Um dos principais objetivos da tecnologia é facilitar a nossa vida. No entanto, é preciso ficar atento quando ela começa a atrapalhar. Ao usar o celular, os motoristas tiram os olhos da estrada e as mãos do volante, a atenção no trânsito diminui e o tempo de reação aumenta, fatores que podem aumentar o risco de acidentes.
Nós sabemos que é difícil desgrudar do celular e que é realmente tentador e torturante dirigir ouvindo o telefone receber mensagens e não poder responder. Para isso, um dispositivo denominado Navdy (um tipo de Head-Up Display) promete uma forma de utilizar o celular no trânsito.
O dispositivo que projeta as informações no para-brisa
Ele cria uma situação de realidade aumentada, de forma que o motorista possa visualizar a tela sem perder a estrada de vista. O preço é um pouco elevado: no site oficial é possível comprar por 799 dólares. Os comandos utilizados são de voz e de gestos, permitindo realizar chamadas, mandar mensagens, trocar as músicas, acessar redes sociais e mapas. A conexão com o celular é feita por meio de Bluetooth, no iOS ou no Android. É possível ver o funcionamento do Navdy no vídeo abaixo:
No site do Navdy, a principal aposta de marketing para convencer o cliente é a direção com segurança ao mesmo tempo em que usamos as funções básicas do celular. Porém, um estudo mostrou que esse tipo de tecnologia pode não ser segura, pois desvia atenção do motorista que, mesmo com os olhos na estrada, estaria prestando atenção na projeção.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/1997), dirigir utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou de telefone celular constitui infração média e, no caso de o condutor estar segurando ou manuseando telefone celular, a infração é gravíssima (incluído pela Lei 13.281/2016). Dispositivos como o Navdy ainda não são especificados pela legislação, mas como diz o velho ditado: “a segurança deve vir sempre em primeiro lugar”, então precisamos pensar não só na nossa segurança, como também na dos outros veículos, ciclistas e pedestres. Assim, antes de usar, é preciso saber se esse tipo de dispositivo prejudica sua direção. Resta também esperar para mais estudos e um posicionamento dos órgãos nacionais de trânsito.
Fontes: Navdy; Harman; Techxplore; World Health Organization.