Duas jovens brasileiras do Rio Grande do Sul, Camily Pereira dos Santos e Laura Nedel Drebes, estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da cidade de Osório, estão disputando o importante Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, na Suécia. É que elas criaram um modelo de absorvente feminino biodegradável que custaria apenas R$ 0,02, ou seja, muito mais ecológico e acessível.
Início da pesquisa | A identificação de um problema
Camily e Laura começaram a sua pesquisa em 2021, em plena pandemia, inspiradas em histórias de famílias que revelavam a deficiência de mulheres de várias gerações no acesso a absorventes higiênicos. Elas usaram como base de dados os subprodutos industriais do seu próprio estado. E seus primeiros questionamentos foram relacionados ao fato de que talvez fosse possível criar uma solução biodegradável para ajudar mulheres que se encontram nessa situação de vulnerabilidade.
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Desenvolvimento da ideia | O absorvente biodegradável
Uma das estudantes, a Laura, já se dedicava a pesquisar o desenvolvimento de plásticos biodegradáveis. Foi a partir disso que surgiu a ideia de criar um modelo de absorvente feito com materiais descartados pelos agricultores da região. Os mesmos seriam feitos de fibras do pseudocaule da bananeira e do açaí juçara.
"Não imaginávamos o quão longe poderíamos chegar com a nossa pesquisa. Realmente não tínhamos ideia da proporção que um trabalho de pesquisa desenvolvido por estudantes do ensino médio poderia ter." - desse Laura, em reportagem da Revista Glamour - Globo.
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Apresentação do projeto | Prêmio Jovem da Água
A pesquisa final de Camily e Laura, intitulada "SustainPads: Absorventes Sustentáveis e acessíveis a partir de subprodutos industriais”, foi indicada para o Prêmio Jovem da Água deste ano, que celebra ideia de jovens inovadores entre 15 e 20 anos de mais de 30 países. Primeiro elas passaram pela seleção que ocorreu em junho, na Conferência Internacional Rio 2030. Agora, vão representar o Brasil na final internacional que será em 26 de agosto.
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"O sentimento de orgulho em poder levar a ciência jovem feminina brasileira, de estudantes de escola pública, é espetacular. Nossa pesquisa começou para atender uma demanda dentro da nossa comunidade e agora conquistou mais um lugar no mundo." - disse Laura.
Atualização: As jovens Camily e Laura foram para Estocolmo, como planejado, e tiveram a honra de receber o segundo lugar na premiação. Este é um feito surpreendente para a ciência brasileira! Veja como foi o evento no vídeo a seguir:
Imagine o grande impacto social que essa ideia pode causar em nossa sociedade. Sabemos que, infelizmente, muitas mulheres no Brasil não têm acesso a itens básicos de proteção e higiene, e que também não encontram o apoio necessário em nosso sistema de saúde pública. Sem contar que os absorventes sintéticos contribuem para a degradação ambiental. Por fim, é uma solução que soluciona parcialmente no destino de certos materiais descartados. Isso é ciência; isso é inspiração! Palmas para Camily e Laura pelo lindo exemplo!
Fontes: Revista Glamour - Globo.
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Eduardo Mikail
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