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Cientistas brasileiros criaram um foguete de garrafa PET para plantar a Caatinga

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por Redação 360
| 16/01/2025 | Atualizado em 25/01/2025 4 min
Imagem reproduzida de Jornal Nacional – Globo

Cientistas brasileiros criaram um foguete de garrafa PET para plantar a Caatinga

por Redação 360 | 16/01/2025 | Atualizado em 25/01/2025
Imagem reproduzida de Jornal Nacional – Globo
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O mundo sofre hoje com a degradação ambiental absurda, que vem acelerando as mudanças climáticas. Para mitigar a situação, a única alternativa é trabalhar arduamente para recuperar as áreas degradadas. Aqui, no Brasil, algumas boas ideias - até meio que inesperadas - estão surgindo como solução para o enfrentamento desse desafio. Por exemplo, pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram um foguete feito de garrafas PET, fibra de vidro e tecnologia de impressão 3D com foco em salvar a Caatinga. Confira mais detalhes sobre esse projeto no artigo a seguir, do Engenharia 360!

foguete de garrafa pet
Imagem de Arquivo Pessoal de Renan Aversari, reproduzida de UFPB

A situação dramática da Caatinga

A saber, a devastação vegetal tem implicações profundas na biodiversidade do nosso planeta e no controle do aquecimento global!

Especialmente a Caatinga, com vegetação xerófila e clima semiárido, é um bioma exclusivo do Brasil, com mais de 51 milhões de hectares (segundo dados do MapBiomas). Mas nós, brasileiros, não estamos sabendo cuidá-lo - e deveríamos, por questões ecológicas e também econômicas. Uma vasta região já está seriamente afetada pela ação humana. E os próprios humanos podem reverter a situação. Inclusive, pensando nisso, os pesquisadores da UFPB lançaram um projeto de reflorestamento e recuperação das áreas degradadas.

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E caso você esteja se perguntando por que preservar a Caatinga, saiba que esse bioma poderia ser mais eficaz na captura de carbono do que florestas úmidas, por exemplo. Então ela é, sim, importante se quisermos combater as mudanças climáticas - isso para dizer o mínimo!

O projeto inovador de foguete de garrafa PET

O físico Renan Aversari estava realizando seu doutorado na Federal da Paraíba quando teve a ideia de projetar um foguete inovador, barato e eficiente para replantar áreas degradadas, espalhando sementes nas regiões afetadas pela seca na Caatinga. Para isso, ele optou por usar uma impressora 3D e como matéria-prima garrafas PET e fibra de vidro. Assim, conseguiu criar um sistema que se vale da pressão de ar e água para lançar as sementes. É mesmo impressionante!

Como funciona o foguete?

O foguete idealizado por Renan é agora pesquisado por outros cientistas da universidade. O mesmo é fabricado em materiais reciclados e foi projetado para deixar zero resíduos no meio ambiente, operando a um custo bem menor em comparação com processos de reflorestamento feitos por drones, aviões ou helicópteros. Neste caso são usadas cápsulas especiais, chamadas de “peletes”, contendo sementes da Caatinga. Essas sementes são revestidas com um tipo de pó e água, que as protege até a germinação.

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foguete de garrafa pet
Imagem de Arquivo Pessoal de Renan Aversari, reproduzida de UFPB
foguete de garrafa pet
Imagem de Arquivo Pessoal de Renan Aversari, reproduzida de UFPB

O foguete é então lançado por sistema de pressurização (pressão hidropneumática), disparando as cápsulas em momentos estratégicos - uma área de aproximadamente 20 metros por 100 metros, com potencial de reflorestamento de 1 hectare por apenas 8 lançamentos.

Nos testes de 2022 realizados em Cabaceiras, no Cariri paraibano, cerca de 20% das sementes lançadas germinaram e até deram posteriormente frutos, como é o caso do pinhão-bravo, uma importante espécie nativa.

foguete de garrafa pet
Imagem reproduzida de Jornal Nacional - Globo

Os possíveis impactos do projeto no meio ambiente

Em princípio, esse foguete de garrafa PET seria indicado para trabalhos de reflorestamento em áreas de difícil acesso, como regiões montanhosas e terrenos íngremes, onde o plantio manual seria inviável. Assim como explicamos antes, todo o processo seria simples, acessível e sustentável em comparação com outras técnicas, sem qualquer impacto ambiental negativo, nem mesmo poluentes. E o uso da impressão 3D traz ainda mais agilidade no momento de colocar os planos ambientais em prática.

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Quais os desafios ainda não superados? Bem, embora os resultados até agora sejam encorajadores, ainda é preciso elaborar um plano para acompanhar o crescimento das plantas já germinadas, comprovando o método ao longo do tempo. Mas sabe-se que já esse sucesso inicial abre portas para expandir a tecnologia para outras regiões do Brasil - e quem sabe até internacionalmente, desde que as sementes e o tratamento sejam adequados às condições locais.

De todo modo, qualquer resultado obtido é sempre um passo positivo! Recuperar o que se perdeu da Caatinga não é apenas um sonho, mas uma meta possível de ser alcançada com esforços coletivos e conscientes. Promover o equilíbrio ambiental no Brasil é uma forma de contribuir diretamente para o equilíbrio climático global, garantindo um futuro mais sustentável para todos.

Veja Também: 1º motor de foguete projetado por IA e impresso em 3D


Fontes: Jornal Nacional, Universidade Federal da Paraíba.

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