofreu um "desligamento antecipado do motor em
subida, mas não afetou a inserção da órbita, o que indica o valor de ter nove
motores”.
A SpaceX foi capaz de capturar ambas as partes do cone do foguete depois do lançamento, e foi a primeira vez que as duas partes foram pegas em uma única missão. Mais tarde, a SpaceX divulgou que o booster não foi recuperado.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Reutilização de foguetes
de classe orbital
A SpaceX é a única
empresa que atualmente recupera e reutiliza boosters de foguetes da classe
orbital. Embora a recuperação do booster ajude a reduzir custos e manter uma
cadência rápida de lançamento, o pouso no primeiro estágio é sempre um objetivo
secundário nas missões da SpaceX.
Isso porque o Falcon 9
foi concebido desde o início para máxima confiabilidade. A configuração simples
de dois estágios do Falcon 9 minimiza o número de eventos de separação - e com
nove mecanismos de primeiro estágio, ele pode concluir com segurança sua
missão, mesmo no caso de um desligamento do motor, justamente o que ocorreu
neste último evento.
É um pássaro? É um avião?
É um satélite Starlink?
Apesar do inconveniente
com o viajado Falcon 9, a missão foi dada como cumprida, pois o Falcon 9
conseguiu colocar em órbita todos os 60 satélites da empresa. Esses 60
satélites referem-se ao projeto Starlink, que promete cobrir o planeta com
internet de qualidade, extremamente necessária nessa época de demanda em função
da quarentena por causa do COVID-19.
Muito porém, não podemos esquecer dos problemas associados a essa megaconstelação de satélites de comunicação, que vem preocupando profissionais da astronomia. Esta parte da história você pode acompanhar aqui.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Fonte: Space Flight Now. The Verge.
Comentários
Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.