Fora do eixo do Sudeste, as universidades públicas também estão trabalhando no combate ao coronavírus. A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba, desenvolveu um sistema chamado de BioEsterelizador para esterilizar ambientes e pessoas.

universidade federal de campina grande produz bioesterilizador fachada
Imagem: estudopratico.com.br

O projeto foi desenvolvido pelo Laboratório de Referência em Dessalinização (LABDES) da UFCG, com o objetivo de propor uma solução na segurança de profissionais de saúde. A demanda, em função da pandemia de COVID-19, sem dúvida é um fator motivador para a mobilização dos cientistas, e mais uma prova de como ciência, engenharia e sociedade caminham em sintonia na busca de soluções.

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A tecnologia proposta se baseia no princípio de mudança de fase. O pesquisador Kepler França, coordenador do LABDES, explica que “O calor é a fonte primária, ativando as moléculas de uma solução aquosa para o estado gasoso, que, por conter componentes que contribuem para a esterilização, atacam o vírus”.

Vocês já devem ter lido ou escutado sobre a tal capa de lipídeos, isto é, gordura, que envolve o coronavírus (inclusive razão pela qual ele tem esse nome). O calor da vaporização, junto com a atividade dos potenciais químicos da solução aquosa, contribui para remover essa “coroa” de proteção do vírus.

coronavírus imagem

Implementação do BioEsterelizador

Mas esquenta o ambiente? Não. O sistema BioEsterelizador gera um vapor a aproximadamente 70°C, que é atenuado pela temperatura ambiente. Sendo assim, o sistema poderia ser empregado no acesso (entrada / saída) de ambientes hospitalares, por exemplo, reduzindo a propagação do vírus e auxiliando na contenção da pandemia. E não é algo que ameaça a exposição das pessoas, como lâmpadas UV, por exemplo. Além disso, desvincula nossa cabeça de comportamentos obsessivos com o famigerado álcool em gel.

Outra opção, explicada por Kepler França, seria empregar essa tecnologia em áreas que envolvem grande circulação de pessoas, como supermercados. A incorporação do BioEsterelizador em entradas e saídas garantiria um ambiente muito mais asseado.

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Ao falar de implementação, é importante ponderar o custo e operacionalização do equipamento. A princípio, a Ascom da UFCG divulga que o uso e manutenção do sistema é relativamente baixo e se justifica pelos benefícios que promove. No nosso cenário, a aplicabilidade se destaca principalmente em função dos fator emergencial.

Vale apontar aqui que o LABDES está em contato com um dos hospitais públicos da cidade de Campina Grande para um experimento amplo in loco. Vamos ver o BioEsterelizador em uso!

Quer ver mais sobre desinfecção de superfícies? Veja como funciona a radiação ultravioleta e seu uso no combate ao coronavírus.

Referências: LABDES. UFCG.

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.