A ideia de um exoesqueleto completo e controlado pelo cérebro pode fazer a gente pensar no Tony Stark, mas, na verdade, está mais próxima de objetivos médicos. Esse tipo de abordagem é vinculada à prostética e tem papel fundamental no auxílio a pessoas com dificuldades motoras. Recentemente, houve um grande avanço nessa área, com um exoesqueleto com interface cérebro-máquina wireless testado em um paciente tetraplégico.
Produto de pesquisa em laboratório:
Instrumento de um estudo sobre viabilidade de uma técnica
semi-invasiva de prostética para melhorar a qualidade de vida de pacientes
tetraplégicos, foi elaborado um exoesqueleto com interface cérebro-máquina sem
fio. O teste do exoesqueleto foi realizado dentro da segurança de um
laboratório. O paciente a testá-lo foi capaz de controlar os braços e as mãos
do traje, usando dois sensores em seu cérebro. No caso, o usuário foi um homem
de Lyon chamado Thibault, que caiu a 12 metros de uma varanda há quatro anos,
deixando-o paralisado dos ombros para baixo.
A interface:
O paciente recebeu dois implantes, por meio de uma cirurgia, cada um contendo 64 eletrodos, nas partes do cérebro que controlam o movimento. O software traduziu as ondas cerebrais lidas por esses implantes em instruções de movimento. O desenvolvimento do exoesqueleto, realizado pela Clinatec e pela Universidade de Grenoble foi descrito em um artigo científico disponibilizado aqui.
Thibault treinou por meses, usando seus sinais cerebrais
para controlar um avatar de videogame, a fim de aprimorar as habilidades
necessárias para operar o exoesqueleto, que era sustentado por um arnês montado
no teto. Ele foi capaz de andar devagar no “traje” e depois parar, como
quisesse.
Aspirações:
A esperança é que um dia uma tecnologia semelhante possa eventualmente deixar as pessoas em cadeiras de rodas movê-las usando suas mentes. É um avanço impressionante, mas o dispositivo é um protótipo e está distante de estar disponível ao público, dado que ainda não forneceu nada como caminhada autônoma.
De acordo com os pesquisadores responsáveis pela elaboração do traje, ainda é necessário encontrar uma maneira de equilibrar o traje com segurança antes que ele possa ser usado fora do laboratório. Enquanto isso, a gente vai acompanhando os avanços da engenharia na medicina.
Fontes: The Lancet. BBC.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.