Adendo: Um ciclone extratropical atingiu o estado do Rio Grande do Sul na sexta-feira de 16 de junho de 2023, causando temporais em várias regiões. Uma pessoa morreu devido a uma descarga elétrica na cidade de São Leopoldo. Dezesseis municípios gaúchos registraram alagamentos, com estradas bloqueadas, voos cancelados e falta de luz em várias regiões.
Veja Também: O que é El Niño e como ele impacta a Indústria de Engenharia Brasileira?
A Terra está passando por severas transformações climáticas. Especialistas da ONU – a Organização das Nações Unidas - têm alertado sobre o surgimento de severos fenômenos meteorológicos que possam ameaçar a segurança das pessoas. Além do alarmante aumento do nível do mar, ainda tivemos, nos últimos anos, um expressivo número de formações de furacões e ciclones pelo mundo.
Exemplo disso são as tempestades que sempre costumam atingir o sul dos Estados Unidos, Cuba e ilhas ao redor – com categorias próximas a cinco na escala Saffir-Simpson. Também tivemos em 2020, o “Ciclone Bomba” que atingiu o sul do Brasil, com chuvas fortes e ventos de quase 120 km/h. E, a saber, há previsões para mais ciclones severos para os próximo meses e anos!
Infelizmente, é provável que coisas assim voltem a se repetir no futuro. Claro que é praticamente impossível prever a reação da natureza e a dimensão que estes desastres podem tomar. Porém, é possível planejar melhor as nossas obras de Arquitetura e Engenharia para amenizar ou até mesmo impedir que esses acontecimentos afetem a segurança das pessoas. Fora isso, a própria população mundial deve se precaver estudando como reagir em casos como de ciclones e adotando melhores práticas. Continue lendo para saber mais!
Veja Também: Sistema inédito da NASA utiliza vibrações atmosféricas para prever tsunamis
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
LEIA MAIS
Danos comuns causados pelos desastres naturais
Eventos como os que foram citados na introdução deste texto - tipo os ciclones - costumam causar grandes estragos. Eles derrubam árvores e provocam inundações de centros urbanos, destruição de redes elétricas, destelhamento de casas e queda de estruturas. O rastro de destruição e as montanhas de entulhos resultantes disso são mesmo impressionantes. Moradias acabam cedendo e vidas são perdidas.
Na maioria das vezes, boa parte disso poderia ser evitada se sempre fossem cumpridas as normas de bom desempenho para edificações. E, também, se todos estivessem sempre atentos nas características dos terrenos onde são construídos estes prédios – afinal, deslizamento de terra é coisa comum de acontecer com fortes chuvas.
Muita gente tem dúvidas se o problema não estaria nos materiais utilizados em cada país. Bem, não necessariamente.
No Brasil, boa parte das casas é feita de alvenaria e acredita-se que estas construções sejam mais fortes por isto; mesmo assim, muitas acabam sendo afetadas pelos desastres naturais. Já nos Estados Unidos, por exemplo, a tradição é construir casas de madeira – principalmente visando ambientes termicamente mais agradáveis no período do inverno. Só que elas não suportam bem abalos sísmicos e rajadas de vento de tempestades mais violentas. Então, talvez possamos dizer que o segredo estaria nos métodos adotados!
Veja Também: Engenharia Urbana em Alerta: 4 Regiões Urbanas em Perigo de Afundamento
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Soluções especiais de Arquitetura e Engenharia
É de extrema importância que qualquer obra de grande porte – seja para estruturas de casas, edifícios, muros e coberturas – seja acompanhada por profissionais qualificados. Imóveis projetados por arquitetos e engenheiros capacitados devem atender normas técnicas.
Para começar, seus elementos são devidamente dimensionados e, sobretudo, sustentados por fundações e alicerces mais elevados. As paredes são bem impermeabilizadas – por vezes, com canaletas ao redor para drenagem da água do terreno. As tubulações e cabeamentos são extremamente resistentes.
As terças do telhado são reforçadas com travamentos e telhas fixadas de modo a impedir que qualquer entrada de vento cause vácuo ou pressão interna, arrancando tudo de dentro para fora. E as portas e janelas são lacradas e feitas em materiais com menor risco de quebra em casos de ciclones.
“Há vários fatores que devem ser observados na hora de construir uma residência, dentre eles: análise do solo (...); escolha do sistema estrutural mais conveniente e apropriado (...); definição do sistema de vedação no que se refere às paredes; e, por fim, a escolha da cobertura.”
“Então, qualquer coisa que acontecer no projeto, se não for bem executado, o profissional (arquiteto ou engenheiro) é que vai responder, civil e criminalmente.”
- arquiteta Marina Proto e engenheira civil Daiana Rodrigues, em reportagem de Jornal IBIA.
Melhores ofertas do mercado
Muitas construtoras têm investido mais em tecnologia para a realização de ensaios de seus modelos de edifícios, prevendo a reação dos elementos a possíveis deslizamentos de terra, cargas de vento de ciclones e muito mais. É possível que, após diversos cálculos, chegue-se a um consenso para a mudança do material construtivo sugerido no início do planejamento. Ou mesmo que tenha que se mudar o formado do modelo para aumentar a resistência do edifício.
Claro que, posteriormente, no momento da obra ou de uma reforma futura, possam ser diagnosticados outros problemas. Daí, só mesmo esses profissionais qualificados é que poderão definir as soluções adequadas – como o reforço ou o preenchimento de pilares e vigas com ferragens expostas.
Aqui, no Brasil, a Norma 15.575/2003 da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – orienta os projetistas sobre as definições quanto ao melhor desempenho das edificações a ventos e chuvas, como de ciclones - avaliando categorias como segurança, sustentabilidade e habitabilidade.
Medidas básicas para situações de risco
Reforçando a mensagem deste texto, não é indicado construir ou realizar a manutenção de casas sem a orientação de um profissional competente!
Ampliações, por exemplo, exigem mais atenção, pois não é toda a estrutura que aguenta sobrecarga. Uma pessoa realmente experiente saberá identificar problemas na edificação que precisam ser solucionados com urgência – como ação de pragas, corrosões e umidade. Lembrando que tudo precisa estar de acordo com as normas técnicas construtivas, mas também com o código de obras do município. Se o alvará não foi liberado, já um indicativo de que a área do terreno apresenta algum risco de morte – como por deslizamento, por exemplo.
Famílias de baixa renda – de acordo com a Lei 11.888/2008 – têm direito a assistência técnica pública e gratuita para projetos e construções com acompanhamento de profissionais habilitados. Portanto, não há desculpas!
Medidas a serem adotadas nessas situações
Deslizamento de terra
Se você está em uma área de risco, evacue a sua residência ao primeiro sinal de problema e ligue para a Defesa Civil, no número 199. Você mesmo pode fazer uma inspeção visual periódica da área. Se identificar partes ocas no terreno, buracos de grandes proporções, diferenças de coloração e rachaduras, saia do local com antecedência.
Enchente
Sempre que uma área estiver inundada, evite circular por ela. Se puder, fique em casa e desligue os sistemas de luz, água e gás da sua residência. E, se precisar de ajuda, ligue para o Corpo de Bombeiros, no número 193.
Vendaval
Novamente, durante a passagem de uma tempestade, desligue os sistemas e fique dentro de casa. Antes do vendaval, indica-se fechar bem portas e janelas – em caso de ciclones e furacões é preciso reforçar com tampões. Não é recomendado ficar próximo de fiações, árvores, estruturas que não ofereçam segurança ou mesmo de objetos de decoração que possam cair. Recolha do lado de fora vasos, bancos, churrasqueiras e tudo que possa voar contra a sua casa ou de vizinhos. E, se alguma árvore atingir a rede elétrica, contate logo a Secretaria de Segurança do seu município.
Granizo
Neste caso, sempre tente se abrigar no local mais seguro possível. Não fique embaixo de árvores ou de coberturas que possam furar ou quebrar – como de vidro e de fibra. Aliás, tenha cuidado também com todas as construções mal acabadas. E evite ficar próximo de placas de propaganda ou coisas simulares.
Mais informações relevantes:
- Como projetar edifícios à prova de terremotos (e por que isso é tão importante)
- Conheça o método de construção Earthbag e todas as suas vantagens
- Saiba o que fazer com o carro durante e depois de uma enchente
- Concreto permeável promete ser a solução para enchentes
Qual outra dica do ponto de vista da engenharia você daria em casos de eventos extremos da natureza? Comente!
Veja Também:
Fontes: NSC Total, UFSC, Jornal IBIA, Cimento Itambé, Construct.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
Comentários
Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.