As mudanças climáticas, aceleradas pelas ações humanas, estão impactando a nossa vida de uma forma avassaladora. Uma consequência é a escassez de recursos hídricos. Os cientistas têm alertado sobre uma mudança no clima, com períodos abruptos de chuva alternados por seca, como as secas-relâmpago. Isso deve gerar uma série de novos desafios para a engenharia e gestão ambiental. Neste artigo do Engenharia 360, vamos debater sobre como nos adaptar a essa nova realidade!
O que são secas-relâmpago
Desde o início do século XXI, os cientistas vêm observando de forma mais recorrente a manifestação de um novo tipo de seca, sendo a seca-relâmpago. Ela surge mais em regiões já muito vulneráveis, como o semiárido brasileiro. Diferencia-se por sua intensidade e rapidez. Acredita-se que está, infelizmente, ligada às mudanças climáticas. E além de trazer danos significativos à agricultura, ecossistemas e infraestrutura, impacta a engenharia, gestão de recursos hídricos e resiliência social.
A saber, ao invés de se desenvolver gradualmente, ao longo de meses ou anos, as secas-relâmpago surgem de forma abrupta, geralmente em questões de dias ou semanas.
Principais características
O fenômeno das secas-relâmpagos ocorre por conta de uma soma de fatores e ele também se manifesta de várias formas, incluindo:
- redução brusca de chuvas;
- aumento das temperaturas;
- baixa umidade do solo;
- alta demanda evaporativa; e
- perda de umidade da superfície acelerada.
Impactos das secas-relâmpago na Engenharia
As secas-relâmpago impactam diversas áreas da engenharia. A Engenharia Agrícola, por exemplo, sofre com perdas financeiras por conta da escassez de água, o que dificulta manter a produção no campo. Mas gostaríamos de destacar mesmo o que ocorre na Engenharia Civil.
A dificuldade de obter água impede a fabricação do concreto e de outros materiais, atrasando projetos e aumentando custos de construção, exigindo que os profissionais adotem sistemas de monitoramento e estratégias mais eficazes para captação e armazenamento de recursos. A diminuição da umidade do solo e as variações de temperatura podem comprometer a estabilidade das estruturas, aumentando risco de rachaduras e danos em edificações.
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Uma das maiores preocupações é a pressão adicional sobre as infraestruturas de abastecimento de água e energia. Com a redução rápida na disponibilidade de água, sistemas de irrigação, usinas hidrelétricas e até o fornecimento de água potável são afetados. E, diante desse cenário, é preciso a adaptação de infraestruturas, bem como a construção de novas instalações, como reservatórios adicionais para atender a demanda.
Estratégias para mitigação das secas-relâmpago
Mesmo com os avanços tecnológicos, prever as secas-relâmpago têm sido um desafio. O negacionismo tem sido o maior problema, apesar do alerta dos cientistas, imagens da NASA e tudo mais. E a falta de consenso dos governantes dificulta a alocação de recursos necessários para pesquisa e desenvolvimento de sistemas de alerta específicos.
Neste momento, o ideal seria adotar uma abordagem multifacetada - implementação de políticas públicas, gestão sustentável dos recursos, fortalecimento dos sistemas de monitoramento, promoção de práticas de conservação do solo, etc. Previsões podem ser reforçadas com ajuda de Inteligência Artificial, ajudando a fazer uma rápida leitura de grandes volumes de dados climáticos. Independente disso, os engenheiros precisam considerar essas secas desde a concepção dos projetos. E o urbanismo considerar os riscos associados às mudanças climáticas.
Agora, nenhum esforço dos engenheiros será suficiente se não houver educação e conscientização da sociedade sobre as secas-relâmpago. Devemos estar preparados para os desafios. E mais ainda, devemos trabalhar juntos para mudar esse cenário - pelo bem de TODOS!
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Perspectivas futuras
É triste dizer, mas as secas-relâmpago devem se tornar cada vez mais frequentes e intensas por conta do aquecimento global. Os engenheiros precisaram se emprenhar em lançar mais inovações e trabalhar em colaboração com outros cientistas e políticos para colocar em práticas estratégias eficazes para reparar essas devastações ambientais.
Voltando à questão da Inteligência Artificial, vale destacar o trabalho de Humberto Barbosa, meteorologista da Universidade Federal de Alagoas. Seu projeto usa IA para tentar antecipar eventos climáticos. O sistema, desenvolvido no Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS), faz uso de dados coletados por satélite para treinar os modelos os softwares - redes neurais convolucionais (CNNs) - para identificar padrões e fornecer alertas antecipados. Esse avanço pode ser crucial para proteger áreas vulneráveis e minimizar os danos causados por esses eventos extremos.
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Eduardo Mikail
Somos uma equipe de apaixonados por inovação, liderada pelo engenheiro Eduardo Mikail, e com “DNA” na Engenharia. Nosso objetivo é mostrar ao mundo a presença e beleza das engenharias em nossas vidas e toda transformação que podem promover na sociedade.