Uma pesquisa desenvolvida por cientistas brasileiros do Instituto de Física de São Carlos
(IFSC-USP) em parceria com a Embrapa Instrumentação e Hospital de Amor de
Barretos pode tornar realidade um biossensor que diagnostica a pré-disposição
ao desenvolvimento de câncer de próstata. A detecção pode ser possível em apenas
1 hora, ao custo de R$4,00 por exame.
Como funciona o exame com o novo biossensor:
O objetivo do biossensor desenvolvido é que seja empregado
em similares aos testes de glicose de farmácia, visando detectar a pré-disposição
do paciente em desenvolver o câncer de próstata. Isso implica que o exame não
será invasivo, posto que utilizaria uma gota de sangue ou, preferencialmente,
urina do examinado para detectar um novo biomarcador (PCA3-Prostate Cancer
Antigen 3).
De acordo com a Assessoria de Comunicação da USP, “um exame
com PCA3 poderá eliminar a necessidade de toque retal e de biópsias nos
estágios iniciais de diagnóstico. Isso será possível porque o PCA3,
diferentemente do PSA, indica somente a presença da pré-disposição para o
desenvolvimento do câncer de próstata. Ou seja, ele não se altera com
inflamações, como a prostatite, que hoje geram falsos positivos nos exames de
PSA, ou seja, confundem-se com sinais de câncer. ”
Detalhes do biossensor:
O biossensor para detecção à pré-disposição ao câncer de
próstata é composto por uma sonda de material genético, imobilizada em
eletrodos de ouro. A sonda é responsável por detectar a presença do material
genético complementar indicador. Amostras de urina ou de sangue poderão ser
gotejadas sobre o eletrodo, então, em aproximadamente uma hora é possível saber
se o paciente possui aquele material genético. No caso, o princípio de detecção
é relativamente simples, baseado em eletroquímica e no biomarcador PCA3, o que
pode facilitar sua implementação ampla e de baixo custo.
Perspectivas:
Para a equipe de pesquisadores e médicos do Hospital do Amor
de Barretos, esta pesquisa abre novas frentes para lidar com a problemática do
câncer de próstata. A rapidez e facilidade do exame, se difundido, poderá
contribuir com a identificação precoce e a prevenção da doença
até mesmo anos antes de o câncer se manifestar, o que aumenta as chances de
cura.
Colocando nomes e faces no projeto, vale mencionar que o artigo científico derivado da pesquisa foi elaborado pelos pesquisadores: Juliana Coatrini Soares, Andrey Coatrini Soares, Valquíria Cruz Rodrigues, Matias Eliseo Melendez, Alexandre Cesar Santos, Eliney Ferreira Faria, Rui M. Reis, André Lopes Carvalho e Osvaldo Novais de Oliveira Junior. O trabalho está disponível na ACS Appl. Mater. Interfaces.
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Fonte: Assessoria de Comunicação – USP São Carlos.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.